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ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA PORTUÁRIA E AEROPORTUÁRIA AULA 2 Prof. Leonardo Mercher Coutinho Olimpio de Melo 2 CONVERSA INICIAL Olá! Nesta aula, trataremos dos principais equipamentos encontrados em portos e aeroportos que possibilitam o seu bom funcionamento. Armazéns, empilhadeiras, guindastes, contêineres, reboques, esteiras e muito mais serão tratados aqui. Além disso, falaremos um pouco mais das áreas de pátio nos portos e aeroportos, bem como de retroarias alfandegadas, portos secos (estação aduaneira interior ou dry port) e empresas terceirizadas. Com isso, continuaremos nosso tema sobre o funcionamento do espaço físico dos portos e aeroportos, aprofundando-nos um pouco mais do que nos conteúdos anteriores. Desejamos a você uma ótima leitura! CONTEXTUALIZANDO Ao tratarmos de portos e aeroportos, vimos as principais áreas, como cais, píer, armazém, aeródromo e suas pistas, torre de controle, espaço aéreo e os terminais. Agora, precisamos entender os principais equipamentos que encontramos nessas áreas dos portos e dos aeroportos. Mas por que veremos isso? Porque precisamos ganhar intimidade com as ferramentas, os maquinários e os utensílios utilizados diariamente nesses ambientes. Saber que uma carga está presa em um determinado equipamento ou que um porto/aeroporto não possui os equipamentos adequados a sua carga é algo fundamental, que deve aparecer no início do planejamento empresarial de importação/exportação. Com esse tema, iniciaremos tratando dos equipamentos portuários, seguidos dos aeroportuários. Após conhecê-los, trataremos de terminais portuários e aeroportuários, retroáreas, espaços alfandegados e empresas terceirizadas, que perpassam e podem utilizar desses equipamentos e espaços e lidar com os órgãos de fiscalização. Iniciemos, então, o conhecimento dos principais equipamentos portuários. TEMA 1 – TIPOS E APLICABILIDADE DE EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NOS PORTOS Nos portos, podemos agrupar os equipamentos que são aplicados em três momentos: os de operação diretamente nas embarcações, os de movimentação no pátio e os de armazenamento. Segundo Nogueira Neto et al. (2011, p. 3) “[...] 3 existem muitos equipamentos disponíveis para execução de tarefas de organização de grandes pátios ou armazéns e movimentação de navios”. Esses equipamentos, quase sempre, são máquinas industrializadas adquiridas pela administradora do porto para lidar com a carga. Além desses maquinários, ainda existem os equipamentos de segurança aos trabalhadores e os equipamentos de proteção individual (EPI). No grupo de equipamentos junto aos navios, estão presentes os guindastes, que podem ser mecânicos, elétricos e até hidráulicos, usados para erguer e alocar cargas de grande peso. Sua aparência lembra torres de metais com roldanas e cabos, quase sempre fixados na área do cais, bem próximos à linha de atracação das embarcações. Os portêineres são os tipos de guindastes mais vendidos no mundo atualmente (Nogueira Neto et al., 2011), especializados na movimentação de contêiner do navio para o cais (chip to shore crane – STS). Vale a pena saber que, além do portêiner, existem guindastes flutuantes e não fixos, a depender do tipo de carga que elevam e descem das embarcações e do cais. Sua operacionalização deve ser feita por profissionais qualificados, assim como a maioria dos equipamentos que veremos aqui. Quando o guindaste carrega contêiner, geralmente observamos um equipamento acoplado, chamado spreader. Um spreader, em vez de segurar a carga por cordas, é uma peça retangular que utiliza uma espécie de dentes e prendedores mecânicos que se encaixam no contêiner e o erguem, ou seja, o spreader se torna um agarrador do guindaste para contêiner padronizado. Ele também pode ter travas e alavancas mecânicas, hidráulicas e elétricas. Atualmente existem spreaders que conseguem prender até dois contêineres de uma vez ao guindaste, utilizando uma tecnologia denominada twinlift (elevador duplo ou elevador gêmeo). No pátio do porto, podem existir os guindastes menores motorizados (transtêiner), como os guindastes rodoviários (sobre rodas/pneus), e as esteiras para locomoção das cargas dos caminhões e armazéns até o portêiner (guindaste do cais) para acomodação na embarcação. Balanças de carga também podem estar em áreas recuadas do pátio, medindo as cargas em toneladas. Já as empilhadeiras são utilizadas para a movimentação e a organização da carga no armazém e no pátio do porto. A depender da carga, até estivadores podem carregá-la em seus braços e em outros maquinários menores, como quando vem em pequenos sacos de pano ou caixotes. Todos 4 esses equipamentos tratam da movimentação de carga (movimentação de contêiner). Figura 1 – Guindastes de contêineres portuários Créditos: Lerbank/Shutterstock. Por isso, pensando na embarcação de mercadorias que se encontram no armazém (que armazena a mercadoria), as mercadorias leves podem ser transportadas por esteiras rolantes para então serem organizadas por funcionários dentro de contêineres ou já seguirem direto para o navio. Já as cargas com maior peso utilizam as empilhadeiras motorizadas e guiadas por profissionais qualificados. Em alguns casos, a carga pesada pode seguir por guindastes e guinchos no pátio até o cais – ou até um contêiner, para serem armazenadas e depois seguirem para o guindaste de elevação (um portêiner) que as colocará dentro do navio. Já no desembarque, a mercadoria se utiliza dos mesmos equipamentos no sentido inverso até o armazém e a averiguação. Recapitulando: os navios são acessados por guindastes, e no pátio existe toda a movimentação de guindastes menores, esteiras e carregadores, nas áreas denominadas de retaguarda (armazenagem, remoção e entrega de contêineres ainda em grandes pátios); as empilhadeiras já podem aparecer para alocar os contêineres e as mercadorias em alojamentos próximos ou dentro dos armazéns. No armazém, os contêineres podem ser abertos, e a carga, reorganizada em prateleiras, pilhas ou frigoríficos de temperaturas diversas; ou então o contêiner pode, após trâmites de fiscalização, seguir por outro modal, como o rodoviário, até seu destino final. 5 Já os EPI mais comuns aos trabalhadores nos portos (operadores portuários, estivadores, motoristas e manobristas, caminhoneiros e outros) são: capacetes, óculos de proteção, colete refletivo, protetor auricular, luvas, calçados apropriados e, em alguns casos, máscaras e coletes salva-vidas. No caso dos equipamentos administrativos, podemos citar rede informatizada de dados e outros equipamentos de escritório, de vistorias e de amostragens. TEMA 2 – TIPOS E APLICABILIDADE DE EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NOS AEROPORTOS Nos aeroportos, existem equipamentos destinados aos passageiros, às cargas e ao despacho de mercadorias. Daremos aqui um olhar mais atento para os equipamentos de cargas e mercadorias. A título de curiosidade, os passageiros perpassam a aplicação de esteira para as bagagens, computadores de registro, check-in e desembarque, aparelhos detectores de metais, raio X e acomodação até o embarque na aeronave. Já no caso dos equipamentos aplicados para lidar com mercadorias, em terminais de carga, existe uma série de variedades, desde sistemas informatizados para controle de dados, passando por máquinas e transportadores, até os equipamentos de segurança. Se seguirmos as orientações da Anac e as práticas de aeroportos administrados pela Infraero, os principais equipamentos aplicados junto aos terminais de carga seriam: aparelhos de raio X; balanças, com capacidade média para até 80 toneladas; câmaras frigoríficas de diversas temperaturas; docas com plataformas niveladoras; dollys (espécie de doca de carga, porém móvel) com capacidades variadas para até 15 toneladas; empilhadeiras com capacidadesdiversas; loaders (espécie de doca que eleva a carga até a altura da aeronave); máquinas envelopadoras; medidores de radiação; racks fixos e móveis; transelevadores e transportadoras automatizadas; transpaleteiras elétricas e manuais; tratores rebocadores e varredouras; além de sistema informatizado de dados, de segurança da carga e dos funcionários. Poderíamos agrupar os equipamentos em três fases: de verificação, de translado e de embarque/desembarque da carga. Na primeira fase, com a carga disposta em área de averiguação, teríamos os equipamentos de medição de pesagem, radiação, raio X e outras avaliações, a depender da natureza da carga. Nessa, teríamos o uso de balanças, aparelhos de raio X, de medição da radiação, bem como algumas docas, dolly e empilhadeiras, já transladando a 6 carga. Na etapa do translado, que se inicia da entrada da carga no aeroporto até vai até seu embarque na aeronave (ou seu desembarque até a saída do aeroporto), teríamos os equipamentos relacionados ao transporte da carga e à sua disposição, como dollys, transpaleteiras, transelevadores e transportadoras automatizadas. Por fim, já na hora de pôr a carga na aeronave, poderiam ser utilizados os loaders. Figura 2 – Loader elevando a carga para aeronave Créditos: Bahadir Yeniceri/Shutterstock. No caso de a carga estar em contêiner aeronáutico, são utilizadas plataformas elevatórias (loaders) próprias para essa natureza, respeitando a sobrecarga de peso e a complexidade da operação. Vale ressaltar que existem diversos tipos e tamanhos de contêineres aeronáuticos. Esses loaders erguem os contêineres até atingir a abertura de embarque da aeronave, sempre administrados por profissionais capacitados. Cargas menores, como as próprias malas e os bagageiros de passageiros, podem seguir por esteiras e serem redistribuídas em carretas, dolly ou empilhadeira para seguir até sua armazenagem ou acomodação na aeronave. Vale lembrar que, em muitos momentos, existem averiguações, como das instâncias governamentais, por exemplo da Receita Federal e da Polícia Federal sobre a natureza do que está sendo transladado, seja por seleção em amostragem, seja por cães farejadores e outras táticas de fiscalização como já mencionadas, como o raio X e a medição de radiação. Por isso, é importante dominar processos da legislação aduaneira e dos trâmites de declaração e parametrização nos países em que a carga será de sua responsabilidade. 7 Por fim, no caso dos EPI mais comuns aos trabalhadores nos aeroportos (operadores aeroportuários, motoristas e manobristas, caminhoneiros e outros), temos: capacetes, óculos de proteção, colete refletivo, protetor auricular (que pode variar de níveis de proteção a depender da área de atuação), luvas, calçados apropriados e, em alguns casos, máscaras e sinalizadores. No caso dos equipamentos administrativos, podemos citar, assim como nos portos, rede informatizada de dados e outros equipamentos de escritório, de vistorias e de amostragens. TEMA 3 – CARACTERÍSTICAS ENTRE OS EQUIPAMENTOS DE PORTOS E AEROPORTOS Como vimos, portos e aeroportos possuem equipamentos e preocupações distintas, mas ambos tratam de cuidar da carga, fiscalizá-la e leva- la para seu destino final. Na qualidade de modais, os portos conseguem lidar com grande volume de carga, vistos os diversos terminais em portos para contêineres e a quantidade de guindastes nos cais e até em píeres. No caso dos aeroportos, essa carga fica disposta em embalagens menores ou contêineres aeronáuticos, que são erguidos para serem colocados nas aeronaves por loaders e outros tipos de plataformas, sendo quase incomum a presença de guindastes de cargas no aeródromo ou no pátio. As características de acomodação da mercadoria também devem levar em consideração dinâmicas dos modais de transportes. A pressão e a temperatura em aeronaves sofrem muito mais variação do que no interior de um navio. Por outro lado, a umidade e os movimentos constantes do mar interferem de forma diferente do que os movimentos de turbulência no ar. Cargas de risco de incêndio ou explosivos dificilmente seguem por modal aéreo, consequentemente pouco se vê esse tipo de carga nos aeroportos. Cargas que precisam ser transportadas com grande velocidade também tendem a passar mais pelo aeroporto. Com isso, poderíamos até dizer que os equipamentos nos aeroportos tendem a serem projetados e administrados para atividades com maior velocidade. Já nos portos, os equipamentos são projetados para lidar com cargas de grande peso e volume. Por isso, áreas e galpões de depósito alugados próximos ao porto são comuns. Nesse caso, a movimentação da carga é feita por empresas particulares até que a carga, de fato, adentre no espaço do porto. 8 Outro ponto importante é que, apesar de portos terem terminais de carga e também de passageiros, é mais comum isso ser visto em aeroportos, que quase sempre possuem quantidades iguais ou até maiores para terminais de passageiros em relação aos terminais de carga. A preocupação com a segurança em toda a área de um aeroporto se torna maior por colocar em risco um número maior de indivíduos caso algo saia do controle. Isso não significa que não exista a preocupação da segurança nos portos, muitas iniciativas são feitas, como campanhas de uso de EPI e treinamento dos operadores. TEMA 4 – TERMINAIS PORTUÁRIOS E AEROPORTUÁRIOS Terminais portuários e aeroportuários já foram mencionados anteriormente em nossa disciplina, especialmente no que se refere às estruturas físicas desses espaços. Dada importância dessa área, voltamos aqui com informações adicionais. Sabemos que um terminal é uma instalação construída ou um conjunto de instalações destinadas à movimentação de passageiros e de cargas para transporte. No caso de terminais de carga portuários, temos o cais e o píer como seus principais componentes (ou tipos de terminais). As atividades em um terminal são administradas por uma autoridade portuária, a qual trata com funcionários que, por sua vez, lidam com o translado das mercadorias em seus equipamentos. A atracação e a desatracação do navio (quando o navio para ao longo do cais ou píer) possui orientações de acordo com cada terminal. Depois ocorre o embarque ou o desembarque da tripulação e dos passageiros por escadas, além da carga e da descarga das mercadorias, geralmente com a utilização dos guindastes. Os terminais portuários são classificados por zonas: terrestre, marítima, evacuação de carga e atividades logísticas. Nos terminais, ainda podemos encontrar representações de empresas de logística, bem com os demais funcionários do porto e seus clientes. É comum em grandes portos existirem terminais destinados apenas para cargas de grãos, outros de contêineres com carga industrial e até terminais para cargas vivas. Isso depende da administradora do porto e dos equipamentos que cada terminal tem para fazer a logística de carga e descarga nas embarcações. Nos terminais aeroportuários, também seguimos as atividades de fiscalização, translado e carga e descarga das mercadorias. Os terminais de 9 carga aeroportuários (conhecidos no Brasil como TECA – terminal de logística de carga) são compostos pelos galpões de armazenagem (que podem conter porta-pallets em câmaras secas, câmaras frias, depósito de carga perigosa, canil etc.) mais as áreas dos pátios para carga e descarga de aeronaves e, em alguns casos, hangar (para estacionamento coberto das aeronaves). Poucos aeroportos no mundo dispõem de vários terminais de cargas em sua estrutura, o que concentra muitos dos serviços e da logística em um terminal de carga, deixando os demais para passageiros. Quase sempre possuem espaços no pátio separados entre áreas de passageiros e áreas de cargas, mas, em aeroportos pequenos, nem isso ocorre. As mesmas pistas de decolagem eaterrissagem do aeródromo também são compartilhadas entre aeronaves de passageiros e as de cargas em aeroportos pequenos. Já nos maiores, os terminais de passageiros são separados dos terminais de cargas, bem como as áreas dos pátios para as aeronaves e, às vezes, até mesmo pistas podem ser feitas com exclusividade para aeronaves de cargas e aeronaves menores particulares, por exemplo as de serviços de táxi aéreo. Portanto, podemos compreender um terminal aeroespacial como parte do prédio em que temos a entrada/saída das cargas para fiscalização e armazenagem até a parte da pista para as aeronaves cargueiras. Nota-se que, diferentemente dos portos, onde o cais e o píer são o terminal, no aeroporto, o terminal versa muito mais sobre o prédio destinado às cargas e o espaço do pátio do aeródromo – e não necessariamente as pistas de pouso e decolagem, que quase sempre são compartilhadas por todos os terminais em pequenos aeroportos. TEMA 5 – RETROÁREAS E EMPRESAS TERCEIRIZADAS Chegamos às retroáreas e às empresas terceirizadas que lidam com cargas e logística. Já mencionamos anteriormente as retroáreas como ambiente fundamental das atividades logísticas e aduaneiras, onde sua capacidade determina a eficiência em volume de transações de um porto. Nos portos, as retroáreas também são chamadas de retroporto, onde podem ocorrer os procedimentos aduaneiros para que a carga siga os trâmites portuários já desembaraçada para embarque. Na qualidade de áreas, os retroportos ficam na parte externa do porto em questão, onde contam com diversos serviços e 10 atividades. Por vezes, fica até distante do porto, para diminuir a concentração de caminhões e cargas na região portuária. A própria Receita Federal do Brasil aceitou sua existência para desafogar terminais portuários (pátios, cais e píer) sobrecarregados. Por isso, essas áreas de retroporto ou terminais retroportuários surgiram como instalações para executar serviços e controles aduaneiros. Quando essa área, além de armazenagem, tem a possibilidade do desembaraço aduaneiro e sua fiscalização, é denominada de terminais retroportuários alfandegados. Esses espaços se tornam uma solução para momentos em que não existe capacidade financeira de ampliação dos espaços portuários tradicionais. Contudo, não devem ser vistos como uma solução perfeita em longo prazo, pois a criação ou a expansão de retroáreas, no fim das contas, aumenta o gargalo final do escoamento das cargas nos portos. Sua criação amplia a capacidade de cargas a serem despachadas, mas não necessariamente mais áreas de pátio, cais e píer estão sendo construídas. Quem administra uma retroaria? Segundo o projeto Portogente (2016), a respeito de terminais portuários e retroportuários: Uma retroárea de um porto pode ser explorada por pessoa jurídica de direito público ou privado, para funcionar nos serviços de apoio a movimentação e/ou armazenagem de cargas do terminal portuário, podendo executar serviços de operação, com carga de importação e exportação, embarcados em contêiner, reboque ou semirreboque. No caso de retroáreas em aeroportos, é mais difícil identificar sua existência, ao menos com esse nome. É comum existirem empresas de logística que alugam galpões fora do aeroporto, mas são pouco comuns áreas alfandegadas nesses galpões privados. Contudo, com os bons resultados de terminais retroportuários, é possível que essa moda pegue na administração de aeroportos que se sintam saturados ou sobrecarregados com as atividades aduaneiras em seu espaço físico. Por isso, retroáreas também é um tema a ser pensado sobre o futuro dos aeroportos no mundo conforme crescem os fluxos de comércio internacional. Chegamos agora às empresas terceirizadas que se fazem presentes em portos e aeroportos e que cuidam da logística de carga, as quais podem ter sua natureza definida pelas atividades que executam. Existem as empresas que alugam contêineres, outras que cuidam de todo o trâmite logístico (incluindo o desembaraço aduaneiro), algumas vão cuidar dos seguros sobre as cargas e 11 outras prestarão assessoria jurídica aos importadores/exportadores. É possível também identificar as empresas, como já mencionamos, que geram os portos privados – as administradoras portuárias. Além dessas empresas, existem ainda as que cuidam dos fretes e das embarcações e aeronaves – as companhias de marinha mercantes e as companhias aéreas. Essas, que seriam as responsáveis pelos navios e pelas aeronaves, têm bandeiras comerciais (marcas) facilmente reconhecidas junto ao público. No caso das companhias aéreas de passageiros, é comum que algumas assumam também fretes de cargas, especialmente de entregas de baixo volume, como encomendas e serviços aos Correios. Isso é uma prática tão comum que podemos até ver empresas de logística de encomendas também se utilizando de múltiplos modais, transportando seus malotes em ônibus, aviões e navios. As empresas transportadoras, portanto, podem se utilizar dos modais necessários no cenário doméstico e no internacional e quase sempre acabam se associando a outras empresas terceirizadas que cuidam de etapas distintas da carga. Em portos, aeroportos e rodoviárias, é possível ver essas empresas transportadoras e de logística com seus stands (lojas) de fácil acesso aos interessados em enviar suas encomendas e cargas para outros destinos. As informações que precisamos ter seriam referentes aos limites de peso, dimensões, volume e destino para ver qual é a melhor empresa em custo- benefício que podemos acionar. Por fim, existem empresas terceirizadas que cuidam do sistema informatizado, dos dados, da limpeza dos ambientes, da segurança física e virtual, bem como de outras atividades fundamentais ao funcionamento dos portos e aeroportos. Em caso de portos e aeroportos públicos, são abertos editais e licitações para prestação de serviços. Em caso de empresas públicas, faz-se uma pesquisa de mercado e ocorre a contratação por tempo determinado, podendo ocorrer a renovação dos contratos. TROCANDO IDEIAS Chegamos àquele momento em que recomendamos algumas leituras para que você possa desenvolver mais sua percepção crítica sobre os temas tratados na aula. O primeiro texto, disponibilizado pelo Ministério da Infraestrutura, de autoria do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, traz um relatório (plano mestre) do Porto de Santos com as principais empresas, 12 modelos de desenvolvimento estratégico e outros dados que são interessantes conhecer por se tratar de um dos mais importantes complexos portuários do mundo. A publicação, de maio de 2018, está disponível em: <https://www.infraestrutura.gov.br/images/SNP/planejamento_portuario/planos_ mestres/versao_preliminar/vp29v2.pdf>. O segundo artigo, de autoria de Michelle ArcúrioI, José Augusto Abreu Sá FortesI e Talita Armborst, denominado Fatores e erros humanos na inspeção de segurança da aviação civil brasileira, está disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984- 66572016000300005>. Ele trata dessa relação humana com o espaço do aeroporto e como medidas podem ser tomadas dentro do espaço deste para ampliar a segurança. A leitura dos dois textos traz dados técnicos e, ao mesmo tempo, dados humanos sobre a operação nesses dois ambientes. Reforçamos que busque desenvolver uma análise mais crítica e pessoal para que, no futuro, no papel de profissional, você possa ofertar soluções criativas e embasadas em necessidades reais do mercado. Boa leitura! NA PRÁTICA Para a prática, sugerimos que você se aprofunde um pouco mais nas atividades que ocorrem em cada espaço de um porto ou aeroporto para facilitar sua visualização dos equipamentos e suas aplicações no dia a dia. Por isso, a presente prática se organiza nos seguintes pontos: I. Escolha um porto ou aeroporto de sua regiãoou um de referência internacional que possua terminais de carga; II. Escolha uma das áreas físicas do porto ou aeroporto em questão, como cais, pátio, armazém, retroporto, aeródromo, torre de controle, hangar etc., e identifique quais tratamentos a carga sofre nessa região para ser exportada; III. Identifique ao menos um equipamento que lide com a carga nessa etapa e faça uma pesquisa sobre as principais marcas ou características que o torne um bom produto a ser adquirido pelo espaço; IV. Demonstre como a aplicação de um bom equipamento pode melhorar o desempenho das atividades de carga para a exportação naquele modal. Bom exercício! 13 FINALIZANDO Vimos nesta aula os principais equipamentos e suas aplicações em portos e aeroportos no trato de cargas. Também tratamos de forma mais pontual sobre os terminais portuários e aeroportuários, especialmente os de cargas. Esses temas foram aqui apresentados para que você, mais uma vez, possa ganhar familiaridade com os termos e ter uma noção geral de como funcionam portos e aeroportos. Foi por isso também que tratamos das retroáreas – ou terminais retroportuários –, onde atualmente atividades alfandegárias e de armazenagem ocorrem. Além disso, vimos, ainda que brevemente, que portos e aeroportos possuem empresas terceirizadas que lidam desde a transmissão de dados, passando pelos serviços ao cliente, manutenção e higiene do espaço, até serviços de logística e de consultoria para importação e exportação. Com esses conhecimentos, esperamos que possa se aprofundar em leituras complementares sobre os temas e se tornar um excelente profissional. Agora que dominamos um pouco mais o funcionamento e a estrutura de portos e aeroportos, partiremos para novos conteúdos em nossa disciplina, que exigem o conhecimento prévio desses temas aqui apontados. Por isso, mais uma vez, pedimos que volte a estudar com atenção caso tenha ficado alguma dúvida. Boa revisão e até breve! 14 REFERÊNCIAS NOGUEIRA NETO, M. de S. et al. Equipamentos portuários de movimentação de contêineres: portêiner e guindaste móvel sobre pneus. Anais... III Congresso de Logística das Faculdades de Tecnologia do Centro Paula Souza – Fatec Log, 31 de maio a 2 de junho de 2011. Disponível em <http://www.fatecguaratingueta.edu.br/fateclog/artigos/Artigo_129.PDF>. Acesso em: 13 jul. 2020. PORTOGENTE. Disponível em <www.portogente.com.br>.
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