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AULA 3

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ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURA 
PORTUÁRIA E 
AEROPORTUÁRIA 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Leonardo Mercher 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, trataremos da gestão de portos e aeroportos, desde as 
operações usuais até os agentes envolvidos. Não será um conteúdo sobre 
operações alfandegárias, mas sim uma observação sobre os setores e os eixos 
da gestão – processos que impactam diretamente as questões de desembaraço 
de carga e outras práticas de importação e exportação. 
O objetivo é apresentar o cenário de funções e as variáveis, internas e 
externas, presentes na gestão, assim como as áreas que requerem maior 
atenção. Isso possibilitará a você, como futuro profissional, definir por quais 
áreas das operações portuárias ou aeroportuárias você mais se interessa, da 
logística à execução de equipamentos, ou mesmo escolher lidar com variáveis 
externas. 
CONTEXTUALIZANDO 
Portos e aeroportos são ambientes complexos, em que diversas 
atividades e operações ocorrem. Marcados por decisões difíceis, como as trade-
off (quando uma decisão precisa ser tomada para beneficiar uma carga, mas 
isso prejudica outra), os profissionais que lidam com a gestão de operações 
portuárias e aeroportuárias estão sempre sob pressão. Tempo, segurança, 
trâmites legais e logística do translado das cargas são fatores que precisam ser 
geridos da melhor forma possível. É por isso que, em portos e aeroportos, não 
existe a figura de uma única pessoa que cuidará de todas as operações, mas 
sim gestores e outros funcionários e profissionais que são alocados de acordo 
com suas especialidades. 
Operações no mar, em terra e de carga nos portos ou em operações 
aéreas formam os grandes grupos de atividades que investigaremos nesta aula. 
Variáveis externas à gestão também serão identificadas para que você possa 
visualizar melhor todo o cenário que compõe o dia a dia de portos e dos 
aeroportos no Brasil e no mundo. Iniciaremos, então, com algumas das variáveis 
de gestão de portos e de aeroportos, seguindo pelos principais agentes 
presentes nesses espaços até chegarmos em uma síntese sobre as 
proximidades e as diferenças entre ambos. 
 
 
3 
TEMA 1 – GESTÃO E VARIÁVEIS IMPACTANTES NOS PORTOS 
A gestão de portos lida com as atividades burocráticas, financeiras, 
tecnológicas e estratégicas, de recursos humanos e do próprio funcionamento 
das operações portuárias no dia a dia. A natureza da gestão de portos pode ser 
de capital público (governo e empresas arrendatárias) e privado. Contudo, no fim 
das contas, os desafios e a organização da gestão portuária se mostram 
semelhantes aos portos privados e públicos. Com a empresa (pública ou privada) 
à frente de um porto, temos a divisão de áreas de gestão: de um lado a gestão 
burocrático-administrativa; de outro, a gestão de operações portuárias. 
No âmbito burocrático-administrativo, estamos falando de processos 
decisórios dos diretores, gestores e outros profissionais do corpo executivo da 
empresa, concentrando estratégias de melhorias, investimentos e investidores, 
ações no mercado e distribuição orçamentária. Já o âmbito das operações 
portuárias, que será o nosso foco aqui, trata da logística, do manuseio de carga, 
equipamentos e de passageiros, dos serviços portuários e do diálogo com 
órgãos fiscalizadores. 
As operações portuárias, em sua administração, podem também ser 
dividias em três eixos: operações de mar, operações de terra e operações de 
carga (ou do produto). As operações de mar requerem que os gestores 
(geralmente diretores, supervisores e operários) tenham conhecimento dos 
modais, dos agentes, da infraestrutura da economia marítima e dos custos. As 
operações terrestres requerem dos profissionais o conhecimento de como 
funcionam os terminais portuários e seus equipamentos, bem como das regras 
de segurança e de como lidar com os trabalhadores do pátio. Ainda na gestão 
das operações de terra, são atribuições dos gestores o cuidado com os fluxos 
dos modais terrestres (guindastes, empilhadeiras, esteiras etc.), dos trade-offs 
logísticos (escolhas de perda e ganho, como priorizar o embarque de uma carga 
em detrimento da outra) e da tecnologia da informação de dados para o 
monitoramento da carga e das atividades. 
Por fim, na gestão do produto, os gestores portuários, nesse eixo de 
atividades, precisam conhecer a infraestrutura para as cargas em seu porto e, 
consequentemente, os tipos de cargas a serem manejadas (granel, sólida, 
líquida, gasosa, radioativa, em contêiner etc.). Também precisam dominar 
diretrizes básicas do comércio internacional para lidar com os trâmites legais e 
 
 
4 
de transportes internacionais, por meio dos quais a carga será despachada ou 
desembaraçada (agenciamento e nacionalização da carga). É muito comum que, 
nesse eixo de gestão, encontrem-se os profissionais mais aptos para lidarem 
com os tramites legais da importação e exportação, valorização de carga (preço 
no mercado internacional) e armazenagem, para realizar boas escolhas em 
situações de trade-off. 
Com isso, podemos elencar as principais variáveis de gerenciamento 
portuário em: controle dos modais e tipos de embarcações e equipamentos 
necessários para carregar/descarregar as mercadorias; qualificação dos 
funcionários em terra e no mar; controle dos agentes envolvidos (que 
estudaremos mais adiante); funcionamento dos terminais (armazéns, pátio, cais 
e píer); controle da segurança dos funcionários e da carga; controle dos custos 
e das melhores escolhas em trade-off; controle dos trâmites legais, das 
operações do mar e em terra; e dados de informação e sistemas de comunicação 
para que a logística ocorra da melhor forma possível. 
Como variáveis externas que impactam a gestão portuária, estão: o clima, 
os desastres ambientais, os tsunamis, os terremotos, as pandemias, o 
vazamento de óleo, o naufrágio, a pirataria e os saques em alto mar; como 
variáveis internas, temos: greves internas e externas, acessibilidade aos 
terminais por vias e infraestruturas regionais (se as vias estão livres e se são 
capazes de permitir o escoamento da carga até o porto), fechamento de 
fronteiras comerciais e diplomáticas com outras nações, crises políticas, preço 
do combustível e outros riscos e incidentes que podem diminuir ou paralisar as 
atividades. Atualmente, vazamentos de óleo, água de lastro contaminada, 
documentos incompletos para desembarque e pirataria são os maiores 
incidentes que podem paralisar os modais aquaviários. Para todas elas, os 
gestores devem ter planos de antemão para não serem pegos de surpresa. 
TEMA 2 – GESTÃO E VARIÁVEIS IMPACTANTES NOS AEROPORTOS 
Assim como os portos, os aeroportos possuem uma gestão complexa que 
trata de temas da empresa concessionária, como disposição financeira, decisões 
estratégicas e de mercado, até a gestão de operações aeroportuárias. É da 
gestão de operações aeroportuárias que trataremos aqui. 
Nas operações aeroportuárias, existem dois eixos: as operações de 
passageiros e as operações de carga. Nas de passageiros, estamos falando de 
 
 
5 
funcionários de empresas aéreas, estacionamento, lojas, duty-free, terminais, 
bagagens e outros serviços. Já no eixo de operações aeroportuárias de carga, 
do qual trataremos aqui, temos alguns grupos de dinâmicas que requerem 
gestão mais especializada. 
Vamos começar pela gestão do aeródromo (gestão aérea e de terra), 
incluindo, aqui, pistas, pousos e decolagens, pátio de estacionamento, hangar e 
manutenção das aeronaves. Nesse setor, no Brasil, parte dos profissionais é de 
origem civil e parte de origem militar. Esse quadro pode mudar em outros países, 
mas, de modo geral, as atividades são as mesmas. Parte fica na torre de controle 
e nos radares e parte fica na pista orientando manobras das aeronaves. A gestão 
dessas operações se volta para a aeronave. 
Ainda na gestão em terra, temos: as operações de logísticas dacarga, 
como o recebimento da carga no aeroporto, sua fiscalização, acomodação para 
embarque e gestão dos armazéns; o transporte da carga em terra até a 
aeronave; operações no pátio (carga e descarga da mercadoria nas aeronaves); 
gestão dos equipamentos de carga, como loader, e os de fiscalização, como os 
raios-x e detectores de radioatividade; e outros trâmites legais. Por fim, temos 
as operações de carga, que, assim como nos portos, tratam da tipificação da 
carga e seu armazenamento (sólida, líquida, contêineres, bagagens etc.), 
trâmites de segurança e os legais, para desembaraço da mercadoria. 
 A logística deve ser gerida de forma integrada, tanto nas operações de 
carga e nas de terra quanto nas aéreas – todas as etapas devem ser claras e 
integrar um banco de dados que otimize os processos de despacho/liberação da 
carga. Como já mencionamos, os trâmites em aeroportos quase sempre exigem 
alta velocidade dos embarques, visto que o modal aéreo possui a velocidade de 
entrega da carga ao seu destino final como um de seus grandes diferenciais se 
comparado ao modal marítimo. Contudo, mesmo nessa correria, a fiscalização 
da carga é muito importante e o gestor de carga tem a responsabilidade de 
conhecer os agentes envolvidos (dos quais trataremos mais adiante), bem como 
dos crimes e das seguranças ambientais, sanitárias e de segurança às 
aeronaves. 
Por exemplo, conhecer que cargas explosivas dificilmente podem 
embarcar é de responsabilidade do cliente, mas também dos gestores de carga, 
pois estes devem informar às transportadoras as regras vigentes – internacionais 
e nacionais – daquele aeroporto. Crimes de desvio de cargas e roubos devem 
 
 
6 
ser monitorados com maior intensidade, haja vista que os serviços de postagem 
aérea e de carga, muitas vezes, tratam de materiais de alto valor. Dificilmente 
um conjunto de joias irá para outro país dentro de um contêiner de navio, mas 
facilmente pode ser enviado por via aérea e chegar rapidamente ao seu 
destinatário. É por isso que as polícias (civil, militar e federal) se fazem presentes 
nos aeroportos. Contudo, a segurança da carga, em primeiro nível, deve ser de 
responsabilidade das empresas transportadoras e dos funcionários e gestores 
do aeroporto. 
Além de gerir a segurança e o transporte da carga, as operações 
aeroportuárias de carga também lidam com as companhias aéreas e os 
protocolos de importação e exportação. Por isso, os gestores de carga precisam 
conhecer os trâmites da parametrização, as declarações nos sistemas 
comerciais do governo (Siscomex e Siscoserv), bem como lidar com 
despachantes aduaneiros de um lado e fiscais federais aduaneiros do outro. O 
trade-off também pode ocorrer nas decisões de gestão dos aeroportos, ou seja, 
a escolha entre o embarque de uma carga em detrimento de outra que terá que 
ser entregue posteriormente e, consequentemente, haverá atraso no seu 
recebimento final. Todas as escolhas difíceis que tomamos nos portos também 
tomamos na gestão de um aeroporto ou da carga em suas vias. 
Enquanto variáveis externas, há o clima, o tráfego aéreo, a infraestrutura 
de transportes por terra (acesso ao aeroporto por estradas e outras vias), o custo 
do combustível (pautado por variação internacional), os fechamentos de espaços 
aéreos em alguns países por crises políticas ou ambientais, a greve de 
funcionários do aeroporto ou de outros segmentos da sociedade, como de 
motoristas de caminhão, bem como outros acontecimentos que interferem no 
funcionamento pleno desse modal. Para todos esses acontecimentos, os 
gestores devem ter estratégias claras de ação já predefinidas. Assim, quando 
ocorrerem, todos já saberão o que fazer. 
TEMA 3 – ATORES ENVOLVIDOS NA GESTÃO PORTUÁRIA 
Quando mencionamos que os gestores e os profissionais portuários 
precisam saber lidar com os demais agentes e órgãos é porque, sem um bom 
convívio e uma boa relação, todas as atividades de carga e do porto podem ser 
comprometidas. Conhecer os trâmites legais das cargas e quais agentes são 
responsáveis por cada atividade é algo que o mercado demanda em sua atuação 
 
 
7 
profissional. Cada porto no mundo possui agentes distintos e, dada a grande 
diversidade mundial, vamos focar nos portos brasileiros para que possamos ter 
uma percepção média do que ocorre também em outras partes do mundo. 
Como autarquias, ou seja, autoridades sobre atividades portuárias, 
encontramos a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e a 
Marinha do Brasil. A Antaq tem sede em Brasília (governo federal), e suas 
principais funções são: orientações quanto às práticas portuárias; orientações de 
serviços, como certificados de liberação de carga prescrita e notificações 
eletrônicas de atos processuais; integração de sistemas de dados portuários; 
emissão de relatórios sobre portos no Brasil; participação pública em debates 
políticos e jurídicos da área; entre outras. Já a Marinha do Brasil, como 
autoridade de segurança nacional, cuida de toda a costa brasileira e, 
consequentemente, acaba por dialogar com portos comerciais e orientar regras 
e procedimentos às embarcações da marinha mercante. De modo geral, tanto a 
Antaq quanto a Marinha se colocam como agentes de orientação e diálogo com 
as práticas portuárias no Brasil. 
Além dessas duas, existem as instituições representativas, como a 
Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), os sindicatos dos 
operadores portuários estaduais e a Federação Nacional dos Operadores 
Portuários (Fenop). Essas instituições debatem o presente e o futuro das 
atividades portuárias de forma mais estrutural, o que também interfere 
diretamente as atividades do dia a dia. Uma paralização dos operadores 
portuários sob orientação dos sindicatos ou da Fenop por direitos trabalhistas 
desrespeitados gera uma variável que intervém no funcionamento do modal. 
Já nos trâmites de averiguação, fiscalização, segurança e combate a 
crimes, estão a Receita Federal, a Guarda Portuária e as demais polícias, com 
destaque para a Polícia Federal. Esses agentes podem averiguar a carga, exigir 
os processos de declarações e recolhimento de taxas e outras medidas para 
liberarem/desembaraçarem carga, passageiros e tripulação. Os espaços e as 
atividades alfandegadas dispõem, por exemplo, de função direta dos 
funcionários da Receita Federal sobre importação e exportação. 
 
 
8 
Figura 1 – Receita Federal apreendendo carga 
 
Crédito: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo/Folhapress. 
Outros órgãos, como o Ministério da Agricultura, e os fiscais sanitários, 
como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), também estão 
presentes nos portos cujas cargas possuem obrigatoriedades em lei de serem 
avaliadas ou terem declarações de origem, qualidade e de risco pelos órgãos 
competentes. Para além dos órgãos e instituições, temos as empresas 
transportadoras e de logística, que oferecem serviços e monitoram as cargas de 
seus clientes, bem como as seguradoras e, em alguns casos, as organizações 
sociais, que monitoram impactos ambientais e trabalhistas dentro e nas 
proximidades da zona portuária. 
Todos esses agentes e muitos outros compõem o cenário de 
funcionamento de um porto no Brasil. Em outros países, muitos portos possuem 
 
 
9 
instituições semelhantes à nossa Receita Federal e à Marinha, bem como uma 
polícia ou um departamento governamental que fiscalizam e mantêm a 
segurança do espaço para que crimes como o narcotráfico e ambientais não 
ocorram. A própria Organização Marítima Internacional (fundada em 1948), 
como agência especializada das Nações Unidas, pode fazer vistorias pontuais 
ou ter representações fixadas por determinado tempo em portos ao redor do 
mundo, contribuindo para o combate a práticas discriminatórias e desleais por 
parte das empresas de navegação. 
TEMA 4 – ATORES ENVOLVIDOS NA GESTÃO AEROPORTUÁRIA 
Em aeroportos do Brasil e do mundo,existem diversos departamentos 
públicos e agências de fiscalização para analisar o que entra e o que sai. Aqui 
no Brasil, a gestão de operações conta com uma diversidade de funcionários e 
profissionais que lidam com cargas e passageiros. Esses profissionais, incluindo 
futuramente você, precisam estar cientes da presença de alguns atores 
importantes. Começamos com a Aeronáutica do Brasil, visto que o espaço aéreo 
brasileiro também faz parte da soberania nacional, assim como de qualquer outra 
nação. A Aeronáutica possui historicamente seus integrantes responsáveis 
especialmente pelo tráfego aéreo e pela segurança das rotas. É comum 
observarmos militares da Aeronáutica em diversos espaços de um aeroporto 
civil. 
Nesse sentido, a Aeronáutica cuida da segurança nacional aeroespacial 
e, por isso, mantém atividades e diálogos diretamente com as administradoras e 
demais operações em aeroportos. No entanto, no âmbito civil, desde 2005, existe 
a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que substituiu o Departamento de 
Aviação Civil (DAC). A Anac busca orientar as atividades públicas e privadas da 
aviação e se coloca como agente governamental que incentiva a modernização 
e os debates sobre o tema junto à sociedade civil. Como instituição de orientação 
e diálogo, a Agência tem presença confirmada em muitos aeroportos do país. 
Contudo, ao nos aproximarmos ainda mais das operações de cargas, 
encontramos, assim como nos portos, a Receita Federal e as Polícias Federal, 
Civil e Militar – as duas últimas por questões de segurança e possíveis crimes e 
investigações dos indivíduos. Já a Receita Federal e a Polícia Federal estão ali 
para fiscalizar as cargas, cuidar dos trâmites documentais e coibir crimes 
 
 
10 
nacionais e internacionais, como tráfico de drogas, de pessoas e de animais 
silvestres. 
Mais precisamente, a Receita Federal cuida das operações alfandegárias 
de importação e exportação – mas lembre-se: os trâmites de parametrização e 
desembaraço/liberação de mercadorias no Brasil devem iniciar com as 
declarações virtuais e com o recolhimento das guias de impostos e contribuições 
pagas. Não basta chegar com sua carga e tentar resolver tudo no espaço do 
aeroporto para exportação; isso poderá lhe causar muitos transtornos. 
Existem, ainda, órgãos fazendários governamentais, como as do 
Ministério da Agricultura (Anvisa e demais fiscalizações sanitárias), ambientais 
e de segurança. Também existem os institutos de estudos do clima e de 
meteorologia, órgãos de proteção ao consumidor, órgãos estaduais e 
municipais, representações de empresas de aviação, empresas transportadoras, 
distribuidoras de combustíveis, como a BR Distribuidora, Correios e outras 
empresas de malotes e courier. No caso das operadoras aéreas, é a Anac que 
busca orientar suas práticas e responsabilidades em compasso com a jurisdição 
brasileira e com as convenções internacionais. 
Funcionários da administradora do aeroporto, bem como terceirizados e 
as companhias aéreas de carga e de taxi aéreo, acabam criando redes de 
diálogos por sistemas de comunicação interna, como redes de intranet, 
radiocomunicadores e outros dispositivos. Por isso, em cada aeroporto do 
mundo, os atores relevantes variam, assim como as ferramentas de 
comunicação e de fiscalização. 
Uma dúvida frequente entre os profissionais em formação é: aeroportos 
privados possuem órgãos públicos? A resposta é sim. A Anac, a Receita Federal, 
as demais polícias e órgãos necessários para controle de carga também se 
fazem presentes em aeroportos internacionais de administração privada. O que 
pode ocorrer é que, em pequenos aeroportos privados, sem caráter 
internacional, alguns dos órgãos não se façam presentes, mas o registro de sua 
existência e os meios de comunicação devem estar livres para a vistoria das 
instituições governamentais competentes. Ao lidar com importação e exportação 
por via aérea no Brasil, deve-se seguir sempre as orientações da Anac e da 
Receita Federal para operações de cargas, a fim de iniciar as atividades de forma 
correta. 
 
 
11 
TEMA 5 – CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS DOS TIPOS DE GESTÃO 
PORTUÁRIA E AEROPORTUÁRIA 
Vimos, nesta aula, que portos e aeroportos, mais uma vez, possuem 
características semelhantes e distintas. No âmbito da gestão portuária, o grande 
volume de carga determina a forma como as operações em terra e mar ocorrem. 
Já no caso dos aeroportos, apesar de geralmente possuírem menor volume de 
carga, o fluxo de carga e descarga é muito mais intenso e rápido, o que também 
impacta as operações e a gestão em terra e no controle do tráfego aéreo. 
Tanto a Receita Federal como a Polícia Federal estão presentes como 
atores importantes das atividades. Contudo, a instância de orientação do 
governo e a regulação das atividades nos portos são de responsabilidade da 
Antaq; enquanto, nos aeroportos, são da Anac. Nos portos e aeroportos, também 
temos a presença das Forças Armadas do Brasil, como a Marinha e a 
Aeronáutica, respectivamente, cuidando da segurança nacional. Além dos 
órgãos governamentais, temos as empresas de transportes, de logística de 
cargas, para importação e exportação e outras movimentações, e as 
distribuidoras. 
 Com isso, podemos apontar outras características de gestão dos portos 
e aeroportos: a inovação e a modernização. A inovação pode ser confundida 
com a modernização, mas são conceitos distintos. Enquanto a inovação significa 
criar algo novo, especialmente soluções para desafios; a modernização significa 
adotar novos meios de operações, como adquirir máquinas, softwares e 
treinamentos de funcionários para otimizar os resultados. Isso é importante para 
a gestão, pois cabe aos gestores e funcionários apontarem desafios e, em 
conjunto, buscarem inovações de práticas para solucioná-los ou minimizar seus 
efeitos. Um exemplo de solução por inovação foi o aceite jurídico das retroáreas 
ou retroportos no Brasil, o que facilitou a logística de carga em processos 
alfandegários mesmo fora do porto tradicional. 
Já na modernização, é preciso criar meios de incentivar a pesquisa 
científica e profissional no espaço portuário/aeroportuário, bem como se 
conectar com os avanços tecnológicos ao redor do mundo. Atualmente, a maioria 
dos portos e aeroportos no Brasil e no mundo já passou pelos processos de 
informatização dos dados em sistemas virtuais. Muitos também compartilham 
seus dados com outros portos/aeroportos no mundo e com órgãos nacionais. 
 
 
12 
Contudo, a tecnologia avança de forma rápida, e esses espaços precisam 
sempre ter uma gestão financeira e tecnológica capaz de seguir o ritmo do 
desenvolvimento do resto do mundo. Caso contrário, o porto/aeroporto pode ficar 
com equipamentos e atividades defasados, o que acaba afastando clientes e 
aumentando a ociosidade comercial do estabelecimento. A competitividade em 
mercados livres é um ponto a ser pensado pelos gestores e funcionários. 
TROCANDO IDEIAS 
Chegou o momento de reflexão sobre o conteúdo. Por isso, selecionamos 
dois artigos para você ler e, se possível, debater sobre o tema com seus colegas 
e profissionais da área. O intuito das leituras é fomentar sua percepção crítica e 
analítica sobre o tema. 
O primeiro artigo, de Lourenço e Asmus (2015), intitulado “Gestão 
ambiental portuária: fragilidades, desafios e potencialidades no porto do Rio 
Grande, RS, Brasil”, traz a experiência da gestão ambiental sobre uma variável 
externa que interfere nas atividades do porto. O artigo está disponível em: 
<http://www.scielo.mec.pt/pdf/rgci/v15n2/v15n2a07.pdf>. 
O segundo, de Pessoa et al. (2020), intitulado “Cargas de trabalho na 
saúde do controlador de tráfego aéreo”, traz um pouco do dia a dia dos 
profissionais que trabalham em aeroportos e lidam com o tráfego aéreo, hoje 
com sérios problemas de gargalo logístico na capacidade de pouso e decolagem 
das aeronaves. O artigo estádisponível em: 
<http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rpot/v20n1/v20n1a06.pdf>. 
Ambos os artigos ajudarão você a pensar a relação entre o trabalho e o 
trabalhador nesses modais. Tente refletir sobre os pontos críticos para que, no 
futuro, você possa lidar bem com os desafios apresentados. 
NA PRÁTICA 
Como atividade prática para fixar o conhecimento sobre o tema, busque 
ler ou assistir a algumas entrevistas – na televisão, no Youtube, em blogs ou 
outras mídias – que tragam informações e relatos de profissionais que atuam em 
portos ou aeroportos, nacionais ou estrangeiros, e desenvolva sua percepção 
sobre os impactos das operações e das atividades diárias da profissão. Para 
melhor organizar a prática, siga os passos a seguir: 
 
 
13 
• Busque em uma mídia entrevistas de profissionais de portos ou 
aeroportos; pode ser apenas uma entrevista, mas é preciso que ela tenha 
relatos profissionais de atuação no dia a dia. 
• Esse profissional pode atuar em qualquer área do porto ou aeroporto; 
recomendamos que defina sua busca pelas áreas que você mais se 
interessa. 
• Faça um resumo das principais ideias, reclamações, elogios e 
sentimentos (positivos ou negativos) do profissional. 
• Com essas informações, busque traçar um comparativo com o que você 
acredita que é positivo e negativo caso viesse a assumir o trabalho do 
profissional em questão. 
• Se possível, compartilhe o relato com seus colegas, tendo em mente que 
o objetivo é refletir sobre as práticas portuárias/aeroportuárias junto a 
você enquanto futuro profissional. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, vimos os principais pontos de gestão, tanto internos como 
externos, de portos e aeroportos, especialmente no que tange às operações e 
seus segmentos de atividades. Apresentamos, ainda, uma série de atores que 
se fazem presentes nos espaços portuários e aeroportuários do Brasil, 
reforçando que, em cada nação, apesar de os atores mudarem, segue-se mais 
ou menos o mesmo padrão: fiscais, empresas de serviços, representações 
governamentais e de segurança. 
Além disso, estudamos as semelhanças e as diferenças na gestão de 
portos e aeroportos, bem como desafios de gestão a fatos e acontecimentos 
externos, como preço de combustível e intempéries climáticas. Uma série de 
fatores e acontecimentos interfere no dia a dia dos portos e aeroportos no Brasil 
e no mundo. Com isso, é possível entender com clareza os setores de atividades 
e operações, como também criar estratégias de gestão eficiente quando você for 
trabalhar em algum desses ambientes. O tema é complexo, e nem tudo cabe 
aqui. Por isso, aconselhamos que você busque maiores informações em sites 
oficiais do governo, de empresas administrativas e concessionárias de portos e 
aeroportos de sua região. 
 
 
14 
REFERÊNCIAS 
LOURENÇO, A. V.; ASMUS, M. L. Gestão Ambiental Portuária: fragilidades, 
desafios e potencialidades no porto do Rio Grande, RS, Brasil. Revista de 
Gestão Costeira Integrada, Lisboa, v. 15. N. 2, p. 225-235, 2015. Disponível 
em: < http://www.scielo.mec.pt/pdf/rgci/v15n2/v15n2a07.pdf>. Acesso em: 26 jul. 
2020. 
PESSOA, Y. S. R. Q. et al. Cargas de Trabalho na Saúde do Controlador de 
Tráfego Aéreo. Revista Psicologia Organizações e Trabalho, Brasília, v. 20, 
n. 1, p. 899-905, 2020. Disponível em: 
<http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rpot/v20n1/v20n1a06.pdf>. Acesso em: 26 jul. 
2020.

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