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Caso 08

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PEÇA CABÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
 
 
EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL 
 
 
PARTIDO POLITICO PXZ, pessoa jurídica de direito privado, ora 
representado por seu Presidente (NOME COMPLETO), nacionalidade, estado civil, profissão, 
inscrito no RG nº (...) e CPF nº (...), endereço eletrônico, residente e domiciliado (endereço 
completo), por seu advogado, devidamente constituído (NOME COMPLETO E OAB), com 
endereço profissional (endereço completo) para fins do artigo 106, inciso I do CPC, vem 
perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 102, I, a; 103, VIII; da CRFB/88, propor: 
 
 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE COM MEDIDA LIMINAR 
 
 
em defesa da LEI COMPLEMENTAR 135/2010, conforme especificará ao longo desta petição, 
nos termos e motivos que passa a expor, esperando que seja recebida e seguindo as 
formalidades de estilo do Regimento Interno do STF, seja distribuída, e ao final declarada a 
constitucionalidade da referida lei. 
 
 
I - DA LEGITIMIDADE 
 
A legitimidade ativa do partido político para a propositura da 
presente encontra assento no artigo 103, VIII, da CRFB/88, e conforme pacificado por esta 
corte, segundo o Ministro Celso de Mello, independe de pertinência temática 
 
“... os partidos políticos têm legitimidade para ajuizamento de ação direta de 
inconstitucionalidade, independentemente da matéria versada na norma 
atacada” 
 
“O reconhecimento da legitimidade ativa das agremiações partidárias para a 
instauração de controle normativo abstrato, sem as restrições decorrentes do 
vínculo de pertinência, constitui natural derivação da própria natureza e dos 
fins institucionais, que justificam a existência em nosso sistema normativo, 
dos partidos políticos.” (STF – AD I 1396). 
 
 
Portanto, o Requerente por ser considerado Autor Neutro e 
Universal encontra-se dispensado de demonstrar Pertinência Temática. 
 
 
II - DA COMPETÊNCIA 
 
Na forma do artigo 102, I, “a”, CRFB/88 é de competência originária 
do STF o processamento e julgamento da Ação Declaratória de Constitucionalidade de lei ou 
ato normativo federal. 
 
 
 
III - DO CABIMENTO 
 
Cabe demonstrar a controvérsia judicial sobre a aplicação da 
norma, uma vez que a ação declaratória de constitucionalidade visa resguardar a ordem 
jurídica constitucional, de modo a afastar o estado de incerteza ou insegurança jurídica 
sobre a constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, nos termos do artigo 14, III, 
da Lei nº 9.868/994 e artigo 102, I, “a”, da CRFB/88. 
 
Assim, cumpre salientar que alguns tribunais têm afastado a 
aplicação da Lei Complementar 135/2010 à atos ocorridos anteriormente a existência da 
citada lei, por reputá-la inconstitucional, supostamente em virtude de afronta ao 
princípio da segurança jurídica e da irretroatividade da lei mais gravosa. 
 
 
 
 
IV - DOS FATOS 
 
 
O autor informa que a Lei Complementar nº 135, de 04 de junho 
de 2010 que altera a Lei Complementar nº 064, de 18 de maio de 1990, que estabelece, 
de acordo com o § 9º do artigo 14 da Constituição Federal, casos de inelegibilidade, 
prazos de cessação e determina outras providências, para incluir hipóteses de 
inelegibilidade que visam a proteger a probidade administrativa e a moralidade no 
exercício do mandato. 
 
Sendo que há controvérsia já que o TRE de Sergipe, adotou 
entendimento segundo o qual a lei constitui ofensa aos princípios da irretroatividade da 
lei mais gravosa e da segurança jurídica (conforme julgados), enquanto o TRE de Minas 
Gerais optou por adotar o entendimento do TSE, segundo o qual a Lei Complementar se 
aplica às condenações anteriores. 
 
A Lei complementar 135, de junho de 2010 versa sobre a 
questão de inelegibilidades infraconstitucionais, na forma do disposto no art. 14, § 9º da 
CRFB/88, sendo prevista sua aplicação até mesmo quando se estiver diante de fatos 
ocorridos antes do advento do referido diploma legal, sem que isso cause qualquer 
prejuízo ao princípio da irretroatividade das leis e da segurança jurídica. 
 
Informa, ainda, a existência de controvérsia judicial relevante 
sobre a aplicação da citada lei, apresentando-se divergência nos Tribunais Eleitorais 
sobre a aplicação dos dispositivos trazidos pela Lei Complementar 135/2010 a fatos que 
tenham ocorrido antes do advento do novel diploma de inelegibilidades. 
 
Assim, como há controvérsia sobre a possibilidade de aplicação 
das hipóteses de inelegibilidade instituídas pela Lei Complementar 135/2010, a atos 
jurídicos que tenham ocorrido antes do advento do diploma legal, o partido PPXY, 
temeroso de que surjam questionamentos dos candidatos que vierem a ser impugnados 
nas eleições de 20xx, sobre a constitucionalidade da aplicação da referida lei, já que a 
indefinição da questão pode causar grave insegurança jurídica nas eleições vindouras, 
pretende propor ação para que haja pronunciamento sobre o tema, e para tanto 
pretende demonstrar que a aplicação dos dispositivos da lei a situações ocorridas antes 
da existência desta não ofende o dispositivo nos incisos XXXVI e XL, do artigo 5º, da 
CRFB. 
 
 
V - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
 
Essa lei deve ser declarada constitucional, porque ela não viola o 
princípio da irretroatividade da lei prevista no art. 5º XL da CRFB/88. A lei não atinge eleições 
anteriores, ou seja, mandatos legítimos anteriores e sim ela vai se aplicar a futuras eleições. 
 
No entanto com relação a fatos pretéritos dos futuros candidatos, 
portanto não vai violar o princípio da segurança jurídica porque as eleições anteriores 
ficaram lá conservadas por seus legítimos eleitos. 
 
Essa lei vai privilegiar a moralidade administrativa pois vai 
resguardar a população quanto aos futuros mandatos eletivos, vamos saber de antemão 
quem tem condições tem a ficha limpa para assumir mandatos eletivos. 
 
 Permita-nos trazer à baila informações sobre a citada lei complementar: 
 
Lei Complementar nº 135, de 04 de junho de 2010. Altera a Lei Complementar 
nº 064, de 18 de maio de 1990, que estabelece, de acordo com o § 9º do 
artigo 14 da Constituição Federal, casos de inelegibilidade, prazos de cessação 
e determina outras providências, para incluir hipóteses de inelegibilidade que 
visam a proteger a probidade administrativa e a moralidade no exercício do 
mandato. 
 
De início, no mérito, cabe ponderar a razoabilidade da expectativa de 
um indivíduo de concorrer a cargo público eletivo, à luz da exigência constitucional de moralidade 
para o exercício do mandato (artigo 14, §9º, CRFB/88), resta afastada em face da condenação 
prolatada em segunda instância ou por um colegiado no exercício da competência de foro por 
prerrogativa de função, da rejeição de contas públicas, da perda de cargo público ou do 
impedimento do exercício de profissão por violação de dever ético -profissional. 
 
Assim, não é plausível a tese de ofensa ao princípio da segurança 
jurídica, posto que nenhum cidadão tem o direito inato e inalienável a se candidatar. Todo e 
qualquer pedido de registro de candidatura deve passar pelo crivo da Justiça, sendo que 
aquele momento em que é formalizado o pedido de registro é o marco temporal para a 
aferição da capacidade eleitoral passiva. 
 
Ademais, quanto a presunção de inocência consagrada no art. 5º, 
LVII, da Constituição Federal, esta deve ser reconhecida como uma regra e interpretada com 
o recurso da metodologia análoga a uma redução teleológica, que reaproxime o enunciado 
normativo da sua própria literalidade, de modo a reconduzi-la aos efeitos próprios da 
condenação criminal, sob pena de frustrar o propósito moralizante do art. 14, §9º, da 
Constituição Federal. 
 
Acrescente-se aos argumentos que o direito político passivo (ius 
honorum) é possível de ser restringido pela lei, nas hipóteses que, in casu, não podem ser 
consideradasarbitrárias, porquanto se adequam à exigência constitucional da razoabilidade. 
 
No caso em tela, o princípio da proporcionalidade resta prestigiado 
pela Lei Complementar nº 135/10, na medida em que: (i) atende aos fins moralizadores a que 
se destina; (ii) estabelece requisitos qualificados de inelegibilidade e (iii) impõe sacrifício à 
liberdade individual de candidatar-se a cargo público eletivo que não supera os benefícios 
socialmente desejados em termos de moralidade e probidade para o exercício de referido 
munus público. 
 
Assim, o exercício do ius honorum (direito de concorrer a cargos 
eletivos), em um juízo de ponderação no caso das inelegibilidades previstas na Lei 
Complementar nº 135/10, opõe-se à própria democracia, que pressupõe a fidelidade política 
da atuação dos representantes populares. 
 
Portanto, a Lei Complementar nº 135/10 também não fere o núcleo 
essencial dos direitos políticos na medida em que estabelece restrições temporárias aos 
direitos políticos passivos. 
 
 
 VI - CONCESSÃO DA MEDIDA CAUTELAR 
 
Torna-se imprescindível, in casu, a concessão de medida cautelar 
inaudita altera pars (com fulcro no artigo 21, da Lei Federal nº 9.868/99), para que seja 
declarada a aplicabilidade das hipóteses de inelegibilidade previstas na lei objeto da presente 
ação. 
 
O fumus boni iuris reside nas razões expendidas, que demonstram a 
discussão acerca da Lei Complementar. O periculum in mora surge em perfunctória análise. 
 
Trata -se de aplicação de norma que diz respeito a cidadania, sendo 
que sua aplicação exige segurança e certeza, deforma a evitar divergências e descredito a Lei 
Complementar 135/2010. 
 
 
VII - DOS PEDIDOS 
 
Ante o exposto, requer: 
 
1) a CONCESSÃO DA MEDIDA CAUTELAR para, liminarmente, suspender os efeitos de 
quaisquer decisões que, direta ou indiretamente, neguem vigência à lei complementar 
135/2010 por considerá-la inconstitucional, até o julgamento em definitivo da presente 
ação; 
 
2) a oitiva do Procurador-Geral da República; 
 
3) que sejam solicitadas informações as autoridades competentes; 
 
4) a procedência do pedido com a declaração de constitucionalidade da Lei 
Complementar 135/2010, no que tange a sua aplicação à fatos ocorridos anteriores a 
sua existência, com efeitos ex tunc, erga omnes e vinculante. 
 
VIII - DAS PROVAS 
 
 
Requerer a produção das provas admitidas em direito na forma 
do artigo14º, parágrafo único, da Lei 9.868/99, em especial documental (em anexo 
cópia das decisões judiciais). 
 
 
 
 
IX - DO VALOR DA CAUSA 
 
 
 
Dá-se à causa o valor de R$ (...), para fins procedimentais. 
 
 
 
 
 Nestes termos, 
 
 Pede deferimento. 
 
 
 Local e data 
 
 Advogado 
 
 OAB/UF

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