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5º TRABALHO DE METODOLOGIA E EDUCAÇÃO

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
 CAMPUS R9 TAQUARA	
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
5º ESTUDO DIRIGIDO 
METODOLOGIA DO ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Professor: Luiz Antônio Leitão
Matrícula: 201702397408
Aluno: Julio da Silva e Costa
Campus: R9 Taquara
Rio de Janeiro
2020
	Introdução 	
	Nas últimas décadas, vem se consolidando, na Educação Infantil, a concepção que vincula educar e cuidar, entendendo o cuidado como algo indissociável do processo educativo. Nesse contexto, as creches e pré-escolas, ao acolher as vivências e os conhecimentos construídos pelas crianças no ambiente da família e no contexto de sua comunidade, e articulá-los em suas propostas pedagógicas, têm o objetivo de ampliar o universo de experiências, conhecimentos e habilidades dessas crianças, diversificando e consolidando novas aprendizagens, atuando de maneira complementar à educação familiar – especialmente quando se trata da educação dos bebês e das crianças bem pequenas, que envolve aprendizagens muito próximas aos dois contextos (familiar e escolar), como a socialização, a autonomia e a comunicação. Nessa direção, e para potencializar as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças, a prática do diálogo e o compartilhamento de responsabilidades entre a instituição de Educação Infantil e a família são essenciais. Além disso, a instituição precisa conhecer e trabalhar com as culturas plurais, dialogando com a riqueza/diversidade cultural das famílias e da comunidade. (BNCC, 2018, p. 36)
	Após a aprovação da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em dezembro de 2017, começaram as discussões visando a melhor forma de programar as novas diretrizes da BNCC na Educação Infantil de todo o país.
	Nessa etapa da Educação Básica, a BNCC define direitos de aprendizagem e os campos de experiências substituem as áreas do conhecimento do Ensino Fundamental. Em cada campo existem objetivos de aprendizado e desenvolvimento do aluno, em vez de unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades.
	É responsabilidade das escolas garantir que seus alunos receberão, em sala de aula, as competências gerais estabelecidas pelo documento. Dessa forma, o cenário educacional nacional se torna mais justo e igualitário para todas as crianças.
	
Educação Infantil 
	Para apoiar a implementação da parte da Educação Infantil da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o documento “BNCC na Educação Infantil” visa servir de ferramenta aos gestores municipais encarregados de fazer com que os novos currículos, alinhados à BNCC, cheguem às escolas e creches de todo país.
	Com foco na revisão dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPPs), e na formação continuada de professores, o documento traz informações, orientações, sugestões de atividades e oficinas e pode ser considerado um complemento ao Guia de Implementação da Base Nacional Comum Curricular (https://implementacaobncc.com.br/)
 O documento completo e outros materiais de apoio do Movimento Pela Base para compreender e aplicar os Campos de Experiências da BNCC nos currículos, PPPs e nas práticas de sala de aula: http://bit.ly/BNCCEdInfantil
Dividido em quatro eixos, o documento apresenta:
1) as especificidades da BNCC para a Educação Infantil;
2) O papel dos municípios na elaboração de currículos alinhados a BNCC;
3) como apoiar a revisão dos PPPs nas escolas e creches;
4) O que planejar e abordar na formação continuada.
	Este material é uma realização do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais (CEIPE), da Fundação Getúlio Vargas, em parceria com o Movimento pela Base Nacional Comum Curricular*, a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) e a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. 
	O objetivo da iniciativa é contribuir para que os novos currículos cheguem de forma efetiva a creches e pré-escolas e garantindo os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, determinados pela BNCC, de todos os bebês e crianças.
	A BNCC define seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento para as crianças de 0 a 5 anos e 11 meses. São eles: Conviver, Brincar, Participar, Explorar, Expressar e Conhecer-se. Além disso, propõe dois eixos estruturantes para a prática pedagógica na Educação Infantil (interações e brincadeiras) e uma organização curricular por Campos de Experiências, com objetivos de aprendizagem e desenvolvimento por faixas etárias.
As partes da Educação Infantil da BNCC e do Ensino Fundamental da BNCC foram aprovadas em dezembro de 2017, após um processo de construção democrático e participativo, que contou com contribuições de educadores, especialistas e toda a sociedade. Normatizada pelo Conselho Nacional de Educação, a BNCC passa a valer nas escolas e creches a partir de 2020. Em 2018, todos os estados firmaram regime de colaboração com os municípios para a construção dos currículos dos territórios alinhados à BNCC. Até junho de 2019, 22 territórios já contam com novos referenciais curriculares alinhados à BNCC. Este ano, o próximo passo da implementação da BNCC será a formação continuada dos professores. 
	A Base Nacional Comum Curricular que tem como objetivo garantir aos estudantes o direito de aprender em um conjunto fundamental de conhecimentos e habilidades comuns em todo o país, sendo em escolas públicas e privadas, urbanas e rurais de todo o Brasil. Dessa forma, espera-se diminuir as desigualdades educacionais existentes no Brasil, igualando e elevando a qualidade do ensino. Vale salientar também que a base tem como objetivo formar discentes com habilidades consideradas fundamentais para o século XXI, promovendo a modernização dos recursos e das práticas pedagógicas promovendo a atualização do corpo docente das instituições de ensino. (BRASIL, 2017). 
	De acordo com (BRASIL, 2017) essa área trata dos conhecimentos relevantes a desempenho dos sujeitos em práticas de linguagem, em variadas campos de comunicação humana, ou seja, da área mais formal até as mais elaboradas. Pois de acordo com a BNCC esses conhecimentos possibilitam mobilizar e abranger os recursos expressivos para a construção do sentido com o outro e diferentes áreas de atuação. Possibilitam também entender como o ser humano se compõe como sujeito e como ele se insere no mundo atual. Nessa perspectiva a Educação Física entendida como a área da linguagem, visa compreender o fortalecimento sociocultural das linguagens e possibilitar expandir as probabilidades de uso das práticas de linguagens, aceitarem a organização interna dessas manifestações e como elas organizam as relações humanas. 
	A partir do ano letivo de 2019, algumas mudanças propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) devem começar a aparecer nas escolas de todo o país. Tanto a BNCC na Educação Infantil quanto no Ensino Fundamental traz diretrizes que devem ser implementadas até 2020. A Base não é um currículo, mas sim um documento que define o conjunto de aprendizagens fundamentais, as quais os alunos da Educação Básica devem desenvolver.
	Nesse sentido, a Educação Infantil se configura como a primeira etapa da Educação Básica, ou seja, é nela que o processo educacional tem início. Segundo a BNCC: A entrada na creche ou na pré-escola significa, na maioria das vezes, a primeira separação das crianças dos seus vínculos afetivos familiares para se incorporarem a uma situação de socialização estruturada.
	O que já era realidade antes da BNCC na Educação Infantil?
Antes de pontuarmos os novos focos da BNCC na Educação Infantil, vamos discutir o que já havia antes da homologação do documento. Vamos lá?
· A BNCC não invalida os documentos e leis que já estão postos; portanto, as diretrizes educacionais anteriores a Base continuam valendo. Assim, a BNCC propõe um conjunto de orientações às equipes pedagógicas para a elaboração dos currículos.
· Os eixos de estruturais da Educação Infantil continuam os mesmos, conforme propõe as Diretrizes Curriculares Nacionais, de 2009, e os documentos relativos ao segmento. Portanto, interagir e brincar continuam sendo o foco do trabalho com essesalunos.
Além desses dois pontos, é importante ressaltar que a BNCC da Educação Básica integra não só o segmento da Educação Infantil, mas também o Ensino Fundamental e o Ensino Médio (já homologada pelo ministro da Educação). Dessa forma, as Competências Gerais da BNCC não mudam, elas são as mesmas para todos os segmentos.
	Qual o novo foco com a BNCC na Educação Infantil?
	No próximo ano, a BNCC trará a orientação de trabalhar com foco nos eixos estruturais, direitos de aprendizagem da criança e campos de experiência. Eles já existiam, mas com a Base ganham um enfoque maior na prática pedagógica e na rotina escolar.
	Os eixos estruturais, interagir e brincar, são importantes para que a criança consolide sua aprendizagem. É a partir da brincadeira e da interação que ela desenvolve, nesta etapa, as estruturas, habilidades e competências que serão importantes ao longo de toda a vida.
	Apesar de não serem definidos como Educação Física, a BNCC menciona aprendizados essenciais relacionados ao corpo na educação de crianças entre 0 e 5 anos e 11 meses de idade. Veja alguns pontos abaixo.
Bebês (zero a 1 ano e 6 meses) devem aprender a:
· Perceber as possibilidades e os limites de seu corpo nas brincadeiras e interações das quais participam.
· Movimentar as partes do corpo para exprimir corporalmente emoções, necessidades e desejos.
· Imitar gestos e movimentos de outras crianças, adultos e animais.
· Utilizar os movimentos de preensão, encaixe e lançamento, ampliando possibilidades de manuseio de diferentes objetos.
· Vivenciar diferentes ritmos, velocidades e fluxos nas interações e brincadeiras (em danças, balanços, escorregadores etc.).
Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) devem aprender a:
· Deslocar seu corpo no espaço, orientando-se por noções como em frente, atrás, no alto, embaixo, dentro, fora etc., ao se envolver em brincadeiras e atividades de diferentes naturezas.
· Explorar formas de deslocamento no espaço (pular, saltar, dançar), combinando movimentos e seguindo orientações.
· Desenvolver progressivamente as habilidades manuais, adquirindo controle para desenhar, pintar, rasgar, folhear, entre outros.
Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses) devem aprender a:
· Demonstrar valorização das características de seu corpo e respeitar as características dos outros (crianças e adultos) com os quais convivem.
· Criar com o corpo formas diversificadas de expressão de sentimentos, sensações e emoções, tanto nas situações do cotidiano quanto em brincadeiras, danças, teatro, música.
· Criar movimentos, gestos, olhares e mímicas em brincadeiras, jogos e atividades artísticas como danças, teatro e música.
· Reciclar para brincar: com esse material, o professor pode integrar uma atividade de artes com brincadeiras corporais e ter as primeiras conversas sobre meio ambiente.
· 10 ideias para promover atividades físicas na escola: esse conteúdo pode ser impresso e espalhado pela escola, para as crianças imitarem os movimentos dos desenhos e brincarem em grupo.
· Jogos e Brincadeiras: ótimo para desenvolver coordenação motora e trabalho em equipe com as crianças.
· Água: fonte de vida, esporte e saúde: principalmente para as crianças mais velhas, esse conteúdo ajuda a ensinar sobre desperdício de água através do esporte.
· Desenvolvendo autoconfiança corporal: conteúdo para falar das características e do respeito ao corpo.
· Ideias de aquecimento: se para os adolescentes o aquecimento é uma etapa que antecede a prática esportiva, para as crianças pode ser a atividade principal, ao treinar movimentos de corpo e deslocamento no espaço.
· Dança: mesmo o professor com a “cintura dura” pode ensinar os pequenos alunos a dançarem. Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
	Gallardo (2005) relata que a escola, como local voltado para a educação, deve proporcionar nas aulas de Educação Física um saber fazer das praticas corporais e um saber sobre esse fazer, ou seja, superar a pratica pela pratica e conscientizar-se de que não há pratica neutra, pois nela estão implícitas ou explicitas filosofias, visões de mundo, valores e interesse.
	 A Educação Física, segundo Rolim (2004), ao surgir na Educação Infantil, teve como função instrumentalizar o aspecto psicomotor das crianças através de atividades que envolvessem a área motora, o que, supostamente, possibilitaria um maior sucesso na alfabetização, dando suporte às aprendizagens de cunho “cognitivo”. Esta perspectiva de Educação Física vinculava-se aos princípios da Educação Infantil de cunho compensatório
 	Sobre a prática pedagógica da Educação Física na Educação Infantil, Kunz (2001) registra que a importância de se desenvolver movimentos está na objetivação de proporcionar à criança, um conhecimento maior de si mesmo e do mundo à sua volta.
    	O movimento, segundo Neira (2003) é mais que o deslocamento do corpo no espaço, ele se apresenta como linguagem que permite a ação da criança sobre o meio físico e sua atuação sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo.
    	Considerando-se a literatura em Educação Física sobre a faixa etária dos alunos da Educação Infantil, constata-se que a capacidade de movimento não é inata, significando que a qualidade e a quantidade de experiências motoras adequadas são fundamentais para o estabelecimento de um acervo motor rico e flexível que permita aprendizagens mais complexas. (FERRAZ e MACEDO, 2001)
   	 “Assim, ao brincar, jogar, imitar e criar ritmos e movimentos, as crianças também se apropriam do repertório da cultura corporal na qual estão inseridas. Neste sentido, as instituições educacionais devem favorecer um ambiente físico e social onde a criança se sinta estimulada e segura para arriscar-se e vencer desafios. Quanto mais rico e desafiador for o ambiente (do ponto de vista dos movimentos), mais ele lhe possibilitará a ampliação de conhecimentos sobre si mesma, dos outros e do meio em que vive.” (NEIRA, 2003, P. 115)
    	Desde o primeiro contato com o mundo, segundo Kunz citado por Burger e Krug (2009), o inicial e mais importante diálogo com o mundo se realiza por intermédio do movimento, e durante todo o nosso desenvolvimento, ainda é com movimentos e gestos que melhor conseguimos nos situar e entender o mundo e os outros ao nosso redor. Através do movimento, da expressão do corpo e na relação com nossos sentidos temos experiência do mundo e nos comunicamos com ele e com outras pessoas, estabelecendo bases para a construção de nosso conhecimento sobre as coisas.
    	Segundo Guimarães (2000) apud Silva (2008) a Educação Física escolar visa a globalização do indivíduo por meio da comunicação, da expressão e de interação social. Registra também que o professor deve ser o mediador, proporcionando instrumentos para que a criança amplie seu conhecimento no ambiente escolar, obtendo cultura e respeitando suas origens. O meio educacional é responsável por oferecer à criança, práticas motoras diversificadas, pois ela é essencial e determinante no processo de desenvolvimento. Os professores têm papel fundamental nesse processo de desenvolvimento, como também na ampliação dos conhecimentos da criança.
    	O movimento precisa ser trabalhado de uma maneira que desenvolva o indivíduo integralmente, principalmente na Educação Infantil, para que a criança possa conhecer a si própria, testar seus limites, modificar seus gestos, compreender a função de seus movimentos e criar novos movimentos que a auxiliem a superar suas dificuldades. Para isso, é imprescindível que os professores de Educação Física realizem um trabalho consciente, para que se passe a valorizar essa área e, principalmente, se acredite efetivamente na sua importância.
    	De acordo com Mello (2007), na Educação Infantil ainda se verifica que são poucos os exemplos em que as aulas de Educação Física são ministradas por professores graduados nessa área e, nem sempre, estes têm em sua formação disciplinas que enfatizam a faixa etária de 0 a 6 anos, e para reforçar a questão registra:
   	 “Por isso, aindaencontramos, nas escolas desse nível de ensino, duas situações extremas: aulas denominadas de Educação Física que não têm a sistematização necessária e traz atividades muito parecidas com os esportes; ou brincadeiras na areia e equipamentos do parque, sem nenhuma diretividade em nenhum momento”. (MELLO, 2001, p. 4)
    Gallahue e Ozmun (2005) registram que a Educação Física na Educação Infantil é necessária e enfatiza sua relevância no desenvolvimento integral do indivíduo, compreendendo os aspectos motor, cognitivo e afetivo-social. Freire (1997), segundo os autores, complementa quando apresenta que as experiências motoras adequadas refletem-se na alfabetização e raciocínio lógico-matemático.
    	Na Educação Infantil, a Educação Física desempenha um papel de relevada importância, pois a criança desta fase está em pleno desenvolvimento das funções motoras, cognitivas, emocionais e sociais, passando da fase do individualismo para a das vivências em grupo. A aula de Educação Física é o espaço propício para um aprendizado através das brincadeiras, desenvolvendo-se os aspectos cognitivo, afetivo-social, motor e emocional conjuntamente. (MAGALHÃES, KOBAL, GODOY, 2007).
Ensino Fundamental I
A componente Educação Física no Ensino Fundamental
	1ºao 5º § - Apresenta descrição conceitual da Educação Física. Destaca o propósito “autoral” como espaço criado no currículo escolar, de uma educação que se pretende integral, para as questões relacionadas à formação do corpo. Aponta o papel da Educação Física de enriquecer as experiências das crianças em relação aos saberes corporais presentes nas culturas. Aborda como o conteúdo deve ser flexível e considerar os significados culturais, não se restringindo as dimensões técnicas e biológicas. Que os resultados da aplicação desses conteúdos geram tipos de conhecimentos muito particular e insubstituível. Delimita os saberes corporais ligados à Educação Física que pressupõem o componente lúdico, pois as características apontadas descrevem as atividades que assumem o formato de um jogo. Aponta para saberes além da racionalidade predominante na escola. Reforça que o lócus dessas práticas está fora de propósitos específicos e instrumentais, delimitando-o no lazer e cuidado da saúde. Cita algumas aprendizagens pretendidas: vivenciar (experimentar na prática), aprender a jogar melhor (para se divertir e cuidar da saúde).
	Na sua formatação atual, o Ensino Fundamental é dividido em Anos Iniciais e anos finais. Os anos iniciais compreende o ciclo do 1º ao 5º ano, onde a criança ingressa no 1º ano aos 6 anos de idade completos, preferencialmente após passar pelas escolinhas de educação infantil. Já nos Anos Finais, que compreende do 6º ao 9º ano o educando adentra após conseguir aproveitamento total de todos os conhecimentos e saberes dos ciclos imediatamente anteriores (BRASIL, 1996).
	Após homologação da versão final da BNCC (BRASIL, 2017) que contempla a educação infantil e ensino fundamental, inicia-se a ampla divulgação do documento nas Instituições escolares, gerando muitas expectativas aos professores, principalmente naqueles que não estavam por dentro ou não acompanharam o processo de construção da base. Assim, tecemos algumas considerações no sentido de deixar evidente o que a BNCC propõe para o ensino fundamental mais especificamente na educação infantil e nos anos inicias. O ensino fundamental está organizado em cinco áreas de conhecimento, sendo: Linguagens; Matemática; Ciências da Natureza; Ciências Humanas e Ensino Religioso. A Educação Física está inserida na área de Linguagens, a qual é composta pelos seguintes componentes curriculares: Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, e nos anos finais do ensino fundamental está incluída a Língua Inglesa (BRASIL, 2017).
	O Ensino Fundamental é um dos níveis da Educação Básica, obrigatório e gratuito nas escolas públicas e atende crianças a partir dos seis anos de idade. O objetivo principal dessa modalidade de ensino é a formação básica do cidadão. Desde 2006, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB Lei 9394/96 (BRASIL, 1996) essa formação passou de 8 anos para 9 anos. Passando a ser dividido em anos iniciais, que compreende do 1º ao 5º ano, sendo que a criança ingressa no 1º ano aos 6 anos de idade e anos finais compreende do 6º ao 9º ano (IPEA, 2006). Além da LDB, o Ensino Fundamental é regrado por outros documentos, como as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental, o Plano Nacional de Educação - Lei nº 10.172/2001 (BRASIL, 2001), os pareceres e resoluções do Conselho Nacional de Educação (CNE) e as legislações de cada sistema de ensino.
    	Segundo Betti e Zuliani (2002) a concepção de Educação Física e seus objetivos na escola devem ser repensados, com a correspondente transformação de sua prática pedagógica. A Educação Física deve assumir a responsabilidade de formar um cidadão capaz de posicionar-se criticamente diante das novas formas da cultura corporal de movimento, tais como o esporte-espetáculo dos meios de comunicação, as atividades de academia e as práticas alternativas (BETTI, 1994).
	Para muitos a pratica da educação física nas escolas é vista como mera atividade recreativa, o reflexo desse pensamento equivocado está nos alarmantes números de pessoas que desenvolvem obesidade, diabetes, hipertensão entre outras doenças relacionadas ao sedentarismo (PAES, 1996). Adotar a atividade física como parte fundamental da grade escolar cria um vínculo da criança com a atividade que dificilmente será deixado de lado na vida adulta.
    	Com o surgimento da tecnologia e da urbanização, muitos pais acham mais seguro manter seus filhos em sua casa longe da prática de atividades físicas. Dado este fenômeno, essa estimulação à prática fica a cargo do período e ciclos escolares que possui caráter obrigatório na grade curricular no Brasil (DARIDO et al., 1999).
   	 A possibilidade da criança se exercitar apenas durante o período de aulas é mais um fator que evidencia a importância da educação física no ambiente escolar. As crianças contemporâneas cada vez mais adeptas de atividades que não envolvam movimento, como jogar videogames e acessar a internet, têm na escola a chance de entender e aprender por consequência tomar gosto por atividades esportivas e assim encaminhando-os para a aquisição de hábitos saudáveis para uma melhor qualidade de vida (DARIDO, 2004).
	Documento disponibiliza um quadro com as competências gerais da BNCC, as competências são ligadas ao viés de garantia de direito de aprendizagem e desenvolvimento, o documento também propõe habilidades e competências de caráter obrigatório para os componentes curriculares, para assim garantir o direito do cidadão ao acesso as aprendizagens essenciais (PESSOA, 2018). 
	Rufino e Souza Neto (2016) destacam que para cada etapa são estabelecidos objetivos de aprendizagens de cada um dos componentes curriculares, também são apresentadas algumas informações específicas sobre cada disciplina e relações com as etapas de ensino. 
	Segundo Neira e Souza Junior (2016, p. 196) compreender a Educação Física como componente da área de Linguagens “significa promover atividades didáticas que auxiliem os estudantes a ler e produzir as manifestações culturais corporais, concebidas como textos e contextos constituídos pela linguagem corporal”.
	No que tange aos anos iniciais do ensino fundamental, a BNCC (BRASIL, 2017) passa a dar ênfase nas situações lúdicas de aprendizagem, ao mesmo tempo, destaca a necessidade de uma articulação com as experiências vivenciadas durante a Educação Infantil, sendo necessária ser de forma progressiva a sistematização das vivências e do desenvolvimento das crianças (PINHEIRO, 2018). 
	A BNCC (BRASIL, 2017) busca proporcionar aos alunos participar de práticas de linguagens diversificadas, por meio das quais possam ampliar o campo das capacidades expressivas em manifestações artísticas, corporais e linguísticas, dando continuidade as vivências e experiências desenvolvidas na Educação Infantil. Nos anos iniciaisdo ensino fundamental, os componentes curriculares propiciam inúmeras práticas, principalmente aquelas ligadas às culturas infantis tradicionais e contemporâneas.
	Durante as aulas de Educação Física essas práticas corporais devem ser desenvolvidas como “fenômeno cultural dinâmico, diversificado, pluridimensional, singular e contraditório” (BRASIL, 2017, p. 211).
	A BNCC (BRASIL, 2017) enfatiza que a Educação Física possibilita o enriquecimento das experiências das crianças, jovens e adultos, por meio do acesso a um vasto universo cultural, pautado com saberes corporais, experiências estéticas, emotivas, lúdicas e agonistas. O referido documento elenca três elementos fundamentais comuns às práticas corporais, os quais são: movimento corporal como elemento essencial; organização interna, atrelada por uma lógica especifica; produto cultural vinculado ao lazer/entretenimento e/cuidado com o corpo e a saúde (BRASIL, 2017).
	Desde a década de oitenta até os dias atuais, é política de estado a ampliação das oportunidades de escolarização para a população. Praticamente se universalizou o acesso e a permanência no ensino fundamental, por meio de diversos mecanismos ampliando assim significativamente os índices de conclusão dos níveis escolares. Segundo o Censo Escolar do INEP, em 2002, 2,78 milhões de estudantes concluíram a oitava série, o que representa aproximadamente 80% da população na coorte etária (OLIVEIRA, 2007).
   	Segundo Arelaro (2005) tal processo originou uma demanda por expansão de todo o sistema educacional brasileiro, notadamente a partir das etapas posteriores ao ensino fundamental. Ao mesmo tempo, avulta a preocupação por qualidade no ensino fundamental, problema historicamente pouco visível diante dos mais evidentes e pungentes processos de exclusão gerados pelos altos índices de reprovação e evasão observados anteriormente.
	Para Neira (2018) a análise da base demonstra mais problemas do que pontos positivos, assim, os professores precisam assumir uma postura crítica em relação ao que está posto, ao contrário, restará arcar com as consequências que esta política curricular trará para o futuro. 
	Sendo assim, o texto não possui discussões do que fundamenta esse conceito da base, ensinar práticas corporais, termo muito abstrato para os professores da escola, se for adotado de forma acrítica, pode ser desenvolvido na perspectiva da aptidão física, colocando em risco a construção de avanços efetivos na prática pedagógica da Educação Física nas escolas (PESSOA, 2018). 
	Piovesan (2018) faz uma análise e constata que a BNCC (BRASIL, 2017) promove questionamentos ao definir competências e habilidades, para o autor limita pedagogicamente o professor que precisa com urgência de valorização, por meio de formação, ambiente adequado de trabalho e salário digno. 
	Concordamos como Zambon (2017) que a BNCC (BRASIL, 2017) pode trazer mudanças profundas na educação brasileira, no entanto, como possui um caráter eminentemente obrigatório, precisa ser implantada de forma gradativa, a partir de reflexões com consciência e comprometimento dos agentes envolvidos, ao analisar a base proposta para o os anos iniciais do ensino fundamental, sentimos a ausência da fundamentação de alguns conceitos utilizados durante o texto, os quais seriam essenciais para a compreensão de mundo e de sujeito que o documento normativo pretende formar. 
	O QUE SÃO PRÁTICAS CORPORAIS?
Segundo a BNCC as Práticas Corporais são atividades corporais realizadas fora de obrigações, como no trabalho, nas atividades domésticas, nas atividades religiosas pu higiênicas. Por exemplo, vender picolé na caminhando pela prática, não é uma prática corporal, já jogar Frescobol na praia é uma prática corporal.
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS COMUNS ÀS PRÁTICAS CORPORAIS
· Movimento corporal como elemento essencial (a especificidade da Educação Física é o corpo e o movimento);
· Organização interna (de maior ou menor grau), pautada por uma lógica específica;
· Produto cultural vinculado com o lazer/entretenimento e/ ou o cuidado com o corpo e a saúde.
COMO TEMATIZAR AS PRÁTICAS CORPORAIS?
	Para Tematizar uma prática corporal o professor de Educação Física deve abordá-la de diversas formas e não mais focando apenas no gesto técnico, na competição e na aptidão física. O professor pode, por exemplo:
· Discutir, analisar e refletir com os alunos sobre uma vivência corporal que foi realizada;
· Utilizar recursos multimídia para preparar uma vivência prática posterior;
· Levar os alunos para visitar locais onde determinada prática corporal acontece, contemplando, analisando, refletindo e dialogando com os praticantes locais;
· Convidar grupos de fora da escola para uma apresentação de uma determinada prática corporal.
	Por exemplo, a prática corporal Capoeira, pode ser abordada a partir da vivência dos seus movimentos técnicos, mas também analisando e refletindo sobre sua origem, assistindo filmes ou documentários sobre essa prática, levando os alunos a uma roda de Capoeira que aconteça no bairro ou trazendo um grupo de Capoeira para se apresentar na escola. 
Os conteúdos da Educação Física no Ensino Fundamental são divididos em seis unidades temáticas:
UNIDADE TEMÁTICA 1: BRINCADEIRAS E JOGOS
	Exploram as atividades com limites de tempo e espaço, regras definidas, obediência de cada participante ao que foi combinado coletivamente e apreciação do ato de brincar em si.
10 ideias para promover atividades físicas na escola: esse conteúdo pode ser impresso e espalhado pela escola, para que os jovens brinquem de maneira organizada nos espaços de convivência.
Jogos e Brincadeiras: o nome já explica né? Sugestões inusitadas de jogos e brincadeiras para jovens de todas as idades.
Folclore e esportes: você sabia que o folclore brasileiro possui vários jogos e brincadeiras que podem ser levados para a aula de Educação Física
Reciclar para brincar: com a ajuda desse PDF, o professor pode ensinar diferentes brincadeiras com materiais reciclados, trabalhando também o respeito ao meio ambiente.
Flagball: parecido com o futebol americano, mas muito mais simples e seguro de ensinar aos alunos.
UNIDADE TEMÁTICA 2: ESPORTES
Reúne os esportes formais e informais. Antes de falarmos sobre eles, vale lembrar-se da importância de um aquecimento apropriado para evitar lesões na aula. Na BNCC, os esportes são divididos em sete categorias:
– Marca: esportes com recorde de tempo, distância, peso. Confira os cursos do Impulsiona que se encaixam nessa categoria: Atletismo e Mini atletismo (ambos certificados pela Confederação Brasileira).
– Precisão: esportes cujo objetivo é acertar um alvo específico. Exemplos no Impulsiona: Esgrima, tiro com arco e golfe (todos os cursos ensinam o professor a construir o equipamento esportivo com materiais alternativos, reciclados ou baratos).
– Técnico-combinatório: esportes em que a disputa é pela qualidade do movimento de acordo com critérios pré-estabelecidos. Exemplo: ginástica artística.
– Rede/quadra dividida ou parede de rebote: esportes cujo objetivo é lançar a bola em direção à quadra adversária sem que o oponente consiga devolver. Alguns conteúdos do Impulsiona que se encaixam nessa categoria: tênis, tênis de mesa, badminton, vôlei sentado.
– Campo e taco: esportes em que, com movimentos de rebatida, busca-se deixar a bola o mais longe possível do adversário. Exemplos: hóquei e beisebol.
– Invasão ou territorial: esportes em que uma equipe precisa ocupar e levar um objeto ao espaço do adversário. Conteúdos do Impulsiona nessa categoria: rugby, futebol de 5, futebol e futsal.
– Combate: esportes de luta. Algumas opções do Impulsiona para ajudar o professor: judô e karatê, luta Olímpica.
UNIDADE TEMÁTICA 3: GINÁSTICAS
Divididas em ginástica geral (a que conhecemos mais comumente com acrobacias, por exemplo); ginástica de condicionamento físico (visa melhorar a condição física, como a laboral); e ginástica de conscientização corporal (movimentos mais suaves e de percepção do corpo, como o yoga). 
UNIDADE TEMÁTICA 4: DANÇAS
Incluindo suas formasindividuais, em dupla ou em grupo. Com o conteúdo do Impulsiona, até o professor que não sabe dançar vai conseguir ensinar aos alunos. 
UNIDADE TEMÁTICA 5: LUTAS
Além das lutas mais conhecidas, podem ser contempladas as tradicionais brasileiras (capoeira, huka-huka, luta marajoara etc.), e de outros países (judô, aikido, jiu-jítsu, muay thai, boxe, etc.). No Impulsiona: judô e karatê, luta Olímpica.
UNIDADE TEMÁTICA 6: PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA
Atividades em que o participante supera um ambiente desafiador. São divididas em práticas na natureza (corrida orientada, arborismo, etc) e no ambiente urbano (parkour, skate, etc). Para esse conteúdo, você pode fazer o curso de Esporte Orientação, ou baixar a aula gratuita de skate.
A BNCC ressalta ainda a importância de, sempre que possível, oportunizar aos estudantes práticas corporais no meio aquático, aprendizado importante para o lazer e segurança dos jovens.
Ensino Fundamental II
	Atualmente, em conformidade com as Diretrizes Curriculares e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), entende-se que o principal objetivo da Educação Física no ambiente escolar seja a inserção e a intervenção do aluno na esfera da cultura corporal de movimento. Para Daólio (2004 apud DARIDO, 2011, p. 25) “cultura é o principal conceito para a educação física, porque todas as manifestações corporais humanas são geradas na dimensão cultura...”
	De início, o texto apresenta que os anos finais do ensino fundamental contempla uma nova fase de aprendizagem na vida dos alunos, em que estes têm contato com um número maior de professores e situações mais complexas de aprendizagem, inclusive das práticas corporais (BRASIL, 2017). Contudo, notamos que o início do documento desconsidera os conteúdos tratados nos anos iniciais do ensino fundamental, pois poderia se utilizar deste momento para fazer um retrospecto das principais contribuições dos conteúdos e habilidades implicados na fase anterior de escolarização para, assim, inferir nos conteúdos e habilidades da nova etapa. 
As propostas da BNCC (BRASIL, 2017) para os anos finais do ensino fundamental são estruturadas em dois blocos de unidades temáticas e objetos de conhecimento, conforme demonstra o quadro A:
Quadro A: Propostas da BNCC para os anos finais do ensino fundamental.
Unidades temáticas Objetos do conhecimento 
 6º e 7º anos 8º e 9º anos Brincadeiras e jogos jogos eletrônicos 
 Esportes Esportes de marca esportes de rede/parede
 Esportes de precisão esporte de campo e taco
 Esportes de invasão esporte de invasão 
 Esportes técnicos- esporte combate
 -combinatórios
 
Ginásticas Ginásticas ginasticas de 
 Condicionamento condicionamento físico 
 Físico Ginásticas de conscientização
 Corporal
 
 Danças urbanas Danças de salão
 Lutas do Brasil Lutas do mundo
Danças
Lutas
Práticas corporais de Práticas corporais de Práticas corporais de aventura
Aventura na natureza 
 Aventura urbanas
Fonte: Adaptado de BNCC (BRASIL, 2017).
	Parte-se do princípio que o homem é um sujeito sócio histórico, portanto, constrói e é construído nas relações sociais e culturais com o seu meio/sociedade. Constitui uma relação dinâmica, dialética que possibilita a construção cultural. Neste sentido, compreender as manifestações da cultura corporal de movimento é elemento principal, estabelecendo protagonismo nas relações entre o sujeito o seu mundo vivido. “Nessa perspectiva, o movimento é entendido como forma de comunicação com o mundo que é constituinte e construtora de cultura, mas, também possibilita á ela” (BRACHT, 2003, p. 45). Nesta perspectiva, as práticas corporais se apresentam como os elementos que devem ser tratados, significados, resinificados, compreendidos pelos estudantes.
	Partimos do pressuposto que a escola tem entre suas funções a de introduzir os alunos no mundo sociocultural que a humanidade tem construído, com o objetivo de que eles possam incluir-se no projeto de sociedade, sempre renovado, da reconstrução desse mundo. Eles precisam aprender que nesse processo de construção a humanidade tem criado formas de representar o mundo, provisoriamente, mais defensáveis (dado sua universalidade) que outras, e que por isso são privilegiadas no processo de conservação cultural. Também que a humanidade tem promovido formas de convívio social que são mais defensáveis por permitir, entre outras coisas, que as pessoas possam participar/influenciar no processo de tomada de decisão política sobre questões que dizem respeito a todos e, portanto, são mais dignas de serem estimuladas e compreendidas. Finalmente, que a humanidade tem construído maneiras de validar essas formas de conhecer e conviver e, portanto, que precisam ser entendidas para continuar perguntando sobre o seu valor. Algo como compreender as “regras do jogo” para podermos interrogar sua pertinência (GONZÁLEZ, FENSTERSEIFER, 2009).
	Bracht (2000), chama a atenção para o fato da escola não só realizar um selecionamento dos saberes, como também ela escolariza os saberes, fazendo com que estes passem por um processo que envolve aspectos didáticos e pedagógicos para melhor transmissão de seus conteúdos quando ele destaca, que não devemos simplesmente excluir o esporte da Educação Física escolar, mas sim proporcionar um novo tratamento pedagógico, pois o fato de desenvolvê-lo de forma inadequada, não significa que ele não seja importante, ou que não haja formas mais apropriadas de sua utilização. O autor sinaliza para alguns equívocos sobre a participação do esporte nas aulas de Educação Física. Destacando um deles, que é referente ao fato da crítica à forma que o esporte era trabalhado, passando a imagem que quem criticava o esporte estava contra a sua aplicação, construindo erroneamente a ideia de um grupo a favor e outro contra o esporte. Para uma melhor compreensão de que a crítica estava em cima da metodologia que era usada para o esporte e não sobre o fenômeno esporte propriamente dito, observamos as palavras do autor. 
	Martins (2005) mostra-nos que para haver interação entre as pessoas, temos que ter um significado. Isto nos revela que não basta à escola produzir conhecimento para, posteriormente transportá-lo para a sociedade. Ou a escola precisa identificar quais as necessidades da sociedade, posteriormente produzir um conhecimento, e retornar à sociedade. Neste aspecto, temos o esporte permeando constantemente a vida da população, portanto mais uma vez podemos afirmar que este conteúdo é de grande interesse para os educandos.
	Em se tratando da unidade temática “brincadeiras e jogos”, vemos somente a inserção dos jogos eletrônicos como objeto de conhecimento para os 6º e 7º anos do ensino fundamental. Embora os jogos eletrônicos tenham se tornado parte do cotidiano de crianças e jovens, sua prática apresenta influências tanto positivas (resolução de problemas, orientação espacial, tomadas de decisões, etc.) quanto negativas (agressividade, problemas de saúde físicos e emocionais, etc.) (BATISTA;QUINTÃO; LIMA, 2008).
	Tendo em vista, a vasta gama de conhecimentos que envolvem as brincadeiras e jogos, analisamos que a BNCC (BRASIL, 2017) não utilizou destes para trazer mais opções sobre o conteúdo ao ensino fundamental. Notamos, também, que os jogos eletrônicos podem ser percebidos na escola de forma limitada, com pouca viabilidade enquanto prática, desconsiderando a realidade do ambiente escolar. 
	Entretanto, no que tange o objeto “esporte”, evidenciamos que a BNCC (BRASIL, 2017) traz uma variedade de opções de trabalho com o tema, visto que abre um leque de opções esportivas (esportes de marca, de precisão, de invasão e técnico-combinatórios para 6º e 7º anos e esportes de rede/parede, de campo e taco, de invasão e de combate para 8º e 9º anos). Cabe ao professor compreender a realidade escolar e trabalhar com os esportes que se adaptem a ela.
	As “ginásticas” são divididas enquanto de condicionamento físico e de conscientização corporal. A primeira é caracterizada pela “exercitação corporal orientada à melhoria do rendimento, à aquisição e à manutenção da condição física individual ou à modificação da composição corporal” (BRASIL, 2017, p. 205). Já a segunda é “práticas que empregam movimentos suaves e lentos, tal como a recorrência a posturas ou à conscientização de exercícios respiratórios, voltados para a obtenção de uma melhor percepção sobre o próprio corpo” (BRASIL, 2017, p. 206).
	Por fim, notamos algo inovador no objeto de conhecimento “práticas de aventura”. Tais práticas são, atualmente, presentes na sociedade e no meio esportivo, produtos de seu desenvolvimento, principalmente a partir da década de 90, quando o homem passou a procurar ambientes naturais (ou artificiais) para realizar atividades, seja pela inovação, interação com a natureza, busca por aventura, entre outros (BET; SUZUKI, 2013). 
	BNCC (BRASIL, 2017) para os anos finais do ensino fundamental pauta na falta de atenção à diversidade escolar, presente nas escolas, públicas e privadas, de todo território brasileiro. É fato de que construir uma base curricular comum a um país tão grande e múltiplo como o Brasil não é uma tarefa fácil (BETTI, 2017). A BNCC aponta alguns encaminhamentos para a Educação Física no ensino fundamental, mas novos devem ser trilhados.
	Ou seja, a BNCC (BRASIL, 2017) deve ser encarada como um avanço, mas se for analisada mais claramente que está finalizada, poderá ser um retrocesso.
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BATISTA, M. de L. S.; QUINTÃO, P. L.; LIMA, S. M. B. Um estudo sobre a influência dos jogos eletrônicos sobre os usuários. Revista Eletrônica da Faculdade Metodista Granbery, n. 4, jan./jun., 2008.
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BRACHT, V.; CAPARROZ, F. E.; FONTE, S. S. D.; FRADE, J. C.; PAIVA, F.; PIRES, R. Pesquisa em ação: Educação Física na escola. Ijuí: Unijuí, 2003.
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