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Redação nota 10 parte 1 300520031203

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Você soube?
O desempenho dos brasileiros no Programa Internacional de Avaliação de Alunos
(Pisa) – teste que envolveu mais de 265 mil estudantes de 15 anos de 32 países - foi
vergonhoso: ficamos por ÚLTIMO!
É... ou você aprende a escrever de uma vez por todas ou vai passar os fins de semana
longe dos amigos e das baladas!
PRODUÇÃO DE TEXTOS
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2 CURSO REDÇÃO NOTA 10 - Evertonsousa@gmail.comREDAÇÃO
GRAMÁTICA
OLHA NO QUE DEU SUBESTIMAR A REDAÇÃO?
 VESTIBURRADAS
Vejam só o que os vestibulandos de 94 foram capazes de escrever na prova de redação,dado o tema “A TV forma, informa ou deforma?” A seleção foi feita pelo professor José Roberto Mathas.
 A TV possui um grau elevadíssimo de informações que nos enriquece de uma maneira
pobre, pois se tornamos uns viciados deste veículo de comunicação.
 A TV, no entanto é um consumo que devemos consumir para nossa formação, informação
e deformação.
 A TV se estiver ligada pode formar uma série de imagens, já desligada não...
 A TV deforma não só os sofás por motivo da pessoa ficar bastante tempo intertida como
também as vista...
 A televisão passa para as pessoas que a vida é um conto de fábulas e com, isso fabrica
muitas cabeças.
 Sempre ou quase sempre a TV está mais perto de nosco... fazendo com que o telespecta-
dor solte o seu lado obscuro...
 A TV deforma a coluna, os músculos e o organismo em geral.
 A televisão é um meio de comunicação, audição e porque não dizer de colomoção.
 A TV é o oxigênio que forma nossas idéias.
 ... por isso é que podemos dizer que esse meio de transporte é capaz de informar deformar
os homens...
 A TV ezerce poder, levando informações diárias e porque não dizer horárias.
 Nós estamos nos diluindo a cada dia e não se pode dizer que a TV não tem nada a ver com
isso...
 A televisão leva fatos a trilhares de pessoas...
 A TV acomoda aos teles inspectadores...
 A informação fornecida pela TV é pacífica de falhas...
 A televisão pode ser definida como uma faca de trez gumes. Ela tanto pode formar, como
informar, como deformar...
Fonte: ASSEMPA
Colaboração da parceira Malu Barbosa - Rede Globo/SP.
PÉROLAS DA UFRJ
As redações do vestibular da UFRJ acabam de ser corrigidas. Eis as pérolas deste ano:
 Sobrevivência de um aborto vivo (título);
 O Brasil é um País abastardo com um futuro promissório;
 O maior matrimônio do País é a educação;
 Precisamos tirar as fendas dos olhos para enxergar com clareza o número de famigerados que almenta (sic);
 Os analfabetos nunca tiveram chance de voltar à escola;
 O bem star (sic) dos abtantes endependente (sic) de roça, religião, sexo e vegetarianos, está preocudan-do-nos;
 É preciso melhorar as indiferenças sociais e promover o saneamento de muitas pessoas;
 Também preoculpa (sic) o avanço regesssivo da violência;
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CURSO REDÇÃO NOTA 10 - Evertonsousa@gmail.com 3REDAÇÃO
 Segundo Darcy Gonçalves (Darcy Ribeiro) e o juiz
Nicolau de Melo Neto (Nicolau dos Santos Neto);
 E o presidente onde está? Certamente em sua ca-
deira fumando baseado e conversando com o presi-
dente dos EUA.
HISTÓRIA
 O Hino Nacional Francês se chama La Mayonèse...
 Tiradentes, depois de morto, foi decapitulado.
 Resposta a uma pergunta: “Não cei”.
 Entres os índios de América, destacam-se os azte-
cas, os incas, os pirineus, etc.
 A História se divide em 4: Antiga, Média, Moderna e
Momentânea (esta, a dos nossos dias).
 Em Esparta as crianças que nasciam mortas eram
sacrificadas.
 Resposta à pergunta: “Que entende por heleniza-
ção?”: “Não entendo nada”.
 No começo os índios eram muito atrazados mas
com o tempo foram se sifilizando.
 Entre os povos orientais os casamentos eram feitos
“no escuro” e os noivos só se conheciam na hora h.
 ... Então o governo precisou contratar oficiais para
fortalecer o exército da marinha.
 Em homenagem a Gutenberg, fizeram na Alemanha
uma estátua, tirando uma folha do prelo, com os
dizeres: “e a luz foi iluminada”.
 No tempo colonial o Brasil só dependia do café e de
outros produtos extremamente vegetarianos.
GEOGRAFIA
 A capital de Portugal é Luiz Boa.
 A Geografia Humana estuda o homem em que vive-
mos.
 O Brasil é um país muito aguado pela chuva.
 Na América do Norte tem mais de 100.000 Km de
estradas de ferro cimentadas.
 Oceano é onde nasce o Sol; onde ele nasce é o
nascente e onde desce decente.
 Na América Central há países como a República do
Minicana.
 A Terra é um dos planetas mais conhecidos no mun-
do.
 As constelações servem para esclarecer a noite.
 As principais cidades da América do Norte são Ar-
gentina e Estados Unidos.
 Expansivas são as pessoas tangarelas.
 O clima de São Paulo é assim: quando faz frio é
inverno; quando faz calor é verão; quando tem flores
é primavera; quando tem frutas é outono e quando
chove é inundação.
ESSA VALE PRÊMIO:
 Os plantetas são 9: Mercúrio, Venus, Terra, Marte.
os outros 5 eu sabia mas como esqueci agora e
está na hora de entregar a prova, o sr. não vai espe-
rar eu lembrar, vai? (e espero que não vai abaixar a
nota por causa disso).
PARA NÃO COMETER VESTIBURRADAS
Há três ações essenciais indispensáveis:
PORTANTO, MÃOS À OBRA!
Ler
Uma dúvida paira no ar: por que as crianças menores,
principalmente até a 6ª série do Ensino Fundamental, gos-
tam tanto de ter contato com a leitura, e as maiores, prin-
cipalmente da 8ª série em diante, passam a ter verdadeira
aversão a ela?
Há várias respostas para essa pergunta, e todas elas
levam a outro problema, talvez mais grave ainda: quem lê
pouco não consegue analisar nem interpretar a contento
um texto e, conseqüentemente, não consegue produzir
bons textos também.
Antes de nos aprofundar nessa questão, quero deixar
claro que generalizo ao efetivar a pergunta, porque há mui-
tos adolescentes que praticam a leitura constantemente,
com imenso prazer. Eles, porém, são a minoria entre os
jovens. Não falo apenas dos jovens de hoje, pois a minha
geração, os jovens da década de setenta, lia pouquissima-
mente. Há, não obstante, um pretexto para a ausência de
leitura daquela época: o governo militar queria a população
sem instrução, ignorante mesmo, mas isso é apenas uma
desculpa: nós não líamos por negligência, por desleixo,
por descuido nas causas da cultura.
1. Ler
2. Interpretar
3. Refletir sobre a língua
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4 CURSO REDÇÃO NOTA 10 - Evertonsousa@gmail.comREDAÇÃO
GRAMÁTICA
Acordei para a importância da leitura na universidade,
não porque os professores me tenham inspirado, e sim em
virtudedas amizades que lá cativei e cultivei e, principal-
mente, em virtude da moça que lá conheci, por quem me
apaixonei e com quem me casei e que hoje é mãe de mi-
nhas filhas e luz de meu espírito. A referência é importan-
tíssima para criar o hábito da leitura nos jovens: se os pais,
os professores e alguns amigos demonstram prazer em
ler, certamente pelo menos a curiosidade será despertada,
o que consiste no primeiro passo para se dispor a ler tam-
bém.
Voltemos à pergunta: por que os adolescentes teorica-
mente não gostam de ler? Como já disse, há várias res-
postas, mas acredito que a mais importante seja a falta de
referência. Isso significa que o exemplo dos adultos é pri-
maz, ou seja, o adulto tem que ser o exemplo. O jovem
tem que ler por ver o adulto lendo com prazer. De nada
adianta nós professores obrigarmos os alunos a ler, se não
demonstrarmos que a leitura é parte integrante de nossas
vidas. Soa falso.
O assunto leitura deve estar presente às aulas de to-
das as matérias, e não apenas às de Literatura. Livros de-
vem ser indicados pelos professores, mesmo que não se-
jam da teoria trabalhada em sala de aula. Devemos indicar
livros aos jovens por prazer, por querermos que eles sin-
tam o mesmo que sentimos ao lermos um belo romance.
Livros devem ser manipulados pelos mais jovens, para fo-
lhearem, para sentirem a textura, a consistência, o cheiro
de um livro. Assim os livros passam a fazer parte do dia-a-
-dia deles.
Criado o hábito, fica mais fácil trabalhar a análise e a
interpretação de textos, pois a maioria dos romances tra-
zem intertextualidade com alguma época de nossa Histó-
ria. O leitor, situando-se no espaço e no tempo em que
ocorre a história do romance, entende mais facilmente al-
gumas das atitudes das personagens. O contrário tam-
bém é verdadeiro, ou seja, ao estudar a História, lembran-
do-se de determinado romance, o estudante entende mais
facilmente alguns fatos históricos.
Outro fator que auxilia também na facilidade de anali-
sar e interpretar um texto é que o indivíduo habituado à
leitura exercita o raciocínio, que é a capacidade de criar
encadeamento de argumentos. Com isso passa a ter mais
instrução, passa a ter Educação Intelectual.
As pessoas que têm boa Educação Intelectual são as
consideradas inteligentes pela população, aquelas que têm
o poder de receber impressões, de assimilar idéias, de
raciocinar, de julgar, de analisar e de interpretar. Isso é
conseguido com pequenas ações cotidianas: a leitura sis-
temática.
Quem lê bastante, raciocina bem; somente quem ra-
ciocina bem tem condições de produzir bons textos, por-
tanto a ação essencial dos adultos é levar os jovens a criar
este saudável hábito: ler.
Interpretar
PORTUGUESE, PLEASE*
Um polêmico projeto de lei pode obrigar os brasilei-
ros a banir palavras estrangeiras de seu vocabulá-
rio.
Sara Duarte e Valéria Propato
A pizza rápida, chama-se express, e há quempense que o uso do termo estrangeiro suge-re que o produto sairá do forno em menos
tempo. Os serviços de entrega a domicílio viraram
delivery. Loja de animal ganhou a abreviação de pet
shop. As peças na vitrine estão on sale. O que era
grátis virou free. E tudo agora é center: design cen-
ter, estetic center. O banco diz para investir “Where
the money lives”. As perfumarias anunciam a new
fragrance. O moderno é fashion. Recorte de notícias
é clipping. Subir na empresa ou na vida é um up-
grade. Meta de inflação é inflation target. Modelo
número 1 é top model. Ginástica é fitness. Não há
como escapar. Estamos infectados pelo inglês. Para
muitas pessoas a influência, num mundo globaliza-
do, é natural.
Há quem sustente, no entanto, que o brasileiro
anda exagerando nas apropriações indébitas e fa-
zendo a língua portuguesa sofrer de falta de perso-
nalidade. Decidida a defendê-la da invasão “impeni-
tente e insidiosa”, a Comissão de Educação, Cultura
e Desporto da Câmara dos Deputados aprovou por
unanimidade, na semana passada, um projeto de lei
que proíbe o emprego de palavras em outros idio-
mas na publicidade, em produtos e serviços, nos
meios de comunicação, eventos públicos e textos
oficiais (sejam eles de expressão oral, escrita ou ele-
trônica). Instalou-se a polêmica. Se ela pegar, todo
mundo terá de falar em bom português.
O autor do projeto, deputado Aldo Rebelo
(PCdoB), explica que sua intenção é educar os brasi-
leiros. “Não precisamos destruir o País para sermos
globalizados”, exagera o parlamentar, inspirado em
leis similares em vigor na França e em Portugal. Seu
texto chega a definir como prática abusiva – e sujei-
ta a penalidades que deverão ser regulamentadas
pelo governo – o emprego de palavras estrangeiras
que podem perfeitamente ser traduzidas ou apor-
tuguesadas. A Barra da Tijuca deduz-se, deveria en-
tão ser interditada. O bairro nobre do Rio de Janei-
ro ganhou até apelido de Miami carioca, tamanha a
concentração de palavras em inglês por metro qua-
drado. A meca do culto aos Estados Unidos é o sho-
pping New York Center, com uma enorme réplica
da estátua da Liberdade à entrada. Placas de parking
(estacionamento) misturam-se a cartazes anuncian-
do em perfeito inglês americano a inauguração de
novas lojas.
(*) Em português, por favor.
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CURSO REDÇÃO NOTA 10 - Evertonsousa@gmail.com 5REDAÇÃO
 PEGADINHA VERBAL
ERRADO: “O Ministério da Agricultura vai receber a mes-
ma verba do Ministério dos Transportes.”
CERTO: “O Ministério da Agricultura vai receber uma verba
igual à do Ministério dos Transportes.”
Muitos pensam que mesmo e igual são palavras sinôni-
mas. Estão enganados: mesmo é “um só”; igual é “outro”.
Neste exemplo, se os dois ministérios fossem receber a
mesma verba, significa que essa verba seria dividida entre
os dois. Isso não é verdade. O autor queria dizer que a
verba de um era igual à do outro, ou seja, do mesmo valor.
A PEGADINHA: Se você não entendeu a diferença, faça a
seguinte experiência: coma um pão igual ao do dia anterior
e depois o mesmo pão do dia anterior. Aquele que já esti-
ver duro é o mesmo.
ERRADO: “Zagallo vai substituir Rivaldo por Juninho para
reverter o placar.”
CERTO: “Zagallo vai substituir Rivaldo por Juninho para in-
verter o placar.”
Reverter significa “voltar ao que era”; inverter significa “mu-
dar para o oposto”. Se estamos perdendo por 1 x 0 e que-
remos reverter o placar, estamos querendo, na verdade,
“anular o gol adversário” e voltar ao 0 x 0. Se o nosso dese-
jo, entretanto, é a vitória, queremos é inverter (passar da
derrota para a vitória).
A PEGADINHA: “Reverter o quadro político significaria vol-
tar ao sistema anterior.”
ERRADO: “Zagallo vai pôr Juninho em campo para ser o
elo de ligação entre a defesa e o ataque.”
CERTO: “Zagallo vai pôr Juninho em campo para ser o elo
(ou fazer a ligação) entre a defesa e o ataque.”
Todo elo é de ligação. Isso é uma redundância.
A PEGADINHA: Cuidado para não “subir para cima”, con-
versar com “ambos os dois”, fazer um “planejamento ante-
cipado”, ter uma “hemorragia de sangue”, receber “surpre-
sas inesperadas” e outros pleonasmos.
ERRADO: “Serrou os olhos e adormeceu.”
CERTO: “Cerrou os olhos e adormeceu.”
 Cerrar é “fechar”; serrar é “cortar”.
A PEGADINHA: Certo comerciante ordenou a seus em-
pregados: “Hoje, eu quero todas as portas da loja serradas
às 18 horas.” Foi prontamente atendido. No fim da tarde,
todas as portas estavam pela metade.
PROF. SÉRGIO
NOGUEIRA
Quando você quiser deixar boa impressão com o uso
das palavras, é melhor que esteja prevenido. O português,
muitas vezes, nos prega peças. Pegadinha Verbal mostra
sete dos enganos mais freqüentes do nosso idioma.
ERRADO: “Espere um instante que o diretor já vai falar
consigo.”
CERTO: “Espere um instante que o diretor já vai falar com você.”
“Falar consigo” eu não consigo. Se o diretor vai falar consi-
go, eu vou embora. “Falar consigo”, na verdade, é “falar
com si mesmo”.Portanto, se o diretor enloqueceu e vai
falar sozinho, eu vou embora. Consigo é um pronome refle-
xivo e jamais deve ser usado no sentido de “com ele”, “com
você” ou “contigo’’. Isso quer dizer que a expressão consi-
go mesmo é redundante. Não é necessário dizer: “Ele le-
vou os dólares consigo mesmo.” Basta: “Ele levou os dóla-
res consigo.”
A PEGADINHA: Recentemente, um aluno me disse:
– Professor, eu fiquei um pouco fora de si.
Eu lhe respondi:
– Graças a Deus!
Não esqueça: quem fica “fora de si” é ele ou ela; eu fico
“fora de mim.”
ERRADO: “Com o temporal de ontem à noite, toda cidade
ficou inundada.”
CERTO: “Com o temporal de ontem à noite, toda a cidade
ficou inundada.”
Toda cidade significa “qualquer cidade”; toda a cidade sig-
nifica “a cidade inteira”. Para você entender melhor, obser-
ve outros exemplos: “Ele é capaz de realizar toda obra” (=
qualquer obra); “Ele é capaz de realizar toda a obra” (= a
obra inteira).
A PEGADINHA: Portanto, se você conhece alguém que tem
o hábito de “beijar todo colega de trabalho”, é bom alertá-lo:
é perigoso “beijar todo o colega de trabalho”.
ERRADO: “O carioca foi ao shopping ao invés de ir à praia.”
CERTO: “O carioca foi ao shopping em vez de ir à praia.”
Este caso é um típico vício da linguagem coloquial brasi-
leira. É muito freqüente observarmos esta confusão. Ao invés
de significa “ao contrário de”. Só pode ser usado se houver
idéia de “oposição”: “Entrou à direita ao invés da esquerda;”
“Subiu ao invés de descer.” Se a idéia for apenas de “troca,
substituição”, devemos usar em vez de (= em lugar de).
A PEGADINHA: Se você comprar o carro “preto ao invés
do branco”, está certo. Agora, se você comprar o carro
“preto ao invés do vermelho”, está errado. Nesse caso, o
correto é “preto em vez do vermelho”, porque a cor preta se
opõe ao branco, mas não se opõe ao vermelho. É interessan-
te observar que não há restrições ao uso de em vez de. Essa
forma poderá ser utilizada mesmo quando houver a idéia de
oposição. Portanto, se você quer facilitar a sua vida, use
sempre em vez de: você jamais correrá o risco de errar.
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6 CURSO REDÇÃO NOTA 10 - Evertonsousa@gmail.comREDAÇÃO
GRAMÁTICA
O torcedor fanático não se limita a ir ao estádio: ele ouve os comentários pelorádio, lê os jornais, vê o videoteipe do
jogo a que assistiu. O torcedor-que-vai-ver-ganhar
vai sempre munido de bandeira, faixa, camisa ou
outros símbolos do clube. Incentiva o seu time vi-
brando, vaiando, agitando bandeiras, tocando bu-
zinas, levando charanga, empurrando os craques
para o ataque, reclamando pênalti, xingando o juiz,
irritando o adversário com “corinhos” e refrões,
censurando agressivamente o técnico ou jogado-
res do seu clube que não o defendem com todo o
esforço. E, no caso de o time estar vencendo, riem,
choram, se abraçam, batem palmas, soltam “olá”,
gritam “já ganhou”. Em final de campeonato, à pla-
téia, à massa, ao público, à galeria não basta e o está-
dio para nele expandir sua alegria: saem às ruas em
passeatas buzinam à frente da sede do clube perde-
dor, fazem o “enterro” do adversário, enfim, um
verdadeiro carnaval — outra festa também liberató-
ria de tensão e vinculada ao futebol, já que ambas
representam um fenômeno de histeria coletiva. A
histeria não se processa apenas através da alegria.
Uma torcida descontente é capaz de invadir o cam-
po, de esperar fora do estádio para massacrar o juiz,
técnicos ou jogadores. Fora as brigas que eclodem
e as agressões físicas que ocorrem entre os torce-
dores.
(FERNANDEZ, Maria do Carmo de Oliveira. Futebol — fenôme-
no lingüístico. Apud SOARES, Magda Becker e CAMPOS, Edson
Nascimento. Técnica de redação. Rio de Janeiro, Ao Livro
Técnico, 1978. p. 16)
O ESPERANÇA FUTEBOL CLUBE
Era o orgulho de Buritizal. Resumia-lhe a vida e
as aspirações. Marcava o seu lugar entre as povoa-
ções e vilas da zona. E na vila, desde o garoto enga-
tinhante aos mais velhos e respeitáveis personagens,
toda a gente sentia o peito cheio ao pensar no Es-
perança Futebol Clube.
Nasceu de um punhado de sonhadores, o Tarti-
co, o Chiquinho da Nh’Ana, o Tuzzi, o Dantinho,
numa tarde de maio. Até aquela época Buritizal era
um lugar apagado, morto, sem repercussão. Ninguém
o conhecia. E mesmo a gente da vila mal dava conta
da sua existência, vegetando sonolenta ao sol bra-
vo de verão e ao frio duro de junho, com os milha-
rais em torno, os seus pés de café, o seu gado ma-
gro, e o seu sossego cachimbado e modorrento.
Mas o Tartico, o melhor “centrefô” de Buritizal,
era um rapaz inquieto, cheio de ambições. Tinha
orgulho em possuir o chute mais forte da terra e
em ser o melhor distribuidor de jogo até então co-
nhecido. Que direção!
Aos domingos havia jogo, quase sempre. Con-
tra o Lírio F.C., também da vila, time do Negrão, ou
contra os times das fazendas vizinhas. Tartico ainda
não tinha clube. Tinha apenas os jogadores. Reuni-
am-se, faziam os seus desafios, e iam vencendo. Cada
chute seu era um gol. E, depois, o Chiquinho, o Tuz-
zi, toda aquela “macacada” jogava, de fato.
Foi quando Tartico resolveu organizar o clube.
Discussões, aplausos, oposição. E dois domingos de-
pois o Esperança empacotava o Lírio por 6 a 1. Um
triunfo! Seguiam-se o Santa Cruz, o Perereca, de uma
fazenda, e mais três ou quatro. Verdadeiras solapas!
E o Esperança começou a ganhar nome. Tartico era
o assombro do campo. Arrebatava os companhei-
ros. Com o seu entusiasmo inabalável e a confiança
firme na vitória fazia de cada parceiro um herói.
As cidades vizinhas foram desafiadas. Cidades já
importantes, com juiz de direito e campos grama-
dos, de arquibancada, eram levadas na sopa... Buriti-
zal, começava a ser discutido. Tinha já inimigos. E o
Esperança tornava-se o campeão das redondezas ...
Naturalmente, os adversários queixavam-se. As
vitórias eram roubadas. O Esperança fazia gols à cus-
ta do apito, jogava com o juiz. Clube que ia a Buritizal
acusava a população de atrocidades, de massacres,
de perseguições. Mas intimamente, todos se curva-
vam. Braço era braço . . .
(LESSA, Orígenes. Seleta. Organização,estudos e notas de
Gilberto Mendonça Teles. 2. ed. Rio de Janeiro, J. Olympio.
1976. p. 3-4)
A função do campeonato nacional, sob esse
aspecto diversionista, não deixa de cumprir-se por-
que enche o coração da torcida, nos intervalos, de
promessas divinas de esperança. Então noutra coisa
não pensa o futeboleiro senão na próxima partida
do seu clube, particularmente se associa ao prazer
de incentivá-lo no campo da luta, o gosto ou a ne-
cessidade de apostar e, quando menos, de fazer
uma fezinha na loteria esportiva. Nesse embalo vai
levando ele, os conterrâneos e os patrícios.
………………………..........……………………………………
O campeonato federal tem, mesmo entre nós,
a sua utilidade, ao nível da novela, temos de reco-
nhecer que apesar de ser maior o compasso de es-
pera e exigir desembolso para quem não se conten-
ta com o rádio, o festival de babas é ainda mais ab-
sorvente, porque mais passional do que o teatro
enlatado.
(GOMES, Orlando. Da utilidade do campeonato nacional. Jornal
da Bahia, 19/09/1973)
GÊNEROS DISCURSIVOS: CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA
DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO E DISSERTAÇÃO
01
02 03
05-
10-
15-
20-
25-
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CURSO REDÇÃO NOTA 10 - Evertonsousa@gmail.com 7REDAÇÃO
NOÇÕES TEÓRICAS, A PARTIR DA COM-
PREENSÃO DOS TEXTOS
Você leu os textos. Vamos, agora, pensar juntos.
I. Antes de mais nada, procure diferenciar “composi-
ção” e “redação”. Para você, o que é “compor”? E
“redigir”?
II. A composição pode expressar-se de várias formas,
nós vimos. Pode apresentar diferentes maneiras de
tratamento do tema. Por exemplo: os três textos
versam sobre “futebol”, mas o “modo” como ele é
tratado não é o mesmo. Reflita nas questões que
seguem:01. Em qual dos três textos a perspectiva do autor é a de
quem observa e tenta, apenas, transmitir um retrato da
realidade?
TEXTO ______________________________________
02. Em qual deles o autor assume a postura de quem in-
terpreta, de quem desenvolve idéias sobre o tema?
TEXTO ______________________________________
03. Compare os dois primeiros textos. Em ambos, de al-
guma forma, o autor cita fatos. Identifique a diferença:
o interesse maior do autor, no primeiro texto, é trans-
mitir fatos ou imagens? _____________ E no segun-
do? _______________
04. Em qual dos textos a noção de tempo se torna mais
importante?
TEXTO ______________________________________
05. Aplique estas afirmações a um dos textos:
a) “Pessoas e ações geram o fato e as circunstâncias
em que este ocorre: tempo, lugar, causa, conseqü-
ência etc.”
TEXTO____________________________________
b) “Há uma seleção de imagens e aspectos que singu-
larizem e definam o ser”.
TEXTO ___________________________________
c) “Há uma exposição de idéias que, de alguma forma,
interpretam e julgam o fato focalizado”.
TEXTO ___________________________________
Conclua:
Preencha as lacunas com a palavra adequada e dedu-
za se o texto é narração, descrição ou dissertação.
No texto 1, a perspectiva de quem escreve é a de quem
_______________ e transmite .___________________
que singularizam o fato focalizado, por isso o texto é
uma ____________________ .
No texto 2, a perspectiva do autor é a de quem
________________________, valorizando a noção de
________________________, por isso o texto é uma
________________________.
No texto 3, o mais importante é a _________________
de idéias, e não o fato em si. Por isso, o texto é uma
________________________ .
01. Identifique se os textos citados abaixo são predomi-
nantemente descritivos, narrativos ou dissertativos.
Justifique sua resposta.
Esses homens (os locutores esportivos) criaram
o jargão futebolístico com expressões como: tape-
te verde e cancha, para designar o campo; azougue
jogador, falando de um jogador veloz; adentrar o
gramado, para substituir entrar em campo; próprio
da municipalidade, quando se referiam ao estádio do
Pacaembu; solerte repórter, ao falar do jornalista.
Muitos criticam essas expressões mas “elas tor-
nam mais interessante a narrativa e logo passam a
fazer parte do vocabulário dos apreciadores do
futebol”, comenta Fernando Solera, da equipe de
esporte da Bandeirantes, acrescentando que “um
locutor esportivo é um verdadeiro produtor de
programas, dependendo dele a aceitação, pelo ou-
vinte, daquilo que ocorre no campo”.
“O ouvinte tem grande respeito pelos locuto-
res, repórteres e comentaristas”, diz Luiz Augusto
Maltoni,há 18 anos comentarista esportivo da Ban-
deirantes; “tanto assim que chegamos a receber
muitas cartas e telefonema elogiando nossa atua-
ção”.
(Entrelinhas. Apud MESQUITA, Roberto Melo e MARTOS, Cloder
Rivas. Comunicação e expressão — 6ª série — 1º Grau — PAI.
São Paulo, Saraiva, 1979. p. 91)
RESPOSTA: O texto é predominantemente ________
___________________ porque: __________________
____________________________________________
04
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8 CURSO REDÇÃO NOTA 10 - Evertonsousa@gmail.comREDAÇÃO
GRAMÁTICA
QUADRO COMPARATIVO DE FORMATOS TEXTUAIS
Descrição
 retrato de pessoas, ambientes, objetos;
 predomínio de atributos;
 uso de verbos de ligação;
 freqüente emprego de metáforas, comparações e ou-
tras figuras de linguagem;
 tem como resultado a imagem física ou psicológica.
Narração
 relato de fatos;
 presença de narrador, personagens, enredo, cená-
rio, tempo;
 apresentação de um conflito;
 Descrição Narração Dissertação 
1. Conteúdo específico 
“Retrato verbal” imagem; 
aspectos que caracteri-
zam, singularizam o ser 
ou o objeto descrito. 
Fatos – “pessoas e ações 
que geram o fato e as cir-
cunstâncias em que este 
ocorre: tempo, lugar, cau-
sa, conseqüência etc.” 
Idéias – exposição, deba-
te, interpretação, avalia-
ção – “explicar, discutir, 
interpretar, avaliar idéias”. 
2. Faculdade humana 
Observação – percepção – 
relativismo desta percep-
ção. 
Imaginação (fatos fictí-
cios), pesquisa, observa-
ção (fatos reais). 
Predomínio da razão – re-
flexão – raciocínio – ar-
gumentação. 
3. Trabalho de composi-
ção 
coleta de dados; 
seleção de imagens, de 
aspectos – os mais sin-
gularizantes; 
classificação – enume-
ração das imagens e ou 
aspectos selecionados. 
 
levantamento (criação 
ou pesquisa) dos fatos; 
organização dos ele-
mentos narrativos (fa-
tos - personagens -
ambiente - tempo – ou-
tras circunstâncias); 
classificação-sucessão. 
levantamento das i-
déias; 
definição do ponto de 
vista dissertativo: ex-
posição, discussão, in-
terpretação; 
seleção de idéias; 
organização das idéias 
selecionadas – busca 
de argumentos; 
classificação – argu-
mentação coerente, 
sólida, lógica; 
 
4. Formas 
Descrição subjetiva – cria-
ção, estrutura mais livre. 
 
Descrição objetiva – preci-
são; descrição e método 
científico. 
Narração artística – subje-
tividade, criação, fatos fic-
tícios. 
 
Narração objetiva – fatos 
reais, fidelidade. 
Dissertação científica – 
objetividade, coerência, 
solidez na argumentação, 
ausência de intervenções 
pessoais, emocionais, 
análise das idéias. 
 
Dissertação literária – cri-
atividade e argumenta-
ção. 
 
 uso de verbos de ação;
 geralmente, é mesclada de descrições;
 o diálogo direto e o indireto são freqüentes.
Dissertação
 defesa de um argumento:
a) apresentação de uma tese que será defendida,
b) desenvolvimento ou argumentação,
c) fechamento;
 predomínio da linguagem objetiva;
 prevalece a denotação.
ESQUEMA COMPARATIVO
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CURSO REDÇÃO NOTA 10 - Evertonsousa@gmail.com 9REDAÇÃO
CONCEITO DE PARÁGRAFO
Veja a construção dos parágrafos. Note que o autor,
em todos eles, desenvolve o mesmo tema. Apenas apre-
senta enfoques diversos, mostrando vários ângulos pelos
quais o tema pode ser analisado.
Quando se diz que “parágrafo é uma unidade de com-
posição”, não se quer afirmar com isso que cada parágrafo
desenvolve um tema. Pretende-se dizer que cada parágra-
fo vai desenvolver um aspecto novo, uma idéia nova, embo-
ra o tema permaneça o mesmo em todo o texto. Há, por-
tanto, uma mudança de parágrafo quando há uma mudan-
ça da idéia central a ser desenvolvida. Mas as diversas
idéias desenvolvidas nos vários parágrafos giram em torno
do mesmo tema, do contrário o texto não teria unidade.
Divisão do texto em parágrafos
Por isso a divisão do texto em parágrafos exige de
quem escreve que saiba organizar as idéias, de forma que
o leitor possa acompanhar, sem dificuldade, o desenvolvi-
mento da abordagem dada ao tema. Se as idéias não fo-
rem bem ordenadas, o texto se tornará confuso, incoeren-
te, ilógico.
Extensão do parágrafo
A extensão do parágrafo resulta da própria natureza da
idéia a ser explanada e do tipo de desenvolvimento que se
dará a ela. Por isso o tamanho dos parágrafos varia.
Aplicação ao texto
O autor parte de um fato: a sua dificuldade pessoal em
trabalhar o texto de um anúncio (primeiro parágrafo). A afir-
mação feita no segundo parágrafo como que justifica essa
dificuldade: a existência de normas que devem ser respei-
tadas pelo redator de anúncios.
No terceiro parágrafo, o autor vai mostrar qual o traba-
lho do redator e quais são as normas a que ele deve obe-
decer.
Os dois primeiros parágrafos são curtos: o autor ape-
nas anuncia o fato e o justifica. O terceiro se alonga mais,
devido ao próprio conteúdo nele desenvolvido: o autor es-
pecifica o trabalho do redator e as várias normas para a
elaboração de um anúncio.
Estrutura do parágrafo
O tipo mais usual de parágrafo pode ser dividido em:
idéia-núcleo ou tópico frasal;
 desenvolvimento.
O parágrafo, nós vimos, é o desenvolvimento, a ampli-
ação de uma idéia. A organização dos elementos estrutu-
rais do parágrafo vai depender do tipo de raciocínio que se
desenvolva: raciocínio dedutivo ou raciocínio indutivo.
1. No raciocínio dedutivo, parte-se do geral para o par-
ticular. Neste caso, o tópico frasal se constitui de um
ou dois períodos, em geral, no início do parágrafo, con-
tendo “de modo geral e conciso a idéia-núcleo”. O de-
senvolvimento, ou seja, a explanação desta idéia-nú-
cleo é feita nos outros períodos do parágrafo, que ex-
põem idéias secundárias, mas relacionadas com o
núcleo. Desta forma, o tópico frasal é uma generaliza-
ção. O desenvolvimento, as especificações.
2. No raciocínio indutivo, o tópico frasal vem no fim do
parágrafo. No caso, ele constituirá a conclusão, inver-
tendo-se o esquema supracitado. Coloca-se, primeiro,
o desenvolvimento (as especificações) e depois a con-
clusão (tópico frasal). Veja um exemplo:
“Esforçando-se por vencer as dificuldades que
a vida lhe oferece, trabalhando com perseveran-
ça, nunca deixando de lutar para que os seus di-
reitos não lhe sejam tomados, assumindo, cons-
cientemente, os seus deveres, você estará con-
tribuindo para o desenvolvimento nacional.”
Essas duas estruturas básicas são as mais comuns.
Podem ocorrer, no entanto, outras formas de construção
do parágrafo. Há, por exemplo, parágrafos que, além da
idéia-núcleo e desenvolvimento, apresentam uma conclu-
são.
Há parágrafos em que não aparece uma idéia-núcleo,
ou melhor, ela vem sintetizada em uma palavra que resu-
me outras idéias já expressas em parágrafos anteriores.
O PARÁGRAFO COMO UNIDADE DE COM-
POSIÇÃO
Parágrafo-padrão
O parágrafo é uma unidade de composição, constituí-
da por um ou mais período; em que se desenvolve ou se
explana determinada “idéia central”,a que geralmente se
agregam outras, secundárias, mas intimamente relacio-
nadas pelo sentido.
Trata-se evidentemente de uma definição que a prática
nem sempre confirma, pois, assim como há vários pro-
PARÁGRAFO
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10 CURSO REDÇÃO NOTA 10 - Evertonsousa@gmail.comREDAÇÃO
GRAMÁTICA
gressos de desenvolvimento e coordenação de idéias, pode
haver também diferentes tipos de construção de parágrafo
tudo dependendo, é claro, da natureza do assunto, do gê-
nero de composição, do propósito e idiossincrasias do autor
e da espécie de leitor a que se destina o texto escrito.
Importância do parágrafo
Indicado materialmente na página impressa ou manus-
crita por um ligeiro afastamento da esquerda da folha, o
parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar
convenientemente as idéias principais de sua composição,
permitindo ao leitor acompanhar-lhes o desenvolvimento nos
seus diferentes estágios.
Como unidade de composição “suficientemente ampla
para conter um processo completo de raciocínio e sufici-
entemente curta para nos permitir a análise dos compo-
nentes desse processo, na medida em que contribui em
para a tarefa da comunicação”, o parágrafo oferece aos
professores oportunidades didáticas de aproveitamento mais
eficaz do que todo o contexto da composição.
Extensão do parágrafo
Tanto quanto sua estrutura, varia também sua exten-
são: há parágrafos de uma ou duas linhas assim como os
há de página inteira. E não é apenas o senso de proporção
que deve servir de critério para bitolá-lo, mas também, prin-
cipalmente, o seu núcleo, a sua “idéia central”. Ora, se a
composição é um conjunto de idéias associadas, cada
parágrafo — em princípio pelo menos — deve correspon-
der a cada uma dessas idéias, tanto quanto elas corres-
pondem às diferentes partes em que o autor julgou conve-
niente dividir o seu assunto. É, pois, da divisão do assunto
que depende, em grande monta, a extensão do parágrafo,
admitindo-se, por evidente, que as idéias mais complexas
se possam desdobrar em mais de um parágrafo.
É verdade, como já assinalamos, que idiossincrasias
pessoais nem sempre levam em consideração esse crité-
rio, do que resulta, muitas vezes, uma paragrafação arbi-
trária: a idéia-núcleo fragmentada em grupos de linhas do
parágrafo, as quais só têm a disposição tipográfica, como
se pode ver no seguinte exemplo:
1 Estávamos em plena seca.
2 Amanhecia. Um crepúsculo fulvo aluminava a terra
com a
3 claridade de um incêndio ao longe.
4 A pretidão da noite esmaecia. Já começava a se indivi-
dualizar
5 o contorno da floresta, a silhueta das montanhas
6 ao longe.
7 A luz foi pouco a pouco tornando-se mais viva.
8 No oriente assomou o sol, sem nuvens que lhe velas-
sem
9 o disco. Parecia uma brasa, uma esfera candente, sus-
pensa no
10 horizonte, vista através da ramaria das árvores.
11 A floresta completamente despida, nua, somente
esqueletos
12 negros, tendo na fimbria aceso o facho que a incen-
diou,
13 era de uma eloqüência trágica.
14 Amanhecia, e não se ouvia o trinado de uma ave, o
zumbir
15 de um inseto!
16 Reinava o silêncio das coisas mortas.
17 Como manifestação de vida percebia-se os gemidos
do
18 gado, na agonia da fome, crocitar dos urubus nas
19 carniças.
(Rodolfo Teófilo, in Nova antologia brasileira de Clóvis
Monteiro, p. 85)
Consideremos, por hora, apenas as dez primeiras li-
nhas. Trata-se de um trecho descritivo, passível de nova
disposição tipográfica, pois na realidade, encontramos nele
matéria para apenas um parágrafo e não cinco.
Se o núcleo do parágrafo de dissertação e de argu-
mentação é uma determinada idéia, se o da narração é
um incidente (episódio curto), o da descrição é ou deve
ser um quadro, isto é, um fragmento de paisagem ou
ambiente num determinado instante, entrevisto de deter-
minada perspectiva.
Ora, o núcleo dessa dez linhas é o amanhecer, entrevis-
to de certa perspectiva; esse é o seu quadro, a que, em
princípio, deveria corresponder um só parágrafo admitindo-se
apenas que a primeira linha se isolasse das restantes como
uma espécie de introdução posta em realce com propósito
de enunciar, de saída, o aspecto geral da paisagem.
Na realidade “estávamos em plena seca” nada mais é
do que uma espécie de subtítulo de toda a narrativa, a que
o Autor dá o nome de “O bebedouro”.
Dando ao trecho essa disposição tipográfica em pe-
quenos blocos, o Autor fracionou o que já era fragmento da
paisagem, separando das idéias secundárias correlatas a
idéia-núcleo de “amanhecer”, cuja característica principal
é o cambiar de cores e luzes (crepúsculo fulvo, claridade
de incêndio, pretidão da noite, luz mais viva, assomo de
Sol, ausência de nuvens) e o delinear-se gradativo do perfil
da paisagem (contorno da floresta, silhueta das montanhas,
ramaria seca das árvores).
Entretanto as linhas 11, 12, 13 correspondem realmente
a um parágrafo, pois seu núcleo já não é o amanhecer,
mas a “Floresta despida” focalizada mais de perto, com
outra perspectiva. Se, nas dez linhas iniciais, o que o Au-
tor pretendeu realçar foi a impressão visual da paisagem, a
sua intenção nas três seguintes foi traduzir-lhe a repercus-
1º
2º
3º
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CURSO REDÇÃO NOTA 10 - Evertonsousa@gmail.com 11REDAÇÃO
são emotiva: “floresta completamente despida... era uma
eloqüência trágica”.
As restantes (14 a 19) deveriam por sua vez agrupar-se
num só parágrafo: seu quadro ainda é o amanhecer, mas o
propósito do Autor é, agora, exprimir não as impressões
visuais e sim as predominantemente auditivas (trinado,
zumbir, silêncio, gemidos, crocitar).
Estamos vendo assim que não é apenas o núcleo (no
caso da descrição o quadro) que justifica a paragrafação,
mas também a perspectiva em que se coloca o Autor e a
prevalência das impressões (visual, no primeiro parágrafo;
auditiva, no último, de acordo com a estruturaçãoque es-
tamos propondo).
Em certos casos específicos, a brevidade do parágrafo
decorre da própria natureza do assunto. É o que acontece
nos diálogos, sumários, conclusões etc.
ESTRUTURANDO O PARÁGRAFO
Estruturas simples
TRAPALHADAS DO FISCO
O contribuinte brasileiro precisa receber um
melhor tratamento das autoridades fiscais. Ele é ví-
tima constante de um Leão sempre descontente
de sua mordida. Não há ano em que se sinta a salvo.
É sempre surpreendido por novas regras, novas alí-
quotas, novos assaltos ao seu bolso.
A Receita Federal precisa urgentemente esta-
belecer regras constantes que facilitem a vida do
brasileiro. Essas regras não podem variar ao sabor
da troca de ministros. Cada um que entra se acha
no direito de alterar o que foi feito anteriormente.
Agindo assim, a única coisa que se faz de con-
creto é perpetuar dois tipos de contribuintes que
bem conhecemos. O que paga em dia seus tributos
e o que sonega de tudo quanto é forma. Enquanto
este continua livre de qualquer punição, aquele é
vítima de impostos cada vez maiores. A impressão
que se tem é de que mais vale ser desonesto que
honesto.
Se o brasileiro é empurrado para a sonegação é
porque há razões muito fortes para isso. Ninguém
sabe para onde vai o dinheiro arrecadado. O que
deveria ser aplicado na educação e na saúde some
como por milagre ninguém sabe onde. Há muitos
anos que não fazem investimentos em transportes.
Grande parte da população continua sofrendo por
falta de moradia. Paga-se muito imposto em troca
de nada.
Vale a pena lembrar o ano de 1991 quando, além
das complicações costumeiras, os contribuintes fo-
ram surpreendidos com a suspensão da entrega da
declaração na data prevista. Um deputado entrou
na Justiça alegando inconstitucionalidade no fator
multiplicador do imposto a pagar e a receber. To-
dos sentiram um alívio, mesmo que temporário.
O texto acima nos mostrará como se pode desenvol-
ver um tema de forma bem objetiva. Cada parágrafo foi es-
crito obedecendo a uma certa estrutura. É evidente que
esta não é única maneira de escrever um texto. Queremos
apenas mostrar que há caminhos muito simples para de-
senvolvê-lo. Vejamos as formas aí empregadas:
PRIMEIRO PARÁGRAFO (retomada da palavra-
-chave)
a) O contribuinte brasileiro precisa receber um melhor
tratamento das autoridades fiscais.
b) Ele é vítima constante de um Leão sempre descon-
tente de sua mordida.
c) Não há ano em que se sinta a salvo.
d) É sempre surpreendido por novas regras, novas alí-
quotas, novos assaltos ao seu bolso.
A palavra-chave deste parágrafo é contribuinte brasi-
leiro (frase a). Ela é retomada nas frases seguintes
através dos mecanismos de coesão.
Na frase b, contribuinte brasileiro é substituído pelo
pronome ele. Nas frases c e d, aparece como sujeito
oculto de se sinta e de é sempre surpreendido.
Resumindo:
O termo contribuinte está presente em todos os enun-
ciados. Como você pode observar, basta retomar a palavra-
chave a cada frase (de preferência sem repeti-la), acres-
centando sempre uma informação nova a seu respeito. Uma
palavra da frase a (contribuinte brasileiro) está presente
nas frases b, c e d. Mas essa não é a única forma de
escrever um parágrafo. Um texto todo escrito dessa forma
se tornaria monótono e o leitor logo se cansaria.
SEGUNDO PARÁGRAFO (por encadeamento)
a) A Receita Federal precisa urgentemente estabelecer
regras constantes que facilitem a vida do brasileiro.
b) Essas regras não podem variar ao sabor da troca de
ministros.
c) Cada um que entra se acha no direito de alterar o
que foi feito anteriormente.
Aqui a estrutura já é bem diferente da anterior. A frase
b retoma a palavra regras da frase a, e a frase c retoma
ministro (cada um) da frase b, num encadeamento de fra-
se para frase.
No primeiro exemplo, todo o parágrafo está amarrado
a uma só palavra. Neste parágrafo, é como se houvesse
uma corrida de revezamento, em que o segundo enuncia-
do leva adiante uma palavra do primeiro, o terceiro do se-
gundo e assim sucessivamente. Por esse método, o pará-
grafo pode prolongar-se até onde acharmos conveniente. A
escolha da palavra a ser retomada é puramente pessoal.
Em vez de regras constantes, podia-se muito bem ter es-
colhido vida do brasileiro. Neste caso, o rumo não só do
parágrafo, mas também da redação seria totalmente dife-
rente.
É importante observar que há sempre uma palavra que
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12 CURSO REDÇÃO NOTA 10 - Evertonsousa@gmail.comREDAÇÃO
GRAMÁTICA
mantém a unidade do parágrafo.Neste exemplo foi regras.
Se não houver, corremos o risco de falar de várias coisas
ao mesmo tempo, sem nenhuma coerência.
TERCEIRO PARÁGRAFO (por divisão)
a) Agindo assim, a única coisa que se faz de concreto é
perpetuar dois tipos de contribuintes que bem co-
nhecemos.
b) O que paga em dia seus tributos e o que sonega a
torto e a direito.
c) Enquanto este continua livre de qualquer punição,
aquele é vítima de impostos cada vez maiores.
d) A impressão que se tem é de que mais vale ser deso-
nesto que honesto.
Temos agora um terceiro tipo de estrutura de parágra-
fo. A frase inicial delimita o nosso campo explanatório ao
dividir os contribuintes em dois tipos. Quando isso aconte-
ce, o desenvolvimento do parágrafo restringe-se a explicar
os componentes dessa divisão. A frase b esclarece quais
esses dois tipos de contribuintes. A frase c explica o que
acontece com cada um deles. E a frase d conclui o as-
sunto.
QUARTO PARÁGRAFO (por recorte)
a) Se o brasileiro é empurrado para a sonegação é por-
que há razões muito fortes para isso.
b) Ninguém sabe para onde vai o dinheiro arrecadado.
c) O que deveria ser aplicado na educação e na saúde
some como por milagre ninguém sabe onde.
d) Há muitos anos que não se fazem investimentos em
transportes.
e) Grande parte da população continua sofrendo por
falta de moradia.
f) Paga-se muito imposto em troca de nada.
Ao contrário da frase delimitadora do início do terceiro
parágrafo, aparece aqui uma de sentido muito amplo. A
palavra razões leva-nos a pensar muita coisa de uma só
vez. Quando isso acontece, devemos fazer um recorte nas
idéias que ela suscita, escolher apenas um ângulo para
ser explorado, fazendo uma enumeração dos exemplos
mais pertinentes.
Que razões seriam essas para o brasileiro driblar o
fisco? Entre as muitas que existem, escolhemos a malver-
sação do dinheiro arrecadado pelo governo (frase b). As
frases c, d e e exemplificam as áreas para as quais deve-
ria convergir o imposto, se não fosse tão mal aplicado. A
frase f conclui, dizendo porque há tanta sonegação. É evi-
dente que há outras razões para que muita gente se furte
ao pagamento do imposto de renda, mas nos restringimos
a detalhar uma delas: os descaminhos do dinheiro arreca-
dado. Se fôssemos falar de todas as razões, o parágrafo
resultaria provavelmente longo e confuso.
QUINTO PARÁGRAFO (POR SALTO)
a) Vale a pena lembrar o ano de 1991 quando, além das
complicações costumeiras, os contribuintes foram
surpreendidos com a suspensão da entrega da decla-
ração na data prevista.
b) Um deputado entrou na Justiça alegando inconsti-
tucionalidade no fator multiplicador do imposto a
pagar e a receber.
c) Todos sentiram um alívio, mesmo que temporário.
Diferentemente do que aconteceu nos parágrafos an-
teriores, aqui não se retoma nenhum termo da frase de
abertura. À primeira vista, parece não haver um elo entre a
primeira e a segunda frase, pois não existe um fator de
coesão explícito inter-relacionando-as. Os vínculo que exis-
te é mental, por isso precisamos reconstituí-lo com nosso
raciocínio. Por que houve tal suspensão? Porque o fator
multiplicador do imposto a pagar e a receber era inconsti-
tucional, daí o deputado ter entrado na Justiça. A suspen-
são de que se fala na primeira frase está relacionada com
a inconstitucionalidade presente na segunda. É como se o
autor desse um salto, mas sem perdera perspectiva do
chão.
Observe que, de qualquer forma, há sempre uma pala-
vra que governa todo o parágrafo. Neste último foi suspen-
são, que também está presente na frase c de forma suben-
tendida, quando se fala do alívio temporário que ela gerou
nos contribuintes.
Estruturas mistas
Vimos, assim, cinco formas básicas para se construir
um parágrafo. Mas queremos deixar bem claro que nossa
preocupação foi inteiramente didática. O mais comum é
combinar com habilidade no mesmo parágrafo duas técni-
cas diferentes, usar uma estrutura mista, como acontece
no seguinte exemplo:
Todos nós lidamos diariamente com os núme-
ros. Todavia, poucos são aqueles que percebem que
os números têm um sentido muito mais amplo que
o de simples instrumento de medição. Na verdade,
os números têm características e significados que
lhes são próprios. A compreensão dessas caracterís-
ticas e significados leva a um caminho de descober-
ta, ainda que apenas de autodescoberta. Esse cami-
nho, quando acertado, pode trazer grande com-
pensação em termos de felicidade e sucesso.
ANDERSON, Mary. Numerologia. Trad. Edith Negraes e
Denise Santana. São Paulo, Hemus, s/d. p. 9.
01. (Fuvest-SP) Em 10 de novembro de 1937, para justifi-
car o golpe que instaurava o Estado Novo, Getúlio Var-
gas discursava:
Interpretação de textos
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CURSO REDÇÃO NOTA 10 - Evertonsousa@gmail.com 13REDAÇÃO
“Colocada entre as ameaças caudilhescas e o
perigo das formações partidárias sistematicamente
agressivas, a Nação, embora tenha por si o patriotis-
mo da maioria absoluta dos brasileiros e o amparo
decisivo e vigilante das forças armadas, não dispõe
de meios defensivos eficazes dentro dos quadros
legais, vendo-se obrigada a lançar mão das medidas
excepcionais que caracterizam o estado de risco imi-
nente da soberania nacional e da agressão exter-
na.”
Baseando-se no texto acima, pode-se entender que:
a) Vargas fala em nome da Nação, considerando-se o
intérprete de seus anseios e necessidades.
b) a defesa da Nação está exclusivamente nas mãos
do Exército e do patriotismo dos brasileiros.
c) Vargas delega às forcas armadas o poder de lançar
mão de medidas excepcionais.
d) as medidas excepcionais tomadas estão na relação
direta da falta de formações políticas atuantes.
e) Vargas estabelecia uma oposição entre o patriotis-
mo dos brasileiros e a ação das forças armadas.
02. (UNICAMP-SP)
Essa cova em que estás,
Com palmos medida,
É a conta menor
Que tiraste em vida.
É de bom tamanho,
Nem largo nem fundo,
É a parte que te cabe
Deste latifúndio.
Não é cova grande,
É cova medida
É a terra que querias
Ver dividida.
João Cabral de Melo Neto, “Morte e vida Severina”.
a) Qual o conflito social abordado nesse poema?
b) Transcreva dois trechos do poema em que fica bem
caracterizado esse conflito.
03. (UNICAMP-SP)
Estação derradeira
Chico Buarque
Rio de ladeiras
Civilização de encruzilhada
Cada ribanceira é uma nação
À sua maneira com ladrão
Lavadeiras, honra, tradição
Fronteiras, munição pesada
São Sebastião crivado
Nublai minha visão
Na noite da grande Fogueira desvairada
Quero ver a Mangueira
Derradeira estação
Quero ouvir sua batucada, ai, ai
Rio do lado sem beira
Cidadãos
Inteiramente loucos
Com carradas de razão
À sua maneira
De calção
Com bandeiras sem explicação
Carreiras de paixão danada
São Sebastião crivado
Nublai minha visão
Na noite grande Fogueira desvairada
Quero ver a Mangueira
Derradeira estação
Quero ouvir sua batucada, ai, ai
A partir da leitura do texto, responda:
a) Quais elementos do cotidiano dos morros cariocas
são reforçados por Chico Buarque?
b) Por que, ao falar dos morros cariocas, Chico Buar-
que afirma que cada ribanceira é uma nação?
c) Nesse texto, Chico Buarque dispõe lado a lado pa-
lavras com sentidos muitos diferentes entre si como
lavadeiras, honra, tradição/fronteiras, munição pe-
sada. Qual a relação entre essa disposição e a ima-
gem que o poeta tem da cidade?
d) Nos versos: São Sebastião crivado/Nublai minha
visão, que relação há entre a figura de São Sebasti-
ão e a cidade do Rio de Janeiro?
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14 CURSO REDÇÃO NOTA 10 - Evertonsousa@gmail.comREDAÇÃO
GRAMÁTICA
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