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_________________________________________________________________________ 
EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) DE DIREITO DA __ VARA DO JUIZADO ESPECIAL 
CÍVEL DA COMARCA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO - SP 
 
 
 
 
 
BRUNA GONÇALVES SENA PINHEIRO​, brasileira, união estável, médica, portadora do 
RG nº 6143447 e do CPF nº 001.450.622-01, endereço eletrônico 
brunasena_med@hotmail.com, residente e domiciliada na Rua Brasílio Machado, Nº 533, 
Condomínio Arcádia, Torre Breeze, Apto. 203, Bairro: Centro, CEP: 09715-140, São 
Bernardo do Campo - SP vem, por meio de seu procurador que abaixo subscreve, com 
procuração anexa (Anexo 1), perante Vossa Excelência propor 
 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C AÇÃO DE 
OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DANOS MATERIAIS E MORAIS C/C PEDIDO DE 
TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA 
 
contra ​MEDCEL EDITORA E EVENTOS SA, ​pessoa jurídica de direito privado, inscrita 
no CNPJ Nº 07.164.688/0001-94, com sede na Av. Paulista, 1776 - 2º andar, Bairro: 
Cerqueira César - São Paulo/SP - CEP: 01310-921​, com fundamento nos Art. 3º da Lei 
9.099/1995, Arts. 186 e 927 do CC/2002, Art. 300 do CPC/2015 e outros, pelas razões de fato 
e de direito que passa a expor. 
 
I - DOS FATOS 
No dia 28 de maio de 2019, a requerente estava em processo de mudança de 
domicílio, do seu endereço antigo para o atual, em São Bernardo do Campo, conforme 
Contrato de Aluguel anexo (Anexo 2). Confiando em seu nome limpo e suas boas condições 
de crédito, entrou em contato com a empresa responsável pelo condomínio que hoje reside, 
tendo sido negado seu pedido, no dia 10 de junho de 2019, por uma restrição de seu nome no 
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Afonso Thiago Braga Delgado - OAB/PA 27.416 
Advocacia Cível e Administrativista 
Rua Boaventura da Silva, 1514, Sala 6 - Belém/PA 
 
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SERASA, conforme pgs. 6 e 7 do Anexo 5. A requerente consultou a plataforma e qual não 
foi a sua surpresa ao descobrir que seu nome fora negativado pela requerida no valor de R$ 
9.837,10 (nove mil, oitocentos e trinta e sete reais e dez centavos), conforme Anexo 3. 
Confusa, já que nunca contratou qualquer serviço da requerida, entrou em contato 
com a central de atendimento, que lhe informou constar em seu sistema uma suposta compra 
de um curso de residência médica, cujo boleto inicial havia sido pago e os materiais enviados 
para sua casa, coisa que nunca ocorreu. 
Ocorre, Excelência, que a requerente sequer entrou em contato, por qualquer meio, 
com a Medcel, quanto mais contratar um serviço seu, motivo pelo qual se sentiu 
extremamente lesada em sofrer tamanha cobrança e ainda ter seu nome negativado. Para 
piorar a situação, a requerida jamais entrou em contato para informar do referido débito, e 
tampouco comunicou a negativação, fato que por si só é ilegal, conforme Súmula 359 do STJ. 
Por conta desta situação absurda, a requerente não conseguiu fazer o aluguel do seu 
novo imóvel, motivo pelo qual teve que contratar os serviços da Credpago Serviços de 
Cobrança S.A, que é uma empresa que funciona como fiadora em contratos deste tipo, 
conforme Cláusula Nona do Contrato de Aluguel (pg. 6 do Anexo 2). Ocorre, excelência, que 
os serviços desta empresa não são baratos, pois cobram taxa de 8% sobre o valor anual total 
dos aluguéis (Anexo 5, fls. 4 e 5), o que gerou à requerente prejuízo de R$ 1.632,00 (um mil, 
seiscentos e trinta e dois reais), que corresponde a 8% do valor total anual de seu aluguel, que 
é R$ 20.400 (vinte mil e quatrocentos reais), coisa que não seria necessária caso o nome da 
requerente não tivesse esta única restrição, por culpa da requerida. 
Para piorar a situação, a requerente foi impedida de comprar um carro cuja simulação 
já estava pré-aprovada em seu banco (Banco do Brasil), por conta desta restrição, 
causando-lhe grande transtorno e constrangimento, conforme pgs. 1 e 8 do Anexo 5. Tentou, 
ainda, um financiamento junto ao Banco Santander, que também lhe fora negado por conta da 
restrição, conforme pgs. 2 e 3 do Anexo 5. 
A requerente ainda tentou solucionar o problema de forma amigável, ligando diversas 
vezes para a central de atendimento da requerida, porém a mesma se nega a entregar 
documentos, contratos, comprovantes de contratação do serviço e quaisquer outros, mesmo 
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Afonso Thiago Braga Delgado - OAB/PA 27.416 
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Rua Boaventura da Silva, 1514, Sala 6 - Belém/PA 
 
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porquê a dívida nem sequer existe. A requerida nem mesmo fornece números de protocolo, o 
que inviabiliza a sua juntada aqui, deixando a requerente em situação de extrema 
desvantagem e hipossuficiência. 
Não mais suportando os pesados encargos desta absurda e inexistente cobrança, e não 
vendo outra saída além da via judicial, apresenta esta peça como meio de solução do litígio. 
São os fatos. 
 
II - DO DIREITO 
2.1 - DA ABSOLUTA INEXISTÊNCIA DO DÉBITO 
Conforme já relatado, a requerente ​jamais ​entrou em contato, fez orçamento, ligou, 
pediu ou contratou ​qualquer serviço da requerida, fato pelo qual muito nos surpreende tal 
cobrança, ainda mais numa monta tão grande. Esta cobrança só pode ter duas origens: uma 
falha no sistema da requerida ou fraude. Cogitando a primeira possibilidade, a requerente 
tentou normalizar a situação de forma amigável, ligando para a requerida, porém a mesma foi 
impassível e manteve o incrível dano causado, fato que nos levou à presente ação. 
Excelência, a requerida se nega a enviar qualquer comprovante da contratação do 
serviço: protocolos de atendimento, contrato assinado, boleto pago, comprovante de envio de 
materiais, nada foi disponibilizado, simplesmente porquê ​não existe​, o que torna 
indispensável a inversão do ônus da prova no presente caso, mesmo porquê se trata de uma 
relação de consumo, amparada pelo Código de Defesa do Consumidor. 
 
2.2 - DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
O Código de Defesa do Consumidor é claro em prever a inversão do ônus da prova 
em relações consumeristas, onde o cliente é a parte hipossuficiente da relação. Vejamos: 
 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da 
prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a 
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alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de 
experiências; 
 
O presente caso é típico dos critérios de inversão do ônus, pois coloca de um lado a 
requerente, pessoa física, consumidora, e do outro a requerida, pessoa jurídica, empresa de 
grandes proventos, com sede na capital, prestadora de serviços. Sobre isso nos fala o Mestre 
Luis RobertoBorges: 
Muito antes da Lei n.º 8.078, de 11 de setembro de 1990, que instituiu o Código de 
Defesa do Consumidor, existem debates que exploram o consumidor como sujeito 
vulnerável e hipossuficiente na relação de consumo. ​Isso porque o consumidor 
não dispõe de controle sobre os bens de produção e em conseqüência disto 
submete-se ao poder de quem os possui. 
Deste modo o legislador criou uma série de mecanismos para que sejam atendidos 
outros princípios, tais como: o princípio da proteção do consumidor que se desdobra 
nos princípios da responsabilidade objetiva e no ​princípio da inversão do ônus da 
prova. ​(Grifos acrescidos) (BORGES, 2010) 1
 
Sendo a requerida a fornecedora de serviços, responsável objetiva pela reparação dos 
danos causados ao consumidor, conforme Art. 14, §3º - CDC, e tendo negado à requerente 
quaisquer informações sobre o ​suposto contrato firmado entre as partes, pedimos a inversão 
do ônus da prova para que a Medcel apresente ​provas legítimas e irrefutáveis da existência 
do alegado débito, bem como da comunicação da inscrição de seu nome no cadastro negativo, 
envio de materiais e quaisquer outros fatos que porventura venha a alegar. 
 
2.3 - DO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA 
O Código Civil define o conceito de enriquecimento sem causa: “Art. 884. Aquele 
que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o 
indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários”. A lei determina, 
portanto, que não pode haver locupletamento de alguém à custa de outrem sem que haja uma 
1 BORGES, Luis Roberto. ​A vulnerabilidade do consumidor e os contratos de relação de 
consumo.​ 2010. 128 f. Dissertação (Mestrado em Direito) - Universidade de Marília, 2010. 
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justificativa plausível para esta transferência de valores. Sobre o tema, pertinentes os 
ensinamentos do Prof. Flávio Tartuce: 
 
De acordo com o Direito Civil Contemporâneo, concebido na pós-modernidade e a 
partir dos ditames sociais e éticos, não se admite qualquer conduta baseada na 
especulação, no locupletamento sem razão. Desse modo, o enriquecimento sem 
causa constitui fonte obrigacional, ao mesmo tempo em que a sua vedação decorre 
dos princípios da função social das obrigações e da boa-fé objetiva. O atual Código 
Civil valoriza aquele que trabalha, e não aquele que fica à espreita esperando um 
golpe de mestre para enriquecer-se à custa de outrem. O CC/2002 é inimigo do 
especulador, daquele que busca capitalizar-se mediante o trabalho alheio. 
(TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil: volume único. 5ª ed. Rio de Janeiro: 
Forense; São Paulo: Método, 2015. P. 318.) 
 
No presente caso, não há ato da requerente que justifique a cobrança do exorbitante 
valor pedido pela requerida, haja visto que, novamente, ​não contratou qualquer serviço, 
não assinou qualquer contrato e não recebeu qualquer material, sendo o presente débito 
absolutamente inexistente e indevido. Não havendo prestação de serviços, não há que se falar 
em pagamento, muito menos em cobrança por meio de inscrição em cadastro negativo de 
crédito, o que a requerida fez sem o menor zelo ou pudor, em prejuízo da requerente. 
 
2.4 - DOS DANOS MORAIS ​IN RE IPSA 
O presente caso é um exemplo típico de dano moral presumido, em que não se faz 
necessária a comprovação do dano para a sua caracterização. Isto porquê é pacificado, na 
jurisprudência do STJ, o entendimento de que a inscrição negativa em cadastros de proteção 
ao crédito gera, por si só, o dever de indenizar e constitui dano moral ​in re ipsa​, conforme os 
julgados a seguir: 
“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
RESPONSABILIDADE CIVIL. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM ÓRGÃOS DE 
PROTEÇÃO AO CRÉDITO. DÍVIDA ORIUNDA DE LANÇAMENTO DE 
ENCARGOS EM CONTA CORRENTE INATIVA. DANO MORAL. VALOR DA 
CONDENAÇÃO.1. Inviável rever a conclusão a que chegou o Tribunal a quo, a 
respeito da existência de dano moral indenizável, em face do óbice da Súmula 
7/STJ. ​2. É consolidado nesta Corte Superior de Justiça o entendimento de que 
a inscrição ou a manutenção indevida em cadastro de inadimplentes gera, por 
si só, o dever de indenizar e constitui dano moral in re ipsa, ou seja, dano 
vinculado a própria existência do fato ilícito, cujos resultados são 
presumidos.​3. A quantia fixada não se revela excessiva, considerando-se os 
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parâmetros adotados por este Tribunal Superior em casos de indenização decorrente 
de inscrição indevida em órgãos de proteção ao crédito. Precedentes.4. Agravo 
regimental a que se nega provimento”. 
(AgRg no Ag 1379761 / SP AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE 
INSTRUMENTO 2011/0004318-8, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, 4ª 
turma, d.J. 02/05/2011). (Grifos acrescidos). 
 
APELAÇÃO - INDENIZAÇÃO - DANOS MORAIS - INDEVIDA 
NEGATIVAÇÃO -DANO "IN RE IPSA" - ​A indevida negativação junto aos 
órgãos de proteção ao crédito ocasiona o denominado dano moral "in re ipsa", 
prescindindo de prova efetiva do prejuízo decorrente do apontamento - Evento 
danoso decorrente de ato perpetrado por terceiro fraudador não exclui a 
responsabilidade do fornecedor -Configuração de prestação defeituosa de serviço - 
Dever de indenizar caracterizado -DANOS MORAIS - VALOR DA 
INDENIZAÇÃO - PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA 
RAZOABILIDADE - JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA - TERMO INICIAL - 
A correção monetária incide a partir do arbitramento da indenização e os juros de 
mora fluem a partir da citação. Sentença mantida.Recurso não provido. 
 
(TJ-SP - APL: 174255620098260606 SP 0017425-56.2009.8.26.0606, Relator: 
Roberto Mac Cracken, Data de Julgamento: 19/05/2011, 37ª Câmara de Direito 
Privado, Data de Publicação: 06/06/2011) (grifos acrescidos). 
 
No ordenamento jurídico pátrio, os danos morais são uma forma não só de reparação 
da lesão causada como uma forma de punição ao causador do dano, que como todo elemento 
punitivo tem a finalidade também de educar o culpado, de modo a evitar que repita sua 
conduta lesiva e cause danos a outras pessoas. Sobre isso, nos ensina o professor Fernando 
Noronha: “​se essa finalidade (dita função reparatória, ressarcitória ou indenizatória) é a 
primacial, a responsabilidade civil desempenha outras importantes funções, uma 
sancionatória (ou punitiva) e outra preventiva (ou dissuasora)” (NORONHA, 2003). Ideia 
também defendida pela Profª Maria Helena Diniz: “A reparação pecuniária teria, no dano 
moral, uma função satisfatória ou compensatória e, concomitantemente, penal, visto ser 
encargo suportado por quem causou o dano moral” (DINIZ, 2012, p. 114). Sobre isso: 
 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. LANÇAMENTOINDEVIDO DO AUTOR NO ÓRGAO DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. 
MANUTENÇÃO POR 5 ANOS. CONTRATO DE EMPRESTIMO 
CONSIGNADO QUITADO. ABALO MORAL. CONFIGURADO. ​DANO IN RE 
IPSA QUE INDEPENDE DE PROVA. DEVER DE INDENIZAR. QUANTUM 
INDENIZATÓRIO. FINALIDADE DE PROVOCAR O DESESTÍMULO À 
CONTINUIDADE DA PRÁTICA DE CONDUTAS LESIVAS AOS 
CONSUMIDORES. INCIDENCIA DOS JUROS DE MORA. DA DATA DO 
EVENTO DANOSO. SUMULA 54 DO STJ. INVERSÃO DO ÔNUS 
SUCUMBENCIAL. SENTENÇA REFORMADA. ​1. Os danos morais restaram 
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configurados, uma vez que evidenciada a inclusão indevida do nome do autor 
em órgão restritivo de crédito. Trata-se de dano in re ipsa, que independe de 
prova cabal do prejuízo. 2. A fixação do quantum indenizatório deve atender 
aos fins a que se presta a indenização, considerando a condição econômica da 
vítima e do ofensor, o grau de culpa, a extensão do dano, a finalidade da sanção 
reparatória e os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade​, sem 
contudo, gerar enriquecimento indevido ao ofendido. ​Quantum indenizatório 
arbitrado em R$ 8.000,00 (oito mil reais)​. 3. Os juros de mora incidirão a partir da 
data do evento danoso, conforme estabelece a Súmula 54 do STJ, por se tratar de 
relação extracontratual. 4. Com a reforma da sentença resta alterada a sucumbência. 
RECURSO PROVIDO. 
 
(Classe: Apelação,Número do Processo: 0000067-74.2007.8.05.0043, Relator (a): 
Maurício Kertzman Szporer, Segunda Câmara Cível, Publicado em: 23/10/2017 ) 
(Grifos acrescidos). 
 
Assim, é necessário levar em consideração, no arbitramento do valor da indenização, 
o caráter ​punitivo ​e o ​preventivo ​dos danos morais, bem como a condição econômica da 
ofendida (profissional liberal) e do ofensor (sociedade anônima). Basta olhar o capital social 
da requerida, que segundo informações dos bancos de consulta a CNPJs é de ​R$ 2
5.038.000,00 (cinco milhões e trinta e oito mil reais)​, para saber que os valores não podem 
ser muito baixos, sob pena de prejuízo ao já mencionado caráter preventivo. 
Desta forma, considerando os elementos retromencionados, em especial a condição 
econômica das partes e o intuito pedagógico da indenização por danos morais, bem como 
todo o constrangimento, vexame e problemas econômicos gerados à requerente, que teve seu 
financiamento de veículo e crédito para aluguel negados, requer-se a indenização a título de 
danos morais no valor de 2 vezes o valor da inscrição ilegal no SERASA, totalizando R$ 
19.674,20 (dezenove mil, seiscentos e setenta e quatro reais e vinte centavos), com 
acréscimos de correção monetária a partir da data da sentença, conforme Súmula 362 do STJ, 
e de juros de mora de 1% a.m., desde a citação. 
 
2.5 - DOS DANOS MATERIAIS 
Conforme demonstrado, a requerente teve um prejuízo material, concreto, por conta 
da inscrição de seu nome no SERASA, tendo sido negado o seu nome para firmar contrato de 
2 ​https://consultacnpj.com/cnpj/medcel-editora-e-eventos-sa-medcel-07164688000194 
 ​https://cnpj.rocks/cnpj/07164688000194/medcel-editora-e-eventos-s-a.html 
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https://consultacnpj.com/cnpj/medcel-editora-e-eventos-sa-medcel-07164688000194
https://cnpj.rocks/cnpj/07164688000194/medcel-editora-e-eventos-s-a.html
 
_________________________________________________________________________ 
aluguel do apartamento onde hoje reside, sendo obrigada a contratar os serviços da Credpago 
Serviços de Cobrança S.A, empresa que funciona como fiadora, conforme Cláusula Nona do 
Contrato de Aluguel (pg. 6 do Anexo 2), o que lhe acarretou prejuízo de R$ 1.632,00 (um 
mil, seiscentos e trinta e dois reais), que corresponde a 8% do valor total anual de seu aluguel, 
que é R$ 20.400 (vinte mil e quatrocentos reais). Este valor corresponde a apenas 12 (doze) 
meses do contrato de aluguel, que, no entanto, possui prazo de 30 (trinta) meses, conforme 
cláusula segunda (Anexo 2, pg. 1). 
Note, Excelência, que o contrato já está firmado entre as partes, não podendo a 
requerente desistir da contratação dos serviços da CredPago ainda que o seu nome seja 
retirado do SERASA nos próximos meses, o que a levará a pagar o valor integral da 
contratação durante o prazo do aluguel vigente (30 meses). 
Tal prejuízo não existiria caso a requerida não tivesse, por desídia, inscrito a 
requerente no cadastro negativo de crédito, ​por uma dívida inexistente​, já que não existem 
outras dívidas no cadastro da mesma, o que demonstra a relação direta de causa e efeito entre 
a ação da requerida e o prejuízo da requerente. 
A obrigação de ressarcir os danos materiais causados à requerente é objetiva e decorre 
dos Arts. 927 do Código Civil/2002 e 14 do Código de Defesa do Consumidor. ​In verbis: 
 
 
Art. 927. ​Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), ​causar dano a outrem, 
fica obrigado a repará-lo. 
Art. 14. ​O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência 
de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos 
relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou 
inadequadas sobre sua fruição e riscos. (grifos acrescidos). 
 
 Assim, pedimos que a requerida seja condenada a pagar indenização por danos 
materiais no valor gasto pela requerente na contratação dos serviços da CredPago, qual seja, o 
de 8% sobre os 30 meses de contrato de aluguel (cláusula segunda, pg. 1 do Anexo 2), 
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correspondente a R$ 4.080,00 (quatro mil e oitenta reais), com acréscimos de correção 
monetária a partir da data da sentença e de juros de mora de 1% a.m., desde a citação. 
III - DA TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA 
O Código de Processo Civil/2015 prevê a concessão de tutela provisória de urgência 
em casos cuja demora possa acarretar novos danos ou o aprofundamento dos já existentes à 
parte solicitante. ​In verbis: “Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver 
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao 
resultado útil do processo.” 
Quanto à probabilidade do direito, no caso em tela, a requerente é parte 
hipossuficiente da relação, não tendo qualquer gerência sobre os sistemas e banco de dados 
da requerida. A requerente entrou em contato com a Medcel para maiores esclarecimentos, 
solicitando cópia do contrato ou quaisquer outros documentos que explicassem a devida 
cobrança, porém todos foram negados, restando a ela somente a informação da inscrição de 
seu nome no SERASA (Anexo 3) eque tal débito era referente à contratação de um suposto 
curso de residência. Assim, com base na inversão do ônus da prova permitido pelo CDC, 
afirmamos como falso e inexistente o débito alegado pela requerida, cabendo a ela provar que 
tal dívida existe. 
Já o perigo de dano se encontra na impossibilidade que a requerente está tendo de 
financiar seu carro, cujo crédito havia sido pré-aprovado (Anexo 5, fls. 1 e 8), recebendo 
diversas negativas dos mais variados bancos, conforme Anexo 5, fls. 2 e 3. Além disso, são 
muitos os problemas decorrentes da inscrição negativa, pois impossibilita a maioria dos 
negócios que a requerente precise fazer, como cartões de crédito, empréstimos e demais 
financiamentos, acarretando danos contínuos, presentes e futuros. 
Entendemos que manter a requerente inscrita no cadastro negativo por uma dívida 
inexistente é absolutamente injusto, e consideramos que a retirada de seu nome, de forma 
liminar, do referido cadastro não trará nenhum prejuízo à requerida, pois caso consiga, ​ad 
argumentandum tantum​, provar que o débito é verdadeiro, pode reinserir o cadastro negativo 
a qualquer momento, bem como dispor de uma série de métodos de cobrança, inclusive a 
própria via judicial. 
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Assim, solicitamos a concessão da tutela provisória de urgência, determinando a 
retirada do nome da requerente de todo e qualquer cadastro negativo de crédito em até 48h, 
sob pena de multa diária a ser arbitrada por este douto juízo. 
 
IV - DOS PEDIDOS 
Pelo exposto, requer: 
 
a) A citação da requerida no endereço preambular para, querendo, apresentar defesa, sob pena 
de revelia; 
 
b) A inversão do ônus da prova, por ser a requerente parte hipossuficiente da relação, nos 
termos do Art. 6º, VII do Código de Defesa do Consumidor; 
 
c) A concessão da tutela provisória de urgência, determinando a exclusão imediata do nome 
da requerente de todo e qualquer cadastro negativo de crédito em até 48h, sob pena de multa 
diária a ser arbitrada por este douto juízo, nos termos do Art. 300 do CPC/2015; 
 
d) Ao final, a TOTAL PROCEDÊNCIA da presente ação, a fim de: I - declarar a inexistência 
do débito referente ao suposto contrato de prestação de serviços; II - determinar a exclusão 
permanente do nome da requerente de todo e qualquer cadastro negativo de crédito referente 
ao contrato supramencionado e a proibição de sua reinserção; III - a condenação da requerida 
ao pagamento de uma indenização por danos morais no valor de 19.674,20 (dezenove mil, 
seiscentos e setenta e quatro reais e vinte centavos), com acréscimos de correção monetária a 
partir da data da sentença, conforme Súmula 362 do STJ, e de juros de mora de 1% a.m., 
desde a citação, em razão da negativação indevida e da ausência de comunicação do ato à 
requerente, bem como os constrangimentos e vexames a qual foi submetida; e IV - A 
condenação da requerida ao pagamento de uma indenização por danos materiais no valor de 
R$ 4.080,00 (quatro mil e oitenta reais), em decorrência da obrigatoriedade da requerente em 
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Afonso Thiago Braga Delgado - OAB/PA 27.416 
Advocacia Cível e Administrativista 
Rua Boaventura da Silva, 1514, Sala 6 - Belém/PA 
 
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contratar os serviços de empresa fiadora, prejuízo financeiro que não existiria não fosse a 
desídia da requerida. 
 
Almeja-se provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos. 
 
Dá-se à causa o valor de RS 23.754,20 (vinte e três mil, setecentos e cinquenta e quatro reais 
e vinte centavos). 
 
Nestes termos, 
Pede e aguarda deferimento. 
 
Belém, 14 de agosto de 2019 
 
Afonso Thiago Braga Delgado 
OAB/PA 27.416 
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