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08/08/2018 1 TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL V Professor: Edgard Costa dos Santos Ribeiro E-mail: edgard_bsb@hotmail.com Registro da Empresa Livros Comerciais REGISTRO DA EMPRESA ATOS DE REGISTRO Matrícula - dos leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de armazéns-gerais; Arquivamento - dos atos constitutivos, alterações, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas; dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade; dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil; das declarações de microempresa; de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao RPEM ou daqueles que podem interessar ao empresário e às empresas mercantis; Autenticação - dos instrumentos de escrituração das empresas mercantis registradas e dos agentes auxiliares do comércio, na forma de leis próprias. O registro da empresa é gênero cujas espécies são a matrícula, arquivamento e autenticação, nos termos do art. 32 da Lei 8.934/94. 08/08/2018 2 REGISTRO DO EMPRESÁRIO CC Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. Isto significa dizer que inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis (RPEM) não dá a qualidade de empresário, mas sim a sua regularidade. Determinada atividade poderá possuir todas as características e atributos de empresa, mas não estar inscrita no RPEM; logo estará irregular. Inscrição do Empresário Obrigatória Declaratória Regularidade perante a lei Mas não é constitutivo Necessário ter as qualidades de empresário Enunciado 198: A inscrição do empresário na Junta Comercial não é requisito para a sua caracterização, admitindo-se o exercício da empresa sem tal providência. O empresário irregular reúne os requisitos do art. 966, sujeitando-se às normas do Código Civil e da legislação comercial, salvo naquilo em que forem incompatíveis com a sua condição ou diante de expressa disposição em contrário. Enunciado 199: A inscrição do empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua regularidade, e não de sua caracterização. REGISTRO DA SOCIEDADE EMPRESÁRIA A sociedade é uma pessoa jurídica de direito privado que adquire personalidade jurídica com a inscrição dos seus atos constitutivos no registro próprio. CC Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária. 08/08/2018 3 CC Art. 1.151. O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida no artigo antecedente será requerido pela pessoa obrigada em lei, e, no caso de omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer interessado. § 1o Os documentos necessários ao registro deverão ser apresentados no prazo de trinta dias, contado da lavratura dos atos respectivos. § 2o Requerido além do prazo previsto neste artigo, o registro somente produzirá efeito a partir da data de sua concessão. Registro feito até os 30 dias da lavratura dos atos constitutivos, considera-se registrado na data da lavratura dos atos constitutivos (ex tunc retroage). Registro feito após os 30 dia da lavratura dos atos constitutivos, considera-se registrado na data de sua concessão (ex nunc não retroage).. REGISTRO DA ATIVIDADE RURAL CC Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. É empresário. Natureza constitutiva Exerce atividade rural como principal função Inscrição opcional Não fez inscrição Não é empresário Fez a inscrição A INATIVIDADE DA EMPRESA A inatividade da empresa ocorre quando ela não proceder a qualquer arquivamento na Junta Comercial por 10 anos contados da data do último arquivamento e não se manifestar a respeito quando intimada pela Junta Comercial. Então, como resultado, a empresa será considerada inativa e terá o seu registro cancelado. Além disso, perde a sua proteção ao nome empresarial. 08/08/2018 4 EMPRESÁRIO IRREGULAR Há uma série de consequências para o empresário irregular perante a lei, em decorrência da falta de registro no RPEM, bem como escrituração dos livros irregularmente. Consequências Não tem legitimidade ativa para pedir a falência do seu devedor, pois somente o empresário regularmente inscrito na Junta Comercial pode requerer. Não tem legitimidade ativa para se beneficiar de recuperação judicial e extrajudicial, pois somente o empresário regularmente inscrito na Junta Comercial pode se valer de tais benefícios legais. A escrituração da empresa não poderá ser autenticada no RPEM, pois é necessário estar registrado. Assim, os livros não possuirão a eficácia probatória em caso de litígio. Crime falimentar - Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar os documentos de escrituração contábil obrigatórios. Os sócios responderão ilimitadamente pelas obrigações da sociedade LIVROS COMERCIAIS A escrituração contábil é feita nos livros empresariais. O empresário pode ter quantos livros desejar. Alguns livros são obrigatórios. No exercício de sua atividade, o empresário e a sociedade devem seguir a correta escrituração dos seus livros e assim manter a sua atividade regular. A escrituração constitui a prova do exercício regular da atividade empresarial. 08/08/2018 5 FORÇA PROBATÓRIA DOS LIVROS COMERCIAIS CPC Art. 378. Os livros comerciais provam contra o seu autor. É lícito ao comerciante, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos. Livros comerciais fazem prova contra o autor Regulares ou Irregulares O empresário pode demonstrar por outros meios permitidos em direito que os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos. Exemplo Imagine-se que por meio da análise do fluxo de caixa de determinada empresa, feita em seus livros contábeis, um Agente Fiscal de Rendas descubra um grande valor de omissão de receita. Partindo-se dessa premissa, ele faz um lançamento de ofício, cobrando ICMS e multas correspondentes a tal omissão. A cobrança foi ajuizada e o valor será executado a favor do erário. Os livros comerciais utilizados pelo auditor provam contra a empresa. Todavia, pode o comerciante provar, por meio de outras formas permitidas em direito, que os lançamentos realizados no livro estão equivocados. Pode, por exemplo, demonstrar, com todas as notas fiscais relacionadas, que houve pagamento correto do ICMS relativo àquele fato e que, não obstante a escrituração estivesse errada, o imposto sobre circulação de mercadorias foi corretamente apropriado e pago. FORÇA PROBATÓRIA DOS LIVROS COMERCIAIS CPC Art. 379. Os livros comerciais, que preencham os requisitos exigidos por lei, provam também a favor do seu autor no litígio entre comerciantes. Livros comerciais fazem prova a favor do autor Regulares O livro deve preencher os requisitos legais Exemplo Suponha-se que A vende determinada mercadoria para B. O vendedor (A) alega em juízo, porém, não ter recebido o valor do comprador (B). Nesta hipótese, se B houver escriturado regularmente a entrada da mercadoria, se tiver feito o apropriado lançamento em seus livros diário e razão, se houver algum registro no Livro de Registro de Inventário, e, também, se puder fazer a comprovação por meio da quitação bancária correspondente, podemos dizer que os livroscomerciais farão prova a favor de B. 08/08/2018 6 SIGILO DOS LIVROS COMERCIAIS CC Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de falência. Exibição total dos livros Requerimento das partes Sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de falência SIGILO DOS LIVROS COMERCIAIS CC Art. 1.191. § 1o O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação pode, a requerimento ou de ofício, ordenar que os livros de qualquer das partes, ou de ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da sociedade empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles se extrair o que interessar à questão. Exibição parcial dos livros Juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento Qualquer medida cautelar ou ação
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