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Pratica Simulada III Caso Concreto 5

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO JÚRI DA VARA CRIMINAL DA COMARCA … DO ESTADO …
Processo nro. …
Autor: Ministério Público Estadual
Denunciado: Tício
            TÍCIO, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe que lhe move o Ministério Público, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência ionterpor
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
nos termos do art. 403, §3° do CPP, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
I - DO FATO
            Tício, em solidariedade frente a situação de gravidez da sua colega de trabalho Maria, lhe oferece carona após mais um dia de trabalho. No entanto, Tício, de forma imprudente, imprime velocidade excessiva, sem observar seu dever de cuidado, pois queria chegar a tempo de assistir ao jogo do time do seu coração, que seria transmitido naquela noite.
            Assim, Tício, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do carrro e capotou. Logo em seguida, os bombeiros prestaram socorro e encaminharam desde logo Maria ao hospital mais próximo, onde ficou constatado que a mesma não havia sofrido qualquer lesão. Contudo, na mesma ocasião constatou-se que havia sido interrompida a sua gravidez em razão da violência do acidente, conforme consta no laudo do IML, acostado às fls. 14 deste processo.
II - DO DIREITO
           
            Como já sabido, Tício foi denunciado pelo MP pela prática do crime previsto no art. 125 do CP, qual seja, o crime de aborto, no entanto, com o máximo respeito, o entendimento do Ministério Público mostra-se claramente equivocado.
           
            Sabe-se que o crime de aborto não admite tentativa, ou seja, só é cabível a tipificação no referido crime quando há dolo, ou seja, vontade e consciência do agente em atingir o resultado, o que não é observado no caso narrado. Certo é que não houve consciência, muito menos vontade do agente em dar cabo ao prosseguimento do feito. Logo, se não há dolo na conduta do denunciado, não há que se falar em acusá-lo do crime do art. 125 do CP, tendo em vista que neste crime não é cabível a modalidade culposa. Na mesma esteira está o entendimento da jurisprudência:
PROCESSUAL PENAL - ABORTO PROVOCADO - AUSÊNCIA DE DOLO - IMPRONÚNCIA - LAUDO ASSINADO POR UM ÚNICO PERITO - POSSIBILIDADE. 1. Diante dos princípios ""pas de nullité sans grief"" e da instrumentalidade das formas, previstos nos artigos 563 e 566, do CPP, não se decreta a nulidade de nenhum ato processual que dele não resulte prejuízo para a acusação ou para a defesa, bem como o que não tenha influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa. 2. De acordo com a jurisprudência sedimentada nos Tribunais Superiores, bem como na Súmula 28 deste Tribunal, não é nulo o exame pericial realizado por um único perito oficial, pois a exigência de dois peritos aplica-se aos casos em que a perícia for realizada por peritos leigos. 3. Diante da ausência do elemento subjetivo do dolo específico na conduta do agente, denunciado por crime de aborto provocado sem o consentimento da gestante, ainda que o médico faça opção por procedimento pouco recomendável para o caso, não há elementos para se afirmar que agiu dolosamente, com intenção de provocar o aborto da gestante e a morte do feto, impondo-se, nos termos do art. 409, do CPP, a sua impronúncia. Preliminares rejeitadas. Recursos desprovidos.
(TJ-MG 104700502364420011 MG 1.0470.05.023644-2/001(1), Relator: ANTÔNIO ARMANDO DOS ANJOS, Data de Julgamento: 04/03/2008, Data de Publicação: 09/04/2008)
            Desse modo, não houve na conduta de Tício o dolo de provocar o acidente e gerar o resultado aborto, tornando, desse modo fato atípico, afetando negativamente a denúncia do MP, na forma do art. 415, III do CPP.
III - DO PEDIDO
            Ante o exposto, requer-se:
A absolvição sumária do réu com base no art. 415, III do CPP.
            Nestes termos, pede deferimento.
loca, data
Nome advogado
OAB/UF
EXCELENTÍSSIMO
 
SENHOR
 
DOUTOR
 
JUIZ
 
DE
 
DIREITO
 
DO
 
TRIBUNAL
 
DO
 
JÚRI
 
DA
 
VARA
 
CRIMINAL
 
DA
 
COMARCA
 
…
 
DO
 
ESTADO
 
…
 
 
 
 
Processo
 
nro.
 
…
 
 
Autor:
 
Ministério
 
Público
 
Estadual
 
 
Denunciado:
 
Tício
 
 
 
 
 
 
 
TÍCIO,
 
devidamente
 
qualificado
 
nos
 
autos
 
do
 
processo
 
em
 
epígrafe
 
que
 
lhe
 
move
 
o
 
Ministério
 
Público,
 
vem
 
respeitosamente
 
à
 
presença
 
de
 
Vossa
 
Excelência
 
ionterpor
 
 
ALEGAÇÕES
 
FINAIS
 
POR
 
MEMORIAIS
 
 
nos
 
termos
 
do
 
art.
 
403,
 
§3°
 
do
 
CPP,
 
pelos
 
motivo
s
 
de
 
fato
 
e
 
de
 
direito
 
a
 
seguir
 
aduzidos:
 
 
I
 
-
 
DO
 
FATO
 
 
 
 
Tício,
 
em
 
solidariedade
 
frente
 
a
 
situação
 
de
 
gravidez
 
da
 
sua
 
colega
 
de
 
trabalho
 
Maria,
 
lhe
 
oferece
 
carona
 
após
 
mais
 
um
 
dia
 
de
 
trabalho.
 
No
 
entanto,
 
Tício,
 
de
 
forma
 
imprudente,
 
imprime
 
ve
locidade
 
excessiva,
 
sem
 
observar
 
seu
 
dever
 
de
 
cuidado,
 
pois
 
queria
 
chegar
 
a
 
tempo
 
de
 
assistir
 
ao
 
jogo
 
do
 
time
 
do
 
seu
 
coração,
 
que
 
seria
 
transmitido
 
naquela
 
noite.
 
 
 
Assim,
 
Tício,
 
ao
 
fazer
 
uma
 
curva
 
fechada,
 
perdeu
 
o
 
controle
 
do
 
carrro
 
e
 
capotou.
 
Logo
 
em
 
seguida,
 
os
 
bombeiros
 
prestaram
 
socorro
 
e
 
encaminharam
 
desde
 
logo
 
Maria
 
ao
 
hospital
 
mais
 
próximo,
 
onde
 
ficou
 
constatado
 
que
 
a
 
mesma
 
não
 
havia
 
sofrido
 
qualquer
 
lesão.
 
Contudo,
 
na
 
mesma
 
ocasião
 
constatou
-
se
 
que
 
havia
 
sido
 
interrompida
 
a
 
sua
 
gravidez
 
em
 
razão
 
da
 
violência
 
do
 
acidente,
 
conforme
 
consta
 
no
 
laudo
 
do
 
IML,
 
acostado
 
às
 
fls.
 
14
 
deste
 
processo.
 
 
II
 
-
 
DO
 
DIREITO
 
 
 
 
 
Como
 
já
 
sabido,
 
Tício
 
foi
 
denunciado
 
pelo
 
MP
 
pela
 
prática
 
do
 
crime
 
previsto
 
no
 
art.
 
125
 
do
 
CP,
 
qual
 
seja,
 
o
 
cr
ime
 
de
 
aborto,
 
no
 
entanto,
 
com
 
o
 
máximo
 
respeito,
 
o
 
entendimento
 
do
 
Ministério
 
Público
 
mostra
-
se
 
claramente
 
equivocado.
 
 
 
 
 
Sabe
-
se
 
que
 
o
 
crime
 
de
 
aborto
 
não
 
admite
 
tentativa,
 
ou
 
seja,
 
só
 
é
 
cabível
 
a
 
tipificação
 
no
 
referido
 
crime
 
quando
 
há
 
dolo,
 
ou
 
seja,
 
vontade
 
e
 
consciência
 
do
 
agente
 
em
 
atingir
 
o
 
resultado,
 
o
 
que
 
não
 
é
 
observado
 
no
 
caso
 
narrado.
 
Certo
 
é
 
que
 
não
 
houve
 
consciência,
 
muito
 
menos
 
vontade
 
do
 
agente
 
em
 
dar
 
cabo
 
ao
 
prosseguimento
 
do
 
feito.
 
Logo,
 
se
 
não
 
há
 
dolo
 
na
 
conduta
 
do
 
de
nunciado,
 
não
 
há
 
que
 
se
 
falar
 
em
 
acusá
-
lo
 
do
 
crime
 
do
 
art.
 
125
 
do
 
CP,
 
tendo
 
em
 
vista
 
que
 
neste
 
crime
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO TRIBUNAL DO 
JÚRI DA VARA CRIMINAL DA COMARCA … DO ESTADO … 
 
 
 
Processo nro. … 
 
Autor: Ministério Público Estadual 
 
Denunciado: Tício 
 
 
 
 
 TÍCIO, devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe que lhe 
move o Ministério Público, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência 
ionterpor 
 
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS 
 
nos termos do art. 403, §3° do CPP, pelos motivos de fato e de direito a seguir 
aduzidos: 
 
I - DO FATO 
 
 Tício, em solidariedade frente a situação de gravidez da sua colegade 
trabalho Maria, lhe oferece carona após mais um dia de trabalho. No entanto, Tício, 
de forma imprudente, imprime velocidade excessiva, sem observar seu dever de 
cuidado, pois queria chegar a tempo de assistir ao jogo do time do seu coração, que 
seria transmitido naquela noite. 
 Assim, Tício, ao fazer uma curva fechada, perdeu o controle do carrro e 
capotou. Logo em seguida, os bombeiros prestaram socorro e encaminharam desde 
logo Maria ao hospital mais próximo, onde ficou constatado que a mesma não havia 
sofrido qualquer lesão. Contudo, na mesma ocasião constatou-se que havia sido 
interrompida a sua gravidez em razão da violência do acidente, conforme consta no 
laudo do IML, acostado às fls. 14 deste processo. 
 
II - DO DIREITO 
 
 Como já sabido, Tício foi denunciado pelo MP pela prática do crime previsto 
no art. 125 do CP, qual seja, o crime de aborto, no entanto, com o máximo respeito, 
o entendimento do Ministério Público mostra-se claramente equivocado. 
 
 Sabe-se que o crime de aborto não admite tentativa, ou seja, só é cabível a 
tipificação no referido crime quando há dolo, ou seja, vontade e consciência do 
agente em atingir o resultado, o que não é observado no caso narrado. Certo é que 
não houve consciência, muito menos vontade do agente em dar cabo ao 
prosseguimento do feito. Logo, se não há dolo na conduta do denunciado, não há 
que se falar em acusá-lo do crime do art. 125 do CP, tendo em vista que neste crime

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