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LICENCIATURA EM FILOSOFIA
PRÁTICA DE ENSINO: INTRODUÇÃO A DOCÊNCIA (6530-30)
POSTAGEM 1: ATIVIDADE 1
REFLEXÕES REFERENTES AOS TEXTOS SELECIONADOS
SUMÁRIO
1. REFLEXÕES REFERENTES AOS 13 TEXTOS 
1.1 “Educação? Educações: aprender com o índio”
Reflexões do Aluno Sobre o texto 
1.2 “O fax do Nirso”
Reflexões do Aluno Sobre o texto 
1.3 “A História de Chapeuzinho Vermelho (na versão do lobo)”
Reflexões do Aluno Sobre o texto 
1.4 “Uma pescaria inesquecível”
Reflexões do Aluno Sobre o texto 
1.5 .“A Folha Amassada”
Reflexões do Aluno Sobre o texto 
1.6 “A Lição dos Gansos”
Reflexões do Aluno Sobre o texto 
1.7 “Assembleia na Carpintaria”
Reflexões do Aluno Sobre o texto 
1.8. “Colheres de Cabo Comprido”
Reflexões do Aluno Sobre o texto 
1.9. “Faça parte dos 5%”
Reflexões do Aluno Sobre o texto 
1.10. “O Homem e o Mundo”
Reflexões do Aluno Sobre o texto 
1.11. “Professores Reflexivos”
Reflexões do Aluno Sobre o texto 
1.12. “Um Sonho Impossível”
Reflexões do Aluno Sobre o texto 
1.13. “Pipocas da Vida”
Reflexões do Aluno Sobre o texto 
2. REFERÊNCIAS
1.1 TEXTO SELECIONADO
Educação? Educações: aprender com o índio
Pergunto coisas ao buriti; e o que ele responde é: a coragem minha.
Buriti quer todo o azul, e não se aparta de sua água – carece de espelho.
Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende.
(ROSA, 1986, p. 270‑1)
 
Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender‑e‑ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. Com uma ou com várias: educação? Educações. E já que pelo menos por isso sempre achamos que temos alguma coisa a dizer sobre a educação que nos invade a vida, por que não começar a pensar sobre ela com o que uns índios uma vez escreveram?
Há muitos anos nos Estados Unidos, Virgínia e Maryland assinaram um tratado de paz com os Índios das Seis Nações. Ora, como as promessas e os símbolos da educação sempre foram muito adequados a momentos solenes como aquele, logo depois os seus governantes mandaram cartas aos índios para que enviassem alguns de seus jovens às escolas dos brancos. Os chefes responderam agradecendo e recusando. A carta acabou conhecida porque alguns anos mais tarde Benjamin Franklin adotou o costume de divulga‑la aqui e ali. Eis o trecho que nos interessa:
 	
“... Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e agradecemos de todo o coração.
Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa ideia de educação não é a mesma que a nossa.
...Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas do Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltavam para nós, eles eram maus corredores, ignorantes da vida da floresta e incapazes de suportar o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e falavam a nossa língua muito mal. Eles eram, portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.
Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceita‑la, para mostrar a nossa gratidão oferecemos aos nobres senhores de Virgínia que nos enviem alguns dos seus jovens, que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos, deles, homens.”
De tudo o que se discute hoje sobre a educação, algumas das questões entre as mais importantes estão escritas nesta carta de índios. Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar onde ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a sua única prática e o professor profissional não é o seu único praticante.
Em mundos diversos a educação existe diferente: em pequenas sociedades tribais de povos caçadores, agricultores ou pastores nômades; em sociedades camponesas, em países desenvolvidos e industrializados; em mundos sociais sem classes, de classes, com este ou aquele tipo de conflito entre as suas classes; em tipos de sociedades e culturas sem Estado, com um Estado em formação ou com ele consolidado entre e sobre as pessoas.
Existe a educação de cada categoria de sujeitos de um povo; ela existe em cada povo, ou entre povos que se encontram. Existe entre povos que submetem e dominam outros povos, usando a educação como um recurso a mais de sua dominância. Da família à comunidade, a educação existe difusa em todos os mundos sociais, entre as incontáveis práticas dos mistérios do aprender; primeiro, sem classes de alunos, sem livros e sem professores especialistas; mais adiante com escolas, salas, professores e métodos pedagógicos. 
A educação pode existir livre e, entre todos, pode ser uma das maneiras que as pessoas criam para tornar comum, como saber, como ideia, como crença, aquilo que é comunitário como bem, como trabalho ou como vida. Ela pode existir imposta por um sistema centralizado de poder, que usa o saber e o controle sobre o saber como armas que reforçam a desigualdade entre os homens, na divisão dos bens, do trabalho, dos direitos e dos símbolos.21PR
A educação é, como outras, uma fração do modo de vida dos grupos sociais que a criam e recriam, entre tantas outras invenções de sua cultura, em sua sociedade. Formas de educação que produzem e praticam, para que elas reproduzam, entre todos os que ensinam‑e‑aprendem, o saber que atravessa as palavras da tribo, os códigos sociais de conduta, as regras do trabalho, os segredos da arte ou da religião, do artesanato ou da tecnologia que qualquer povo precisa para reinventar, todos os dias, a vida do grupo e a de cada um de seus sujeitos, através de trocas sem fim com a natureza e entre os homens, trocas que existem dentro do mundo social onde a própria educação habita, e desde onde ajuda a explicar – às vezes a ocultar, às vezes a inculcar – de geração em geração, a necessidade da existência de sua ordem.
Por isso mesmo – e os índios sabiam – a educação do colonizador, que contém o saber de seu modo de vida e ajuda a confirmar a aparente legalidade de seus atos de domínio, na verdade não serve para ser a educação do colonizado. Não serve e existe contra uma educação que ele, não obstante dominado,também possui como um dos seus recursos, em seu mundo, dentro de sua cultura.
Assim, quando são necessários guerreiros ou burocratas, a educação é um dos meios de que os homens lançam mão para criar guerreiros ou burocratas. Ela ajuda a pensar tipos de homens. Mais do que isso, ela ajuda a cria‑los, através de passar de uns para os outros o saber que os constitui ilegítima. Mais ainda, a educação participa do processo de produção e crenças e ideias, de qualificações e especialidades que envolvem as trocas de símbolos, bens e poderes que, em conjunto, constroem tipos de sociedades. E esta é a sua força.
No entanto, pensando às vezes que age por si próprio, livre e em nome de todos, o educador imagina que serve ao saber e a quem ensina, mas, na verdade, ele pode estar servindo a quem o constituiu professor, a fim de usa‑lo, e ao seu trabalho, para os usos escusos que ocultam também na educação – nas suas agências, suas práticas e nas ideias que ela professa – interesses políticos impostos sobre ela e, através de seu exercício, à sociedade que habita. E esta é a sua fraqueza.
Aqui e ali será preciso voltar a estas ideias, e elas podem ser como que um roteiro daqui para a frente. A educação existe no imaginário das pessoas e na ideologia dos grupos sociais e, ali, sempre se espera, de dentro, ou sempre se diz para fora, que a sua missão é transformar sujeitos e mundo em alguma coisa melhor, de acordo com as imagens que se tem de uns e outros: “... e deles faremos homens”. Mas, na prática, a mesma educação que ensina pode deseducar, e pode correr o risco de fazer o contrário do que pensa que faz, ou do que inventa que pode fazer: “... eles eram, portanto, totalmenteinúteis”.
Fonte: BRANDÃO (1993)
REFLEXÃO DO ALUNO SOBRE O TEXTO : 
A educação enquanto cultura, este é o grande desafio do docente, respeitar e entender, agrupar e não dividir com conceito de que : é necessário saber o entendimento do meio social em que vive o discente, a fim de discernir o conteúdo necessário e prático no tange à formação acadêmica normativa do indivíduo.
Como proposta do autor , a educação pode e deve ser vista com amplitude de camadas participativas. Nota-se uma imensidão de universos culturais e educativos presentes em cada meio social e todas essas se unem na formação do indivíduo. 
Compete ao docente inclusive o desafio de não errar, sendo assim, não cometer o deseducar , ao tentar educar. Vejo esta afirmação no que trecho em que ele diz : 
“ A educação existe no imaginário das pessoas e na ideologia dos grupos sociais e, ali, sempre se espera, de dentro, ou sempre se diz para fora, que a sua missão é transformar sujeitos e mundo em alguma coisa melhor, de acordo com as imagens que se tem de uns e outros: “... e deles faremos homens”
Concluo que nossa missão é infinitamente maior do que imaginamos quando mergulhamos no sonho de lecionar, nossa missão é de fato : Aprender a ensinar e aprender com o ensinar em uma eterna troca de conhecimento, nos colocando na camada em que nos compete atuar, sem sufocar o conhecimento que o meio concede ao ser.
1.2 TEXTO SELECIONADO 
O fax do Nirso
O gerente de vendas recebeu o seguinte fax de um dos seus novos vendedores:
Seo Gomis,
O criente de Beozonte pidiu mais cuatrucenta pessa. Faz favor toma as providenssa,
Abrasso,
Nirso
Aproximadamente uma hora depois recebeu outro:
Seo Gomis,
Os relatório di venda vai xega atrazado proque to fexando umas venda. Temo qui manda umas treis mil pessa. Amanhã to xegando.
Abrasso,
Nirso
No dia seguinte:
Seo Gomis,
Num xeguei pucausa de que vendi maiz deis mil em Beraba.
To indu pra Brasilha.
Abrasso,
Nirso
No outro:
Seo Gomis,
Brasilha fexo 20 mil. Vo pra Froniloplis e de la pra Sum Paulo no vinhâo das cete hora.
Abrasso,
NirsoÁICA DE ENSINO – INTRODUÇÃO À DOCÊNCI
E assim foi o mês inteiro. O gerente, muito preocupado com a imagem da empresa, levou ao presidente as mensagens que recebeu do vendedor. O presidente escutou atentamente o gerente e disse: “Deixa comigo, que eu tomarei as providências necessárias”.
E tomou. Redigiu de próprio punho um aviso e o afixou no mural da empresa, juntamente com as
mensagens de fax do vendedor:
A parti de oje, nois tudo vamo fazê feito o Nirso. Si priocupá menos em iscrevê serto, mod vende maiz.
Acinado, O Prizidenti. 
 (Autor Desconhecido)
REFLEXÃO DO ALUNO SOBRE O TEXTO : 
Este texto é o retrato da falta de oportunidade nos bancos escolares, e a necessidade em trabalhar desde cedo para sustentar-se é uma realidade em nosso país. De acordo com O estudo, feito pelo Ibope Inteligência, é desenvolvido pela ONG Ação Educativa e pelo Instituto Paulo Montenegro. Segundo o indicador, 29% dos brasileiros são considerados analfabetos funcionais. Deste total, 8% são analfabetos absolutos (aqueles que não conseguem ler palavras e frases). Outros 21% estão no nível considerado rudimentar (não localizam informações em um calendário, por exemplo).
Assim vejo o Sr. Nirso, personagem do texto acima, como um indivíduo que fora educado apenas pelo meio social onde vive. Faltou-lhe condições de aprendizagem de linguagem fundamental porém o mesmo apresenta eficiência no trabalho que executa, pensando por este viés, acredito que se este senhor tivesse obtivo êxito e oportunidade em acesso aos bancos escolares, talvez ele seria o presidente da empresa.
A vida que formou um grande vendedor, um incansável trabalhador, preso em suas próprias limitações e ao mesmo tempo superando – as com o talento da persistência.
1.3 TEXTO SELECIONADO
“A História de Chapeuzinho Vermelho (na versão do lobo)”
Esta história será contada de uma maneira não tradicional.
Certa manhã, estava eu passeando pela minha casa – sim, porque eu não sei se vocês sabem, mas a floresta é a minha casa – e, de repente, deparei com uma visão terrível.
Vi uma menina vestida com uma roupa vermelha horrorosa, com um chapéu vermelho igualmente horroroso, carregando uma cesta cheia de produtos embalados com material plástico, que leva milhares de anos para se desintegrar na natureza.
Imaginei que ela fosse fazer um piquenique ou coisa parecida e pensei: não posso permitir que ela deixe aquele material jogado pela mata. Ela vai sujar a minha casa e dos meus companheiros de floresta. Vou tentar preveni‑la dos cuidados ecológicos fundamentais. Por outro lado, que descuidados são esses humanos: deixar uma menina tão pequena passear pela floresta desse jeito, correndo o perigo de ser apanhada por algum predador (dentre os quais eu me incluo).
Como eu estava com o apetite devidamente saciado resolvi, sem segundas intenções, falar com a menina e induzi‑la a sair da floresta pelo mesmo caminho por onde entrou. Isto seria melhor para todos... e assim o fiz, mas, assim que me deparei com a menina, ela foi logo gritando feito uma louca e me batendo com a cesta que tinha na mão; nem sequer me ouviu, não me deu oportunidade para falar o que eu queria e explicar o motivo da nossa conversa. Só repetia várias vezes que eu não iria comer o lanche que ela havia preparado para a sua vovozinha, que eu era horrível, que isso e aquilo. Logo vi que não conseguiria atingir o meu intento. Mas... ela é só uma menina... e assim pensando, resolvi perdoa‑la.
Apesar de ter ficado furioso com ela num primeiro instante, resolvi procurar por uma velhinha que, algum tempo antes, havia construído uma casinha de madeira perto do rio. Na época, todos nós aqui da floresta havíamos ficado furiosos com ela, pois derrubou nossas árvores e, assim, destruiu a casa de muitos de nossos companheiros animais para construir aquela casa horrenda, mas, devido à avançada idade, resolvemos relevar e deixa‑la ficar. Só podia ser ela a vovozinha daquela menina tão mal‑educada.
Segui por atalhos que só nós, moradores da floresta, conhecemos e, assim, cheguei na casa da velhinha bem antes da sua neta. Segui um caminho muito longo para alertar a senhora dos males que ela e a sua neta poderiam provocar no nosso ecossistema, mas ela também não me deu a menor oportunidade de me pronunciar; foi logo me batendo e fazendo um escândalo tremendo, muito barulho, muita gritaria, virou‑se e pegou uma velha espingarda, certamente com a intenção de matar‑me. Não tive outra alternativa, senão comer a velha senhora.
Minutos depois, a menina acabou chegando na casa da sua avó. Sabendo que ela iria provocar novo escândalo, resolvi me disfarçar e, assim, vesti algumas roupas da tal velhinha e tentei me fazer passar por ela, deitado em seu leito.
Quando ela chegou, tentei dissuadi‑la a ir embora o quanto antes, mas a menina novamente começou a me insultar dizendo: que nariz grande e horrível você tem... que orelhas estranhas você tem...que olhos caídos e remelentos você tem...Eu procurei responder a todas as perguntas com ternura, mas para tudo há um limite, e minha paciência já estava em ponto de se esgotar, quando tirei o disfarce. Diante dos gritos da menina, e temendo a aproximação de caçadores que sempre afluíam ao local, não tive alternativa senão come‑la também.
Meu temor, no entanto, se concretizou: um caçador me encontrou e, antes mesmo que eu começasse a me explicar, atirou impiedosamente e me acertou... agora, cá estou eu, com a barriga aberta, moribundo, e vocês ainda estão vibrando com isto, ensinando suas crianças que o malvado dessa história sou eu...isso é muito injusto, muito injusto.
Fonte: Adaptado de ANTUNES, 10 Histórias Exemplares (2004)
REFLEXÃO DO ALUNO SOBRE O TEXTO : 
O vazio da existência egocêntrica do humano, é o que me demonstra é texto, confesso que em minha reflexão, já havia me questionado anteriormente sobre o fato no momento em que li também a versão original. 
Paradigmáticoo ser humano mantém-se em haver-se com as aparências e fechado ao diálogo e à discussão de idéias aliado a um abismo de fala aos que se apresentam de forma diferente de si.
Reflete também nosso total despreparo enquanto humanos, quando nos refere ao que tange meio ambiente e eco sistema. Nossa total ignorância em agredir e prejudicar toda uma cadeia alimentar. 
1.4 TEXTO SELECIONADO
“Uma pescaria inesquecível”
Ele tinha 11 anos e, a cada oportunidade que surgia, ia pescar num cais próximo ao chalé da família, numa ilha que ficava em meio a um lago.
A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes, cuja captura estava liberada. O menino amarrou uma isca e começou a praticar arremessos, provocando ondulações coloridas na água.
Logo, elas se tornaram prateadas, pelo efeito da lua, nascendo sobre o lago.
Quando o caniço vergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha.
O pai olhava com admiração, enquanto o garoto, habilmente, e com muito cuidado, erguia o peixe exausto da água.
Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada.
O garoto e o pai olharam para o peixe, tão bonito, as guelras volvendo para trás e para frente.
O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio.
Pouco mais de 10 horas da noite...
Ainda faltavam quase duas horas para a abertura da temporada.
Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo:
— Você tem que devolve‑lo, filho!
— Mas, papai, reclamou o menino.
— Vai aparecer outro, insistiu o pai.
— Não tão grande quanto este, choramingou a criança.
O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista.
Voltou novamente a olhar para o pai.
Mesmo sem ninguém por perto, sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão era inegociável.
Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura.
O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu.
Naquele momento, o menino teve certeza de que jamais pegaria um peixe tão grande quanto aquele.
Isso aconteceu há 34 anos. Hoje, o garoto é um arquiteto bem sucedido.
O chalé continua lá, na ilha, em meio ao lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais.
Sua intuição estava correta.
Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como daquela noite.
Porém, sempre vê o mesmo peixe todas as vezes que depara com uma questão ética.
Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de CERTO e ERRADO.
Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa.
A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos observando.
Esta conduta reta só é possível quando, desde criança, aprendeu‑se a devolver o PEIXE À AGUA.
A boa educação é como uma moeda de ouro: TEM VALOR EM TODA PARTE.
Fonte: LENFESTEI (2008)
REFLEXÃO DO ALUNO SOBRE O TEXTO : 
Ensinar a ética é tão necessário quanto uma operação matemática. Neste texto , salta aos olhos, a importante tarefa da honestidade na formação do caráter do indivíduo. Ensinando-lhe que regras e leis devem ser respeitadas mesmo quando não estiver sendo observado. Fazendo o indivíduo a ser paciente e persistente e assim constituindo um homem de caráter e princípios retos.
Percebo inclusive na sua última frase no texto, em que o autor diz : A boa educação é como uma moeda de ouro: TEM VALOR EM TODA PARTE. Trazendo-nos a reflexão de que o conhecimento e educação, tanto do meio social, familiar quanto do escolar, libertam o individuo e formam seu caráter. 
Refleti ainda mais .... e se no texto, o pai ensinasse ao filho que já que havia ninguém ali , poderiam levar o peixe pra casa ? Talvez ele não se tornasse o homem íntegro e bem sucedido, talvez ele apenas patinasse no futuro em um caráter ético e moral duvidoso, sonegando suas próprias frustrações.
1.5 TEXTO SELECIONADO
“A folha amassada”
Quando criança, por causa de meu caráter impulsivo, tinha raiva à menor provocação.
Na maioria das vezes, depois de um desses incidentes me sentia envergonhado e me esforçava por consolar a quem tinha magoado.
Um dia, meu professor me viu pedindo desculpas, depois de uma explosão de raiva, e entregou‑me uma folha de papel lisa e me disse: Amasse‑a!
Com medo, obedeci e fiz com ela uma bolinha.
— Agora, deixe‑a como estava antes, voltou a dizer‑me.
Óbvio que não pude deixa‑la como antes. Por mais que tentasse, o papel continuava cheio de pregas.
O professor disse então:
— O coração das pessoas é como esse papel. A impressão que nele deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados.
Assim, aprendi a ser mais compreensivo e mais paciente. Quando sinto vontade de estourar, lembro daquele papel amassado. A impressão que deixamos nas pessoas é impossível apagar. Quando magoamos alguém com nossas palavras, logo queremos consertar o erro, mas é tarde demais.
Alguém já disse, certa vez:
— Fale somente quando suas palavras possam ser tão suaves como o silêncio.
Mas não deixe de falar, por medo da reação do outro.
Acredite, principalmente em seus sentimentos!
“Seremos sempre responsáveis pelos nossos atos – nunca se esqueça.”
(Autor Desconhecido)
REFLEXÃO DO ALUNO SOBRE O TEXTO : 
A importância do professor na formação do ser enquanto educador e o preparo do mesmo em criar uma forma simbólica de expressar-se para que com que isso levasse seu aluno à reflexão e de fato tocasse seu íntimo em remover um hábito negativo à sua convivência social. 
Penso que essa seja uma qualidade memorável e presente em muitos educadores, com resultados fantásticos inclusive, quando o aprendiz não recebe tais instruções e reflexões trazidas de casa. 
Quando ele cita : “ Mas não deixe de falar, por medo da reação do outro” , evoca o ser humano sentir-se livre para falar e expressar suas idéias convocando-o inclusive na forma de aprender a ouvir e questionar sem exaltar-se a fim de promover a existência de boa convivência no que a tange ao meio social.
1.6 TEXTO SELECIONADO
“A Lição dos Gansos”
No outono, quando se vê bandos de gansos voando ao sul, formando um grande “V” no céu, indaga‑se o que a ciência já descobriu sobre o porquê de voarem desta forma. Sabe‑se que quando cada ave bate as asas, move o ar para cima, ajudando a sustentar a ave imediatamente detrás. Ao voar em forma de “V”, o bando se beneficia de pelo menos 71% a mais de força de voo do que uma ave voando sozinha.
Sempre que um ganso sai do bando, sente subitamente o esforço e a resistência necessários para continuar voando sozinho. Rapidamente, ele entra outra vez em formação para aproveitar o deslocamento de ar provocado pela ave que voa imediatamente à sua frente.
Quando o ganso líder se cansa, ele muda de posição dentro da formação e outro ganso assume os gansos que voam rumo ao sul.
Os gansos detrás gritam, encorajando os da frente para que mantenham a velocidade.
Finalmente, quando um ganso fica doente, ou ferido por um tiro e cai, dois gansos saem da formação e o acompanham para ajuda‑lo e protege‑lo. Ficam com ele até que consiga voar novamente, ou até que morra. Só então levantam voo sozinhos, ou em outra formação, a fim de alcançar seu bando.
(Autor desconhecido)
REFLEXÃO DO ALUNO SOBRE O TEXTO : 
Empatia e cooperação no que tange ao convívio social. Ajudar-se mutuamente a fim de manter todos em uma evolução constante. Esta foi a lição que proposta simbolicamente, tem um rico conteúdo em demonstrar que a natureza já o faz, cabe a nós, seres humanos , contemplarmos e refletirmos sobre tal comportamento.
Fazendo um paralelo ao educador presente em sala , pondero que este é o papel do docente perante ao aluno com maior dificuldade de aprendizado ou que tenha assimilado menos o que fora ensinado, visto que enquanto sociedade precisamos uns dos outros e necessariamente é primordial que todos tenham a mesma oportunidade.
Volte quantas vezes for necessário sem deixar nenhum companheiro de fora vôo. Esta é uma de nossas muitas missões enquanto educadores.
1.7 TEXTO SELECIONADO
“Assembléia na Carpintaria”
Era uma vez uma carpintaria onde aconteceu uma estranhaassembleia. Foi uma reunião de ferramentas para acertar suas diferenças.
Um martelo presidiu a reunião, mas os participantes avisaram‑no que teria de renunciar, pois fazia muito barulho e golpeava muito.
O martelo aceitou sua culpa, porém exigiu que fosse expulso o parafuso, alegando que dava muitas voltas para conseguir algo.
Diante do ataque o parafuso concordou desde que expulsassem a lixa por ser muito áspera no tratamento com os demais, atritando sempre.
A lixa acatou a decisão, mas exigiu a expulsão da trena por sempre medir os outros segundo a sua medida, como se fosse perfeita.
No auge da discussão, entrou o carpinteiro, juntou o material e iniciou seu trabalho. Utilizou o martelo, a lixa, a trena e o parafuso, convertendo uma rústica madeira em um fino móvel.
Quando a carpintaria ficou novamente em silêncio com a saída do carpinteiro, a assembleia reiniciou. Foi então que o serrote, até então calado, falou:
— Senhores, ficou demonstrado que temos defeitos, mas o carpinteiro trabalha somente com as nossas qualidades, com nossos pontos valiosos. Vamos deixar nossos pontos fracos e concentremos em nossos pontos fortes.
A assembleia entendeu então que o martelo era forte, o parafuso unia e dava força, a lixa era especial para limar e afinar a aspereza e a trena era precisa e exata. Sentiram‑se como uma verdadeira equipe capaz de produzir móveis de qualidade. Sentiram, então, uma grande alegria em trabalhar juntos.
O mesmo ocorre com os seres humanos. Quando se busca defeito no outro, a situação fica tensa e negativa. Ao contrário, quando se busca sinceramente o ponto forte, as qualidades dos outros, florescem as melhores conquistas humanas.
É fácil encontrar defeitos, qualquer um pode faze‑lo. Mas encontrar qualidades é para os sábios!
(Autor desconhecido)
REFLEXÃO DO ALUNO SOBRE O TEXTO : 
Todos nós temos uma importante qualidade enquanto dom, talento desenvolvido. Este texto trouxe-me uma importante reflexão, todo individuo é importante e deve sim focar em melhoria continua de sua qualidade positiva. 
Vejo o educador sendo um importante instrumento à esta visão para com o aluno, a fim de que o mesmo consiga perceber-se valioso bem como valorizar o desempenho e tarefa de seu semelhante. Extrair o melhor do aluno, tornando – o um ser com mais auto-estima e relevância perante à sociedade. 
1.8 TEXTO SELECIONADO
“Colheres de Cabo Comprido”
Um pastor foi convidado por Deus para conhecer o céu e o inferno. Ao abrir‑se a porta, viram uma sala em cujo centro havia um caldeirão cheio de suculenta sopa.
À sua volta estavam pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher de cabo tão comprido que era possível alcançar o caldeirão, mas não a própria boca.
O sofrimento era imenso.
Em seguida, Deus levou o pastor para conhecer o céu.
Entraram em uma sala idêntica à primeira.
Havia o mesmo caldeirão, pessoas em volta e o mesmo cabo comprido.
A diferença é que todos estavam saciados.
— Eu não compreendo, disse o pastor.
— Por que aqui as pessoas estão tão felizes, enquanto na outra sala morrem de aflição, se é tudo igual?
Deus sorriu e respondeu:
— Você não percebeu? É porque aqui elas aprenderam a dar comida umas às outras.
(Autor Desconhecido)
REFLEXÃO DO ALUNO SOBRE O TEXTO : 
Uma metáfora antiga porém de grande valia na atualidade e no dia-a-dia de um educador. Demonstra-se de fato a necessidade de cooperação e traçando um paralelo entre a mensagem trazida e o trabalho de um educador em fazer de seu corpo discente um grupo empenhado na cooperação e assistência mútua bem como em estruturar o educador a fazer parte deste grupo como bom líder pelo exemplo e dedicação.
1.9. TEXTO SELECIONADO
“Faça parte dos 5%”
Certa vez, tivemos uma aula de Fisiologia na escola de Medicina, logo após a Semana da Pátria. Como a maioria dos alunos havia viajado aproveitando o feriado prolongado, todos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral. Nosso velho professor entrou na sala e imediatamente percebeu que iria ter trabalho para conseguir silêncio.
Com grande dose de paciência tentou começar a aula, mas você acha que minha turma correspondeu? Que nada. Com um certo constrangimento, o professor tornou a pedir silêncio educadamente.
Não adiantou. Ignoramos a solicitação e continuamos firmes na conversa.
Foi aí que o velho professor perdeu a paciência e deu a maior bronca que eu já presenciei.
— Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez, disse, levantando a voz, e um silêncio carregado de culpa se instalou em toda a sala. E o professor continuou:
— Desde que comecei a lecionar, isso já faz muitos anos, descobri que nós, professores, trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos observei que de cada 100 alunos, apenas 5 são realmente aqueles que fazem alguma diferença no futuro; apenas 5 se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95 servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil.
O interessante é que esta porcentagem vale para quase tudo no mundo. Se vocês prestarem atenção, notarão que, de 100 professores, apenas 5 são aqueles que fazem a diferença; de 100 garçons, apenas 5 são excelentes; de 100 motoristas de táxi, apenas 5 são verdadeiros profissionais. E podemos generalizar ainda mais: de 100 pessoas, apenas 5 são verdadeiramente especiais. É uma pena muito grande não termos como separar esses 5% do resto, pois, se isso fosse possível, eu deixaria apenas esses alunos especiais nesta sala e colocaria os 95% restantes para fora, e então teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranquilo à noite, sabendo ter investido nos melhores.
Mas, infelizmente, não há como saber quais de vocês são esses 5% de alunos especiais. Só o tempo é capaz de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para esses alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelos 95% restantes. Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de hoje.
Nem preciso dizer o silêncio que ficou na sala e o nível de atenção que o professor conseguiu após esse discurso. Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós, pois, depois desse dia minha turma teve um comportamento exemplar em todas as aulas de Fisiologia, durante todo o semestre; afinal, quem gostaria de espontaneamente ser classificado como fazendo parte dos 95% que o professor gostaria de ver longe dali?
Hoje não me lembro de muita coisa das aulas de Fisiologia, mas a bronca do professor eu nunca mais esqueci. Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fizeram a diferença em minha vida. De fato, percebi que ele tinha razão, e desde então tenho feito de tudo para ficar sempre no grupo dos 5%, mas, como ele disse, não há como saber se estamos indo bem ou não; só o tempo dirá a que grupo pertencemos.
Contudo, uma coisa é certa: se não tentarmos ser especiais em tudo o que fazemos, se não tentarmos fazer tudo o melhor possível, seguramente faremos parte da turma do resto.
(Autor Desconhecido)
REFLEXÃO DO ALUNO SOBRE O TEXTO : 
Este texto fez refletir sobre a importância do professor no caminho de vida do ser humano. Fazer a diferença em pequenas falas , levando o corpo discente à reflexão eterna, impulsionando sua reflexão para outras esferas da vida do aluno, não só como aluno, mas como mas membro da sociedade em sua totalidade. 
A participação deste conhecimento levada ao humano em si e fazendo-o a entender , que devemos nos empenhar em sermos cada vez melhores. 
Grandes mestres constroem grandes mestres. 
1.10. TEXTO SELECIONADO
“O Homem e o Mundo”
Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de respostas para suas dúvidas.
Certo dia, seu filho de sete anos invadiu o seu santuário decidido a ajuda‑lo a trabalhar. O cientista, nervoso pela interrupção, pediu que o filho fosse brincar em outro lugar. Vendo que seria impossívelremovê‑lo, o pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho com o objetivo de distrair sua atenção: deparou‑se com o mapa do mundo, o que procurava.
Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo:
— Filho, você gosta de quebra‑cabecas? Então vou lhe dar o mundo para consertar. Aqui está o mundo todo quebrado. Veja se consegue conserta‑lo bem direitinho! E faça tudo sozinho. 
Então, calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa.
Passadas algumas horas, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente.
— Pai, pai, já fiz tudo! Consegui terminar tudinho.
A princípio o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível na sua idade ter conseguido recompor um mapa que jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível?
Como o menino havia sido capaz?
— Você não sabia como era o mundo meu filho, como conseguiu?
— Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem.
Tentei, mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo.
(Autor desconhecido)
REFLEXÃO DO ALUNO SOBRE O TEXTO : 
	Seres humanos melhores , constroem um mundo melhor. Assim é a reflexão que o texto nos incita de forma subjetiva e prática. 
	Ao nos tornarmos seres melhores, estamos auxiliando inclusive , a outros serem melhores e assim por diante e nesse viés de pensamento que traz consigo o papel do educador. Em meio a uma sociedade com tantas diferenças e problemas emblemáticos, uma das tarefas ou se não, a mais difícil tarefa do educador é poder colaborar em formar indivíduos melhores a fim de que tenhamos um mundo melhor.
1.11. TEXTO SELECIONADO
“Professores Reflexivos”
... a narrativa de como a experiência concreta de turista me fez pensar em como pode se sentir o aluno, o estagiário ou o professor que chega, pela primeira vez, a uma escola que não conhece...
Cheguei ao hotel, vinda do aeroporto. Eram duas e meia da tarde. Situado no característico nordeste brasileiro, o hotel era o exemplo bem acabado da globalização. Pela ausência, quase total, de marcas da civilização local, poderia situar‑se em qualquer parte do mundo.
A primeira informação que me foi dada dizia‑me que, apesar de serem duas e meia da tarde, eu não podia ocupar o apartamento. Não estava arrumado ainda.
Podia preencher a ficha de entrada, deixar as bagagens no hall e ir almoçar.
“Logo, logo” comunicariam, quando estivesse pronto.
E assim tentei dirigir‑me ao primeiro piso onde deveria encontrar o restaurante para satisfazer o meu apetite motivado pelo atraso de um voo que, de curto, não deu direito a refeição nem sequer o refrigerante.
À míngua de informação da recepcionista, e desconhecendo que o piso da entrada era o terceiro, não me foi fácil encontrar o restaurante no primeiro piso.
Culpa minha, sem dúvida. O meu constructo de que, normalmente, as recepções se encontram no piso zero, cegou‑me para a hipótese de que, para ir para o primeiro, em vez de subir, era preciso descer.
Mas não tinha ficado mal à recepcionista uma informação menos exígua, ainda por cima expectável num país e numa região onde os autóctones são comunicativos por natureza.
Nestes momentos iniciais, eu ainda não tinha percebido que já não me encontrava no país da comunicação, mas sim num hotel standard, igual a tantos outros por esse mundo além, incrustado numa cultura que não acolheu e da qual se alheou.
Alheamento que não me permitiu usufruir dos sabores típicos, da arte indígena, do calor humano característico das gentes nordestinas. Nem deixou que me tratassem pelo meu nome, que me colocassem logo na mão um mapa da cidade, que me informassem sobre o que poderia visitar.
Vinda de outros hotéis no mesmo país, onde eu era “a senhora Isabel”, onde, sem que eu tivesse pedido ou sequer insinuado, o restaurante abriu mais cedo para que eu pudesse tomar o café da manhã antes de partir para o aeroporto, onde a espontaneidade do empregado o leva a dizer‑me, na sua atenção à pessoa do hóspede: “pode levar alguma coisa para comer, pois quando se vai viajar às vezes até dá fome”. Ou, num outro, em que, num dia de calor, me entra pelo quarto adentro, logo após a chegada, uma grande jarra de suco e um magnífico prato de frutos tropicais. E onde as refeições cheiravam e sabiam ao Brasil.
Vinha mal habituada, habituada a ser pessoa e a ter a informação de que necessitava para me sentir “em casa”. Tinha passado a ser um número, descaracterizada, com tratamento indiferenciado, dentro de um edifício e numa organização onde tudo estava estandardizado, em contraste com a originalidade da natureza e a pessoalidade das gentes e das culturas.
Mas... se já estive em tantos hotéis deste tipo, por que estranhar agora? O que me fez sentir um número, um no meio de tantos outros?
Creio que duas ordens de razões podem explicar o meu sentimento desta vez. Ambas têm a ver com as experiências sofridas nos dias anteriores. Este episódio tem, pois, um valor experiencial sobre o qual “me deitei a refletir”, tentando, a partir dele, aprofundar o meu conhecimento sobre a vida.
Em primeiro lugar, eu vinha de proferir duas palestras sobre educação em que tinha abordado o tema da refletividade, da contextualização, da pessoalidade, da cidadania, da comunicação. Numa delas tinha situado o tratamento destes temas no contexto da sociedade da informação globalizante em que vivemos.
Em segundo lugar, vinha de contextos em que se valorizava o local, o único, o expressivo, o pessoal culturalmente socializado. Contextos que me socializaram na cultura autóctone e me trouxeram o encanto de aprender com aquilo que para mim era novo. Trazia expectativas de continuidade. Encontrei o dejà vu.
A reflexão sobre esta minha experiência concreta não me pode levar a generalizar a partir do que foi episódico. Eu sei. Mas suscitou em mim algumas inquietações enquanto cidadã do mundo e enquanto educadora.
Questiono‑me se será necessário aniquilar o autêntico e o local para se viver o conforto ditado por critérios globalizantes. Mesmo pensando em termos econômicos – pois são esses evidentemente os termos em que os empresários devem pensar – não será possível encontrar formas de harmonizar o socialmente genuíno com o tecnologicamente moderno? Como será possível conciliar a eficiência de gerir grandes hotéis com a atenção pessoalizada a dispensar ao cliente?
O pensamento, que se torna bem mais alado nos momentos de férias como o que eu estava a viver, levou‑me para outras esferas e dei comigo a pensar nos alunos quando transitam de uma escola para outra e, sobretudo, de um ciclo de estudo para o subsequente (por exemplo, do 1º para o 2º grau). Foi sobre eles que passei a refletir.
Como se sentirão esses alunos no primeiro dia de aulas? Quebrada a continuidade da familiaridade e dos afetos que os entrelaçavam na escola já familiar, como os receberá a nova escola: como pessoas ou como números?
Fornecer‑lhe‑ao a informação necessária e correta para que eles possam se contextualizar? Aparecer‑lhe‑a como uma escola “com cara” ou terá dela a ideia de uma escola indistinta e estandardizada? Quem se preocupará com o que eles sentem? Quem criará o contexto que os leve a integrarem‑se e a viverem a escola em vez de se isolarem e quererem apenas “passar pela escola o mais depressa possível”?
Fonte: ALARCÃO (2003)
REFLEXÃO DO ALUNO SOBRE O TEXTO : 
A autora traz a tona o pensamento de um atendimento humanizado e empático que deve ser construído, e este sim , é um grande desafio enquanto professor, visto que em classes lotadas, com tempo de aulas limitados e apressados a passar conteúdos do programa de ensino, faz-se necessáriouma produtividade e um trabalho de auto avaliação tanto do professor quanto do corpo docente da instituição como um todo. 
Que o professor possa pessoalizar seu trabalho como educador com todos esses obstáculos, vividos dia-a-dia na senda da educação em sua totalidade. Fazendo com que que seus alunos sejam presentes como seres únicos que são e tornando-os pessoas melhores com a visão empática apurada a fim de compreender o próximo e então consequentemente torna-los bons profissionais, bons pais e assim por diante. 
1.12. TEXTO SELECIONADO
“Um sonho Impossível?”
Todos os pais querem ver seus filhos formados e bem sucedidos. Esperando isso, matriculam a criança na escola e sonham: ela aprenderá tudo muito bem, terá ótimas notas, avançará sempre e depois...Depois, o diploma, o sucesso...
Esse interesse dos pais, a ajuda e o apoio que dão aos filhos para que eles possam fazer suas tarefas, é muito importante para a boa realização da criança. A participação dos pais pode ser direta, com explicações detalhadas e repetidas, orientação para cada tarefa. Ou então pode ser indireta, com o estímulo para a realização dos trabalhos e lições, o elogio, o cuidado com o material escolar e a preocupação com a frequência às aulas.
As famílias de classe média e alta, em geral, dão esse tipo de apoio às crianças.
Mas o mesmo não acontece nas famílias mais pobres.
Nesse último caso, é difícil para os pais darem tal apoio aos filhos. Mesmo que estejam interessados e queiram participar ativamente, muitas vezes não sabem como fazer isso, não se sentem em condições de colaborar.
Frequentemente, não conhecem o conteúdo das matérias, estranham os métodos de ensino e as atitudes da escola. É comum ficarem inibidos, desarmados e até humilhados em seus contatos com a escola.
De modo geral podemos dizer que esses pais não se sentem em condições de avaliar o que está sendo ensinado e só julgam o desempenho dos filhos através das notas baixas. Além de assistirem, desarmados, à insatisfação e fracasso das crianças, não ficam à vontade no ambiente da escola.
Diante de tudo isso é bem possível que esses pais passem a achar mais proveitoso e lucrativo preparar “de fato” seus filhos para a vida.
Acabam tirando a criança da escola, para que comece logo a trabalhar.
Esta não é, certamente, a melhor solução.
O importante mesmo é fazer com que a escola se torne mais adequada às necessidades reais das crianças, atendendo às esperanças dos pais.
Fonte: Revista “Pensamento e linguagem” – Fundação Carlos Chagas
REFLEXÃO DO ALUNO SOBRE O TEXTO : 
Em um mundo de desigualdade social, é comum , vermos o abandono prematuro dos bancos escolares. Creio que a linguagem estrutural da escola para os pais deve ser sempre muito empenhada em transmitir aos pais e responsáveis de forma simples , a importância do conhecimento e da educação. 
Cabe ao corpo docente demonstrar àqueles pais que , por sua vez, pobres , sofridos, sem instrução, feridos pela vida e presos na falta de oportunidade, a importância da educação e o acolhimento da escola enquanto segunda casa, afirmando que a escola tem o papel de auxiliar no caminho da construção de seres melhores, com mais oportunidade e liberdade de escolha. A difícil e quase utópica tarefa de ascensão do Ser de uma camada mais pobre, à um lugar melhor na sociedade. 
1.13. TEXTO SELECIONADO
“Pipocas da Vida”
Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.
Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo, o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada para ela. A pipoca não imagina do que ela é capaz. Aí sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.
Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. No entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras a vida inteira.
Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria para ninguém.
Fonte: ALVES (1999)
REFLEXÃO DO ALUNO SOBRE O TEXTO : 
Este texto traz a reflexão da “aversão à mudança” ou “medo da mudança” em vários aspectos para indicar a rejeição de sair da zona de conforto, quebrar paradigmas de comportamento e principalmente deixar-se absorver com novas idéias e novas formas de pensar. Pensar a nível coletivo e institucional, por exemplo, é possível entender que há uma estagnação ou aversão à mudança em algumas pessoas, devido à insegurança e formas de vida que o indivíduo possui, bem como, a expressão de mundo que o meio social onde vive lhe oferece. 
O que normalmente geram as mudanças, são implicações de novas formas de pensar e agir, novos contextos, quebra da rotina e o fato de vivenciar novas situações e tarefas podem levar ao individuo um novo conceito de comportamento, 
Cabe ao educador atear o fogo da sabedoria, incitando a criatividade e assim impulsionar o aluno à novas vivências , transformando seres humanos e criando novas estruturas para que o mesmo possa vivenciar as transformações oriundas de um conhecimento e sabedoria 
2. REFERÊNCIAS 
ALARCÃO, I. Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo: Cortez, 2003. ALVES, R. A pipoca. In: O amor que acende a lua. Campinas: Papirus, 1999.
BRANDÃO, C. R. O que é educação. In: Coleção Primeiros Passos. 28ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1993. 
CRUZ, C. H. C. Competências e Habilidades: da proposta à prática. Coleção Fazer e Transformar. 2ª ed. São Paulo: Loyola, 2002. 
HAIDT, R. C. C. Curso de Didática Geral. 7ª ed. São Paulo: Ática, 2002. 
LENFESTEI, J. Histórias para aquecer o coração dos pais. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. RAMOS, M. N. Da Qualificação à Competência: deslocamento conceitual na relação trabalho-educação. Niterói: UFF, 2001. 
ROSA, G. Grande Sertão: Veredas. 33ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
	
	
	
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