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São José 2020 DJONATA RODRIGUES MALLMANN A INFLUÊNCIA DA PUBLICIDADE NO COMPORTAMENTO DOS JOVENS COMO A PUBLICIDADE INFLUENCIA NO COTIDIANO, CULTURA E COMPORTAMENTO DO PÚBLICO JOVEM. Projeto apresentado ao Curso de Publicidade e Propaganda da Faculdade União Bandeirante. SÃO JOSÉ DJONATA RODRIGUES MALLMANN A INFLUÊNCIA DA PUBLICIDADE NO COMPORTAMENTO DOS JOVENS: COMO A PUBLICIDADE INFLUENCIA NO COTIDIANO, CULTURA E COMPORTAMENTO DO PÚBLICO JOVEM. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade união Bandeirante, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Publicidade e Propaganda. BANCA EXAMINADORA Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) São José, 01 de Junho de 2020 Não há nada de errado em ser um perdedor. Isso depende do quanto você é bom nisso. Billie Joe Armstrong AGRADECIMENTOS A todos os professores pelo conhecimento, dedicação e paciência ao longo da faculdade. À minha família, pelo apoio e compreensão em todos os momentos, e aos amigos conquistados ao longo desses quatro anos. MALLMANN, Djonata Rodrigues. A Influência da Publicidade no Comportamento dos Jovens: Como a publicidade influencia no cotidiano, cultura e comportamento do público jovem. 2019. 30. Trabalho de Conclusão de Curso (Publicidade e Propaganda) – Faculdade união Bandeirante, São José, 2019. RESUMO Este estudo visa observar os efeitos da publicidade veiculada nas grandes mídias na atitude do público jovem, que está mais propenso a absorver a mensagem de forma a aceitá-la como modelo de uma vida e mundo ideal a ser seguido, sem se questionar sobre o quanto esse mundo de glamour pode ser fictício. Este trabalho propõe estudar o comportamento do público jovem, analisando como suas atitudes comportamentais nos ambientes sociais, familiares podem ser influenciadas de acordo com o consumo de tais produtos, serviços ou conteúdo, ou apenas pelo conceito empregado na propaganda. Palavras-chave: Publicidade; Influência; Comportamento; Público; Jovem. MALLMANN, Djonata Rodrigues. A Influência da Publicidade no Comportamento dos Jovens: Como a publicidade influencia no cotidiano, cultura e comportamento do público jovem. 2019. 30. Trabalho de Conclusão de Curso (Publicidade e Propaganda) – Faculdade união Bandeirante, São José, 2019. ABSTRACT This works aims to observe the advertising effects in the mainstream media about young people’s atitude, who is more likely to absorb the message in order to accept it as a model of an ideal life and world to be followed, without questioning how fictional this glamor world can be. This paper proposes to study the behavior of young people, analyzing the way how their behavioral attitudes in social, family environments can be influenced according to the consumption of such products, services or content, or just by receiving concept employed in advertising. Keywords: Advertising; Influence; Behavior; Young; People. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 9 2 COMO A PUBLICIDADE INFLUENCIA NO COMPORTAMENTO DO PÚBLICO JUVENIL 10 2.1 O CONTEXTO 10 2.2 O IMPACTO DA PUBLICIDADE NO COMPORTAMENTO JOVEM 11 2.3 A PERSUASÃO NA MENSAGEM PUBLICITÁRIA 12 3 A CULTURA DE CONSUMO JOVEM 14 3.1 A RELAÇÃO DO JOVEM COM AS MARCAS 15 4 ESTEREÓTIPOS DA PUBLICIDADE 17 4.1 O COMPORTAMENTO DESTRUTIVO 19 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 20 REFERÊNCIAS 21 INTRODUÇÃO A publicidade está presente no nosso cotidiano, na televisão, cinema, jornais, revistas, músicas, internet e etc, e tem exercido grande influência na cultura, comportamento e atitude não apenas do público adulto como também fortemente do público jovem mais suscetível a este tipo de persuasão. Através do método bibliográfico, a pesquisa foi delimitada a livros de autores que exploraram a publicidade como fator de influência na vida e cotidiano do público jovem, analisando suas consequências, a forma com que o jovem se relaciona com família, sociedade, trabalho, estudos, como também suas formas de lidar com valores tradicionais, tais como cultura, tradições, religião e etc. Este estudo teve como objetivo principal identificar a forma como a publicidade influi no comportamento, cultura, pensamentos, atitudes, conduta e formação de caráter do público jovem, que costuma enxergar tudo que a publicidade mostra de maneira a considerar exemplo de uma vida e mundo ideal a ser seguido, sem se questionar sobre o quanto esse mundo de glamour pode ser fictício. Em suma, este estudo visou especificamente entender a forma como a publicidade influencia no comportamento juvenil, relacionando o comportamento dos jovens com seus hábitos de consumo e identificando as transformações causadas pela influência da publicidade na cultura jovem, por estes motivos, esta investigação é de extrema relevância para que as pessoas possam entender o funcionamento da mensagem publicitária como fator de influência e de que podem estar o tempo todo sujeitas a uma possível manipulação. 2 COMO A PUBLICIDADE INFLUENCIA NO COMPORTAMENTO JUVENIL 2.1 O CONTEXTO A publicidade é acima de tudo uma atividade econômica, uma indústria que movimenta anualmente rios de dinheiro e que tem por objetivo levar o público a tomar uma decisão de compra de determinado produto ou serviço. Porém, muito além de vender, a publicidade representa uma ferramenta de grande influência cultural, gerando assim deformações sociais, éticas e até mesmo psicológicas no público ao qual é direcionada influenciando diretamente em sua atitude e comportamento no mundo atual. Segundo Gomes (2001, p. 115), “num sentido amplo, ela (a publicidade) é definida como atividade mediante a qual bens de consumo e serviços que estão à venda se dão a conhecer, tentando convencer o público da vantagem de adquiri-los”. Em conformidade com Lorenzo Sanchez Pardo (2017, p.10): Para nos convencer a comprar um produto, serviço ou marca, a publicidade confere a estes certos "significados", de valores positivos e subjetivos, associações que fazem com que o público se identifique com o que está sendo oferecido. Uma jaqueta de couro não é tratada simplesmente como uma peça de roupa, e sim como um emblema de rebelião e liberdade, um smartphone não é tratado como uma mera ferramenta de comunicação, é um símbolo da conexão social, um perfume não é um simples cosmético, e sim um aceno para a sofisticação e sedução, e assim por diante. A publicidade dirigida ao jovem costuma abordar temáticas que correspondem a aspectos essenciais de sua vida. Desta forma hoje em dia, não é estranho, não é incomum ver assuntos explorando cada vez mais as problemáticas dos mais jovens, como amizades, liberdade, autenticidade, rebeldia, sonhos, amores, vida estudantil, tribos, estilos, e etc, recriando e/ou sintetizando assim ideais e experiências comuns pelasquais estes passam ou esperam passar em algum momento durante essa fase. Para Sánchez Pardo (2017, p. 05): "A indústria publicitária possui duas dimensões básicas, uma de caráter econômica (voltada a venda de produtos e serviços) e outra de aspectos sociais ou culturais, com o estabelecimento de modas e 11 estilos de vida e promovendo novos valores sociais. É precisamente esta segunda dimensão social ou cultural a mais relevante para os jovens, uma vez que que, para vender e incentivar o consumo, a publicidade estimula entre estes de maneira indireta um comportamento inapropriado ou explicitamente prejudicial (como por exemplo o consumo de alimentos nada saudáveis, bebidas alcoólicas, apostas, jogos, etc.)." 2.2 O IMPACTO DA PUBLICIDADE NO COMPORTAMENTO JOVEM “A influência da televisão sobre crianças e jovens tem sido muito discutida em diversos países do mundo. Na realidade brasileira essa influência é muito forte, uma vez que o aparelho de TV funciona, muitas vezes, como uma “babá eletrônica” que mantém a criança distraída por várias horas enquanto os pais trabalham. Nesses períodos, sem que se perceba, são transmitidos e podem ser incorporados valores, hábitos, linguagens e normas que, aos poucos, passam a fazer parte do comportamento individual.” (OLIVEIRA, 2001, p. 17). Os autores Lorenzo Sánchez Pardo, Ignácio Megías Quirós e Elena Rodríguez San Julián (2004, p.07) afirmam que: “A publicidade, assim como outros meios de comunicação, projeta uma imagem estereotipada dos jovens, que são mostrados despreocupados e divertidos, resumidos a uma imagem. Trata-se de uma imagem tendenciosa, muito longe da diversidade que caracteriza o universo juvenil, das diferentes maneiras de sentir e agir dos jovens. Contudo, a medida em que a publicidade repete essa imagem simplificada do jovem, a reforça e a faz se transformar em referência indiscutível para muitos. Por sua vez, essa visão estereotipada é aceita como identidade para alguns jovens, que sentem que esse é o modelo com o qual a sociedade espera que se identifiquem.” Por sua vez, Sánchez Pardo (2017, p. 14) alega que: “A publicidade nos leva a um mundo ideal ao qual devemos aspirar, um espelho em que nos olhamos para sermos aceitos pelos outros e alcançar sucesso profissional, familiar ou social.” De acordo com Ribeiro (2005, p. 22): 12 “Um mundo onde o ter é mais importante do que o ser. Neste mundo consumista, os adolescentes foram escolhidos como o alvo mais fácil dessa escalada sem rumo, sendo hoje chamados de filhos do consumismo”. Em um contexto histórico onde as referências culturais e tradicionais tais como religião, política, ideologias e etc. têm perdido cada vez mais a influência, a publicidade e os meios de comunicação oferecem aos jovens uma imagem para que se espelhem no desenvolvimento de suas personalidades e identidades. “Ser jovem significa agir e se posicionar conforme estas instâncias nos mostram como pensam, sentem e se comportam os jovens. Essa identificação com modelos juvenis fortalece nos jovens a sensação de “normalidade”, um elemento central na cultura juvenil, intimamente ligado aos processos de integração social. A medida que os jovens agem como acreditam que os demais jovens estão agindo se sentem mais aceitos e integrados.” (SÁNCHEZ PARDO; QUIRÓS; SAN JULIÁN, 2004). 2.3 A PERSUASÃO NA MENSAGEM PUBLICITÁRIA Diariamente somos bombardeados por mensagens publicitárias que agem de forma agressiva em relação aos consumidores, com o objetivo de manter pautas comportamentais, atribuindo uma série de estereótipos para homens, mulheres, crianças, adolescentes e idosos, de forma a influenciar e condicionar seus comportamentos. Sendo crianças e jovens um público mais suscetível a esse tipo de persuasão, a publicidade sugere que estar dentro de padrão de beleza ou de um estilo de vida seja condição básica para alcançar a felicidade, induzindo assim o consumo de determinados produtos e serviços oferecidos para que assim alcancem estes ideais, afastando-os assim de suas próprias realidades. "O homem alienado daquilo que produz, mesmo criando os detalhes do seu mundo, está separado dele. Quanto mais sua vida se transforma em mercadoria, mais se separa dela." (Debord, 1997, p. 27). A medida que os adolescentes formam suas personalidades, a publicidade vai oferecendo uma série de papéis estereotipados, muitas vezes prejudiciais aos seus 13 desenvolvimentos, induzindo novos conceitos de antigos valores, como ética, moral, religião, cultura, filosofia e etc. Por outro lado, também propõe a ideia de um cotidiano alegre, divertida, sem problemas ou preocupações e com um alto poder aquisitivo. Desta forma, a publicidade cria e incita necessidades, desejos, paixões e minimiza os esforços necessários para satisfazê-los. A mensagem publicitária trabalha de forma a apelar para as emoções do receptor para que este reaja de acordo com o estímulo sem questionar o motivo, assim provocando emoções e despertando desejos consumistas nos jovens, cujas reações tendem a corresponder ao estímulo com atitudes comportamentais convenientes com os fins comerciais por detrás da propaganda. 3 A CULTURA DE CONSUMO JOVEM Estratégias publicitárias costumam brincar com desejos e aspirações juvenis de independência e sucesso social, e geralmente são centradas em uma série de produtos ou marcas de alto custo e variam de acordo com as características da população. À medida que a idade avança, os produtos que atuam como ícones estratégicos aspiracionais mudam. O primeiro tende a ser o smartphone, cuja posse representa a transição entre a infância e adolescência. Depois a condução, a moto ou carro, o trânsito. Depois a casa, residência, independência, morada própria. O ponto forte desse tipo de estratégia é a ideia do “um dia será seu”, não importa que você não possa tê-lo agora, mas deseje. "Embora a publicidade não tenha o monopólio das mudanças sociais, este é um de seus mecanismos, promovendo modas e tendências e influenciando os valores sociais." (Pardo, 2017, p. 33). Os jovens têm um papel crescente na atividade publicitária, que vai além de sua mera presença em diferentes anúncios. Ser jovem, ou se sentir jovem, tornou-se uma referência recorrente na mensagem publicitária, mesmo se tratando de produtos voltados para adultos; a juventude se estabeleceu como um valor de referência social. Vivemos em uma sociedade em que a luta contra os processos biológicos adquiriu uma outra natureza, onde a resistência ao envelhecimento se tornou um requisito social, que tem sua projeção em uma série de produtos restauradores com ofertas milagrosas para que as pessoas se sintam jovens. De fato, a identificação da publicidade com os jovens geralmente é caracterizada pelo reforço do estereótipo predominante do que supostamente significa ser jovem, através de personas que incorporam em si os ideais juvenis, para os quais são direcionados fortes desejos de identificação. A publicidade atua, então, difundindo e reforçandoesta imagem com seu receptor. Na mesma linha, há evidências de uma série de recursos em campanhas publicitárias nas quais os jovens se sentem melhor representados, que ilustrariam quais são as tendências nos gostos ou preferências do coletivo em relação à publicidade: Apelo emocional é um recurso que funciona bem entre os jovens, pois representa o tipo de mensagem que agrada seus sentimentos e ideais. Algumas mensagens emocionais adotam uma nova orientação, mais crítica, que demonstra os jovens como são, com suas carências, inseguranças, imperfeições e limites em sua vida pessoal e social. "A publicidade tem deixado de vender apenas produtos para vender respostas e soluções às necessidades dos consumidores, muitos deles criados e estimulados pela própria publicidade." (Pardo, 2017, p. 11). Uma característica que adquire um novo significado, pois não é valorizada apenas de uma perspectiva criativa, mas tende a ser a expressão de uma atitude moral diante de tempos de crise, de incerteza política e social. O mundo real dos jovens é incorporado à própria história, de modo que os jovens valorizam muito positivamente a mensagem que os reflete como um coletivo complexo, que não é exclusivo, que os mostra bonitos ou feios, despreocupados ou solidários, mas como realmente se sentem. . 3.1 A RELAÇÃO DO JOVEM COM AS MARCAS Os jovens são fundamentais nos processos de identificação de uma marca específica com seu público. Muitos anunciantes buscam conquistar seus clientes com seus produtos desde muito cedo, garantindo assim o consumo por longos períodos de tempo. A identificação com uma determinada marca na adolescência ou juventude tende a ser mantida na idade adulta e afetar outras pessoas que com estes convivem. As marcas exercem uma influência significativa nos jovens, desde seus hábitos de consumo até em seu comportamento no dia a dia. Para esses jovens, a imagem de vida ideal passada pela publicidade se torna muito importante que tomam as mídias como uma grande influência em sua socialização e cultura. Para o jurista Dalmo de Abreu DALLARI (2013), a publicidade e as promoções desempenham um papel de grande importância no envolvimento e sedução das crianças e adolescentes: "Muitas vezes as mensagens publicitárias e as promoções, revestidas de imagens bonitas e atraentes, estimulando a busca desenfreada de delícias para o paladar ou de atividades recreativas mas danosas, ou ainda provocando a competição entre crianças e adolescentes na obtenção dessas armadilhas, são o ponto de partida para a degradação física e a deterioração do processo educativo (Dallari, 2013). A internet é um meio que tem ganhado cada vez mais força no cotidiano universal, a ponto de muitas empresas terem decidido concentrar suas forças nos ambientes virtuais, visto que são inúmeras as vantagens de usar a rede como meio publicitário, como a interatividade e possibilidade de comunicação direta com o público, a segmentação ao público específico e certeiro, menor custo e maior visibilidade em relação aos meios tradicionais. "Cada vez mais, campanhas publicitárias, principalmente as segmentadas ao público jovem, se projetam com seu desdobramento exclusivo nas redes sociais." (Pardo, 2017, p. 23). Por outro lado, desde os anos 70, a publicidade se caracteriza por glamour, beleza, luxo e popularidade... e tudo isso gerou uma apatia e desinteresse pelos consumidores de hoje para que possamos apreciar uma ligeira mudança nos jovens consumidores. O grupo de jovens e adolescentes se tornou nos últimos anos um dos principais destinatários das mensagens publicitárias. "A magia da publicidade consiste em nos fazer acreditar que ao adquirir determinada marca ou produto ficaremos mais felizes, modernos, atraentes e aceitos, quando estes não são capazes de modificar nossa realidade." (Pardo, 2017, p. 11). 4 ESTEREÓTIPOS DA PUBLICIDADE Frequentemente, a publicidade mostra estereótipos de gêneros nos quais aparecem homens, mulheres, meninos e meninas em papéis predefinidos, artificiais, relacionados à beleza e aparência física, geralmente relacionados à magreza, no caso das mulheres, e ao porte físico atlético, no caso dos homens, modelos de beleza que se tornam praticamente impossíveis de se alcançar para a maioria dos jovens de ambos os sexos. O grande mal da publicidade se deve ao fato de vender expectativas inalcançáveis. O estereótipo da beleza juvenil feminina se resume a uma moça loira e magra, sem imperfeições, com belas curvas e atitude sedutora. Enquanto o modelo ideal de beleza masculina se resume a um rapaz musculoso com o mínimo de gordura corporal, com torso amplo, bíceps e corporal marcados. "Buscar a identificação com o estereótipo predominante sobre o que é supostamente ser jovem, por meio de personas que incorporam em si mesmos todos os ideais juvenis, para os quais são mobilizados fortes desejos de identificação, a publicidade reforça então esta imagem." (Pardo, 2017, p. 23). O padrão de beleza atual se trata de uma construção social, que está condicionada a interesses comerciais de distintos setores econômicos, como a moda, estética, cosméticos, esportes e etc… A magreza corporal, como sinônimo de beleza se associa ao êxito pessoal e aceitação social, daí vem a enorme pressão que sofrem homens e mulheres para se ajustar a esse modelo. O custo para se adequar a este padrão irreal é altíssimo. Mesmo que homens e mulheres se vejam condicionados a esse ideal de beleza artificial, são as mulheres que recebem a maior pressão para que se ajustem a este, como se devessem sempre ser ou estar perfeitas. "A publicidade promove comportamentos alimentares muito saudáveis associados a produtos alimentares destinados principalmente a crianças e jovens, o que ainda é contraditório com um ideal de beleza dominante associado à magreza." (Pardo, 2017, p. 49). Estes estereótipos de beleza podem trazer sérias consequências para os jovens, tais como transtornos alimentares como anorexia ou bulimia, a vigorexia (transtorno alimentar caracterizado pela obsessão pelo corpo perfeito) que pode se associar a intensificação da atividade física ou a mudanças nos hábitos alimentares (consumo de proteínas e carboidratos) e ao consumo de vitaminas e anabolizantes, assim como problemas de isolamento e desinteresse da vida social, familiar ou sentimental como resultado de seguir uma dieta, e etc… A publicidade erotiza a mente do jovem e põe em risco sua sanidade mental, conforme estes tentam reproduzir os comportamentos apresentados pelos estereótipos, podendo se colocar em situação de perigo sempre que possível. 4.1 O COMPORTAMENTO DESTRUTIVO Vivemos em uma sociedade que, ludibriada pelos encantos da publicidade, não age com pensamento crítico e permite que os anunciantes de bebidas alcoólicas continuem direcionando o foco de suas peças publicitárias para o público jovem nas grandes mídias. Muito frequentemente o álcool é retratado como sinônimo de festa, diversão e sociabilidade. É mostrado como um símbolo de maturidade e como um hábito feliz e saudável. "Nos últimos anos, observou-se que a estratégia de marketing da indústria do álcool é orientada cadavez mais no uso de mídias e meios de comunicação não regulamentados (Internet e as redes sociais) e no fortalecimento das atividades de patrocínio de atividades esportivas ou culturais. Essa estratégia permite à indústria impactar suas mensagens em adolescentes e jovens." (Pardo, 2017, p. 49). Nos últimos anos, observou-se que a estratégia de marketing da indústria do álcool é orientada cada vez mais no uso de mídias e meios de comunicação não regulamentados (Internet e as redes sociais) e no fortalecimento das atividades de patrocínio de atividades esportivas ou culturais. Essa estratégia permite à indústria impactar suas mensagens em adolescentes e jovens. É necessário maneirar na forma de incitar constantemente o consumo, pois os meios de comunicação têm um peso imensurável na transmissão de valores, daí a enorme influência que a publicidade tem na tomada de decisão do consumidor. "A publicidade tem muita persuasão, o que influencia a transmissão de valores e crenças, por isso é tão importante erradicar estereótipos e clichês dessa linguagem cotidiana que promove desigualdades socioculturais." (Pardo, 2017, p. 37). A indústria de bebidas alcoólicas deve assumir sua responsabilidade, na devida proporção dos danos causados pela mera promoção do consumo e suas consequências para a sociedade. O problema do álcool não é propriamente o álcool; mas sim a glamourização e romantização do consumo habitual e generalizado como também a naturalização do comportamento destrutivo que pode derivar do consumo de álcool por jovens, como irresponsabilidade, comportamento violento, homicídios, acidentes de trânsito, suicídios, e etc, seriam alguns dos incidentes que ocorrem nas ocasiões em que se bebe, gerando uma cultura de consumo de álcool que difere do consumo tradicional e responsável. Mas também deve-se ter em mente que a educação começa em casa e os pais devem se preocupar em educar seus filhos desde a infância para que assumam riscos de seus comportamentos e estejam preparados para ocasiões que envolvam o possível consumo de álcool. Fortalecer a confiança em si mesmos e em pessoas próximas pode reduzir as chances de que os jovens precisem de estímulos externos para que se sintam bem ou socialmente aceitos. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo procurou observar e compreender os efeitos da publicidade no cotidiano do consumidor jovem, analisando a mensagem publicitária veiculada nas grandes mídias como fator de influência no comportamento, atitudes e cultura do público adolescente e pós-adolescente, mais suscetível a este tipo de persuasão, além de diagnosticar a relação deste público com as marcas e quais as transformações causadas por tal influência. A publicidade faz parte do nosso cotidiano e está cada vez mais inserida em nossa cultura, o desenvolvimento deste trabalho mostrou-se extremamente necessário para a comunidade científica, pois visou explorar a relação do jovem com a publicidade a ponto de considerá-la um fator de grande influência na formação da cultura e hábitos do público jovem de acordo com a mensagem publicitária. Em resumo, o estudo destaca uma série de aspectos que refletem muito expressivamente como é construída a relação entre jovens e a publicidade. Porém, essas mesmas mensagens pecam por serem excessivamente padronizadas, óbvias e simplificadas demais; os jovens tendem a corresponder da forma que teoricamente se espera que correspondam, apesar de muitas vezes se sentirem estereotipados pelas imagens que pretendem reproduzir, quando focam em suas aspirações de consumo, acabam refletindo em si os mesmos estereótipos. Assim, de maneira geral, com base no estudo bibliográfico levantado sobre a influência da publicidade no cotidiano do público jovem, pode-se dizer que os objetivos foram atingidos com êxito, uma vez que demonstradas as consequências da influência publicitária, possibilitando dessa forma a reflexão, análise e pensamento mais crítico em relação às mensagens propagadas pelas grandes mídias, de forma a evitar manipulações e restrições à liberdade de escolha causadas por estas. REFERÊNCIAS DALLARI, D. A. Publicidade Danosa Para Crianças. Jornal do Brasil, 11 jan 2013. DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997. GOMES, N. D. Publicidade ou propaganda? É isso aí! Revista FAMECOS. Porto Alegre, v. 1, n. 16, dez. 2001. OLIVEIRA, R. S. (ORG). A formação do ser social. In: Sociologia: consensos e conflitos. Ponta Grossa. UEPG. 2001. RIBEIRO, P. C. P. O adolescente e os consumos. Adolescência & Saúde, Rio de Janeiro, v.2, n.3, p.21-24, jul/set. 2005. SÁNCHEZ PARDO, Lorenzo; MEGÍAS QUIRÓS, Ignácio; RODRÍGUEZ SAN JULIÁN, Elena. Jóvenes y Publicidad – Valores en la comunicación publicitaria para jóvenes. Madrid: Injuve, 2004. SÁNCHEZ PARDO, Lorenzo. Jóvenes, Publicidad y Valores – Cómo evitar la influencia negativa de a publicidade dirigida a jóvenes. Madrid: Gobierno Provincial Alicante, 2017.
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