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HANSENÍASE

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HANSENÍASE
- ETIOPATOGENIA:
A hanseníase,  é uma doença dermatoneurológica, que tem manifestação na pele, conhecida antigamente como Lepra, é uma doença crônica, transmissível que tem preferência pela pele e nervos periféricos, podendo cursar com surtos reacionais intercorrentes, o que lhe confere alto poder de causar incapacidades e deformidades físicas, principais responsáveis pelo estigma e discriminação às pessoas.Possui como agente etiológico o bacilo hasen que tem a capacidade de infectar indivíduos, e atinge principalmente a pele e os nervos periféricos ocasionando lesões neurais.
A hanseníase pode acometer pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade. Entretanto, é necessário um período de exposição à bactéria, apenas uma pequena parcela da população infectada realmente adoece. 
A hanseníase é uma das doenças mais antigas da humanidade e procedem da Ásia, África.
O Brasil ocupa a 2ª posição do mundo, entre os países que registram casos novos. Em razão da elevada carga, a doença permanece como um problema de saúde pública no País
A Hanseníase está fortemente relacionada às condições econômicas, sociais e ambientais desfavoráveis, com elevadas concentrações nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Em dez anos, o Brasil apresentou uma redução de 37,1 % no número de casos novos, passando de 40,1 mil diagnosticados no ano de 2007, para 25,2 mil em 2016. De forma semelhante, observa-se também a queda de 42,3% da taxa de detecção geral do país (de 21,19/100 mil hab. em 2007 para 12,23/100 mil hab. em 2016). Do total de casos novos registrados, 1,6 mil (6,72%) foram diagnosticados em menores de 15 anos, sinalizando focos de infecção ativos e transmissão recente, e 7,2 mil iniciaram tratamento com alguma incapacidade.
- SINAIS E SINTOMAS:
· Manchas da pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e dolorosa;
· Comprometimento dos nervos periféricos, geralmente espessamento (engrossamento), associado a alterações sensitivas e motoras;
· Áreas com diminuição dos pelos e do suor;
· Áreas do corpo com sensação de formigamento e/ou fisgadas;
· Diminuição e/ou ausência da força muscular na face, mãos e pés;
· Nódulos no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
· Comprometimento dos nervos periféricos, responsáveis pela sensibilidade e motricidade. Por isso, a hanseníase é a única doença dermatológica que tem alteração de sensibilidade na pele.
· Caroços e inchaços no corpo,
- TRANSMISSÃO:
A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença, sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas. A via de eliminação do bacilo pelo doente são as vias aéreas superiores (mucosa nasal e orofaringe).
Os doentes com poucos bacilos – não são considerados importantes fonte de transmissão da doença devido à baixa carga bacilar. A forma paucibacilar, é a inicial da doença e o tratamento é realizado com seis doses de Poliquimioterapia (PQT). 
As pessoas com muitos bacilos -, constituem o grupo contagiante, mantendo-se como fonte de infecção enquanto o tratamento específico não for iniciado.  Na forma multibacilar, o tratamento é realizado com doze doses de PQT.
A hanseníase apresenta longo período de incubação, ou seja, tempo em que os sinais e sintomas se manifestam desde a infecção. 
- DIAGNÓSTICO:
O diagnóstico de hanseníase é realizado por meio do exame geral e dermatoneurólogico para identificar lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas, motoras e autonômicas. 
Os casos com suspeita de comprometimento neural, sem lesão cutânea, e aqueles que apresentam área com alteração sensitiva e autonômica duvidosa e sem lesão cutânea evidente, deverão ser encaminhados para unidades de saúde de maior complexidade para confirmação diagnóstica. Recomenda-se que nessas unidades esses pacientes sejam submetidos novamente ao exame dermatoneurológico criterioso, e exames eletrofisiológicos e outros mais complexos, para identificar comprometimento cutâneo ou neural discreto e para diagnóstico diferencial com outras neuropatias periféricas.
Em crianças, o diagnóstico da hanseníase exige avaliação criteriosa, diante da dificuldade de aplicação e interpretação dos testes de sensibilidade. Casos em criança, podem sinalizar transmissão ativa da doença, especialmente entre os familiares. 
- TRATAMENTO: 
Quando o paciente tem o diagnóstico de hanseníase, ele recebe todas as informações e inicia o tratamento imediatamente. O período regular do tratamento dura um ano para os casos de hanseníase multibacilares, e seis meses para os casos paucibacilares. A primeira dose é dada diretamente na unidade de saúde. Funciona assim: todo mês o paciente tem que ir à Unidade para tomar uma dose supervisionada do remédio, ou seja, na frente do profissional de saúde, e pegar o resto da medicação para ser tomada durante 28 dias, todos os dias. Em caso de paucibacilar, um comprimido por dia, no caso de multibacilar, dois comprimidos. Concluindo o uso da cartela que possui em casa, o paciente volta à Unidade, toma a medicação supervisionada, e leva nova cartela da medicação, até o fim do tratamento quando ela está curada. Caso apesente algum problema com o uso da medicação, é na Unidade que ele deve pedir orientação.
O tratamento é realizado com a Poliquimioterapia (PQT), uma associação de antibimicrobianos. Essa associação diminui a resistência do bacilo.
Os medicamentos são seguros e eficazes. Ainda no início do tratamento, a doença deixa de ser transmitida. Familiares, colegas de trabalho e amigos, também devem ser examinados.
Para crianças com hanseníase, a dose dos medicamentos é ajustada de acordo com a idade e o peso. Já no caso de pessoas com intolerância a um dos medicamentos são indicados esquemas substitutivos.
A alta por cura é dada após a administração do número de doses preconizadas pelo esquema terapêutico, dentro do prazo recomendado. O tratamento da hanseníase é ambulatorial, ou seja, não necessita de internação.
Os objetivos da fisioterapia na Hanseníase são:
Monitoramento da função neural, através de avaliação neurológica;
· Classificação do grau de incapacidades;
· Aplicação de técnicas preventivas;
· Confecção e adaptação de órteses, talas e palmilhas;
· Trabalho de força muscular;
· Evitar ou diminuir retrações dos tecidos moles;
· Manter ou recuperar a mobilidade articular;
· Evitar deformidades;
· Manter o tônus muscular;
· Diminuição do quadro de dor e edema;
· Orientação de repouso, quando necessário;
· Orientação das atividades de vida diária;
· Orientação sobre a utilização de calçados especiais, uso adequado de órteses de posicionamento, e sobre a marcha e deambulação de formas adequadas;
· Estimular a movimentação ativa e a realização de alongamentos;
· Promover o bem-estar do paciente;
· Melhorar a qualidade de vida do paciente.
- PREVENÇÃO:
A forma de prevenção é diagnosticar os casos precocemente. Não é uma doença que tem vacina para evitar. A prevenção consiste no diagnóstico de todas as pessoas o mais rápido possível, e tratar para que as pessoas evitem a transmissão. A transmissão da doença deixa de ocorrer no início do tratamento. Outra questão é que é muito difícil saber de quem pegou a doença, por que tem um período de incubação longo, e pode ficar em média cinco anos sem apresentar sinais e sintomas característicos, de forma que a pessoa não saiba que é portadora da doença. Por isso a importância de examinar todos os contatos, que convivem ou conviveram de forma domiciliar ou social com o doente antes do tratamento. A investigação dos contatos é a principal forma de interromper a cadeia da transmissão, na medida que se elimina as fontes de infecção. Assim, mobilizamos os profissionais de saúde para que fiquem atentos aos sinais e sintomas da hanseníase, pois somos o segundo país com maior número de casos da doença no mundo. Por isso, alertamos para o diagnóstico não só do paciente, mas também para a importância de que toda a família e os contatospróximos também sejam examinados e diagnosticados o quanto antes.
O Ministério da Saúde (MS) promove em parceria aos estados e municípios, ações de vigilância e educação em saúde, com o objetivo de alertar a população sobre os sinais e sintomas da doença e incentivar a procura pelos serviços de saúde, além de mobilizar os profissionais de saúde à busca ativa de casos e investigação dos contatos, especialmente os de convivência domiciliar (grupo com maior risco de adoecimento). As ações de busca ativa têm como foco o diagnóstico precoce da doença, o tratamento oportuno e a prevenção das incapacidades físicas. 
O MS recomenda que as pessoas procurem o serviço de saúde ao aparecimento de manchas em qualquer parte do corpo, principalmente, se essa mancha apresentar alteração de sensibilidade, o que configura um dos sinais sugestivos da doença.
No mês em que é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra à Hanseníase (janeiro roxo) – cor definida em 2015 para simbolização do enfrentamento à doença no país -, no intuito de alertar a população a respeito da doença,

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