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ÚLTIMO ENEM O roteiro definitivo para a sua vitória Umberto Mannarino Alooooo! Seja bem-vindo à apostila ÚLTIMO ENEM: O roteiro definitivo para a sua vitória. Falta muito pouco agora, mas relaxa, que vai dar tudo certo!! Antes de tudo, permita que eu me apresente: meu nome é Umberto Mannarino, e vai ser um prazer acompanhá-los na reta final rumo à arrasação no ENEM. Nas páginas a seguir, vamos falar um pouco de tudo: estratégias de prova, pegadinhas, re- dação, macetes, resolução de questões... tudo que seu coraçãozinho desejar. Não quero me demorar tanto na introdução, até porque agora cada minuto de preparação é importante. Então fica só o convite ao meu canal do YouTube: http://bit.ly/UmbertoMannarino :) E que 2019 seja o seu último ENEM de todos! Pode Vir, ENEM!! PS: Nos dias 3 e 10, quero todo mundo vendo os vídeos reclamando da prova, hein!! PPS: Ao final deste material você encontra 4 redações analisadas passo a passo da minha apostila ONDE JÁ SE 1000. Não precisa ler a primeira parte antes de partir para as redações. As pegadinhas que mais caem no ENEM Em primeiro lugar, no ENEM 2018 não teve praticamente nenhuma pegadinha! Foi uma mu- dança drástica em relação aos outros anos. Eu até fiquei preocupado quando cheguei em casa e não lembrava de ter encontrado nenhuma pegadinha. Das duas uma: ou não tinha pegadinha ou eu tinha caído em todas. Felizmente foi a primeira opção. Mas nunca se sabe quando o ENEM pode dar uma recaída e resolver voltar com as pegadi- nhas. É bom a gente se preparar para o pior. Mas por que existem pegadinhas?? Bem... são milhões de pessoas que fazem o ENEM todo ano. Infelizmente, não existem vagas para todos, então a prova precisa eliminar o máximo de pessoas possível. É bem injusto, mas faz sentido. Se a prova não tivesse pegadinhas, teriam que aumentar o nível das questões para que a dificuldade intrínseca compensasse a ausência de pegadinhas. (E foi basicamente o que aconteceu em 2018. Questões mais complexas e menos pegadi- nhas. Se isso é bom ou ruim... não sou eu quem vai dizer). Pegadinhas são um recurso que o ENEM usa (ou usava) para fazer pessoas errarem. E, como em questões difíceis já é um número pequeno de pessoas que vai acertar, o ENEM coloca as pegadinhas justamente nas questões fáceis. Logo, pela TRI, as questões com pegadinha geral- mente valem mais pontos. E isso só pode significar três coisas: 1. Você precisa acertar todas as questões com pegadinha; 2. Você precisa acertar todas as questões com pegadinha; 3. Você precisa acertar todas as questões com pegadinha. http://bit.ly/UmbertoMannarino Já deixei claro que você precisa acertar todas as questões com pegadinha? Ótimo. Como não sabemos como vai ser o ENEM 2019, vamos ver todas as principais pegadinhas para garantir. Elas podem vir das mais diversas formas, mas sempre seguem o mesmo princípio: apostam na desa- tenção do aluno. No cansaço mental. E isso porque o ENEM é uma prova de resistência, então você eventualmente vai se cansar. São 5 horas de prova, é claro que cansa! Se você não tiver estratégias de resolução, mais ainda. E é nessa hora que o jocoso do ENEM te lança uma pegadinha. Você subestima um dado aparen- temente “bobo”, e esse dado bobo muda completamente o resultado. Você encontra 50 ao invés de 200. E adivinha qual é a alternativa “A”. Pois é... justamente o 50. (Ah, sim, acabei de lembrar! No ENEM 2018 de Matemática teve uma “pegadinha”, sim. Foi na questão de salto ornamental, 173. Não foi bem uma pegadinha, mas foi um dado que me fez gastar 10 minutos fazendo cálculos e cálculos desnecessários, quando na verdade era muito mais simples do que isso. Por não ter lido o enunciado com atenção, eu perdi tempo, mas felizmente percebi a tempo e corrigi o problema). Mas enfim, última coisa: todas as pegadinhas que eu vou falar aqui podem ser superadas com um método simples: leia os enunciados com atenção e circule todos os dados que parecerem suspeitos. Depois que tiver realizado todos os cálculos, volte e leia o enunciado inteiro de novo para ter certeza de que aquele número é realmente a resposta. Para ter certeza de que não falta uma etapa. Com os exemplos você vai entender do que eu estou falando. A primeira coisa para evitar cair em pegadinhas é não subestimar o enunciado. Nem todos os dados dos textos são relevantes, mas qualquer dado pode ser útil. Tem muito dado desne- cessário, mas, como você não sabe qual é qual, melhor não subestimar absolutamente nada. Leia tudo com o máximo de atenção, por mais bobo que pareça. E vá circulando o que parece suspeito. E agora, senhoras e senhores membros do júri... (eu chamo vocês assim porque vocês me julgam demais), vamos às pegadinhas! (ENEM 2017) Dispositivos eletrônicos que utilizam materiais de baixo custo, como polímeros semicondutores, têm sido desenvolvidos para monitorar a concentração de amônia (gás tóxico e incolor) em granjas avícolas. A polianilina é um polímero semicondutor que tem o valor de sua resistência elétrica nominal quadruplicado quando exposta a altas concentrações de amônia. Na ausência de amônia, a polianilina se comporta como um resistor ôhmico e a sua resposta elétrica é mostrada no gráfico. O valor da resistência elétrica da polianilina na presença de altas concentrações de amônia, em ohm, é igual a a) 0,5 x 100 b) 2,0 x 100 c) 2,5 x 105 d) 5,0 x 105 e) 2,0 x 106 Essa questão foi jocooooosa! Lembra que eu disse que qualquer dado do enunciado pode ser importante? Então dê uma olhada naquele “quadruplicado” ali! Pois é, senhoras e senhores, a resistência quadruplica. Então a resposta não é 0,5, mas sim 0,5 x 4 = 2. Essa questão ainda tem um segundo tipo de pegadinha: a unidade de medida do eixo y. A corrente está em milionésimo de ampere (10-6), então na hora de usar a fórmula “i=U/R” você teria que lembrar disso, senão acharia a resposta 2x100, e não 2x106. Então atenção! Nem todos os dados estão em forma de números. Muito cuidado com as palavras “dobro”, “triplo”, “metade”, “quadruplica”, etc. (ENEM 2016) Uma liga metálica sai do forno a uma temperatura de 3000℃ e diminui 1% de sua temperatura a cada 30 min. Use 0,477 como aproximação para log103 e 1,041 como apro- ximação para log1011. O tempo decorrido, em hora, até que a liga atinja 30℃ é mais próximo de a) 22 b) 50 c) 100 d) 200 e) 400 Essa questão do também é jocosa. Se você fizesse os cálculos, encontrava a resposta 400. Mas, se tivesse voltado no enunciado, acharia que esse 400 é na verdade a quantidade de inter- valos de 30 min. Ou seja: como estavam pedindo o tempo em hora, era só ter dividido por 2. A resposta certa era 200 horas. Eu levei 10 minutos nessa questão e acabei errando. Marquei 400 porque esqueci de dividir por 2. Parabéns para mim. Então fica a lição importante: sempre volte ao enunciado! Nunca se sabe onde pode estar a pegadinha. Talvez você só descubra depois de ter feito a questão. (ENEM 2017) Num dia de tempestade, a alteração na profundidade de um rio, num determi- nado local, foi registrada durante um período de 4 horas. Os resultados estão indicados no grá- fico de linhas. Nele, a profundidade h, registrada às 13 horas, não foi anotada e, a partir de h, cada unidade sobre o eixo vertical representa um metro. Foi informado que entre 15 horas e 16 horas, a profundidade do rio diminuiu em 10%. Às 16 horas, qual é a profundidade do rio, em metro, no local onde foram feitos os registros? a) 18 b) 20 c) 24 d) 36 e) 40 Nessa questão, você encontra duas respostas plausíveis a partir do dado de que a profundi- dade baixou em 10% das 15h para as 16h. Interpretando o gráfico, você calcula que às 15h o reservatório tinha 20m de profundidade. Mas não está pedindo a profundidade antes de diminuir 10%, e sim depois. Querem a profundidade às 16h. Logo, a resposta é 20-2=18m. Repareque também deram a opção 20m. Claro que deram. Eles não iam perder a oportuni- dade de induzir as pessoas ao erro. (ENEM 2017) Três alunos, X, Y e Z, estão matriculados em um curso de inglês. Para avaliar esses alunos, o professor optou por fazer cinco provas. Para que seja aprovado nesse curso, o aluno deverá ter a média aritmética das notas das cinco provas maior ou igual a 6. Na tabela, estão dispostas as notas que cada aluno tirou em cada prova. Com base nos dados da tabela e nas informações dadas, ficará(ão) reprovado(s) a) apenas o aluno Y b) apenas o aluno Z c) apenas os alunos X e Y d) apenas os alunos X e Z e) os alunos X, Y e Z Pegadinha clássica! Em muitas questões você vai se deparar com dados “complementares”: alunos que reprovaram vs. alunos que reprovaram; ratos que sobreviveram vs. ratos que morre- ram; porcentagem recebida pelos 10% mais ricos vs. porcentagem recebida pelos 90% mais po- bres; razão entre A e B vs. razão entre B e A; etc. No caso da questão, pediam os alunos reprovados. Logo, eram os alunos que não tinham obtido média maior ou igual a 6. Fazendo os cálculos, você encontrava que X e Y tinham sido aprovados. Logo, Z foi reprovado. Repare que a alternativa “C” te dava exatamente os alunos aprovados. Nessa questão, enquanto você lia o enunciado pela primeira vez, já devia ter circulado o “reprovados”. Para ter certeza de que não ia deixar passar quando fosse reler depois. É tudo questão de atenção. E de não subestimar o enunciado. (ENEM 2017) A toxicidade de algumas substâncias é normalmente representada por um ín- dice conhecido como DL50 (dose letal mediana). Ele representa a dosagem aplicada a uma po- pulação de seres vivos que mata 50% desses indivíduos e é normalmente medido utilizando-se ratos como cobaias. Esse índice é muito importante para os seres humanos, pois ao se extrapolar os dados obtidos com o uso de cobaias, pode-se determinar o nível tolerável de contaminação de alimentos, para que possam ser consumidos de forma segura pelas pessoas. O quadro apre- senta três pesticidas e suas toxicidades. A unidade mg/kg indica a massa da substância ingerida pela massa da cobaia. Sessenta ratos, com massa de 200 g cada, foram divididos em três grupos de vinte. Três amostras de ração, contaminadas, cada uma delas com um dos pesticidas indicados no quadro, na concentração de 3 mg por grama de ração, foram administradas para cada grupo de cobaias. Cada rato consumiu 100g de ração. Qual(ais) grupo(s) terá(ão) uma mortalidade mínima de 10 ratos? a) O grupo que se contaminou somente com atrazina. b) O grupo que se contaminou somente com diazinon. c) Os grupos que se contaminaram com atrazina e malation. d) Os grupos que se contaminaram com diazinon e malation. e) Nenhum dos grupos contaminados com atrazina, diazinon e malation. Essa foi de Ciências da Natureza, mas a lógica foi a mesma. Alguns ratos morreram e outros sobreviveram. Pediam os grupos com mortalidade mínima de 10 ratos (ou seja, grupos em que a dose de veneno ingerida era maior do que a DL50, porque a dose letal DL50 é justamente o ne- cessário para matar metade dos ratos de um grupo de 20). Resposta certa: “D”. Os ratos que se contaminaram com atrazina tiveram uma mortalidade menor que 10, pois a dose ingerida foi menor que a DL50. (ENEM 2017) Uma empresa construirá sua página na internet e espera atrair um público de aproximadamente um milhão de clientes. Para acessar essa página, será necessária uma senha com formato a ser definido pela empresa. Existem cinco opções de formato oferecidas pelo pro- gramador, descritas no quadro, em que “L” e “D” representam, respectivamente, letra maiúscula e dígito. As letras do alfabeto, entre as 26 possíveis, bem como os dígitos, entre os 10 possíveis, podem se repetir em qualquer das opções. A empresa quer escolher uma opção de formato cujo número de senhas distintas possíveis seja superior ao número esperado de clientes, mas que esse número não seja superior ao dobro do número esperado de clientes. A opção que mais se adequa às condições da empresa é a) I b) II c) III d) IV e) V Outra pegadinha comum é aquela que te pede duas coisas e coloca nas alternativas opções em que só uma condição é atendida. Nessa questão, o objetivo é usar o Princípio Fundamental da Contagem para encontrar um padrão de senha que forneça mais de 1 milhão e menos de 2 milhões de combinações. As opções I e III nos dão um número muito maior que 2 milhões, então, apesar de fornecer mais de 1 milhão de combinações, não são a resposta, porque não são me- nores que 2 milhões. Precisava ser maior que 1 milhão E menor que 2 milhões. E só a alternativa V nos dá isso (1.757.600). Outra questão nesse formato é a clássica de “quero uma caixa em que o objeto caiba e que sobre o menor espaço possível”. Não querem só uma caixa em que o objeto caiba, mas em que ele caiba E sobre o mínimo de espaço possível. São duas condições, não uma. Leia todo o enunciado para evitar cair nesse tipo de pegadinha. E agora vamos falar das pegadinhas de gráfico! Os gráficos podem te pegar em dois pontos principais: nas unidades de medida (como vimos na questão do “quadriplicar”) e nos eixos. Pe- gadinhas de eixos são as mais comuns. (ENEM 2017) Os congestionamentos de trânsito constituem um problema que aflige, todos os dias, milhares de motoristas brasileiros. O gráfico ilustra a situação, representando, ao longo de um intervalo definido de tempo, a variação da velocidade de um veículo durante um conges- tionamento. Quantos minutos o veículo permaneceu imóvel ao longo do intervalo de tempo total anali- sado? a) 4 b) 3 c) 2 d) 1 e) 0 Repare que o eixo y é de VELOCIDADE. Logo, nos intervalos 0-1 e 3-4, apesar de o carro ter velocidade constante, ele continua tendo velocidade. Ou seja: ele continua andando para frente. A pergunta é: por quanto tempo ele fica parado? E ele só fica parado por 2 minutos: do instante 6 até o instante 8. Resposta certa: “C”. Se você tivesse achado que o eixo y era referente ao espaço, pensaria que, pelo fato de o gráfico não ser inclinado nos intervalos 0-1 e 3-4, o carro não estava andando. Mas o eixo era de velocidade, não de espaço! Essas pegadinhas de eixos são as que mais caem! Então sempre circule o que os eixos x e y representam. Vamos ver mais uma agora: (ENEM 2017) Dois reservatórios A e B são alimentados por bombas distintas por um período de 20 horas. A quantidade de água contida em cada reservatório nesse período pode ser visua- lizada na figura. O número de horas em que os dois reservatórios contêm a mesma quantidade de água é a) 1 b) 2 c) 4 d) 5 e) 6 Essa aqui foi boa! Foi um puxão de orelha em quem só olha para os números à esquerda. Nessa questão, os níveis dos reservatórios estão em escalas diferentes. Repare que os números referentes ao nível do reservatório B não estão alinhados com o do A. Em 2h, por exemplo, B tinha 15000 litros, mas A tinha 30000. Quem só viu os pontos em que triângulo e círculo se sobrepunham marcou 4 horas. E errou. Porque o único instante em que A e B têm o mesmo nível de água é entre 8h e 9h. 30000 litros cada um. Resposta certa: “A”. E é basicamente isso. No capítulo analisando a prova vamos ver mais algumas coisas que poderiam ser consideradas pegadinhas. Agora vamos falar da minha estratégia de resolução do ENEM para evitar o cansaço mental e conseguir tirar o maior proveito das 5 horas de prova. Minha estratégia de resolução do ENEM O ENEM é uma prova que exige muito mais que apenas conhecimento das matérias. São 10,5 horas de prova (divididas em 2 dias) com 180 questões gigantes e extremamente trabalhosas, que vão demandar um alto nível de concentração e equilíbrio mental. Se você não conhece muito bem o estilo de prova e inventa de fazer todas asquestões do jeito “certo”, vai estar mentalmente exausto decorridas 3 horas de prova. E ainda vai faltar mais da metade das questões para fazer. Por isso é importante uma estratégia de resolução. Vamos dar um passo atrás para dar dois adiante. Você vai ser capaz de fazer mais questões em menos tempo e sem se cansar tanto. Antes de mais nada, preciso deixar claro que esta é a minha estratégia. E você não é obrigado a segui-la à risca. Vou dizer como eu faço o ENEM e o porquê de cada etapa, mas você é livre para experimentar o seu jeito. Só não tome as minhas estratégias por verdade absoluta, ok? Dito isso, vamos lá: Tudo começa antes mesmo de eu sair de casa. Já deixo tudo separado no dia anterior para evitar estresse à toa. Comida, água, caneta, identidade e controle (quem acompanha o canal conhece bem o #cacic). Levar casaco também pode ser uma boa, porque nunca se sabe se na sua sala pode ter ar condicionado. E é muito importante frisar isso de evitar estresse à toa. A prova do ENEM, por ser muito desgastante, vai te cobrar inteligência emocional tanto quanto o conteúdo em si. E você estar no controle da situação é vital para evitar um branco. Por isso eu já deixo tudo pronto na véspera: para sair de casa com tranquilidade, chegar no local de prova com calma e fazer o melhor ENEM que eu puder. E, se uma pequena atitude como a de fazer todos os preparativos na véspera já vai te poupar de um estresse desnecessário, por que não fazer isso? Voltando ao que eu faço antes da prova: Vou dormir cedo na véspera para acordar bem-disposto e evito alimentos pesados no al- moço. Não sou vegetariano, mas nesse dia eu evito comer carne, porque carne sempre me deixa meio lento. Meu almoço pré-ENEM geralmente tem arroz integral, feijão, ovo, salada e legumes. Levo sempre castanhas e barrinhas de chocolate amargo para comer de vez em quando du- rante a prova. São ótimas para dar energia sem fazer muita lambança. (Se bem que a prova do ENEM é tão desgastante que eu nem sinto fome até voltar para casa... eu geralmente como mais para dar um tempo de prova e descansar a mente do que por fome de verdade). Mas ok, já falei o que eu faço antes da prova. Procuro tranquilizar o corpo para que a mente também se tranquilize. E isso já vai ser metade do caminho para um excelente ENEM. Vamos agora para a prova em si. Depois de fecharem os portões, geralmente esperam uns 15-20 minutos antes de distribuir os cadernos de questões. Nesse momento que não adianta mais fazer revisões, fecho os olhos, ajeito a postura e respiro fundo. Pode chamar isso de meditação se quiser. Tanto faz. O que importa é que você se concentre em si mesmo e pense: “Eu vim aqui para fazer o ENEM e vou fazer a melhor prova possível. Eu estudei para este momento e estou preparado”. Não tem nada a ver com a fase esotérica que eu tive há alguns anos. É só uma conversa que você vai ter consigo mesmo para estar presente. Você não está em casa, não está com seus amigos, não está num bar ou numa balada. Você está fazendo a prova, presente de corpo e alma. Traga a sua mente de volta, não deixe ela voar demais. Esteja presente. E nesse momento você pensa baixinho para si mesmo: “Vou terminar o ENEM faltando 15 minutos para o fim”. É surpreendente como isso funciona! Pode parecer esoterismo, mas nesses 3 anos de ENEM (6 provas, então), eu nunca tive problema com falta de tempo. Nem mesmo quando a prova de Exatas tinha meia hora a menos. Porque antes de começar a prova eu combinava comigo mesmo que ia terminar a tempo, então o meu subconsciente sabia quando eu estava perdendo tempo demais em uma questão. Se eu não tivesse conversado comigo mesmo antes da prova, combinado comigo mesmo que sou, sim, capaz de terminar a prova a tempo, eu estaria inteiramente dependente do lado ex- terno! Minha referência estaria lá fora, nos papeizinhos que eles arrancam para marcar o tempo, e não onde ela deve realmente estar: em mim mesmo. Quer saber mais um benefício desses 15 minutinhos de concentração? No capítulo com a resolução das questões mais importantes do ENEM 2018, você vai ver que muitas eu resolvi de uma forma alternativa. Mas essa forma alternativa nem sempre vem de pri- meira para mim. Eu tento resolver do jeito “certo” por um tempo e, quando meu subconsciente apita dizendo que estou perdendo tempo demais, passo para outra. Quando eu volto, consigo pensar em um jeito diferente de resolver a questão. Mesmo fazendo outras questões, meu sub- consciente ainda está concentrado em tudo. Ele me avisa quando eu estou perdendo tempo de- mais e trabalha por mim enquanto eu vou fazendo o resto da prova. Incrível, né? Aprenda a ouvir a sua intuição. Ao invés de depender dos adesivos que marcam o tempo restante de prova no quadro, aprenda a se escutar. Se você “sente” que está demorando demais, sente que está cansado, passe para a próxima questão ou tire um minuto para se recuperar. Não tem o menor problema pular para a próxima questão. Quem insiste em fazer o ENEM na ordem não consegue fazer ele inteiro com concentração total. É impossível. Porque o ENEM não foi criado para ser resolvido na ordem. Ele simplesmente não foi feito para isso. Eu geralmente consigo fazer umas 20 questões de cada matéria antes de começar a cansar. Nas horas em que percebo que preciso ler mais de duas vezes o mesmo texto, é sinal que estou cansado. Nesses momentos, eu só faço uma pausa, fecho os olhos e respiro fundo. Pode parecer perda de tempo, mas é aquilo que eu já disse antes: dar um passo atrás para dar dois adiante. Só essa pequena pausa de um minuto já me garante um boost de energia tre- mendo. Eu não só consigo ler mais rápido como consigo interpretar melhor. Logo, a minha chance de errar por besteira é menor. Ah, uma coisa... faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. Isso tudo é muito bonito de falar, mas no ENEM 2018 eu só devo ter parado para respirar fundo 2 vezes. Teve vários momen- tos em que eu estava desconcentrado e insisti em fazer as questões ao invés de só respirar. O resultado: errei muitas por besteira. E, quando eu digo muitas, são muitas mesmo. E agora uma coisa que poucas pessoas fazem, mas que eu altamente recomendo: não deixe para passar as respostas para o gabarito no fim de tudo. Passe as respostas faltando 1h30 para o fim. E isso por dois motivos principais: 1. Passar para o gabarito é uma atividade mais mecânica que mental, então isso é um descanso para a parte do seu cérebro responsável pela leitura dos textões; 2. Vai te tirar o peso das costas de: “Ai, será que dá tempo de passar as respostas? Será que eu vou terminar a tempo??” Por esses dois motivos eu recomendo passar para o cartão-resposta faltando mais de uma hora para o fim. Passe as que já fez, e você vai poder se concentrar com muito mais tranquilidade naquelas que faltam. Mas atenção!! Se você tiver pulado uma questão na prova, lembre-se de pular no gabarito!!! Se for passar para o cartão-resposta faltando algumas para fazer, cheque duas vezes a numera- ção da questão para não perder 10, 15, 20 questões em sequência por bobagem. E a última estratégia é pedir ao fiscal para ir ao banheiro. Eu chamo essa estratégia de... a estratégia do banheiro. Bom nome, né? Eu deveria patentear. Enfim. Mesmo que eu não precise fazer nada relevante no banheiro, faço isso para passar água (da pia) no rosto e esticar as pernas para voltar para a sala renovado. Ok, até aqui eu falei coisas que eu faço nas duas provas. Tudo que eu falei até aqui vai valer tanto para o 1º quanto para o 2º dia. Mas agora vamos dividir: 1º dia (Linguagens, Redação e Humanas) Depois de respirar fundo e combinar comigo mesmo que eu vou ser capaz de terminar a prova faltando 15 minutos para o fim, eu abro a prova e já procuro o tema de redação para ter aquele susto maravilhoso. Recomendo que todos façam a mesma coisa, e isso por um motivo:saber qual é o tema de redação já vai deixar o seu cérebro processando as ideias de maneira subconsciente. Mesmo que você não faça absolutamente nada além de ler os textos motivadores, isso já faz o cérebro buscar ideias para inserir nos argumentos. Mas eu não só leio o tema de redação e os textos motivadores. Eu destino também os 10 primeiros minutos da prova para fazer um brainstorm. Caso você nunca tenha ouvido falar disso, o significado literal é “tempestade cerebral”. Brainstorm é uma técnica muito útil que consiste em escrever tudo que te vem à mente sobre um determinado tema, sem filtros. Só escreva tudo, tudo, tudo. Vai ficar uma bagunça, mas é desse caos que você vai tirar o ouro para a sua redação. Eu não me preocupo com a estruturação dos argumentos nessa primeira etapa. Só jogo tudo que consigo pensar sobre o assunto no papel. Ótimo, depois desses 10 minutos eu começo realmente a fazer a prova. E que prova! O pri- meiro dia tem uma carga absurda de textão, então você precisa de uma estratégia para não se cansar logo no começo. O que eu faço é ir alternando entre Humanas e Linguagens. Apesar de as duas provas terem uma carga elevada de leitura, eu sinto que são cobradas habilidades ligeiramente diferentes em cada uma. Eu não sei explicar bem, mas é como se “pensar Linguagens” exigisse um raciocínio diferente de “pensar Humanas”. Então, quando eu alterno entre as duas, é como se eu descansasse uma parte do cérebro enquanto exercito outra. Para mim funciona, mas você vai experimentar e ver o que dá certo para você. Eu geralmente faço 10-15 questões de uma prova e 10-15 da outra. (Isso vale também para Exatas: sempre alterno 10 de Matemática com 10 de Natureza). E uma coisa muito importante!! Vou falar mais disso no capítulo de análise do ENEM, mas já fica o aviso: leia o comando da questão antes de ler o texto. Sempre leia o comando primeiro, porque é ele que vai te orientar durante a leitura do texto. Quem deixa para ler no fim, muito provavelmente vai ter que ler tudo de novo depois que vir do que se trata a questão. Em Linguagens isso é ainda mais evidente, porque tem questões que não cobram absoluta- mente nada sobre o conteúdo do texto em si. Cobram só detalhes sobre a técnica de escrita, a função da linguagem, etc. Enfim, de volta à minha estratégia de resolução. Depois de umas 40 questões resolvidas, eu volto para a redação e monto um primeiro esqueleto. Seleciono o que vai ficar e o que vai sair, decido em que parágrafo cada informação vai entrar, faço um esquema dividido em “I, D1, D2, C” (introdução, desenvolvimentos e conclusão)... e basicamente só. Eu não escrevo frases nesta etapa. Só coloco os potenciais argumentos em forma de tópicos (“D2: Nietzsche, Facebook, massificação”) para lembrar que no segundo parágrafo de desenvol- vimento eu vou associar essas três ideias. Tem gente que gosta de começar pela conclusão nessa etapa. Já pensa na proposta de in- tervenção para só então elaborar os argumentos. Eu acho essa uma ideia legal, porque em 2018 não fiz assim e precisei elaborar 2 parágrafos completamente diferentes de conclusão: o primeiro era uma boa intervenção, mas não solucionava o problema que eu apresentei nos argumentos, então tive que fazer uma segunda mais adequada. Sim, perdi tempo aí (principalmente porque quase não tinha praticado redação durante o ano). Esse tempo poderia ter sido usado para fazer com mais calma as questões de Linguagens e evitar errar tantas por besteira (das 15, umas 7 ou 8 eu errei por descuido). Depois de montado um esquema “I, D1, D2, C”, volto para as questões de Linguagens e Humanas. Continuo alternando (sempre lendo o comando das questões antes do texto) até fal- tarem umas 2h30 para o fim da prova. Aí sim eu escrevo a redação. Já tenho as ideias, então é só fazer a conexão entre elas. Mas eu não faço direto na folha definitiva. Faço no rascunho. Algumas pessoas podem achar isso perda de tempo, mas para mim ainda é essencial. Mesmo no rascunho eu ainda rabisco muito, porque conectar as ideias não é algo tão simples quanto parece. Mas, mesmo com o rascunho pronto, eu ainda não passo direto a limpo. Eu faço mais umas 10-15 questões da prova para só então voltar e passar. E por que eu divido a redação em tantas etapas? Porque assim eu consigo identificar mais erros do que se fizesse tudo de uma vez. É como se eu voltasse com um olhar revigorado, menos “viciado” no próprio texto. Mas é claro que isso vai depender de você. Tem gente que prefere escrever a redação direto na folha definitiva. Se funciona para você, quem sou eu para dizer que está errado? Levo um pouco mais de 1h para fazer o rascunho e passar a limpo, então, para escrever a redação do brainstorm à versão final, levo talvez 1h30, 1h40. Mas em 2018 eu levei mais de 2 horas por causa do tema surpreendente e da conclusão que eu precisei refazer. E essa é a minha estratégia no primeiro dia. Muito do que eu falei também se aplica à prova de Exatas, mas no dia da famigerada Matemática tem alguns detalhes que merecem um capítulo à parte. 2º dia (Matemática e Ciências da Natureza) Tudo que eu falei sobre respirar fundo antes da prova, alternar questões, fazer pausas de 1 minuto com frequência e passar para o cartão-resposta faltando 1h30 continua válido no se- gundo dia. Vou falar aqui só dos pontos diferentes. Você já sabe que, pela TRI, as questões fáceis valem mais pontos. E eu já dei algumas dicas de como identificar as fáceis (no capítulo resolvendo o ENEM de Matemática, coloquei um ranking de 1-5 de nível de dificuldade para ilustrar a ideia). Então o que eu faço enquanto estou resolvendo? Sempre que me deparo com uma questão fácil-média, já redobro a atenção. Porque, mesmo que seja fácil, qualquer deslize pode me fazer errar. Pode parecer contra-intuitivo demorar mais nas fáceis, mas é exatamente isso que eu fiz em 2018. Eu sabia que já não conseguia mais fazer cálculos de cabeça tão rápido, então, para não dar chance ao azar, fiz todos os cálculos com calma, e pela primeira vez usei a folha de rascunho. Ficou muito mais organizado (para os meus padrões, claro), e o resultado foi que eu só errei 2 questões (comparado com 5 e 6 nos outros anos). Então faça com calma! Mesmo que pareça perda de tempo. “Mas, Umberto, se eu fizer assim, não vou conseguir fazer a prova inteira”. E eu concordo que você não vai conseguir terminar se fizer tudo do jeito “certinho”. Por isso no capítulo de resolução eu apresentei raciocínios alternativos que te fazem poupar tempo. Esse tempo poupado deve ser investido nas questões fáceis para aumentar a sua nota. É tudo estratégia. Estratégia para você arrasar no ENEM. No caso das fáceis, eu redobro a atenção; no caso das difíceis, eu escolho entre fazer ou deixar para depois. E é aleatório: faço uns 50% e deixo uns 50% para depois. Mas ó: mesmo que eu decida pular, eu leio o enunciado com atenção para deixar meu cérebro processando as ideias. Não pulo absolutamente nada sem entender exatamente do que a questão se trata. Uma coisa que algumas pessoas fazem e eu acho muito legal é marcar as fáceis. Faça algum rabisco que te ajude a identificar as que vão valer mais, porque, se tiver tempo de revisar, é nelas que você vai se concentrar. *** Quanto às pegadinhas, eu já falei bastante em um capítulo anterior. Fica só o meu conselho: enquanto estiver lendo o enunciado, já esteja atento para possíveis coisas suspeitas (unidades de medida diferentes, gráficos, “dobro”, “quadruplicar”, essas coisas). E, depois de calcular um resultado, seja ele qual for, releia o enunciado todo para garantir que ele é mesmo a resposta. Garanta que não falta uma última etapa para a resposta. E essas foram (ou deveriam ter sido) minhas estratégias em 2018. É a sua vez de colocá-las em prática para descobrir quais funcionam para você. RESOLUÇÃO DO ENEM 2018Vamos às questões mais importantes de cada área do conhecimento do ENEM 2018. Seleci- onei entre 10 e 12 de cada área para que você só precise rever o mais importante de tudo. Como as questões exigem habilidades diferentes, procurei pegar exercícios dos mais variados possíveis para você ter um panorama geral de como vai ser o ENEM 2019. Caso erre alguma questão, leia a resolução comentada abaixo e garanta que você entendeu tudo antes de partir para a próxima. ATENÇÃO: Se tiver mais tempo de estudo, recomendo que faça as provas inteiras dos últimos 2 anos, tanto a primeira quanto a segunda aplicação (PPL). E faça como se fosse um simulado de verdade cronometrando o tempo e sem pausas longas. Você precisa treinar sua resistência!! Linguagens e seus Códigos Questão 03 (Inglês) Don’t write in English, they said, English is not your mother tongue… …The language I speak Becomes mine, its distortions, its queerness All mine, mine alone, it is half English, half Indian, funny perhaps, but it is honest, It is as human as I am human… …It voices my joys, my longings my Hopes… (Kamala Das, 1965:10) A poetisa Kamala Das, como muitos escritores indianos, escreve suas obras em inglês, ape- sar de essa não ser sua primeira língua. Nesses versos, ela a) usa a língua inglesa com efeito humorístico. b) recorre a vozes de vários escritores ingleses. c) adverte sobre o uso distorcido da língua inglesa. d) demonstra consciência de sua identidade linguística. e) reconhece a incompreensão na sua maneira de falar inglês. A poetisa escreve em inglês, mas deixa claro no poema que usa esse idioma porque ele exprime suas alegrias, seus desejos e esperanças. Não é uma escolha arbitrária; é totalmente consciente. Cada elemento do idioma inglês se mescla ao idioma nativo dela para se tornar uma forma de expressão individual, “engraçada, talvez, mas honesta”. A Kamala Das tem total consciência da sua identidade linguística. Ela entende por que usa um idioma e não o outro. Logo, resposta certa: “D”. Atenção: o uso da palavra “funny” pode ter feito algumas pessoas marcarem letra “A”. Mas a poesia diz que a graça de uma indiana falando inglês não compromete a verdadeira essência dessa mistura. E a verdadeira essência é a honestidade, não a comicidade. QUESTÃO 05 (Inglês) 1984 (excerpt) ‘Is it your opinion, Winston, that the past has real existence?’ […] O’Brien smiled faintly. ‘I will put it more precisely. Does the past exist concretely, in space? Is there somewhere or other a place, a world of solid objects, where the past is still happening?’ ‘No.’ ‘Then where does the past exist, if at all?’ ‘In records. It is written down.’ ‘In records. And — —?’ ‘In the mind. In human memories.’ ‘In memory. Very well, then. We, the Party, control all records, and we control all memories. Then we control the past, do we not?’ ORWELL, G. Nineteen Eighty-Four. New York: Signet Classics, 1977. O romance 1984 descreve os perigos de um Estado totalitário. A ideia evidenciada nessa passagem é que o controle do Estado se dá por meio do(a) a) boicote a ideais libertários. b) veto ao culto das tradições. c) poder sobre memórias e registros d) censura a produções orais e escritas. e) manipulação de pensamentos individuais. Para início de conversa, esse livro é muito bom. Se o aluno já tivesse tido contato com 1984 antes, responderia a questão bem mais rápido do que quem precisou ler o texto duas, três vezes. Repertório é tudo! Nesse trecho, o membro do Estado diz que o passado está na memória e nos registros. Como o Estado tem controle sobre os dois, ele literalmente (e no livro fica mais claro como isso acon- tece) tem total controle sobre a memória das pessoas. Resposta: “C”. Leia 1984. É muito bom. QUESTÃO 04 (Espanhol) ¿Cómo gestionar la diversidad lingüística en el aula? El aprendizaje de idiomas es una de las demandas de la sociedad en la escuela: los alumnos tienen que finalizar la escolarización con un buen conocimiento, por lo menos, de las tres lenguas curriculares: catalán, castellano e inglés (o francés, portugués…). La metodología que promueve el aprendizaje integrado de idiomas en la escuela tiene en cuenta las relaciones entre las diferentes lenguas: la mejor enseñanza de una lengua incide en la mejora de todas las demás. Se trata de educar en y para la diversidad lingüística y cultural. Por eso, la V Jornada de Buenas Prácticas de Gestión del Multilingüismo, que se celebrará en Barcelona, debatirá sobre la gestión del multilingüismo en el aula. El objetivo es difundir propu- estas para el aprendizaje integrado de idiomas y presentar experiencias prácticas de gestión de la diversidad lingüística presente en las aulas. Disponível em: www10.gencat.cat. Acesso em: 15 set. 2010 (adaptado). Na região da Catalunha, Espanha, convivem duas línguas oficiais: o catalão e o espanhol. Além dessas, ensinam-se outras línguas nas escolas. De acordo com o texto, para administrar a vari- edade linguística nas aulas, é necessário a) ampliar o número de línguas ofertadas para enriquecer o conteúdo. b) divulgar o estudo de diferentes idiomas e culturas para atrair os estudantes c) privilegiar o estudo de línguas maternas para valorizar os aspectos regionais. d) explorar as relações entre as línguas estudadas para promover a diversidade. e) debater as práticas sobre multilinguismo para formar melhor os professores de lín- guas. A resposta está no trecho “la mejor enseñanza de una lengua incide en la mejora de todas las demás. Se trata de educar en y para la diversidad lingüística y cultural”. Ou seja, o aprendizado de uma língua resulta na melhora de todas as outras. Estão sendo exploradas as relações entre as línguas estudadas para promover a diversidade linguística e cultural. Resposta: “D”. QUESTÃO 06 “A Declaração Universal dos Direitos Humanos está completando 70 anos em tempos de desafios crescentes, quando o ódio, a discriminação e a violência permanecem vivos”, disse a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Audrey Azoulay. “Ao final da Segunda Guerra Mundial, a humanidade inteira resolveu promover a dignidade humana em todos os lugares e para sempre. Nesse espírito, as Nações Unidas adotaram a De- claração Universal dos Direitos Humanos como um padrão comum de conquistas para todos os povos e todas as nações”, disse Audrey. “Centenas de milhões de mulheres e homens são destituídos e privados de condições bási- cas de subsistência e de oportunidades. Movimentos populacionais forçados geram violações aos direitos em uma escala sem precedentes. A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável promete não deixar ninguém para trás – e os direitos humanos devem ser o alicerce para todo o progresso.” Segundo ela, esse processo precisa começar o quanto antes nas carteiras das escolas. Diante disso, a Unesco lidera a educação em direitos humanos para assegurar que todas as meninas e meninos saibam seus direitos e os direitos dos outros. Disponível em: https://nacoesunidas.org. Acesso em: 3 abr. 2018 (adaptado). Defendendo a ideia de que “os direitos humanos devem ser o alicerce para todo o progresso”, a diretora-geral da Unesco aponta, como estratégia para atingir esse fim, a a) inclusão de todos na Agenda 2030. b) extinção da intolerância entre os indivíduos. c) discussão desse tema desde a educação básica. d) conquista de direitos para todos os povos e nações. e) promoção da dignidade humana em todos os lugares. A pergunta é: qual a estratégia utilizada para assegurar que os direitos humanos sejam o alicerce para o progresso? Você já circula a palavra “estratégia” porque é ela que vai orientar a resposta. Em outras palavras: como a Unesco pretende colocar em prática o plano? E a resposta está lá noúltimo parágrafo: esse processo precisa começar o quanto antes nas carteiras das escolas. Ou seja: essa discussão precisa ser tema desde a educação básica. Letra “C”. QUESTÃO 12 Deficientes visuais já podem ir a algumas salas de cinema e teatros para curtir, em maior intensidade, as atrações em cartaz. Quem ajuda na tarefa é o aplicativo Whatscine, recém-che- gado ao Brasil e disponível para os sistemas operacionais iOS (Apple) ou Android (Google). Ao ser conectado à rede wi-fi de cinemas e teatros, o app sincroniza um áudio que descreve o que ocorre na tela ou no palco com o espetáculo em andamento: o usuário, então, pode ouvir a narração em seu celular. O programa foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Carlos III, em Madri. “Na Espanha, 200 salas de cinema já oferecem o recurso e filmes de grandes estúdios já são exibidos com o recurso do Whatscine!”, diz o brasileiro Luis Mauch, que trouxe a tecnologia para o país. “No Brasil, já fechamos parceria com a São Paulo Companhia de Dança para adaptar os espetá- culos deles! Isso já é um avanço. Concorda?” Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 25jun. 2014 (adaptado). Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo com a intenção do emissor, a lingua- gem apresenta funções diferentes. Nesse fragmento, predomina a função referencial da lingua- gem, porque há a presença de elementos que a) buscam convencer o leitor, incitando o uso do aplicativo. b) definem o aplicativo, revelando o ponto de vista da autora. c) evidenciam a subjetividade, explorando a entonação emotiva. d) expõem dados sobre o aplicativo, usando linguagem denotativa. e) objetivam manter um diálogo com o leitor, recorrendo a uma indagação. Aqui, o mínimo de conhecimento sobre funções da linguagem já matava a questão sem nem precisar ler o texto (daí a importância de ler o comando antes do texto). Função referencial busca informar da forma mais simples e clara possível. O texto inteiro está informando o leitor por meio de linguagem simples e direta, sem metá- foras ou inversões complicadíssimas. Claramente não foi Kafka que escreveu esse texto. Resposta: “D”. PS: Revise as 6 funções da linguagem! Não vai te tomar nem 15 minutos e vai te garantir ao menos 2 acertos no ENEM 2019. QUESTÃO 17 Aconteceu mais de uma vez: ele me abandonou. Como todos os outros. O quinto. A gente já estava junto há mais de um ano. Parecia que dessa vez seria para sempre. Mas não: ele desa- pareceu de repente, sem deixar rastro. Quando me dei conta, fiquei horas ligando sem parar – mas só chamava, chamava, e ninguém atendia. E então fiz o que precisava ser feito: bloqueei a linha. A verdade é que nenhum telefone celular me suporta. Já tentei de todas as marcas e opera- doras, apenas para descobrir que eles são todos iguais: na primeira oportunidade, dão no pé. Esse último aproveitou que eu estava distraído e não desceu do táxi junto comigo. Ou será que ele já tinha pulado do meu bolso no momento em que eu embarcava no táxi? Tomara que sim. Depois de fazer o que me fez, quero mais é que ele tenha ido parar na sarjeta. […] Se ainda fossem embora do jeito que chegaram, tudo bem. […] Mas já sei o que vou fazer. No caminho da loja de celulares, vou passar numa papelaria. Pensando bem, nenhuma das minhas agendinhas de papel jamais me abandonou. FREIRE, R. Começar de novo. O Estado de S. Paulo, 24 nov. 2006 Nesse fragmento, a fim de atrair a atenção do leitor e de estabelecer um fio condutor de sentido, o autor utiliza-se de a) primeira pessoa do singular para imprimir subjetividade ao relato de mais uma desi- lusão amorosa. b) ironia para tratar da relação com os celulares na era de produtos altamente descar- táveis. c) frases feitas na apresentação de situações amorosas estereotipadas para construir a ambientação do texto. d) quebra de expectativa como estratégia argumentativa para ocultar informações. e) verbos no tempo pretérito para enfatizar uma aproximação com os fatos abordados ao longo do texto. Lendo só o primeiro parágrafo, parece que é o relato de alguém que foi abandonado pelo namorado/amante/esposo. E só no segundo parágrafo fica claro que na verdade esse “alguém” era o celular. Há uma quebra de expectativa, mas a resposta não é “D” porque essa quebra de expectativa não tem o objetivo de ocultar informações. A pergunta do enunciado é: o que o autor fez para atrair a atenção do leitor? E o que o autor fez foi usar frases feitas, estereótipos de término de relacionamento (“ele desapareceu de repente”, por exemplo), para estabelecer o fio condutor da narrativa. Letra “C”. QUESTÃO 18 Enquanto isso, nos bastidores do universo Você planeja passar um longo tempo em outro país, trabalhando e estudando, mas o uni- verso está preparando a chegada de um amor daqueles de tirar o chão, um amor que fará você jogar fora seu atlas e criar raízes no quintal como se fosse uma figueira. Você treina para a maratona mais desafiadora de todas, mas não chegará com as duas pernas intactas na hora da largada, e a primeira perplexidade será esta: a experiência da frustração. O universo nunca entrega o que promete. Aliás, ele nunca prometeu nada, você é que escuta vozes. No dia em que você pensa que não tem nada a dizer para o analista, faz a revelação mais bombástica dos seus dois anos de terapia. O resultado de um exame de rotina coloca sua rotina de cabeça para baixo. Você não imaginava que iriam tantos amigos à sua festa, e tampouco imaginou que justo sua grande paixão não iria. Quando achou que estava bela, não arrasou co- rações. Quando saiu sem maquiagem e com uma camiseta puída, chamou a atenção. E assim seguem os dias à prova de planejamento e contrariando nossas vontades, pois, por mais que tenhamos ensaiado nossa fala e estejamos preparados para a melhor cena, nos bastidores do universo alguém troca nosso papel de última hora, tornando surpreendente a nossa vida. MEDEIROS, M. O Globo, 21 jun. 2015. Entre as estratégias argumentativas utilizadas para sustentar a tese apresentada nesse fra- gmento, destaca-se a recorrência de a) estruturas sintáticas semelhantes, para reforçar a velocidade das mudanças da vida. b) marcas de interlocução, para aproximar o leitor das experiências vividas pela autora. c) formas verbais no presente, para exprimir reais possibilidades de concretização das ações. d) construções de oposição, para enfatizar que as expectativas são afetadas pelo ines- perado. e) sequências descritivas, para promover a identificação do leitor com as situações apresentadas. Eu fiquei em dúvida entre “B” e “D”. Mas a resposta é “D”. Até existe a recorrência de marcas de interlocução (“B”), mas a estratégia argumentativa para convencer o leitor é a recorrência de expectativas frustradas: “você quer X, MAS...”. O mais forte aqui não é o “você”, mas essa oposição de ideias, que enfatiza que as expectativas são afetadas pelo inesperado. Repare que a pergunta é o que se destaca no trecho. Estão perguntando o que é mais forte, não o que existe no trecho. É claro que existem marcas de interlocução (“B”), mas o ponto prin- cipal não é esse. É a oposição de ideias! QUESTÃO 25 ROSA, R. Grande sertão: veredas: adaptação da obra de João Guimarães Rosa. São Paulo: Globo, 2014 (adaptado). A imagem integra uma adaptação em quadrinhos da obra Grande sertão: veredas, de Gui- marães Rosa. Na representação gráfica, a inter-relação de diferentes linguagens caracteriza-se por a) romper com a linearidade das ações da narrativa literária. b) ilustrar de modo fidedigno passagens representativas da história. c) articular a tensão do romance à desproporcionalidade das formas. d) potencializar a dramaticidade do episódio com recursos das artes visuais. e) desconstruir a diagramação do texto literário pelo desequilíbrio da composição. Questãointeressante. Letras “A”, “C”, “D” e “E” fazem total sentido. Mas a pergunta é: a inter- relação das diferentes linguagens tem por característica o quê? Qual a característica dessa inter- relação? “A”: O que rompe a linearidade é a sobreposição dos quadrinhos, e isso é só linguagem visual. Não tem a ver com a inter-relação de linguagens. “C”: O que articula a tensão à desproporcionalidade das formas também é só a linguagem visual. Não é a inter-relação entre linguagem visual e escrita que faz isso. “E”: Sobre a diagramação... mesma coisa. A diagramação é 100% linguagem visual, não a inter-relação entre as linguagens. “A”, “C” e “E” fazem referência puramente ao estilo de desenho, mas não fazem referência ao texto escrito. E o enunciado quer justamente dessa inter-relação de linguagens: visual + escrita. Então só a “D” é certa: os elementos da linguagem visual potencializam a força da mensagem escrita. A letra “D” fala justamente dessa inter-relação, e por isso ela é a certa. QUESTÃO 27 Mais big do que bang A comunidade científica mundial recebeu, na semana passada, a confirmação oficial de uma descoberta sobre a qual se falava com enorme expectativa há alguns meses. Pesquisadores do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian revelaram ter obtido a mais forte evidência até agora de que o universo em que vivemos começou mesmo pelo Big Bang, mas este não foi explosão, e sim uma súbita expansão de matéria e energia infinitas concentradas em um ponto microscópico que, sem muitas opções semânticas, os cientistas chamam de “singularidade”. Essa semente cós- mica permanecia em estado latente e, sem que exista ainda uma explicação definitiva, começou a inchar rapidamente […]. No intervalo de um piscar de olhos, por exemplo, seria possível, por- tanto, que ocorressem mais de 10 trilhões de Big Bangs. ALLEGRETTI, F. Veja, 26 mar. 2014 (adaptado). No título proposto para esse texto de divulgação científica, ao dissociar os elementos da expressão Big Bang, a autora revela a intenção de a) evidenciar a descoberta recente que comprova a explosão de matéria e energia. b) resumir os resultados de uma pesquisa que trouxe evidências para a teoria do Big Bang. c) sintetizar a ideia de que a teoria da expansão de matéria e energia substitui a teoria da explosão. d) destacar a experiência que confirma uma investigação anterior sobre a teoria de ma- téria e energia. e) condensar a conclusão de que a explosão de matéria e energia ocorre em um ponto microscópico. A pergunta é sobre o título, então a primeira coisa que você deve fazer é circular bem forte o título: “Mais big do que bang”. Ao ler o texto, a gente entende que o título mostra de um jeito jocoso que o “Big Bang” na verdade não teve um “BANG”. Foi só big mesmo, uma expansão si- lenciosa. O título é uma síntese de toda a ideia do texto. Resposta: “C”. QUESTÃO 28 Nessa campanha, a principal estratégia para convencer o leitor a fazer a reciclagem do lixo é a utilização da linguagem não verbal como argumento para a) reaproveitamento de material. b) facilidade na separação do lixo. c) melhoria da condição do catador. d) preservação de recursos naturais. e) geração de renda para o trabalhador. A pergunta é sobre linguagem não verbal, então vamos focar na linguagem não verbal. Te- mos a garrafa PET e uns desenhos bonitos que eu não saberia fazer. Por que a campanha usou esses elementos? (Essa estratégia de usar linguagem não verbal foi argumento para quê?) Repare que os desenhos mostram justamente o que a garrafa PET pode se tornar caso seja reaproveitada (“tecido novo”, de acordo com o texto). Logo, os recursos visuais foram usados como argumento para ilustrar a necessidade de reaproveitamento de material. Letra “A”. QUESTÃO 34 As duas imagens são produções que têm a cerâmica como matéria-prima. A obra Estrutura vertical dupla se distingue da urna funerária marajoara ao a) evidenciar a simetria na disposição das peças. b) materializar a técnica sem função utilitária. c) abandonar a regularidade na composição. d) anular possibilidades de leituras afetivas. e) integrar o suporte em sua constituição. Aqui você pode ter ficado em dúvida entre “B” e “C”. Eu mesmo fiquei, e marquei “C”. Mas a resposta certa é “B”. Isso porque a Estrutura vertical dupla, apesar de abandonar a regularidade na composição, não tenha isso como sua função principal. O artista não criou essa obra com a finalidade de abandonar a regularidade na composição. Por se tratar de arte moderna, a principal função foi justamente a de romper com a função utilitária da arte. Arte moderna tem muito disso. E muita gente que vai em museus de arte moderna se per- guntam: “Por que o cara fez isso se não serve para nada?” E, bem... a arte em si já serve para muita coisa. Nesse caso, a técnica de criação já é a arte. Logo, as duas se diferem porque a Estrutura vertical dupla materializa a técnica sem a pretensão de ter uma função utilitária. QUESTÃO 38 Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda nodosa que me pintou as costas de man- chas sangrentas. Moído, virando a cabeça com dificuldade, eu distinguia nas costelas grandes lanhos vermelhos. Deitaram-me, enrolaram-me em panos molhados com água de sal – e houve uma discussão na família. Minha avó, que nos visitava, condenou o procedimento da filha e esta afligiu-se. Irritada, ferira-me à toa, sem querer. Não guardei ódio a minha mãe: o culpado era o nó. RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1998. Num texto narrativo, a sequência dos fatos contribui para a progressão temática. No frag- mento, esse processo é indicado pela a) alternância das pessoas do discurso que determinam o foco narrativo. b) utilização de formas verbais que marcam tempos narrativos variados. c) indeterminação dos sujeitos de ações que caracterizam os eventos narrados. d) justaposição de frases que relacionam semanticamente os acontecimentos narrados. e) recorrência de expressões adverbiais que organizam temporalmente a narrativa. A importância de ler o comando antes do texto é evidente. Isso porque a pergunta não tem nada a ver com o conteúdo do texto em si, e sim na estratégia de construção dele. Se você não lesse o enunciado antes, ia ficar tentando imaginar o que será que a pergunta iria pedir. E ao finalmente ler a pergunta teria que voltar ao texto para ler tudo de novo. Enfim, a pergunta foi: como o autor promove a progressão temática? Ou seja, como ele avança a narrativa? E o que ele faz é justamente usar tempos verbais diferentes: pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito. Isso faz com que o leitor tenha a sensação de progressão das cenas: cenas pontuais (“ela bateu”) são sobrepostas a cenas que se alongam no tempo (“eu dis- tinguia ...”), avançando a narrativa sem que ela se torne monótona. Resposta: “B”. QUESTÃO 41 Nesse texto, busca-se convencer o leitor a mudar seu comportamento por meio da associ- ação de verbos no modo imperativo à a) indicação de diversos canais de atendimento. b) divulgação do Centro de Defesa da Mulher. c) informação sobre a duração da campanha. d) apresentação dos diversos apoiadores. e) utilização da imagem das três mulheres. A pergunta é sobre a associação dos verbos no modo imperativo a alguma outra coisa, algum outro recurso linguístico. A peça associa os verbos no imperativo à imagem das três mulheres. Esses dois elementos juntos são usados para convencer a pessoa a denunciar. Letra “E”. A resposta não é “A” porque os canais de atendimento estão ali para estimular o comporta- mento de denúncia, mas não estão associados aos verbos no imperativo. São o “complemento” do anúncio: depois de a pessoa ter sido sensibilizada com a associação entre imagem e texto, ela vai ler os números e ligar para denunciar. Humanas e suas Tecnologias QUESTÃO48 A tribo não possui um rei, mas um chefe que não é chefe de Estado. O que significa isso? Simplesmente que o chefe não dispõe de nenhuma autoridade, de nenhum poder de coerção, de nenhum meio de dar uma ordem. O chefe não é um comandante, as pessoas da tribo não têm nenhum dever de obediência. O espaço da chefia não é o lugar do poder. Essencialmente encar- regado de eliminar conflitos que podem surgir entre indivíduos, famílias e linhagens, o chefe só dispõe, para restabelecer a ordem e a concórdia, do prestígio que lhe reconhece a sociedade. Mas evidentemente prestígio não significa poder, e os meios que o chefe detém para realizar sua tarefa de pacificador limitam-se ao uso exclusivo da palavra. CLASTRES, P. A sociedade contra o Estado. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1982 (adaptado). O modelo político das sociedades discutidas no texto contrasta com o do Estado liberal bur- guês porque se baseia em: a) Imposição ideológica e normas hierárquicas. b) Determinação divina e soberania monárquica. c) Intervenção consensual e autonomia comunitária. d) Mediação jurídica e regras contratualistas. e) Gestão coletiva e obrigações tributárias. Humanas é majoritariamente interpretação de texto. Você nem precisaria se preocupar com a pergunta de “como esse modelo difere do Estado liberal burguês”, porque na verdade só pre- cisava encontrar uma alternativa que descrevesse o modelo do texto. O modelo do texto se baseia em quê? E a resposta é “C”: intervenção consensual e autonomia comunitária. Intervenção consensual porque o chefe da tribo não podia impor sua decisão: seu poder limitava-se ao uso exclusivo da palavra. Ou seja: ele tinha que convencer os outros, e o diálogo, o consenso, seria necessário para uma mudança. Mas o chefe não tinha poder de fato; o poder estava nas mãos da comuni- dade. Havia uma autonomia comunitária. QUESTÃO 49 O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da evidência e do sentido da am- biguidade. Quando se limita a suportar a ambiguidade, esta se chama equívoco. Sempre aconte- ceu que, mesmo aqueles que pretenderam construir uma filosofia absolutamente positiva, sô conseguiram ser filósofos na medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto. O que caracteriza o filósofo é o movimento que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao saber, e um certo repouso neste movimento. MERLEAU-PONTY, M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado). O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos constitutivos da atividade do fi- lósofo, que se caracteriza por a) reunir os antagonismos das opiniões ao método dialético. b) ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das ideias. c) associar a certeza do intelecto à imutabilidade da verdade. d) conciliar o rigor da investigação à inquietude do questionamento. e) compatibilizar as estruturas do pensamento aos princípios fundamentais. O texto foca bastante nessa transição entre certeza e incerteza. O filósofo ora tem certeza, ora já não tem mais. As dúvidas que advêm da investigação rigorosa e as consequentes dúvidas desse processo rompem com todas as certezas que o filósofo teve, tornando-as incertezas, que geram mais dúvidas, e assim sucessivamente. A atividade do filósofo, portanto, se caracteriza por conciliar o rigor da investigação à inquietude do questionamento. Letra “D”. A letra “A” até que faz sentido, mas o método dialético envolve muito mais uma avaliação de dois pontos de vista (antagonismos das opiniões) que a recusa à certeza. São dois conceitos próximos (e talvez até interligados), mas aqui a “D” está mais certa. QUESTÃO 50 Esse ônibus relaciona-se ao ato praticado, em 1955, por Rosa Parks, apresentada em foto- grafia ao lado de Martin Luther King. O veículo alcançou o estatuto de obra museológica por simbolizar o(a) a) impacto do medo da corrida armamentista. b) democratização do acesso à escola pública. c) preconceito de gênero no transporte coletivo. d) deflagração do movimento por igualdade civil. e) eclosão da rebeldia no comportamento juvenil. Pode ser uma questão muito específica (e é mesmo), mas o ENEM nunca vai te cobrar algo tão específico assim sem te dar “pistas”. Se a Rosa Parks está retratada ao lado de Martin Luther King, não deve ser por acaso, né? E qual a principal causa defendida por Martin Luther King foi a luta contra a desigualdade racial (quem nunca ouviu falar do discurso “I have a dream”, não é mesmo?). Ou seja: Luther King defendia a igualdade civil entre negros e brancos. E, pela nossa lógica, Rosa Parks devia ter os mesmos princípios. Logo, muito provável que a resposta seja a “D”. E não é que é isso mesmo? Foi um chute bem-intencionado que deu certo. (Aos curiosos, um artigo da Wikipedia sobre o movimento de boicote aos ônibus de Mon- tgomery que deflagrou o movimento por igualdade civil:) https://pt.wikipedia.org/wiki/Boicote_aos_%C3%B4nibus_de_Montgomery QUESTÃO 52 Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e invenção. HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983 Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conse- guinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano. ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens. 1993 (adaptado). Os trechos apresentam divergências conceituais entre autores que sustentam um entendimento segundo o qual a igualdade entre os homens se dá em razão de uma a) predisposição ao conhecimento. b) submissão ao transcendente. c) tradição epistemológica. d) condição original. e) vocação política. Uma questão difícil porque pede justamente para ler os dois textos e encontrar um ponto de divergência conceitual. Mas quem sabia o básico de filósofos contratualistas matava a questão só de ler o nome dos autores: Hobbes e Rousseau. Os filósofos contratualistas (Locke, Hobbes e Rousseau são os principais) acreditavam que em um passado remoto o homem vivia em uma condição natural, selvagem, e que para a sociedade existir havia a necessidade de um pacto social: os indivíduos abriam mão de sua liberdade, cedendo-a a um órgão regulador (o Estado), e em troca recebiam direitos como propriedade privada e segurança (cada teórico tinha uma ideia de quais eram os direitos naturais). A divergência entre Hobbes e Rousseau é que o primeiro acreditava que o homem em seu estado natural era um selvagem “raiz”, completamente indomável (“o homem é o lobo do ho- mem”). Já Rousseau acreditava que havia um estado de relativa paz na época “pré-pacto social”. https://pt.wikipedia.org/wiki/Boicote_aos_%C3%B4nibus_de_Montgomery Os homens daquela época seriam “bons selvagens”. A divergência, portanto, é sobre como o homem era em sua condição original. Letra “D”. Esse tipo de questão de Humanas que dá 2 textos geralmente é considerado difícil. Então pode ser uma boa deixar para se focar nelas no fim, se você tiver tempo. No ENEM 2019, quando eu me deparar com questões do tipo, vou dar uma passada de olhos pelo enunciado, mas caso perceba que vai ser muito difícil eu vou automaticamente pular. QUESTÃO 54 TEXTO I E pois que em outra cousa nesta parte me não posso vingar do demônio, admoesto da parte da cruz de Cristo Jesus a todos que este lugar lerem, que deem a esta terra o nome que com tanta solenidade lhe foi posto, sob pena de a mesma cruz que nos há de ser mostrada no dia final, os acusar demais devotos do pau-brasil que dela. BARROS, J. In: SOUZA, L. M. Inferno atlântico: demonologia e colonização: séculos XVI-XVIII. São Paulo: Cia. das Letras, 1993. TEXTO II E deste modo se hão os povoadores, os quais, por mais arraigados que na terra estejam e mais ricos que sejam, tudo pretendem levar a Portugal, e, se as fazendas e bens que possuem souberam falar, também lhes houveram de ensinar a dizer como os papagaios, aos quais a pri- meira coisa que ensinam é: papagaio real para Portugal, porque tudo querem para lá. SALVADOR, F. V. In: SOUZA, L. M. (Org.). História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América portuguesa. São Paulo: Cia. das Letras, 1997. As críticas desses cronistas ao processo de colonização portuguesa na América estavam re- lacionadas à a) utilização do trabalho escravo. b) implantação de polos urbanos. c) devastação de áreas naturais. d) ocupação de terras indígenas. e) expropriação de riquezas locais. Ok, só de bater o olho já dá para ver que o texto I é bem mais difícil que o texto II. E, se a pergunta foi “qual é a crítica dos dois cronistas”, é de se supor que os dois estejam seguindo a mesma linha de raciocínio, certo? Os dois devem estar falando a mesma coisa de jeitos diferentes. Então eu vou só ler o texto II, ora bolas. Para que perder tempo tentando interpretar o I se os dois fazem a mesma crítica? Então vamos ao texto II: o ponto chave aqui é “tudo pretendem levar a Portugal”. A crítica é essa! E qual alternativa resume isso? A letra “E”: os portugueses exploravam o solo (as riquezas locais) para levar para Portugal, sem deixar nada para os brasileiros. QUESTÃO 57 A poetisa Emília Freitas subiu a um palanque, nervosa, pedindo desculpas por não possuir títulos nem conhecimentos, mas orgulhosa ofereceu a sua pena que “sem ser hábil, é, em compensação, guiada pelo poder da vontade”. Maria Tomásia pronunciava orações que levantavam os ouvintes. A escritora Francisca Clotilde arrebatava, declamando seus poemas. Aquelas “angélicas senho- ras”, “heroínas da caridade”, levantavam dinheiro para comprar liberdades e usavam de seu en- tusiasmo a fim de convencer os donos de escravos a fazerem alforrias gratuitamente. MIRANDA, A. Disponível em: www.opovoonline.com.br. Acesso em: 10 jun. 2015 As práticas culturais narradas remetem, historicamente, ao movimento a) feminista. b) sufragista. c) socialista. d) republicano. e) abolicionista. Perceba como o ENEM é jocoooooso: ele fala de duas mulheres empoderadas declamando alto para o povo. A primeira ideia que passa na cabeça de muitos é “mulheres fortes = femi- nismo”. Mas a resposta está na última linha: elas estavam lutando para conferir alforrias aos escravos. Estamos falando do movimento abolicionista. Letra “E”. Sempre leia o texto na íntegra!! Nunca se sabe onde pode estar a resposta. QUESTÃO 62 A situação demográfica de Israel é muito particular. Desde 1967, a esquerda sionista afirma que Israel deveria se desfazer rapidamente da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, argumentando a partir de uma lógica demográfica aparentemente inexorável. Devido à taxa de nascimento árabe ser muito mais elevada, a anexação dos territórios palestinos, formal ou informal, acarretaria dentro de uma ou duas gerações uma maioria árabe "entre o rio e o mar". DEMANT, P. Israel: a crise próxima. História, n. 2. jul.-dez. 2014. A preocupação apresentada no texto revela um aspecto da condução política desse Estado iden- tificado ao(à) a) abdicação da interferência militar em conflito local. b) busca da preeminência étnica sobre o espaço nacional. c) admissão da participação proativa em blocos regionais. d) rompimento com os interesses geopolíticos das potências globais. e) compromisso com as resoluções emanadas dos organismos internacionais. Sempre cai questão de Palestina/Israel no ENEM. E em 2018 não foi diferente. Para responder, era necessário um conhecimento básico sobre a disputa, mas o ponto chave aqui é que estão nascendo muitos árabes na região. Pelo texto, depreende-se que isso é um “problema” para os israelenses (ideia corroborada pelo enunciado, que diz que isso é uma “preocupação” do Estado). Para os israelenses, portanto, é importante que a nação tenha um número maior de israelenses que árabes. Ou seja: eles buscam a preeminência étnica (judia) sobre o espaço nacional. Letra “B”. Questão 90% de interpretação de texto. QUESTÃO 67 A dinâmica hidrológica expressa no gráfico demonstra que o processo de urbanização pro- move a a) redução do volume dos rios. b) expansão do lençol freático. c) diminuição do índice de chuvas. d) retração do nível dos reservatórios. e) ampliação do escoamento superficial. Questão de interpretação de gráficos. Poderia ter caído na prova de Matemática. Nós temos que olhar a diferença entre a linha tracejada e a linha contínua, porque a pergunta é justamente o que acontece nas áreas urbanizadas (em comparação com as áreas não urbanizadas). E o que acontece é que a linha contínua (urbanizada) está mais “espremida”, ou seja: a vazão ocorre em menos tempo (12 horas ao invés de 15). A água escoa (é essa a definição de vazão) mais rápido. Logo, resposta: “E”. QUESTÃO 74 Essa imagem foi impressa em cartilha escolar durante a vigência do Estado Novo com o intuito de a) destacar a sabedoria inata do líder governamental. b) atender a necessidade familiar de obediência infantil. c) promover o desenvolvimento consistente das atitudes solidárias. d) conquistar a aprovação política por meio do apelo carismático. e) estimular o interesse acadêmico por meio de exercícios intelectuais. Era Vargas é um dos assuntos que mais caem no ENEM. Nunca é demais revisar. Durante o Estado Novo, Vargas trabalhou e muito a sua imagem pública. Criou o DIP, De- partamento de Imprensa e Propaganda, que monitorava (e manipulava) os meios de comunicação para garantir que a figura do presidente era sempre o mais positiva possível. Foi essencialmente uma estratégia populista para ficar bem com o povo e conquistar aprovação política por meio do apelo carismático. Afinal, quem não confiaria num cara que sorri para essa coisinha fofa? Letra “D”. QUESTÃO 81 TEXTO I As fronteiras, ao mesmo tempo que se separam, unem e articulam, por elas passando discursos de legitimação da ordem social tanto quanto do conflito. CUNHA, L. Terras lusitanas e gentes dos brasis: a nação e o seu retrato literário. Revista Ciências Sociais, n. 2, 2009. TEXTO II As últimas barreiras ao livre movimento do dinheiro e das mercadorias e informação que rendem dinheiro andam de mãos dadas com a pressão para cavar novos fossos e erigir novas muralhas que barrem o movimento daqueles que em consequência perdem, física ou espiritualmente, suas raízes. BAUMAN, Z. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. A ressignificação contemporânea da ideia de fronteira compreende a a) liberação da circulação de pessoas. b) preponderância dos limites naturais. c) supressão dos obstáculos aduaneiros. d) desvalorização da noção de nacionalismo. e) seletividade dos mecanismos segregadores. Questão de interpretação, mas bem difícil. Parece que os dois textos estão falando coisas distintas, mas o enunciado pede um ponto de convergência entre os dois! No texto I, as fronteiras parecem unir, enquanto no texto II as fronteiras barram o movimento daqueles que perdem suas raízes. Qual o ponto de convergência entre esses dois?? E a resposta é “E”: a seletividade dos mecanismos segregadores. Seletividade quer dizer dis- tinção, relativização. Pelos dois textos dá para perceber que as barreiras entre as nações (adua- neira, física, ideológica, cultural, etc.) estão sendo relativizadas. Com a internet, principalmente, houve um rompimentode muitas dessas barreiras. Os mecanismos segregadores (ou seja, os mecanismos que separavam as nações) já não funcionam como antes. E isso se deve muito ao fenômeno da Globalização. QUESTÃO 82 TEXTO I Há mais de duas décadas, os cientistas e ambientalistas têm alertado para o fato de a água doce ser um recurso escasso em nosso planeta. Desde o começo de 2014, o Sudeste do Brasil adquiriu uma clara percepção dessa realidade em função da seca. TEXTO II Dinâmicas atmosféricas no Brasil Elementos relevantes ao transporte de umidade na América do Sul a leste dos Andes pelos Jatos de Baixos Níveis (JBN), Frentes Frias (FF) e transporte de umidade do Atlântico Sul, assim como a presença da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), para um verão normal e para o verão seco de 2014. “A ” representa o centro da anomalia de alta pressão atmosférica. De acordo com as informações apresentadas, a seca de 2014, no Sudeste, teve como causa na- tural o(a) a) constituição de frentes quentes barrando as chuvas convectivas. b) formação de anticiclone impedindo a entrada de umidade. c) presença de nebulosidade na região de cordilheira. d) avanço de massas polares para o continente. e) baixa pressão atmosférica no litoral. Eu acertei essa questão de um jeito bem tosco. Vi que as massas de ar (as duas setinhas) já não chegavam mais à área cinza porque aquele “A” gigante estava no caminho. Supus então que esse “A” gigante era uma outra massa de ar que “expulsava” as outras e impedia a precipitação naquela região (por isso o “solo seco”). Então, por raciocínio lógico: Se antes chovia e agora não chove mais, é porque o “A” gigante impediu a entrada de umi- dade (afinal, o “A” gigante é a única diferença entre as 2 imagens, então é natural supor que foi ele a causa da seca). E já chegamos à conclusão de que o “A” gigante é uma massa de ar, então vou supor que é um ciclone. Por girar no sentido anti-horário, deve ser um anticiclone, senhoras e senhores membros do júri! Bem tosco mesmo, eu sei. Mas acertei. É como eu disse em um vídeo recente: você vai apren- der muito na hora do ENEM. Não se preocupe se não souber explicar exatamente os fenômenos. Acertando a questão, está ótimo. Resposta: “B”. QUESTÃO 89 No início da década de 1990, dois biólogos importantes, Redford e Robinson, produziram um modelo largamente aceito de “produção sustentável” que previa quantos indivíduos de cada es- pécie poderiam ser caçados de forma sustentável baseado nas suas taxas de reprodução. Os seringueiros do Alto Juruá tinham um modelo diferente: a quem lhes afirmava que estavam ca- çando acima do sustentável (dentro do modelo), eles diziam que não, que o nível da caça depen- dia da existência de áreas de refúgio em que ninguém caçava. Ora, esse acabou sendo o modelo batizado de “fonte-ralo” proposto dez anos após o primeiro por Novaro, Bodmer e o próprio Redford e que suplantou o modelo anterior. CUNHA, M. C. Revista USP, n. 75, set.-nov. 2007. No contexto da produção científica, a necessidade de reconstrução desse modelo, conforme ex- posto no texto, foi determinada pelo confronto com um(a) a) conclusão operacional obtida por lógica dedutiva. b) visão de mundo marcada por preconceitos morais. c) hábito social condicionado pela religiosidade popular. d) conhecimento empírico apropriado pelo senso comum. e) padrão de preservação construído por experimentação dirigida. Essa eu errei, mas foi por muito, muito descuido! Eu devia estar desfocado e não quis parar para respirar um pouco. Acabei errando por besteira. Daí a extrema importância das ESTRATÉ- GIAS do capítulo anterior para não se cansar tanto!! O texto conta a história de dois biólogos que tiveram seu conhecimento questionado pelos seringueiros, que chegaram a uma conclusão por meio da experiência do dia a dia. Os seringuei- ros conheciam o lugar, por isso entendiam o fenômeno em questão sem necessariamente tê-lo estudado de maneira científica. Foi pelo senso comum que eles descobriram que o nível de caça dependia da existência de áreas de refúgio. Resposta: “D”. Ciências da Natureza e suas Tecnologias QUESTÃO 96 Muitos primatas, incluindo nós humanos, possuem visão tricromática: têm três pigmentos visuais na retina sensíveis à luz de uma determinada faixa de comprimentos de onda. Informalmente, embora os pigmentos em si não possuam cor, estes são conhecidos como pigmentos “azul”, “verde” e “vermelho” e estão associados ã cor que causa grande excitação (ativação). A sensação que temos ao observar um objeto colorido decorre da ativação relativa dos três pigmentos. Ou seja, se estimulássemos a retina com uma luz na faixa de 530 nm (retângulo I no gráfico), não excitaríamos o pigmento “azul”, o pigmento “verde” seria ativado ao máximo e o “vermelho” seria ativado em aproximadamente 75%, e Isso nos daria a sensação de ver uma cor amarelada. Já uma luz na faixa de comprimento de onda de 600 nm (retângulo II) estimularia o pigmento “verde” um pouco e o “vermelho” em cerca de 75%, e Isso nos daria a sensação de ver laranja-averme- lhado. No entanto, há características genéticas presentes em alguns indivíduos, conhecidas co- letivamente como Daltonismo, em que um ou mais pigmentos não funcionam perfeitamente. Caso estimulássemos a retina de um indivíduo com essa característica, que não possuísse o pig- mento conhecido como “verde”, com as luzes de 530 nm e 600 nm na mesma intensidade lumi- nosa, esse indivíduo seria incapaz de a) Identificar o comprimento de onda do amarelo, uma vez que não possui o pigmento “verde”. b) ver o estímulo de comprimento de onda laranja, pois não haveria estimulação de um pigmento visual. c) detectar ambos os comprimentos de onda, uma vez que a estimulação dos pigmentos estaria prejudicada. d) visualizar o estímulo do comprimento de onda roxo, já que este se encontra na outra ponta do espectro. e) distinguir os dois comprimentos de onda, pois ambos estimulam o pigmento “vermelho” na mesma intensidade. Se a pessoa não tem o pigmento “verde”, devemos olhar o gráfico e simplesmente ignorar a curva referente a ele. Vamos nos deparar com as barrinhas I e II e a curva pontilhada (em vermelho abaixo). Em primeiro lugar, perdão pelo desenho feio. Em segundo lugar, repare que a curva do pig- mento “vermelho” cruza as barrinhas aproximadamente no mesmo ponto. Isso quer dizer que os feixes I e II estimulam esse pigmento com a mesma intensidade. Como o indivíduo não tem o pigmento verde, esses dois feixes vão gerar uma percepção de cor idêntica ao observador. Ele não vai ser capaz de distinguir os comprimentos de onda. Letra “E”. Eu errei essa não sei por quê. Falta de estratégia, pura e simples. QUESTÃO 98 Um projetista deseja construir um brinquedo que lance um pequeno cubo ao longo de um trilho horizontal, e o dispositivo precisa oferecer a opção de mudar a velocidade de lançamento. Para isso, ele utiliza uma mola e um trilho onde o atrito pode ser desprezado, conforme a figura. Para que a velocidade de lançamento do cubo seja aumentada quatro vezes, o projetista deve a) manter a mesma mola e aumentar duas vezes a sua deformação. b) manter a mesma mola e aumentar quatro vezes a sua deformação. c) manter a mesma mola e aumentar dezesseis vezes a sua deformação. d) trocar a mola por outra de constante elástica duas vezes maior e manter a deformação. e) trocar a mola por outra de constante elástica quatro vezes maior e manter a deformação. Questão de dificuldade média sobre a relação entre energia potencial elástica, energia ciné- tica e velocidade. Aqui, energia potencial elástica está sendo convertida em cinética. Logo, pelo princípio de conservação de energia: 𝐸𝑝 = 𝐸𝑐 → 𝑘𝑥2 2 = 𝑚𝑣2 2 A relação entre deformação da mola (x) e velocidade (v) é linear. Os dois lados estão
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