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CONTABILIDADE 
PÚBLICA AVANÇADA 
Aline Alves dos Santos
Introdução à 
Contabilidade Pública
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
n Identifi car o que são os serviços públicos e quais são as suas
particularidades.
n Distinguir a estrutura conceitual aplicada à contabilidade do setor
público.
n Reconhecer a legislação que regulamenta a contabilidade no setor
público.
Introdução
A Contabilidade Pública tem como objetivos estudar, dirigir, monitorar e 
evidenciar a organização e aplicação da Fazenda Pública, abordando 
o patrimônio público e as transformações ocorridas nele. Mas você sabe 
onde a Contabilidade Pública é executada? É executada na Administra-
ção Pública, envolvendo os governos estaduais, municipais e federais.
Seu campo de atuação compreende as autarquias.
Neste texto, você vai estudar o conceito de Contabilidade Pública, 
seus objetivos e principais características. Além disso, você vai identi-
ficar os princípios contábeis. Assim, poderá entender a importância do 
planejamento aplicado no setor público. 
História e conceito da Contabilidade Pública
O serviço público é entendido como o conjunto das ações e bens aplicados ou 
dispostos à população em geral com a fi nalidade de oferecer bem-estar social. 
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Ou seja, é o arranjo de forma ampla de bens particulares, e não do total de 
bens individuais, como ocorre no liberalismo. O Estado possui por fi nalidade 
harmonizar suas ações para oportunizar e atender à bonança pública.
É entendida como serviço público toda ação oferecida pelo Estado ou conferida por 
concessão por meio de condições definidas por ele, com o objetivo de atender às 
necessidades da população.
No Brasil, a contabilidade surgiu em 1808, quando D. João VI emitiu um 
alvará no qual ficava determinado que os contadores gerais da Real Fazenda 
estavam obrigados à prática das partidas dobradas que deveriam ser executadas 
na escrituração mercantil. 
Depois de algum tempo, foi aprovado o Código de Contabilidade da União, 
que, junto com o decreto-lei nº 2.416, regulamentou a contabilidade para estados 
e municípios. A partir daí, eles deveriam iniciar a elaboração e a aplicação 
de orçamentos e balanços de entidades públicas a partir de uma referência 
padronizada. Esse instrumento foi sobreposto pela lei nº 4.320/64 e posteriores 
alterações, que permanece vigente até os dias atuais.
Você deve saber que a Ciência Contábil possui divisões. Entre elas está 
a Contabilidade Pública, que tem objetivos como estudar, dirigir, monitorar 
e evidenciar a organização e a aplicação da Fazenda Pública, abordando o 
patrimônio público e as transformações ocorridas nele.
Na Contabilidade Pública, há algumas particularidades relevantes, como:
 n O embasamento nos princípios da contabilidade.
 n A compreensão dos métodos de escrituração dos fatos contábeis utili-
zando a técnica das partidas dobradas.
 n Os métodos de verificação de inventário.
 n Os critérios para desenvolver balanços e demonstrativos exigidos na 
contabilidade.
 Contabilidade pública avançada 14
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Objetivos da Contabilidade Pública
Uma das áreas mais complexas da contabilidade é a que abrange o setor 
público. Seu principal objetivo é o fornecimento de dados econômicos im-
portantes, por meio dos quais os usuários da contabilidade possam avaliar e 
realizar suas considerações para a tomada de decisão de forma coerente. Tais 
informações tão relevantes envolvem metas atingidas e questões econômicas, 
orçamentárias, fi nanceiras e materiais que abrangem o patrimônio público e 
todas as suas variações.
Entre os usuários da Contabilidade Pública estão os gestores que possuem 
o encargo da sua elaboração e os órgãos responsáveis pelo controle. Porém, a
transmissão de informações é ampla com relação à execução orçamentária e
financeira relativa à competência e à eficiência na administração de recursos.
Por isso, estão inclusos os ativos correspondentes aos serviços das ações de
comprometimento direto ou indireto do Estado.
Sendo assim, você pode verificar os seguintes usuários:
n Usuários internos: envolvem, por exemplo, a própria gestão – exe-
cutivos ou direção –, que possui poder instantâneo ou também direto
sobre o processo de informação, pois está incorporada à organização.
n Usuários externos: são considerados aqui, por exemplo, os fornece-
dores, os cidadãos, os investidores, entre outros. Eles representam a
parcela que compõe a decisão de forma indireta e que não é considerada
parte da empresa.
Segundo Silva (2011), o GASB (Governanmental Accounting Standards 
Boards) realizou uma publicação na qual foram identificados, em 1985, os 
tipos de usuários que fazem uso da informação contábil do setor público. Lá, 
você encontra o seguinte:
n O cidadão, considerado principal usuário, com o governo sendo o res-
ponsável pelos dados demonstrados.
n Os integrantes do Legislativo, que correspondem à figura do cidadão.
n Os responsáveis pelo processo de financiamentos, mediante empréstimos
ou participação, sendo eles credores e investidores.
15Introdução à Contabilidade Pública
Contabilidade_Publica_Avancada_U1_C01.indd 15 11/01/2017 16:52:22
Entre as finalidades da Contabilidade Pública estão: captação, escrituração, 
concentração e esclarecimentos referentes aos fenômenos que refletem nos fatos 
orçamentários, patrimoniais e também financeiros das entidades pertencentes ao 
setor público, como: União; estados; Distrito Federal; municípios e autarquias.
A disciplina possui vínculo com a Ciência das Finanças e Finanças Públi-
cas. Nesse sentido, seu intuito corresponde a pesquisar as ações financeiras 
do Estado, visando adquirir recursos para pagamentos de serviços públicos.
Para compreender melhor os objetivos da Contabilidade Pública, você pode 
verificá-los de forma mais detalhada a seguir:
n Registrar as despesas fixas contínuas e as receitas previstas relativas
aos orçamentos públicos anuais.
n Registrar todos os ativos, envolvendo empréstimos cedidos, finan-
ciamentos, entre outros. Da mesma forma, registrar os passivos, que
correspondem às obrigações da organização, como contribuições e
imposto de renda a recolher, entre outros que competem ao setor público.
n Realizar lançamentos e desenvolver a vistoria da execução orçamentária
e financeira referente às despesas e receitas.
n Monitorar operações de crédito, o valor devido ativo e as obrigações
do sujeito público.
n Demonstrar as mutações do patrimônio, processo em que deve ser
evidenciado o valor deste.
n Prestar contas ao administrador público e aos cidadãos relativas à
prática fiscal do sujeito público.
n Conceder informações sobre o sujeito público à Contabilidade Nacional.
n Conceder dados que facilitem mensurar a execução de modelos e pro-
jetos do governo.
Você pode observar que a Contabilidade Pública se coloca à disposição para colher, 
escriturar e monitorar as ações que venham a refletir de alguma forma no patrimônio 
público, enfatizando ainda as situações de natureza orçamentária.
Os bens públicos, ou seja, categorizados como ruas, parques, praças, entre 
outros, são de uso da população em geral e dessa forma registrados. Já os 
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bens usados no administrativo são de uso específico da administração para a 
realização de suas atividades, como escolas, bibliotecas, entre outros. Entre os 
bens públicos são encontrados os dominicais, que são de propriedade da União, 
do estado, do Distrito Federal ou do município. Porém, eles não possuem um 
fim específico, mesmo fazendo parte da composição do patrimônio público; 
um exemplo são prédios públicos que foram desativados.
Características da Contabilidade Pública
O patrimônio público já foi classifi cado como propriedade de uso exclusivo 
daqueles que possuíampoder político. Eles podiam fazer uso dos bens que 
pertenciam à população, dessa forma misturando-os com suas próprias posses. 
O uso do dinheiro público não era restrito e não existia também orçamento 
para o setor público.
Segundo Silva (2011), antigamente não existia Contabilidade Pública organizada. Isso 
ocasionava alguns problemas, como falta do controle orçamentário, sistemas contábeis 
restritos e controles ineficientes.
A contabilidade aplicada ao setor público está vinculada ao regime demo-
crático escolhido pelo Estado. Nele, o poder é aplicado em defesa da população 
e a contabilidade encontra o local correto para aplicar suas teorias e práticas. 
As pesquisas relativas à contabilidade pública estão restritas com relação à 
contabilidade orçamentária perante o destaque dado ao fluxo de caixa e às 
prioridades de financiamentos, que compõem uma característica das empresas 
sem fins lucrativos, como a atividade estatal.
No setor público, a contabilidade possui mais de uma denominação, como 
você pode observar a seguir:
n Contabilidade Municipal
n Contabilidade Autárquica
n Contabilidade Nacional ou Federal
n Contabilidade Estadual
17Introdução à Contabilidade Pública
Contabilidade_Publica_Avancada_U1_C01.indd 17 11/01/2017 16:52:23
A Contabilidade Pública possui existência jurídica por sede na Constituição Federal. 
Esta, no artigo 165, parágrafo 9º, estabelece que a lei complementar determine regras 
relativas à gestão financeira e também patrimonial da administração direta e indireta 
(BRASIL, 1988). A disciplina está diretamente vinculada a áreas como: Direito Constitu-
cional, Direito Fiscal ou Tributário e Direito Financeiro. Consequentemente atingem, 
contudo, outras áreas jurídicas, como o Direito Municipal, o Comercial e o Administrativo.
Planejamento da contabilidade aplicada ao 
setor público
Fica determinado, mediante legislação NBCASP (Normas Brasileiras de Conta-
bilidade Aplicadas ao Setor Público), especifi camente por meio da NBC T 16.3, a 
sustentação necessária para o monitoramento contábil referente ao planejamento 
elaborado pelas empresas do setor público, declarado em projetos estruturados 
e vinculados (CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2012).
Por meio da NBC T 16.3, você pode entender que (CONSELHO FEDERAL 
DE CONTABILIDADE, 2012):
Avaliação de desempenho: corresponde ao instrumento de gestão apli-
cado para a comparação de elementos referentes ao melhor custo-benefício, 
à competência, à eficiência e à efetividade de projetos e atividades realizadas 
por empresas do setor público.
Planejamento: representa o mecanismo constante e ativo que conduz ao 
reconhecimento das melhores opções para a realização da missão da empresa. 
Compreende a determinação de finalidades, propósitos, critérios, metodologia, 
data limite de execução, custos e obrigações realizados em projetos vinculados 
e organizados.
Plano hierarquicamente interligado: refere-se a diversos documentos que es-
tão relacionados e que foram elaborados com o propósito de realizar o planejamento 
por intermédio de projetos e atividades, abordando vários níveis da organização, 
ou seja, do estratégico ao operacional. Também objetiva possibilitar a análise e a 
operacionalização do controle. Os dados desse plano precisam ser específicos com 
relação a valores, ano, atitudes e objetivos. Com relação à análise da aplicação, 
precisam ser demonstradas as limitações ocasionais e os possíveis reflexos.
A incorporação de planos hierarquicamente interligados deve existir para 
que se possam comparar os objetivos previstos com os ocorridos, demonstrando 
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as divergências consideráveis por meio de notas explicativas. As evidências 
auxiliam na tomada de decisão e possibilitam equipagem do monitoramento 
social. Assim, é possível que se tenha o domínio do conteúdo, além da aplicação 
e da análise do que foi projetado para as entidades públicas, considerando 
duas categorias de análise:
a) Os elementos qualitativos e quantitativos, verificando a correlação
existente entre os planos hierarquicamente interligados.
b) A aplicação e a união dos planos hierarquicamente interligados.
Princípios contábeis sob a concepção do setor público
A Contabilidade Pública precisa optar pelos princípios contábeis, entidade, 
continuidade, oportunidade, registro pelo valor original, competência e pru-
dência. Tanto os princípios de contabilidade quanto as normas precisam ser 
executados no setor público da mesma forma como são utilizados nas empresas 
privadas. Ou seja, eles devem ser integrados na aplicação da contabilidade 
utilizada no setor público.
O CFC (Conselho Federal de Contabilidade) editou a Resolução CFC nº 
1.111/07, que aprova o Apêndice II da Resolução 750/93. Este trata sobre os 
princípios de contabilidade, abordando os princípios fundamentais de conta-
bilidade mediante a expectativa do setor público.
Princípio da entidade: esse princípio afirma que o patrimônio é o objeto 
da contabilidade e reconhece a independência patrimonial. Com relação a esta, 
deve haver diferenciação do patrimônio particular diante dos demais, descon-
siderando se é de uma única pessoa ou de um conjunto de pessoas, se pertence 
à entidade ou a uma instituição de outras naturezas ou objetivos, podendo ter 
fins lucrativos ou não. Em se tratando de sociedade ou instituição, não pode 
haver confusão entre o patrimônio da organização e o de seus proprietários.
No que tange ao setor público, esse princípio defende, para o sujeito público, 
a independência e o compromisso relativos ao patrimônio público que pertence 
a ele. A autonomia do patrimônio é decorrente do seu propósito social e do 
comprometimento pela obrigatoriedade da apresentação das contas pelos 
administradores públicos, também denominados agentes.
Princípio da continuidade: com relação a esse princípio, fica presumido 
que a entidade prosseguirá futuramente com suas operações. Assim, a apre-
ciação e a demonstração dos elementos patrimoniais consideram essa situação.
Do ponto de vista do setor público, esse é um princípio de extrema relevân-
cia, pois a continuidade está ligada ao desempenho preciso da determinação 
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social referente ao patrimônio. Isso significa que ela está relacionada ao tempo 
em que a empresa permanece arraigada aos seus objetivos.
Princípio da oportunidade: faz referência à tempestividade e à integridade 
quanto à escrituração do patrimônio e suas variações, estabelecendo que os 
mesmos sejam realizados de forma instantânea e exata, desconsiderando a 
ocasião que os originou.
Como consequência da observação desse princípio, analise (CONSELHO 
FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2007):
Parágrafo único. Como resultado da observância do Princípio da 
OPORTUNIDADE:
I - desde que tecnicamente estimável, o registro das variações patri-
moniais deve ser feito mesmo na hipótese de somente existir razoável 
certeza de sua ocorrência;
II - o registro compreende os elementos quantitativos e qualitativos, 
contemplando os aspectos físicos e monetários;
III - o registro deve ensejar o reconhecimento universal das varia-
ções ocorridas no patrimônio da ENTIDADE, em um período de tempo 
determinado, base necessária para gerar informações úteis ao processo 
decisório da gestão.
Na visão do setor público, o princípio da oportunidade é considerado 
imprescindível à plenitude e à confiabilidade dos lançamentos contábeis das 
movimentações que refletem ou que podem influenciar de alguma forma o 
patrimônio da entidade do setor público, devendo considerar as NBCASP.
Princípio do registro pelo valor original: determina que os lançamentos 
devam ser realizados a partir do valor originário das operações com o mundo 
exterior, expresso pelo valor atual de acordo com a moeda do país. Os valores 
deverão ser preservados na análise das mutaçõespatrimoniais que ocorrerem 
futuramente, até mesmo quando caracterizarem acúmulo ou desordenarem a 
empresa no seu interior.
De acordo com a Resolução CFC nº 1.111/07 (CONSELHO FEDERAL DE 
CONTABILIDADE, 2007):
Parágrafo único. Do Princípio do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL 
resulta:
I - a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base 
nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do 
consenso com os agentes externos ou da imposição destes;
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II - uma vez integrados no patrimônio, o bem, o direito ou a obrigação 
não poderão ter alterados seus valores intrínsecos, admitindo-se, tão-
-somente, sua decomposição em elementos e/ou sua agregação, parcial 
ou integral, a outros elementos patrimoniais;
III - o valor original será mantido enquanto o componente permanecer 
como parte do patrimônio, inclusive quando da saída deste;
IV - os Princípios da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA e do REGISTRO PELO 
VALOR ORIGINAL são compatíveis entre si e complementares, dado que 
o primeiro apenas atualiza e mantém atualizado o valor de entrada;
V – o uso da moeda do País na tradução do valor dos componentes patri-
moniais constitui imperativo de homogeneização quantitativa dos mesmos.
Princípio da competência: o artigo 9º da Resolução do CFC nº 1.111/07 
(CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2007) determina que tanto 
as receitas quanto as despesas precisam ser registradas conforme a apuração 
do resultado do período em que elas de fato aconteceram, ao mesmo tempo em 
que se confrontarem, desprezando o pagamento ou o recebimento de ambas.
Conforme o artigo 9º da Resolução do CFC nº 1.111/07 (CONSELHO 
FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2007):
§ 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações 
no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no patri-
mônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações 
patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE.
§ 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e das despesas, quando 
correlatas, é consequência natural do respeito ao período em que ocorrer 
sua geração.
§ 3º As receitas consideram-se realizadas:
I - nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento 
ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na 
propriedade de bens anteriormente pertencentes à entidade, quer pela 
fruição de serviços por esta prestados;
II - quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que 
seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de 
valor igual ou maior;
III - pela geração natural de novos ativos independentemente da 
intervenção de terceiros;
IV - no recebimento efetivo de doações e subvenções.
§ 4º Consideram-se incorridas as despesas:
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I - quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transfe-
rência de sua propriedade para terceiro;
II - pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;
III - pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.
No que diz respeito à perspectiva do setor público, esse princípio identifica 
as operações e os fatos no momento em que ocorre o fato gerador, desprezando 
seu recebimento ou pagamento e executando de forma total ao setor público.
Princípio da prudência: determina a escolha do menor valor para os ele-
mentos do ativo e do valor mais elevado para os do passivo. Isso quando houver 
opções admissíveis e iguais para a quantificação das variações patrimoniais 
que de alguma forma influenciem o patrimônio líquido.
Conforme o artigo 10 da Resolução do CFC nº 1.111/07 (CONSELHO 
FEDERAL DE CONTABILIDADE, 2007):
§ 1º O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipótese de que re-
sulte menor patrimônio líquido, quando se apresentarem opções igualmente 
aceitáveis diante dos demais Princípios Fundamentais de Contabilidade.
§ 2º Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRUDÊNCIA so-
mente se aplica às mutações posteriores, constituindo-se ordenamento 
indispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊNCIA.
§ 3º A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase quando,
para definição dos valores relativos às variações patrimoniais, devem ser 
feitas estimativas que envolvem incertezas de grau variável.
Perspectivas do Setor Público
As estimativas de valores que afetam o patrimônio devem refletir a 
aplicação de procedimentos de mensuração que prefiram montantes, 
menores para ativos, entre alternativas igualmente válidas, e valores 
maiores para passivos.
A prudência deve ser observada quando, existindo um ativo ou um 
passivo já escriturado por determinados valores, segundo os Princípios 
do Valor Original e da Atualização Monetária, surgirem possibilidades de 
novas mensurações.
A aplicação do Princípio da Prudência não deve levar a excessos ou 
a situações classificáveis como manipulação do resultado, ocultação de 
passivos, super ou subavaliação de ativos. Pelo contrário, em consonân-
cia com os Princípios Constitucionais da Administração Pública, deve 
constituir garantia de inexistência de valores fictícios, de interesses de 
grupos ou pessoas, especialmente gestores, ordenadores e controladores.
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Ordenação da Contabilidade Pública
Você também deve considerar que a Contabilidade Pública era regrada con-
forme as antigas ideias decorrentes do período colonial. Naquele período, o 
que dominava era o regime do governo opressor, no qual o Supremo tinha 
como posse os bens públicos. O sistema de ordenação foi alterado a partir do 
surgimento do Código de Contabilidade Pública da União, que ocorreu em 1922.
A responsabilidade particular com relação à gestão do patrimônio do 
Estado teve como marco a implantação do governo republicano. A maior 
finalidade da época era controlar bens e valores relativos ao mandato eletivo. 
Por consequência, a escrituração e o conhecimento contábil referentes ao 
patrimônio das empresas ficavam para outro momento.
Na Contabilidade Pública é habitual restringir a área de pesquisas relacionada à avaliação, 
lançamento e compreensão do fluxo orçamentário e evidenciar o balanço patrimonial 
no término do exercício, indicando déficit ou superávit. Também é comum conciliar as 
despesas e receitas previstas com as ocorridas. Com essa prática, são demonstradas 
no patrimônio líquido todas as variações ocorridas e oriundas do orçamento.
Você deve entender que, mediante a lei federal nº 4.320/64 (BRASIL, 
1964), a Contabilidade Pública é projetada conforme modelo dual. Ou seja, 
é composta de duas partes, nas quais são integrados dados econômico-
-financeiros que são construídos em conformidade com os princípios con-
tábeis e dados orçamentários. Estes são estabelecidos mediante conceitos
orçamentários que defendem o desenvolvimento, consentem e aplicam o
orçamento (SILVA, 2011).
De acordo com a lei federal nº 4.320/64, artigo 85, a Contabilidade Pública 
vigente possui organização conforme segue (BRASIL, 1964):
Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permi-
tirem o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento 
da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços 
industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação 
dos resultados econômicos e financeiros.
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BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Brasília, DF, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 12 nov. 2016.
BRASIL. Lei nº 4.320,de 17 de março de 1964. Brasília, DF, 1964. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320.htm>. Acesso em: 11 nov. 2016.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas brasileiras de contabilidade: 
contabilidade aplicada ao setor público: NBCs T 16.1 a 16.11. Brasília, DF, 2012. Dis-
ponível em: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/
Setor_P%C3%BAblico.pdf>. Acesso em: 01 dez. 2016.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução CFC nº 1.111/2007. Brasília, DF, 2007. 
Disponível em: <http://www.normaslegais.com.br/legislacao/resolucaocfc1111_2007.
htm>. Acesso em: 11 nov. 2016.
SILVA, Lino Martins da. Contabilidade governamental: um enfoque administrativo da 
nova contabilidade pública. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

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