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Delegado de Polícia CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional Disciplina: Direito Penal Especial Professor: Mauro Argachoff Aula: 15 | Data: 12/03/2018 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO OMISSÃO DE SOCORRO MAUS TRATOS RIXA OMISSÃO DE SOCORRO, ARTIGO 135, CÓDIGO PENAL Omissão de socorro Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. Condicionamento de atendimento médico-hospitalar emergencial (Incluído pela Lei nº 12.653, de 2012). Na omissão de socorro não temos a figura do Crime Comissivo ou Crime Impróprio ou Impuro que são aqueles em que o sujeito ativo é específico, tem certa característica, denominados de garantes, artigo 13, §2º do Código Penal. Crime Omissivo Próprio ou Puro São aqueles crimes que não precisam de quaisquer resultados naturalísticos, não se atribui resultado algum. O simples fato da omissão já configura o crime. Havendo risco pessoal o agente ficará isento de responsabilidade em não prestar assistência PESSOALMENTE. O risco pessoal pode IMPEDIR TAMBÉM O PEDIDO DE SOCORRO. O causador do risco não pratica omissão. Elemento subjetivo: dolo. Consumação: com a omissão independentemente do resultado, e por isso é um crime omissivo próprio ou puro. Tentativa não é possível. Idoso: se a vítima for idosa o Estatuto do Idoso (acima de 60 anos) prevê no artigo 97. A pena vai de 6 meses a 1 ano (crime de menor potencial ofensivo). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12653.htm#art1 Página 2 de 4 “Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê- lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública: Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.” Omissão de socorro e homicídio culposo, artigo 121, parágrafo 4º, Código Penal. O agente foi o CAUSADOR do evento que originou a morte. Concurso de pessoas: -várias pessoas presentes que se omitem: todas respondem, individualmente. Havendo deliberação no sentido de que ninguém socorrerá haverá COAUTORIA. - socorro praticado por um dos presentes: ausência de crime. Se o socorro for praticado por uma pessoa, os demais não responderão nenhum outro crime. Nos crimes de trânsito o socorro é devido pelo agende causador. Terceiro que socorrer não isenta o agente causador do evento com base no Código de Trânsito Brasileiro. Participação em crime omissivo próprio Divergência doutrinária, mas é possível. Entende-se que a coautoria é possível, porém a participação não é cabível. Exemplo: o agente ao visualizar uma pessoa que precisa de socorro caído no meio fio da estrada. O agente liga para a esposa e pergunta se deveria socorrer ou não. A esposa responde que não é para ajudar porque vai sujar o carro e chegará atrasado ao compromisso. Houve a omissão de socorro e a esposa responderá como partícipe. Causa de aumento de pena – parágrafo único, artigo 135, Código Penal. Deve restar comprovado que se o agente agisse socorrendo a vítima o resultado não teria acontecido. “Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte”. Código de Trânsito Brasileiro Condutor culposamente causa acidente, com lesões e não socorre a vítima: artigo 303, parágrafo único, CTB. Condutor sem culpa se envolve em acidente e não socorre: omissão de socorro do artigo 304, CTB. Qualquer pessoa que não preste socorro em caso de acidente de trânsito: artigo 135, Código Penal. “Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência)” http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12971.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12971.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12971.htm#art20 Página 3 de 4 “Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave. Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves.” MAUS TRATOS Valores protegidos: vida ou saúde das pessoas. Crime de ação vinculada: privando de alimentação, etc. Condutas: Privação de alimentos: não totalmente, mas ao ponto de causar perigo (habitualidade); Privação de cuidados indispensáveis: cuidados médicos, agasalhos, higiene, etc. (habitualidade); Trabalho excessivo ou inadequado: fadiga ou impróprio para a condição da vítima; Abuso dos meios de correção ou disciplina: agressão ou castigos prolongados; Elemento Subjetivo: fim de educação, ensino, tratamento ou custódia. Somente modalidade dolosa. Sujeito Ativo: crime próprio. Quem possuir com a vítima relação de autoridade, guarda ou vigilância. Sujeito Passivo: quem estiver sob guarda, autoridade ou vigilância do sujeito ativo. Consumação: com a produção do perigo. Tentativa: possível na modalidade comissiva. Cônjuges não praticam o delito por não haver relação de autoridade, guarda ou vigilância entre ambos. Tortura X Maus Tratos: elemento subjetivo. Na tortura o fim é castigar e não educar, etc. “136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a quatro anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Página 4 de 4 § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990)” RIXA, ARTIGO 137, CÓDIGO PENAL “Rixa Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.” Número mínimo de pessoas: 3. Crime de condutas contrapostas – os agentes atuam uns contra os outros. Crime de concurso necessário. Crime de perigo abstrato (desnecessidade de lesão). Grupos determinados e sem eles não haveria a prática da conduta que tipifica o crime de rixa. Há jurisprudência em contrário. Consumação: início do conflito. Rixa subtânia ou ex improviso (aquela que acontece de repente e não admite tentativa) e rixa preordenada ou ex proposito (trata-se do crime de rixa “moderna” em que começa sendo marcada na internet e por isso cabe a tentativa). Rixa Qualificada, também chamada de Rixa Complexa, é aquela em que se ocorre morte ou lesão de natureza grave com a mesma pena. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art136%C2%A73 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8069.htm#art136%C2%A73
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