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Legislacao Penal Especial para Concursos

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Fundamentos Constitucionais 
“Art. 1º da CF: a república federativa do 
brasil, formada pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em estado democrático de direito 
e tem como fundamentos: 
III- a dignidade da pessoa humana”. 
“Art. 4º A República Federativa do Brasil 
rege-se nas suas relações internacionais 
pelos seguintes princípios: 
II - prevalência dos direitos humanos;” 
Quando há crime de tortura, há violação dos 
direitos humanos. 
Em regra aplicamos o princípio da 
territorialidade, se eu cometer um crime no 
brasil estarei sujeito as leis do Brasil. 
No caso da lei de tortura é diferente, por que 
existe os tratados internacionais, o brasil 
pode punir mesmo que não tenha sido 
praticado no Brasil. 
Ex. Um brasileiro é torturado na Indonésia, o 
brasil poderá punir. 
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito 
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança 
e à propriedade, nos termos seguintes: 
III - ninguém será submetido a tortura nem 
a tratamento desumano ou degradante; 
XLIX - é assegurado aos presos o respeito 
à integridade física e moral; 
 
 
 
 
XLIII - a lei considerará crimes 
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou 
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito 
de entorpecentes e drogas afins, o 
terrorismo e os definidos como crimes 
hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, 
podendo evitá-los, se omitirem; 
Lei de Tortura 
Segundo a lei 9.455/97 
Art. 1º Constitui crime de tortura: 
I - constranger alguém com emprego de 
violência ou grave ameaça, causando-lhe 
sofrimento físico ou mental: 
a) com o fim de obter informação, 
declaração ou confissão da vítima ou de 
terceira pessoa; 
Ex. seguranças do shopping leva um menino 
para salinha e espanca ele, para ele entregar 
os colegas. 
b) para provocar ação ou omissão de 
natureza criminosa; 
Ex. sujeito entra na casa da vítima, e coloca 
um fuzil na cabeça da mulher, e pede pro 
marido ir ao banco assaltar, isso é 
considerado tortura. 
c) em razão de discriminação racial ou 
religiosa; 
Ex. ameaço/agrido a pessoa pelo simples 
fato dela ser do candomblé, negro, branco, 
asiático, católico. 
Necessário pelo menos um dos 
requisitos/finalidades a, b e c dos incisos 
acimas para se caracterizar a tortura. 
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder 
ou autoridade, com emprego de violência ou 
grave ameaça, a intenso sofrimento físico 
ou mental (juiz que terá que avaliar esse 
sofrimento), como forma de aplicar castigo 
pessoal ou medida de caráter preventivo. 
Pena - reclusão, de dois a oito anos. 
Ex. os pais contra os filhos, professores 
sobre os alunos, neste inciso precisa ter esse 
subalterno. 
Ex. pai coloca castigo no filho porque ele 
sujou a sala, e deixa o filho ajoelhado no 
milho por mais de 10 horas sem comida, 
neste caso será tortura. 
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete 
pessoa presa ou sujeita a medida de 
segurança (inimputável) a sofrimento 
físico ou mental, por intermédio da prática 
de ato não previsto em lei ou não resultante 
de medida legal. 
- tortura equiparada, especifico para crime 
nas penitenciárias. 
- neste inciso já retiraram o sofrimento 
intenso, então qualquer castigo no sistema 
penitenciário não prevista em lei, será 
caracterizado a tortura. 
Ex. colocar o preso pelado em um paredão 
no frio, será tortura. 
Omissão penalmente relevante (omissão 
de tortura ou tortura imprópria). 
§ 2º Aquele que se omite em face dessas 
condutas, quando tinha o dever de evitá-
las ou apurá-las, incorre na pena de 
detenção de um a quatro anos. 
A pena do garantidor é sempre menor 
comparada a pena do torturador. Aqui é 
detenção, nos incisos acima é reclusão, 
então do garantidor é muito mais leve. 
As pessoas que são garantidores, que 
devem fazer e não fazem, ex. um bombeiro 
devia e podia agir, e não salvou, ele 
responde como se tivesse praticado com as 
próprias mãos. 
Omissão própria: o legislado já prevê a 
omissão na lei, ex. deixar de fazer, omissão 
de socorro, o crime já descreve a omissão. 
Omissão imprópria: crimes dos 
garantidoras, chamados também por crimes 
comissivos por omissão, porque o criminoso 
responde como se tivesse praticado aquele 
crime. 
 
Tortura qualificada 
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza 
grave (art. 129, §1) ou gravíssima (§2), a 
pena é de reclusão de quatro a dez anos; se 
resulta morte, a reclusão é de oito a 
dezesseis anos. 
- Crimes preterdoloso – dolo na tortura, e 
culpa no resultado, pois as vezes a pessoa 
só quer torturar acaba matando. 
Tortura qualificada pela morte: 
- crime preterdoloso, por excesso acaba 
matando, mas só queria torturar; 
- juízo comum; 
- crime contra a humanidade. 
Homicídio qualificado pela tortura: 
- crime doloso, desde o início o sujeito queria 
matar, e queria que a vítima sofresse, 
torturando ela; 
- vai para júri; 
- crime contra a vida. 
Não posso confundir essas duas 
modalidades citadas acima !!!!! 
Causas de aumento de pena 
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um 
terço: 
I - se o crime é cometido por agente público; 
Tem que haver vinculo funcional, ele precisa 
se valer da qualidade de ser funcionário, ex. 
agente penitenciário agride o preso. 
II – se o crime é cometido contra criança 
(até 12 anos incompletos), gestante, 
portador de deficiência, adolescente (dos 12 
ao 18 anos incompletos) ou maior de 60 
(sessenta) anos; 
Torturador precisa conhecer as condições 
especiais da vítima, as vezes não dá pra 
saber que a vítima era uma adolescente, 
pode recair o erro de tipo. 
No dia do aniversário de 60 anos não 
configura esse aumento, a lei exige 60 anos 
+ 1 dia para configurar, pegadinha cobrada 
no concurso. 
III - se o crime é cometido mediante 
sequestro. 
Basta a privação da liberdade, não tem 
horário específico para caracterizar o 
sequestro, ex. jogou dentro do carro e saiu já 
configura aumento de pena. 
Efeito de Condenação 
Ponto mais cobrado para a tortura, veja: 
Sujeito foi condenado pelo crime, um 
funcionário público que cometeu o crime foi 
condenado, e transita em julgado. 
§ 5º A condenação acarretará a perda do 
cargo, função ou emprego público e a 
interdição para seu exercício pelo dobro 
do prazo da pena aplicada. 
Ex. se você foi condenado por 3 anos pelo 
crime de tortura, você ficará 6 anos sem 
poder pisar em um cargo público, e 
perderá o cargo. 
Vedação a fiança, graça ou anistia: 
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e 
insuscetível de graça ou anistia. 
A lei dos crimes hediondos acrescenta o 
indulto, mesmo a CF não impondo isso. 
Na CF e na lei de tortura está de forma 
implícita, e na lei dos crimes hediondos está 
previsto expressamente, isso é uma 
pegadinha nos concursos também, pois eles 
colocam que o indulto está previsto na CF e 
na Lei de Tortura, mas não está, está 
expresso somente na lei dos crimes 
hediondos. 
Fiança: benefício que o criminoso tem toda 
vez que for preso em flagrante e se comete 
crime com pena máxima até 4 anos, o 
delegado pode arbitrar a fiança. 
Se a pena for superior aos 4 anos, o juiz é 
que irá arbitrar, mas nos casos de crimes de 
tortura é inafiançável, mas cuidado!! 
Pois o STF já disse que tanto a tortura e 
como crimes hediondos equiparado admite-
se a liberdade provisória, ele pode responder 
em liberdade pelo crime. 
É inafiançável mais é permitido a liberdade 
provisória. 
Graça e indulto são benefícios concedidos 
pelo Presidente da república, a graça é 
individual, ex. o presidente por clemencia 
libera a pessoa, ele não precisará mais 
cumprir pena, mas os efeitos da condenação 
ainda ficam. 
O indulto é coletivo, o presidente mediante 
decreto podeconceder ainda que temporário, 
ou permanente, como indulto natalino, dia 
dos pais etc... 
Anistia: promovida pelo congresso nacional, 
por meio de lei, a anistia apaga os fatos 
como você nunca tivesse praticado os 
crimes. 
Mas na tortura não poderá ser beneficiado 
por esses pressupostos mencionados acima. 
Regime Inicial Para o Cumprimento da 
Pena: 
§ 7º O condenado por crime previsto nesta 
Lei, salvo a hipótese do § 2º (garantidor, 
pode começar em aberto, semiaberto ou 
fechado), iniciará o cumprimento da pena 
em regime fechado. 
Determina se você condenado pelo crime de 
tortura você pelo menos, começara a cumprir 
a pena pelo regime fechado. 
Extraterritorialidade da lei de Tortura: 
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda 
quando o crime não tenha sido cometido 
em território nacional, sendo a vítima 
brasileira ou encontrando-se o agente em 
local sob jurisdição brasileira. 
As vezes o crime foi praticado em outro local, 
fora do Brasil e mesmo assim eu vou aplicar 
a lei brasileira. 
Ex. crime praticado contra o Presidente da 
República, fora do Brasil, aplica-se a lei 
Brasileira. 
Ex. vítima brasileira foi torturada fora do 
Brasil, a lei penal pode alcançar aquele fato 
só pela vítima ser Brasileira. 
Ex. suíço tortura o japonês na África do sul, 
até ai o brasil não pode entrar, a não ser que 
o sujeito esteja em local sob jurisdição 
brasileira. Mas se o suíço foge para o Brasil 
afim de ser impune, o Brasil pode sim punir 
ele, pois é crime de tortura e ele veio para 
jurisdição Brasileira, admite-se a aplicação 
da lei de tortura brasileira. – Guardar esses 
casos. 
A lei entrou em vigor: 
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua 
publicação. 
Data da Publicação no D.O.U em 
08/04/1997. 
Lei de Tortura e ECA 
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, 
de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança 
e do Adolescente. 
A lei de tortura revogou esse artigo do ECA. 
ANOTAÇÕES 
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Lei 8.072/90 
Previsão Constitucional 
“Art. 5 - XLIII - a lei considerará crimes 
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou 
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e 
os definidos como crimes hediondos, por eles 
respondendo os mandantes, os executores e 
os que, podendo evitá-los, se omitirem; 
- não será admito fiança, nem graça e anistia. 
Conceito da doutrina: crimes hediondos 
são aqueles considerados de extrema 
gravidade, entendidos pelo legislador como 
os que merecem maior reprovação por parte 
do Estado, recebendo, conforme a Lei nº 
8.072/90, tratamento diferenciado dos 
demais. 
STF chama de crimes de potencial ofensivo 
máximo. 
3 critérios para se definir o que é grave o 
que é hediondo e o que não é: 
Critério legal, legislativo ou taxativo: por 
questões de segurança jurídica só será 
considerado hediondo o que estiver definidos 
na lei dos crimes hediondos. 
Critério judicial ou subjetivo: ampla 
liberdade para o juiz, o juiz poderá falar se é 
hediondo ou não. 
Critério judicial legal: o legislativo irá criar 
limites mínimos, tendo uma margem para o 
juiz falar se é hediondo ou não é, aí o juiz 
dentro dessa margem poderá falar o que é e 
o que não é. 
O brasil adotou por segurança jurídica o 
sistema puramente legal, só será crime 
hediondo aquilo que está previsto em lei, 
tratando-se de um rol taxativo. 
Art. 1º São considerados hediondos os 
seguintes crimes, todos tipificados no 
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 - Código Penal, consumados ou 
tentados: 
O que não há são crimes culposos. 
I - homicídio (art. 121), quando praticado 
em atividade típica de grupo de 
extermínio, ainda que cometido por um só 
agente, e homicídio qualificado (todas as 
hipóteses de qualificado, motivo torpe, 
fútil etc.) 
Homicídio privilegiado qualificado: causas 
de diminuição, ex. pai mata do estuprador da 
filha. A doutrina fala que eu até posso ter 
homicídio privilegiado qualificado, desde que 
a privilegiadora seja subjetiva, mas 
qualificadora objetiva. Ex. matei o estuprador 
da minha filha (relevante valor moral – 
subjetivo), por tortura (meios cruéis – 
objetivo). 
Esta modalidade não é crime hediondo, 
porque o brasil ao adotar o sistema legal 
para definição dos crimes hediondos, ele 
exige que o delito esteja previsto na lei dos 
crimes hediondos, e por não constar no rol 
taxativo não será considerado. 
Subjetivo: tudo aquilo que é interno e está 
ligado aos motivos é subjetivo. Ex. homicídio 
qualificado por motivo fútil. 
Objetivo: tudo aquilo que é externo, modo 
de execução, como você pratica a conduta, 
interesse como você fez. Ex. homicídio por 
emboscada, tortura etc. 
I-A – lesão corporal dolosa de natureza 
gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal 
seguida de morte (art. 129, § 3o), quando 
praticadas contra autoridade ou agente 
descrito nos arts. 142 (forças de segurança 
pública) e 144 (integrantes das forças 
armadas exército, marinha e aeronáutica) da 
Constituição Federal, integrantes do sistema 
prisional (qualquer integrante do sistema 
penitenciário) e da Força Nacional de 
Segurança Pública, no exercício da função 
ou em decorrência dela, ou contra seu 
cônjuge, companheiro ou parente 
consanguíneo até terceiro grau (no 
máximo tios e sobrinhos), em razão dessa 
condição; 
O guarda municipal não está previsto, mas a 
doutrina já vem entendendo que abrange a 
eles também. 
II - roubo: 
a) circunstanciado pela restrição de 
liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); 
Ex. dois assaltantes rende todo mundo, pra 
facilitar a consumação do delito um deles 
leva as vítimas para uma salinha e o outro 
leva continua o assalto levando tudo, isso já 
será hediondo; 
b) circunstanciado pelo emprego de arma de 
fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo 
emprego de arma de fogo de uso proibido ou 
restrito (art. 157, § 2º-B) 
- armas de calibre permitido ou restrito; 
- roubo com arma branca não é hediondo, 
não confundir; 
c) qualificado pelo resultado lesão corporal 
grave ou morte (art. 157, § 3º); 
Legislador disse menos do que deveria, pois 
entra a lesão corporal gravíssima também, 
mas em uma prova se perguntar 
expressamente, dizer somente grave. 
III - extorsão qualificada pela restrição da 
liberdade da vítima, ocorrência de lesão 
corporal ou morte (art. 158, § 3º); 
IV - extorsão mediante sequestro e na forma 
qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e3o); 
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); em 
qualquer modalidade será hediondo. 
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e 
§§ 1o, 2o, 3o e 4o); 
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, 
§ 1o). 
O simples fato de causar epidemia, mediante 
a propagação de germes patogênicos, por si 
só, não tona o crime hediondo. É necessário 
que ocorra o resultado morte de maneira 
culposa que seja considerado hediondo 
(crime preterdoloso) 
 VII-B - falsificação, corrupção, adulteração 
ou alteração de produto destinado a fins 
terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput 
e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada 
pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). 
Um dos delitos que mais aparece. 
VIII - favorecimento da prostituição ou de 
outra forma de exploração sexual de criança 
ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, 
caput, e §§ 1º e 2º). 
No caso de adulto como vítima não é crime 
hediondo, é necessário que as vítimas sejam 
crianças, adolescentes ou vulneráveis. 
IX - furto qualificado pelo emprego de 
explosivo ou de artefato análogo que cause 
perigo comum (art. 155, § 4º-A). 
Ex. organização criminosa, coloca dinamite 
no banco e subtrai patrimônio, causa perigo 
comum, mas na hora que eles vão fazer isso 
os bandidos não rendem ninguém. 
Parágrafo único. Consideram-se também 
hediondos, tentados ou consumados: 
I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 
2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 
1956; 
Genocídio: crime contra a humanidade 
Art. 1º da lei de Genocídio (Lei nº 
2.889/56): Quem, com a intenção de destruir, 
no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, 
racial ou religioso, como tal: 
a) matar membros do grupo; 
b) causar lesão grave à integridade física ou 
mental de membros do grupo; 
c) submeter intencionalmente o grupo a 
condições de existência capazes de 
ocasionar-lhe a destruição física total ou 
parcial; 
d) adotar medidas destinadas a impedir os 
nascimentos no seio do grupo; 
e) efetuar a transferência forçada de crianças 
do grupo para outro grupo; 
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma 
de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 
da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 
2003; 
Sobre a posse e o porte de arma de fogo 
de uso proibido/restrito, as modalidades 
equiparadas também são revestidas de 
hediondez? 
A doutrina se posicionava dizendo que não. 
O STJ se posicionou dizendo: 
“Na hipótese dos autos, o crime foi praticado 
após a edição da Lei nº 13.297/2017 que não 
especificou que só o caput seria abrangido 
pela hediondez, daí o entendimento de que 
tal natureza se estende a todas as condutas 
narradas no art. 16. Antes o exposto, à 
progressão de regime deve ser aplicada a 
fração de 3/5, porque hediondo o crime e 
reincidente o paciente – HC 460/910/PR, 
Ministro Jorge Mussi. 
Entendimento pacificado. 
III - o crime de comércio ilegal de armas de 
fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 
22 de dezembro de 2003; 
IV - o crime de tráfico internacional de arma 
de fogo, acessório ou munição, previsto no 
art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro 
de 2003; 
V - o crime de organização criminosa, 
quando direcionado à prática de crime 
hediondo ou equiparado. 
Esses incisos acima foram acrescentados. 
Tráfico, Tortura e Terrorismo são crimes 
equiparados a hediondo. 
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da 
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis 
de (...) 
I- Anistia, graça e indulto; 
II- Fiança; 
 
Na CF não apresenta o indulto 
expressamente, somente aqui na lei dos 
crimes hediondos. 
Antigamente existia o inciso III que proibia 
liberdade provisória, mas o STF revogou 
isso, portanto, a liberdade provisória é 
admitida para os crimes hediondos e/ou 
equiparados. 
Regime Inicial Para o Cumprimento da 
Pena: 
§ 1º A pena por crime previsto neste artigo 
será cumprida inicialmente em regime 
fechado. 
 
Ou seja, inicialmente fechado, tendo a 
possibilidade de progredir de regime. 
Direito de Recorrer em Liberdade 
§ 3º Em caso de sentença condenatória, o 
juiz decidirá fundamentadamente se o réu 
poderá apelar em liberdade. 
§ 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe 
a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, 
nos crimes previstos neste artigo, terá o 
prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual 
período em caso de extrema e comprovada 
necessidade. 
Prisão Temporária para crimes hediondos ou 
equiparados o prazo será de 30 dias 
podendo ser comprovado por mais 30 dias. 
Associação Criminosa e Delação 
Premiada 
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a 
pena prevista no art. 288 do Código Penal, 
quando se tratar de crimes hediondos, 
prática da tortura, tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins ou terrorismo. 
Parágrafo único. O participante e o associado 
que denunciar à autoridade o bando ou 
quadrilha, possibilitando seu 
desmantelamento, terá a pena reduzida de 
um a dois terços. 
Precisa ser verdadeiro esta delação 
premiada. 
 
Lei nº 7.960/1989 
Rol taxativo de crimes; 
Só existe na fase do Inquérito Policial, depois 
que nasce a ação penal acabou, é só para 
casos urgentes e de extrema necessidade. 
É espécie de prisão cautelar de natureza 
processual que objetiva viabilizar as 
investigações sobre crimes graves, durante a 
fase do IP. 
Igualmente à prisão provisória, a temporária 
também só pode ser decretada pelo juiz. 
A CF adota o princípio da inercia do juiz e da 
imparcialidade, a temporária exige 
provocação, o juiz nunca pode decretar a 
temporária de oficio. 
Hipóteses de cabimento da prisão 
temporária 
A lei nº 7.960/89 não apresenta a 
necessidade de meros pressuposto para a 
decretação da segregação pessoal como o 
faz o CPP em relação a prisão preventiva. 
A lei de prisão temporária apresenta rol 
taxativo de hipóteses que autorizam a prisão 
temporária em seu art. 1º, a saber: 
Art. 1° Caberá prisão temporária: 
I - quando imprescindível para as 
investigações do inquérito policial; 
Depende de análise do caso concreto, se é 
necessária esta prisão. 
II - quando o indicado não tiver residência 
fixa ou não fornecer elementos necessários 
ao esclarecimento de sua identidade; 
Juiz decreta para buscar essas informações, 
a partir do momento que é descoberta essas 
informações revoga essa prisão. 
III - quando houver fundadas razões, de 
acordo com qualquer prova admitida na 
legislação penal, de autoria ou participação 
do indiciado nos seguintes crimes: 
a) homicídio doloso; 
 
b) sequestro ou cárcere privado; 
c) roubo; 
d) extorsão; 
e) extorsão mediante sequestro; 
f) estupro; 
g) atentado violento ao pudor; 
h) rapto violento; 
i) epidemia (simples não permite a 
temporária) com resultado de morte; 
j) envenenamento de água potável ou 
substância alimentícia ou medicinal 
qualificado pela morte; 
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do 
Código Penal; 
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 
2.889, de 1° de outubro de 1956), em 
qualquer de sua formas típicas; 
n) tráfico de drogas; 
o) crimes contra o sistema financeiro, é o 
mais cobrado nos concursos; 
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. 
A partir desses incisos temos 5 correntes 
doutrinária, analisando se tais requisitos são 
cumulativos. 
A doutrina que prevalece fala que o requisito 
do inciso III é necessário, conjugado com o 
primeiro ou com o segundo inciso, não 
precisa estar necessariamente os dois 
incisos, esta é a corrente que prevalece. 
Prazo da prisão temporária 
O prazo é de 5 dias, prorrogável por mais 5 
dias em caso de extrema e comprovada 
necessidade (art. 2º da Lei nº 7.960/89). 
Atenção: os prazos acima referem-se 
apenas à lei de prisão temporária, isso 
porque a Lei dos Crimes Hediondos, 
determina em seu art. 2º, §4º, que o prazo da 
temporária será de 30dias, prorrogáveis por 
mais 30 dias, comprovada extrema 
necessidade. 
5 + 5: crimes comuns; 
30 + 30: crimes hediondo, prazo específico; 
Além disso, foi acrescido pela Lei nº 
13.869/2019 o §4º-A que determina que o 
“mandado de prisão conterá 
necessariamente o período de duração da 
temporária estabelecido no caput deste 
artigo, bem como o dia em que o preso 
deverá ser libertado.” 
Isso é para não dar margem para abuso de 
autoridade. 
Procedimento para a decretação da 
temporária 
Abaixo, destacaremos pro meio de uma 
sequência lógica, o procedimento necessário 
para a decretação da temporária: 
 A temporária só pode ser decretada 
pelo juiz (nunca de oficio) em face de 
provocação da representação da 
autoridade policial (e, nesta hipótese, 
deverá haver a oitiva do MP e dará o 
parecer dele) ou de requerimento do 
MP. 
 O Juiz tem o prazo de 24 horas, 
contado a partir do recebimento da 
representação ou requerimento, para 
decidir fundamentadamente sobre a 
decretação da prisão. 
 O mandado de prisão deve ser 
expedido em duas vias, servindo como 
nota de culpa, sendo entregue ao 
indiciado; 
 Cumprida a prisão, a autoridade 
policial deverá advertir o preso de seu 
direito constitucional de permanecer 
em silencio. 
 O juiz poderá (facultativo), ao decretar 
a prisão, determinar que o preso lhe 
seja apresentado, solicitar 
informações da autoridade policial ou 
submetê-lo a exame de corpo delito. 
 
 Os presos temporários deverão 
permanecer, obrigatoriamente, 
separados dos demais detentos 
(art.3º); 
Obs. inclui-se o dia do cumprimento do 
mandado de prisão no cômputo do prazo de 
prisão temporária (§8º, incluído pela lei nº 
13.869/2019). 
Ex. delegado prende o sujeito no dia 05 as 
23h55, este dia 05 será computado, mesmo 
que seja no último minuto do dia 05. 
 
ANOTAÇÕES 
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Lei 9.503/1997 
O Código de Trânsito Brasileiro apresenta rol 
taxativo de crimes praticado na direção de 
veículos automotores. Aqui não se incluem 
aeronaves e embarcação (que podem ser 
incluídas por outras leis). 
Nesse sentido, eis o teor do artigo 291 do 
CTB: 
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção 
de veículos automotores, previstos neste 
Código, aplicam-se as normas gerais do 
Código Penal e do Código de Processo 
Penal, se este Capítulo não dispuser de 
modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 
26 de setembro de 1995, no que couber. 
 
Homicídio Culposo: negligência, imprudência 
e imperícia. 
Imprudência: forma positiva de culpa, é um 
agir em excesso. Ex. sujeito acima da 
velocidade e mata a pessoa. 
Negligencia: é um não fazer, uma omissão, 
ex. vou sair em baixo de chuva e meu carro 
está inapto para ser utilizado, e atropelo a 
pessoa. 
Imperícia: falta de aptidão técnica, ex. não 
sei dirigir carro, ao frear aperto a 
embreagem. 
Homicídio 
Art. 302. Praticar homicídio culposo na 
direção de veículo automotor: 
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e 
suspensão ou proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir 
veículo automotor. 
§ 1º No homicídio culposo cometido na 
direção de veículo automotor, a pena é 
aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o 
agente: 
I - não possuir Permissão para Dirigir ou 
Carteira de Habilitação; 
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na 
calçada; 
III - deixar de prestar socorro, quando 
possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima 
do sinistro; incompatível com morte 
instantânea, a pessoa viu que foi cabeça pra 
um lado, corpo para outro. 
IV - no exercício de sua profissão ou 
atividade, estiver conduzindo veículo de 
transporte de passageiros, ex. uber, táxi. 
§ 3º Se o agente conduz veículo automotor 
sob a influência de álcool ou de qualquer 
outra substância psicoativa que determine 
dependência: 
Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e 
suspensão ou proibição do direito de se obter 
a permissão ou a habilitação para dirigir 
veículo automotor. 
Lesão Corporal Culposa 
 Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na 
direção de veículo automotor: 
 Penas - detenção, de seis meses a dois 
anos e suspensão ou proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir 
veículo automotor. 
§ 1º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à 
metade, se ocorrer qualquer das hipóteses 
do § 1o do art. 302. 
 § 2º A pena privativa de liberdade é de 
reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo 
das outras penas previstas neste artigo, se o 
agente conduz o veículo com capacidade 
psicomotora alterada em razão da influência 
de álcool ou de outra substância psicoativa 
que determine dependência, e se do crime 
resultar lesão corporal de natureza grave ou 
gravíssima. (art, 129,§1 e §2.) 
 Mesmo na modalidade culposa qualifica 
se a lesão for grave ou gravíssima. 
Pode acontecer do legislador cobrar o CTB 
com o CP, e perguntar se o perdão judicial se 
aplica aqui no CTB, pode sim, é pacifico na 
doutrina, como são semelhantes, pode sim, 
quando as consequências do crime atingirem 
o agente de forma tão grave que se torne 
desnecessário a ação penal, como no caso 
de dar ré no carro e matar meu filho. 
Na modalidade simples, diante da pena, 
estamos diante de infração penal de menor 
potencial ofensivo. Todavia, para aplicação 
dos benefícios da Lei nº 9.099/1995, o CTB 
estabelece alguns limites no artigo §1º, do 
artigo 291: 
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão 
corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 
88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 
1995, exceto se o agente estiver: 
I - sob a influência de álcool ou qualquer 
outra substância psicoativa que determine 
dependência; 
 II - participando, em via pública, de corrida, 
disputa ou competição automobilística, de 
exibição ou demonstração de perícia em 
manobra de veículo automotor, não 
autorizada pela autoridade competente; 
 III - transitando em velocidade superior à 
máxima permitida para a via em 50 km/h 
(cinquenta quilômetros por hora). 
§ 2º Nas hipóteses previstas no § 1o deste 
artigo, deverá ser instaurado inquérito policial 
para a investigação da infração penal. 
§ 4º O juiz fixará a pena-base segundo as 
diretrizes previstas no art. 59 do Decreto-Lei 
nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal), dando especial atenção à 
culpabilidade do agente e às circunstâncias e 
consequências do crime. 
Omissão de Socorro 
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na 
ocasião do sinistro, de prestar imediato 
socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo 
diretamente, por justa causa, deixar de 
solicitar auxílio da autoridade pública: 
Penas - detenção, de seis meses a um ano, 
ou multa, se o fato não constituir elemento de 
crime mais grave. 
Não é o causador do resultado e sim o 
sujeito que está envolvido; 
Parágrafo único. Incide nas penas previstas 
neste artigo o condutor do veículo, ainda que 
a sua omissão seja suprida por terceiros 
ou que se trate de vítima com morte 
instantânea ou com ferimentos leves. 
Obriga a socorrer a pessoa, mesmo que 
tenha várias pessoas socorrendo. 
Esse parágrafo único prevalece que é 
inconstitucional e não foi recepcionado pela 
Constituição, então é inconstitucional. Mas 
caso pergunte isso na prova, marcar essa 
alternativa. 
Fuga da Responsabilidade 
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do 
local do sinistro, para fugir à 
responsabilidade penal ou civil que lhe possa 
ser atribuída: 
Penas - detenção, de seis meses a um ano, 
ou multa.Prevalece que esse artigo é inconstitucional 
porque viola o princípio do “nemo tenetur se 
detegere” (ninguém é obrigado a produzir 
prova contra si mesmo). 
Condução de veículo com capacidade 
psicomotora alterada por álcool ou droga 
Art. 306. Conduzir veículo automotor com 
capacidade psicomotora alterada em razão 
da influência de álcool ou de outra substância 
psicoativa que determine dependência: 
Crime de perigo abstrato, eu não preciso 
provar risco nenhum, se o cara foi pego 
dirigindo bêbado já era, o risco é presumido. 
§ 1º As condutas previstas no caput serão 
constatadas por: 
 
I - concentração igual ou superior a 6 
decigramas de álcool por litro de sangue ou 
igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool 
por litro de ar alveolar; ou 
II - sinais que indiquem, na forma 
disciplinada pelo Contran, alteração da 
capacidade psicomotora. 
§ 2º A verificação do disposto neste artigo 
poderá ser obtida mediante teste de 
alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, 
perícia, vídeo, prova testemunhal ou 
outros meios de prova em direito 
admitidos, observado o direito à 
contraprova. 
§ 3º O Contran disporá sobre a equivalência 
entre os distintos testes de alcoolemia ou 
toxicológicos para efeito de caracterização do 
crime tipificado neste artigo. 
§ 4º Poderá ser empregado qualquer 
aparelho homologado pelo Instituto Nacional 
de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - 
INMETRO - para se determinar o previsto no 
caput. 
Violação de suspensão ou proibição do 
direito de dirigir 
Crime de perigo abstrato, é equivalente a um 
crime de desobediência. 
Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição 
de se obter a permissão ou a habilitação para 
dirigir veículo automotor imposta com 
fundamento neste Código: 
 Penas - detenção, de seis meses a um 
ano e multa, com nova imposição adicional 
de idêntico prazo de suspensão ou de 
proibição. 
 Parágrafo único. Nas mesmas penas 
incorre o condenado que deixa de entregar, 
no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a 
Permissão para Dirigir ou a Carteira de 
Habilitação. 
Condenado a entregar a CNH e não entrega, 
entra como uma desobediência. 
Participação de disputa ou manobra 
automobilística ilegal 
Art. 308. Participar, na direção de veículo 
automotor, em via pública, de corrida, disputa 
ou competição automobilística ou ainda de 
exibição ou demonstração de perícia em 
manobra de veículo automotor, não 
autorizada pela autoridade competente, 
gerando situação de risco à incolumidade 
pública ou privada: 
Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 
(três) anos, multa e suspensão ou proibição 
de se obter a permissão ou a habilitação para 
dirigir veículo automotor. 
Preciso provar que alguém foi exposto ao 
risco, se não tiver não tem crime. 
Situação de perigo concreto; 
§ 1º Se da prática do crime previsto no caput 
resultar lesão corporal de natureza grave, 
e as circunstâncias demonstrarem que o 
agente não quis o resultado nem assumiu o 
risco de produzi-lo, a pena privativa de 
liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) 
anos, sem prejuízo das outras penas 
previstas neste artigo. 
§ 2º Se da prática do crime previsto no caput 
resultar morte, e as circunstâncias 
demonstrarem que o agente não quis o 
resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, 
a pena privativa de liberdade é de reclusão 
de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo 
das outras penas previstas neste artigo. 
Crimes preterdolosos, o sujeito quis o racha 
mas não quis o resultado morte. 
Direção de veículo sem autorização e com 
risco 
 Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via 
pública, sem a devida Permissão para Dirigir 
ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito 
de dirigir, gerando perigo de dano: 
 Penas - detenção, de seis meses a um 
ano, ou multa. 
Crime de perigo concreto; 
Entrega de direção de veículo automotor a 
pessoa impedida ou incapaz 
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a 
direção de veículo automotor a pessoa não 
habilitada, com habilitação cassada ou com o 
direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, 
por seu estado de saúde, física ou mental, ou 
por embriaguez, não esteja em condições de 
conduzi-lo com segurança: 
 Penas - detenção, de seis meses a um 
ano, ou multa. 
Crime de perigo abstrato, ex. pai entrega a 
chave do carro para o filho dirigir, o crime já 
está consumado, não importa. 
Direção Perigosa 
Art. 311. Trafegar em velocidade 
incompatível com a segurança nas 
proximidades de escolas, hospitais, estações 
de embarque e desembarque de 
passageiros, logradouros estreitos, ou onde 
haja grande movimentação ou concentração 
de pessoas, gerando perigo de dano: 
 Penas - detenção, de seis meses a um 
ano, ou multa. 
Crime de perigo concreto, é necessário a 
prova que o crime aconteceu, que o perigo 
aconteceu. 
Fraude Processual e Infracional 
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso 
de sinistro automobilístico com vítima, na 
pendência do respectivo procedimento 
policial preparatório, inquérito policial ou 
processo penal, o estado de lugar, de coisa 
ou de pessoa, a fim de induzir a erro o 
agente policial, o perito ou o juiz: 
 Penas - detenção, de seis meses a um 
ano, ou multa. 
Tenta mudar o cenário do crime. Ex. trocar 
de lugar no carro. 
 Parágrafo único. Aplica-se o disposto 
neste artigo, ainda que não iniciados, quando 
da inovação, o procedimento preparatório, o 
inquérito ou o processo aos quais se refere. 
Penas restritivas de direito: 
Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos 
arts. 302 a 312 deste Código, nas situações 
em que o juiz aplicar a substituição de pena 
privativa de liberdade por pena restritiva de 
direitos, esta deverá ser de prestação de 
serviço à comunidade ou a entidades 
públicas, em uma das seguintes atividades: 
I - trabalho, aos fins de semana, em 
equipes de resgate dos corpos de 
bombeiros e em outras unidades móveis 
especializadas no atendimento a vítimas de 
trânsito; 
II - trabalho em unidades de pronto-
socorro de hospitais da rede pública que 
recebem vítimas de sinistro de trânsito e 
politraumatizados; 
III - trabalho em clínicas ou instituições 
especializadas na recuperação de 
sinistrados de trânsito; 
IV - outras atividades relacionadas a resgate, 
atendimento e recuperação de vítimas de 
sinistros de trânsito. 
São as penas restritivas, mas não são muito 
eficazes pois o sujeito não poderá auxiliar em 
nada. 
Suspensão ou Proibição para dirigir: 
A suspensão ou a proibição para dirigir pode 
constituir: 
 Pena; 
 Medida cautelar. 
Vejamos: 
Art. 293. A penalidade de suspensão ou de 
proibição de se obter a permissão ou a 
habilitação, para dirigir veículo automotor, 
tem a duração de dois meses a cinco 
anos. 
 § 1º Transitada em julgado a sentença 
condenatória, o réu será intimado a entregar 
à autoridade judiciária, em quarenta e oito 
horas, a Permissão para Dirigir ou a 
Carteira de Habilitação. Se não entregar 
desobediência; 
 § 2º A penalidade de suspensão ou de 
proibição de se obter a permissão ou a 
habilitação para dirigir veículo automotor não 
se inicia enquanto o sentenciado, por 
efeito de condenação penal, estiver 
recolhido a estabelecimento prisional. 
Art. 294. Em qualquer fase da investigação 
ou da ação penal, havendo necessidade para 
a garantia da ordem pública, poderá o juiz, 
como medida cautelar, de ofício, ou a 
requerimento do Ministério Público ou 
ainda mediante representação da autoridade 
policial, decretar, em decisão motivada, a 
suspensão da permissão ou da 
habilitação para dirigir veículo automotor, 
ou a proibição de sua obtenção. 
 Parágrafo único. Da decisão que 
decretar a suspensão ou a medida cautelar, 
ou da que indeferir o requerimento do 
Ministério Público, caberárecurso em 
sentido estrito, sem efeito suspensivo. 
Parte da doutrina defende a tese que esse 
dispositivo está ultrapassado, afim de dizer 
que o juiz não pode de oficio. 
Art. 295. A suspensão para dirigir veículo 
automotor ou a proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação será sempre 
comunicada pela autoridade judiciária ao 
Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, 
e ao órgão de trânsito do Estado em que o 
indiciado ou réu for domiciliado ou residente. 
 Art. 296. Se o réu for reincidente na 
prática de crime previsto neste Código, o juiz 
aplicará a penalidade de suspensão da 
permissão ou habilitação para dirigir 
veículo automotor, sem prejuízo das demais 
sanções penais cabíveis. 
Pena de Multa: 
Art. 297. A penalidade de multa reparatória 
consiste no pagamento, mediante depósito 
judicial em favor da vítima, ou seus 
sucessores, de quantia calculada com base 
no disposto no § 1º do art. 49 do Código 
Penal, sempre que houver prejuízo material 
resultante do crime. 
 § 1º A multa reparatória não poderá ser 
superior ao valor do prejuízo demonstrado 
no processo. 
 § 2º Aplica-se à multa reparatória o 
disposto nos arts. 50 a 52 do Código Penal. 
 
 § 3º Na indenização civil do dano, o 
valor da multa reparatória será descontado. 
Ex. o que ele pagou no criminal será abatido 
no civil; 
Circunstancias agravantes: 
Art. 298. São circunstâncias que sempre 
agravam as penalidades dos crimes de 
trânsito ter o condutor do veículo cometido a 
infração: 
 I - com dano potencial para duas ou 
mais pessoas ou com grande risco de grave 
dano patrimonial a terceiros; 
 II - utilizando o veículo sem placas, com 
placas falsas ou adulteradas; 
 III - sem possuir Permissão para Dirigir 
ou Carteira de Habilitação; 
 IV - com Permissão para Dirigir ou 
Carteira de Habilitação de categoria 
diferente da do veículo; 
 V - quando a sua profissão ou atividade 
exigir cuidados especiais com o transporte 
de passageiros ou de carga; 
 VI - utilizando veículo em que tenham 
sido adulterados equipamentos ou 
características que afetem a sua segurança 
ou o seu funcionamento de acordo com os 
limites de velocidade prescritos nas 
especificações do fabricante; 
 VII - sobre faixa de trânsito temporária 
ou permanentemente destinada a pedestres. 
Proibição de Prisão em Flagrante ao 
Causador do Acidente que Socorre a 
vítima: 
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos 
de sinistros de trânsito que resultem em 
vítima, não se imporá a prisão em flagrante 
nem se exigirá fiança, se prestar pronto e 
integral socorro àquela. 
Não poderá ser preso, responderá em 
liberdade. 
ATUALIZAÇÃO: 
Lei nº 14.071/2020 acrescentou no CTB o 
artigo 312-B 
Art. 312-B. Aos crimes previstos no § 3º 
(homicídio culposo qualificado) do art. 302 e 
no § 2º do art. 303 (lesão corporal culposa) 
deste Código não se aplica o disposto no 
inciso I do caput do art. 44 do Decreto-Lei nº 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código 
Penal). 
Proibição da substituição da pena privativa 
de liberdade por restritiva de direitos. 
 
Fazer as questões da plataforma, desta aula. 
ANOTAÇÕES 
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Lei nº 9.269/1996 
A interceptação telefônica é uma medida 
cautelar que visa o registro de 
comunicações sem a ciência dos 
interlocutores para servir de prova em 
investigação criminal ou instrução 
processual. Pode acontecer na fase do 
inquérito policial, por conta da urgência e 
funcionará como prova. 
Atualmente, esta lei abrange (objetos): 
Interceptações telefônicas: interceptação 
entre linhas telefônicas moveis ou não; 
Interceptação de informática: interceptação 
entre aparelhos de informática; 
Interceptações telemáticas: interceptação 
entre as comunicações que mesclam 
telefonia e informática; 
Captação Ambiental: gravação de sons 
e/ou imagens de encontro e conversa entre 
duas ou mais pessoas. 
Nos termos do art. 1º da Lei, a interceptação 
de comunicações telefônicas somente 
poderá ser utilizada para prova em 
investigação criminal e em instrução 
processual penal, em obediência ao quanto 
disposto no art. 5º, inciso XXII da CF. 
Não posso usar a interceptação em um 
processo civil, fiscal, trabalhista, 
administrativo por exemplo. 
O que prevalece é que a título de prova 
emprestada pode, pois a prova já foi 
produzida corretamente no criminal, ex. 
emprestar essa prova para um processo 
disciplinar administrativo. 
Não será admitida a interceptação de 
comunicações telefônicas quando ocorrer 
qualquer das seguintes hipóteses: 
- Não houver indícios razoáveis da autoria ou 
participação em infração penal, a mera 
presunção não pode; 
- A prova puder ser feita por outros meios 
disponíveis, caráter subsidiário da 
interceptação; Precisa demonstrar que todos 
os outros meios foram esgotados. 
- O fato investigado constituir infração penal 
punida, no máximo, com pena de detenção. 
Em qualquer hipótese deve ser descrita com 
clareza a situação objeto da investigação, 
inclusive com a indicação e qualificação dos 
investigados, salvo impossibilidade 
manifesta, devidamente justificada (art. 2º, 
caput, e parágrafo único, lei nº 9.296/96). 
A interceptação das comunicações 
telefônicas poderá ser determinada pelo juiz 
de oficio (somente durante o processo) ou 
a requerimento da: 
- Autoridade policial, na investigação criminal; 
- Do representante do MP, na investigação 
criminal e na instrução processual penal; 
O pedido de interceptação de comunicação 
conterá a demonstração de que a sua 
realização é necessária à apuração de 
infração penal, com indicação dos meios a 
serem empregados. 
Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que 
o pedido seja formulado verbalmente, desde 
que estejam presentes os pressupostos que 
autorizem a interceptação, caso em que a 
concessão será condicionada à sua 
redução a termo. 
O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro 
horas, decidirá sobre o pedido, deferindo ou 
indeferindo (art. 4º, caput, e §§ 1º e 2º da lei). 
A decisão será fundamentada, sob pena de 
nulidade, indicando também a forma de 
execução da diligencia, que não poderá 
exceder o prazo de quinze dias, renovável 
por igual tempo uma vez comprovada a 
indispensabilidadedo meio de prova – art. 6º 
da lei. 
15 dias + 15 dias = comprovadamente, a 
renovação não é automática. 
Deferido o pedido, a autoridade policial 
conduzirá os procedimentos de 
interceptação, dando ciência ao MP, que 
poderá acompanhar a sua realização. 
No caso de a diligencia possibilitar a 
gravação da comunicação interceptada, será 
determinada a sua transcrição. 
Cumprida a diligencia, a autoridade policial 
encaminhará o resultado da interceptação ao 
juiz, acompanhado de auto circunstanciado, 
que deverá conter o resumo das operações 
realizadas (art. 6º, §§1º e 2º da lei). 
Para os procedimento da interceptação, a 
autoridade policial poderá requisitar/ordem 
serviços técnicos especializados as 
concessionárias de serviço público (art. 7). 
A interceptação, de qualquer natureza, 
ocorrerá em autos apartados, apensados 
aos autos do inquérito policial ou do processo 
criminal, preservando-se o sigilo das 
diligencias, gravações e transcrições 
respectivas. A apensação somente poderá 
ser realizada imediatamente antes do 
relatório (peça que conclui o IP) da 
autoridade, quando se tratar de inquérito 
policial ou na conclusão do processo ao juiz 
para o despacho (art.8). 
Contraditório é diferido/ postergado, a parte 
que foi interceptada poderá se manifestar 
sobre a interceptação. 
O pacote anticrime acrescentou o artigo 8º-
A que assim dispõe: 
Art. 8º-A: Para investigação ou instrução 
criminal, poderá ser autorizada pelo juiz, a 
requerimento da autoridade policial ou o 
Ministério Público, a captação ambiental de 
sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, 
quando: 
I - a prova não puder ser feita por outros 
meios disponíveis e igualmente eficazes; e 
II - houver elementos probatórios razoáveis 
de autoria e participação em infrações 
criminais cujas penas máximas sejam 
superiores a 4 (quatro) anos ou em 
infrações penais conexas. 
§ 1º O requerimento deverá descrever 
circunstanciadamente o local e a forma de 
instalação do dispositivo de captação 
ambiental. 
§ 2º A instalação do dispositivo de captação 
ambiental poderá ser realizada, quando 
necessária, por meio de operação policial 
disfarçada ou no período noturno, exceto na 
casa, nos termos do inciso XI do caput do 
art. 5º da Constituição Federal. 
§ 3º A captação ambiental não poderá 
exceder o prazo de 15 (quinze) dias, 
renovável por decisão judicial por iguais 
períodos, se comprovada a 
indispensabilidade do meio de prova e 
quando presente atividade criminal 
permanente, habitual ou continuada. 
§ 4º A captação ambiental feita por um dos 
interlocutores sem o prévio conhecimento 
da autoridade policial ou do Ministério 
Público poderá ser utilizada, em matéria de 
defesa, quando demonstrada a integridade 
da gravação. 
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente à captação 
ambiental as regras previstas na legislação 
específica para a interceptação telefônica e 
telemática. 
A gravação que não interessar à prova será 
inutilizada por decisão judicial, durante o 
inquérito, a instrução processual ou após 
esta, em virtude de requerimento do 
Ministério Público ou da parte interessada. 
O incidente de inutilização será assistido pelo 
MP, sendo facultada a presença do acusado 
ou de seu representante legal (art.9º). 
Motivos do veto presidencial do §2º e 4º 
anteriormente: 
- gera insegurança jurídica ao impedir o 
alcance da captação ambiental na casa do 
investigado; 
- cria um critério de licitude da prova em 
razão da parte que beneficiará, violando o 
princípio da boa-fé objetiva, lealdade e 
cooperação entre os sujeitos processuais; 
Críticas: 
- o que determina se a diligência é válida é a 
existência de autorização judicial; 
- se a própria lei exclui a ilicitude da captação 
ambiental feita por um dos interlocutores, não 
há como admitir a sua utilização apenas à 
defesa. 
Art. 10. Constitui crime realizar 
interceptação de comunicações telefônicas, 
de informática ou telemática, promover 
escuta ambiental ou quebrar segredo da 
Justiça, sem autorização judicial ou com 
objetivos não autorizados em lei: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) 
anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a 
autoridade judicial que determina a execução 
de conduta prevista no caput deste artigo 
com objetivo não autorizado em lei. O Juiz 
concede sem o preenchimento dos 
pressuposto. 
Art. 10-A. Realizar captação ambiental de 
sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos 
para investigação ou instrução criminal sem 
autorização judicial, quando esta for exigida: 
§ 1º Não há crime se a captação é realizada 
por um dos interlocutores. 
§ 2º A pena será aplicada em dobro ao 
funcionário público que descumprir 
determinação de sigilo das investigações que 
envolvam a captação ambiental ou revelar o 
conteúdo das gravações enquanto mantido o 
sigilo judicial. 
ANOTAÇÕES 
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Lei nº 13.869/2019 
Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de 
autoridade, cometidos por agente público, 
servidor ou não, que, no exercício de suas 
funções ou a pretexto de exercê-las, abuse 
do poder que lhe tenha sido atribuído. 
§ 1º As condutas descritas nesta Lei 
constituem crime de abuso de autoridade 
quando praticadas pelo agente com a 
finalidade específica de prejudicar outrem 
ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, 
ainda, por mero capricho ou satisfação 
pessoal. 
- Não existe abuso de autoridade culposo, 
essa lei é incompatível com os crimes 
culposos; 
- Essa lei é incompatível com o dolo 
eventual; 
- Essa lei tem dolo permanente, o agente 
público quer fazer, ele fez porque ele quis. 
§ 2º A divergência na interpretação de lei ou 
na avaliação de fatos e provas não configura 
abuso de autoridade. 
- Proibição do crime de hermenêutica 
(significa interpretação da lei); 
Esses dois § são importantíssimos para o 
concurso. 
Art. 2º É sujeito ativo (aquele que pratica o 
crime) do crime de abuso de autoridade 
qualquer agente público, servidor ou não, da 
administração direta, indireta ou fundacional 
de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios 
e de Território, compreendendo, mas não se 
limitando a: 
I - servidores públicos e militares ou pessoas 
a eles equiparadas; 
II - membros do Poder Legislativo; 
III - membros do Poder Executivo; 
IV - membros do Poder Judiciário; 
V - membros do Ministério Público; 
VI - membros dos tribunais ou conselhos de 
contas. 
Parágrafo único. Reputa-se agente público, 
para os efeitos desta Lei, todo aquele que 
exerce, ainda que transitoriamente ou sem 
remuneração,por eleição, nomeação, 
designação, contratação ou qualquer outra 
forma de investidura ou vínculo, mandato, 
cargo, emprego ou função em órgão ou 
entidade abrangidos pelo caput deste artigo. 
É um rol exemplificativo, podendo se 
enquadrar outros funcionários públicos, todos 
aqueles que exercem função pública, são 
crimes próprios. 
E os particulares, podem responder por 
abuso de autoridade? Em regra não, o 
particular sozinho não, mas junto com um 
funcionário, sabendo que ele era funcionário 
público pode sim, mais o código penal em 
seu artigo 33 coloca que via de regra as 
condições e características pessoais são 
minhas não vão se comunicar com os 
coautores, salvo quando elementares do 
crime, se for elementar irá comunicar com o 
coautor. 
O fato de eu ser funcionário público é 
elementar, portanto irá se comunicar com o 
particular. Ex. policial batendo em uma 
pessoa na rua, eu não sendo funcionária 
chego junto ao policial e começo a bater na 
pessoa. 
Neste caso acima, eu ire responder por 
abuso de autoridade mesmo não sendo 
funcionária pública. 
Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de 
ação penal pública incondicionada. 
§ 1º Será admitida ação privada 
(subsidiaria da pública) se a ação penal 
pública não for intentada no prazo legal, 
cabendo ao Ministério Público aditar a 
queixa, repudiá-la e oferecer denúncia 
substitutiva, intervir em todos os termos do 
processo, fornecer elementos de prova, 
interpor recurso e, a todo tempo, no caso de 
negligência do querelante, retomar a ação 
como parte principal. 
§ 2º A ação privada subsidiária será exercida 
no prazo de 6 (seis) meses (prazo 
decadencial), contado da data em que se 
esgotar o prazo para oferecimento da 
denúncia. 
Dos Efeitos da Condenação 
Art. 4º São efeitos da condenação: 
I - tornar certa a obrigação de indenizar o 
dano causado pelo crime, devendo o juiz, a 
requerimento do ofendido, fixar na 
sentença o valor mínimo para reparação 
dos danos causados pela infração, 
considerando os prejuízos por ele sofridos; 
Se o ofendido não pedir o juiz não irá fixar, e 
se pedir, o juiz criminal que fixará o valor. 
II - a inabilitação para o exercício de cargo, 
mandato ou função pública, pelo período de 
1 (um) a 5 (cinco) anos; 
O Juiz assim que condena por abuso de 
autoridade, decreta esse efeito para que a 
pessoa não exerca qualquer função pública 
pelo prazo de 1 a 5 anos. 
III - a perda do cargo, do mandato ou da 
função pública. 
Aqui a pessoa é exonerada do cargo. 
Esses requisitos não são cumulativos, o juiz 
pode fixar um ou outro. 
Parágrafo único. Os efeitos previstos nos 
incisos II e III do caput deste artigo são 
condicionados à ocorrência de reincidência 
em crime de abuso de autoridade e não 
são automáticos, devendo ser declarados 
motivadamente na sentença. 
Reincidência específica nesse caso acima. 
 
Das Penas Restritivas de Direitos 
Art. 5º As penas restritivas de direitos 
substitutivas das privativas de liberdade 
previstas nesta Lei são: 
I - prestação de serviços à comunidade ou a 
entidades públicas; 
II - suspensão do exercício do cargo, da 
função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) 
a 6 (seis) meses, com a perda dos 
vencimentos e das vantagens; 
III - (VETADO). 
Parágrafo único. As penas restritivas de 
direitos podem ser aplicadas autônoma ou 
cumulativamente. 
Exceções do Princípio da instancias relativas 
Absolvição no penal por ausência de autoria, 
ex. policial consegue provar que ele não 
estava no dia daquele delito. Irá ser 
absolvido no crível, administrativo e criminal. 
Ausência do fato, o fato nunca existiu, ele 
não será condenado no civil, no 
administrativo e no criminal, e o criminal fará 
a comunicação ao civil e ao administrativo. 
Casos de excludente de ilicitude, ex. policial 
invade a casa com mandado de dia, mas o 
criminoso começa a falar que o policial 
invadiu a casa de noite, tentando tramar 
contra o policial. Neste caso, começou uma 
ação penal, civil e administrativa contra esse 
policial, e logo depois ficou comprovado que 
não houve abuso de autoridade. Neste caso, 
o policial será absolvido no cível e no 
administrativo. 
Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão 
aplicadas independentemente das sanções 
de natureza civil ou administrativa cabíveis. – 
Princípio da Independência das instancias 
relativa. 
Parágrafo único. As notícias de crimes 
previstos nesta Lei que descreverem falta 
funcional serão informadas à autoridade 
competente com vistas à apuração. 
Cada instancia segue seu rumo, mas por 
exemplo, se um delegado tiver conhecimento 
da prática de abuso de autoridade, ele no 
criminal é obrigado a comunicar a autoridade 
superior daquele sujeito ativo para que 
também seja instaurado uma ação de 
natureza administrativa, o penal ou o civil é 
obrigado a comunicar o administrativo. 
Exceções: 
Art. 7º As responsabilidades civil e 
administrativa são independentes da criminal, 
não se podendo mais questionar sobre a 
existência ou a autoria do fato quando 
essas questões tenham sido decididas no 
juízo criminal. 
Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, 
assim como no administrativo-disciplinar, a 
sentença penal que reconhecer ter sido o ato 
praticado em estado de necessidade, em 
legítima defesa, em estrito cumprimento 
de dever legal ou no exercício regular de 
direito. 
Crimes em Espécie 
Art. 9º Decretar (crime formal, conduta 
comissiva, somente quem tem poder para 
prender) medida de privação da liberdade 
em manifesta desconformidade com as 
hipóteses legais: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) 
anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena a 
autoridade judiciária (juiz) que, dentro de 
prazo razoável, deixar de: 
I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; 
II - substituir a prisão preventiva por 
medida cautelar diversa ou de conceder 
liberdade provisória, quando manifestamente 
cabível; 
III - deferir liminar ou ordem de habeas 
corpus, quando manifestamente cabível. 
Questão importante recai sobre a expressão 
“prazo razoável”. 
Qual seria esse prazo, capaz de configurar o 
crime em estudo em suas modalidades 
equiparadas? 
1 corrente: 24 horas (equiparação com o art. 
800, III, do CPP para despacho de 
expediente); 
2 corrente: 5 dias (equiparação com o art. 
800, II, do CPP para decisão interlocutória 
simples); 
3 corrente: 48 horas (equiparação com o art. 
322, parágrafo único do CPP para decisão 
judicial de concessão de fiança). Essa é a 
corrente que prevalece. 
Bem jurídico tutela: direitos e garantias 
fundamentais do indivíduo, especialmente a 
liberdade de locomoção e a dignidade da 
pessoa humana. É também protegida em 
sentido amplo a administração pública. 
Sujeitos: 
Sujeito Ativo: qualquer autoridade com 
atribuição ou competência para determinar 
medida privativa de liberdade (autoridade ou 
agente policial; autoridade militar; membro do 
MP ou autoridade judiciária). O parágrafo 
único limita-se a autoridade judiciária. 
Sujeito Passivo: qualquer pessoa que teve 
seu direito de ir e vir limitado ilegalmente pelo 
sujeito ativo. 
Art. 10. Decretar (crime formal) a condução 
coercitiva de testemunha ou investigado 
manifestamente descabida ou sem prévia 
intimação de comparecimento ao juízo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) 
anos, e multa. 
Não convoco a testemunha e mando ir 
buscar ela coercitivamente, isso é abuso de 
autoridade. 
O congresso esqueceu de mencionar no 
dispositivo acima o acusado, o réu, o 
condenado e a vítima. Então se no concurso 
perguntar sobre um deles eu tenho que dizer 
que não configurará abuso de autoridade, 
somente se o investigado ou a testemunha 
forem conduzidos a força sem prévia 
comunicação. 
IMPORTANTE! O legislador se esqueceu de 
incluir o ofendido e o acusado no rol de 
vítimas e, por isso, em eventualdecretação 
de condução coercitiva contra estes 
manifestamente descabida ou sem prévia 
intimação de comparecimento ao juízo não 
haverá crime, sob pena de incorrermos em 
analogia in malam partem. 
Art. 12. Deixar (omissão) 
injustificadamente de comunicar prisão 
em flagrante à autoridade judiciária no prazo 
legal (prazo de 24horas): 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) 
anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena 
quem: 
I - deixa de comunicar, imediatamente (aqui 
não entra o prazo de 24hrs), a execução de 
prisão temporária ou preventiva à 
autoridade judiciária que a decretou; 
II - deixa de comunicar, imediatamente, a 
prisão de qualquer pessoa e o local onde se 
encontra à sua família ou à pessoa por ela 
indicada; 
III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 
24 (vinte e quatro) horas, a nota de culpa, 
assinada pela autoridade, com o motivo da 
prisão e os nomes do condutor e das 
testemunhas; 
IV – aquele que prolonga a execução de 
pena privativa de liberdade, de prisão 
temporária, de prisão preventiva, de medida 
de segurança ou de internação, deixando, 
sem motivo justo e excepcionalíssimo, de 
executar o alvará de soltura imediatamente 
após recebido ou de promover a soltura do 
preso quando esgotado o prazo judicial ou 
legal. 
Ex. delegado que, após lavrar auto de prisão 
em flagrante, deixa de comunicar a 
autoridade judiciária do feito durante todo o 
final de semana visando prejudicar o preso. 
Art. 13. Constranger o preso ou o detento, 
mediante violência, grave ameaça ou 
redução de sua capacidade de resistência, a: 
I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele 
exibido à curiosidade pública; Ex. policial 
mostra o rosto do criminoso para o repórter. 
II - submeter-se a situação vexatória ou a 
constrangimento não autorizado em lei; Ex. 
policial pega dois presos e colocam os dois 
para se beijar. 
III - (VETADO). 
III - produzir prova contra si mesmo ou contra 
terceiro, ex. o policial força o criminoso a 
fazer exame de sangue. 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) 
anos, e multa, sem prejuízo da pena 
cominada à violência. 
 
O Juiz terá que analisar o caso concreto, se 
irá se encaixar na lei de abuso de autoridade 
ou na lei de tortura. 
Para o concurso, a banca sobre perguntar 
referente a lei especial, ou a de abuso ou a 
de tortura e jamais ambas, pois teriam duas 
respostas com penas diferentes. 
Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça 
de prisão, pessoa que, em razão de função, 
ministério, ofício ou profissão, deva guardar 
segredo ou resguardar sigilo: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) 
anos, e multa. 
Parágrafo único. (VETADO). 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena 
quem prossegue com o interrogatório: 
I - de pessoa que tenha decidido exercer o 
direito ao silêncio; ou 
II - de pessoa que tenha optado por ser 
assistida por advogado ou defensor público, 
sem a presença de seu patrono. 
Violência Institucional 
Art. 15-A. Submeter a vítima de infração 
penal ou a testemunha de crimes 
violentos a procedimentos 
desnecessários, repetitivos ou invasivos, 
que a leve a reviver, sem estrita 
necessidade: 
I - a situação de violência; ou 
II - outras situações potencialmente 
geradoras de sofrimento ou estigmatização: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) 
ano, e multa. 
§ 1º Se o agente público permitir (omissão 
imprópria) que terceiro intimide a vítima de 
crimes violentos (tem que ser de crimes 
violentos, não é a mesma pessoa do 
caput), gerando indevida revitimização, 
aplica-se a pena aumentada de 2/3 (dois 
terços). 
Ex. o delegado deixa um terceiro a 
constranger a vítima, e ele não faz nada, ele 
terá sua pena aumentada, porque ele é 
garantidor. 
§ 2º Se o agente público intimidar a vítima de 
crimes violentos, gerando indevida 
revitimização, aplica-se a pena em dobro. 
Ex. o próprio agente intimida, ele não faz 
perguntas igual no caput, ele intimida a 
vítima gritando com ela, ou perguntando se 
ela tem provas daquilo que ela está falando. 
Visa evitar essa revitimização/vitimização 
secundária. 
Ex. o promotor fica enchendo o saco da 
vítima, fazendo perguntas que não tem nada 
a ver com o processo, ou insinuando algo. 
Sujeito ativo: crime próprio MP, delegado, 
agente policial, investigador, juiz, qualquer 
pessoa que tenha contato com o sujeito 
passivo numa persecução criminal. 
Sujeito passivo: crime próprio, vítima de 
infração penal e testemunhas de crimes 
violentos, deve ser crimes violentos, uma 
testemunha de furto, estelionato não pode 
ser sujeito desse delito. 
É um crime formal, ele vai se consumar 
mesmo que a vítima não se sinta 
constrangida, basta a prática da conduta 
lesiva. 
É um crime de perigo concreto, é necessário 
a demonstração de que o comportamento do 
sujeito ativo tinha capacidade de atingir o 
bem jurídico da vítima. 
Se o crime for praticado por forma escrita, 
será considerado como tentativa. 
Art. 16. Deixar de identificar-se ou 
identificar-se falsamente ao preso por 
ocasião de sua captura ou quando deva fazê-
lo durante sua detenção ou prisão: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) 
anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena 
quem, como responsável por interrogatório 
em sede de procedimento investigatório 
de infração penal, deixa de identificar-se ao 
preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, 
cargo ou função. 
Tem que comprovar o dolo específico. 
A autoridade precisa deixar claro qual é a 
sua função, se ele é delegado, investigador, 
policial etc. 
Art. 18. Submeter o preso a interrogatório 
policial durante o período de repouso 
noturno, salvo se capturado em flagrante 
delito ou se ele, devidamente assistido, 
consentir em prestar declarações: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) 
anos, e multa. 
O delegado não pode mais interrogar o preso 
a noite, se ele interrogar a noite será 
considerado abuso de autoridade, mas há 
exceções. 
Salvo se capturado em flagrante ou se o 
preso estiver assistido pelo seu defensor e 
ambos assinem dizendo que querem ser 
interrogados, se o preso sem seu advogado, 
quiser ser interrogado e ele assinar o termo, 
não pode, configurará abuso de autoridade 
da mesma forma. 
A nova lei de abuso de autoridade trouxe o 
horário que considera noite e dia. 
Noite começa das 21hrs até as 5hrs – nesse 
período não pode ser interrogado. 
Art. 19. Impedir ou retardar, 
injustificadamente, o envio de pleito de preso 
à autoridade judiciária competente para a 
apreciação da legalidade de sua prisão ou 
das circunstâncias de sua custódia: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) 
anos, e multa. 
Ex. o réu faz um papel escrito um habeas 
corpus e tenta mandar para o juiz, mas o 
policial rasga ou atrasou o envio do HC, 
configurará abuso. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o 
magistrado que, ciente do impedimento ou da 
demora, deixa de tomar as providências 
tendentes a saná-lo ou, não sendo 
competente para decidir sobre a prisão, deixa 
de enviar o pedido à autoridade judiciária que 
o seja. 
Juiz é o competente para julgar o HC, ele fica 
sabendo sobre o HC e não sana, não aprecia 
irá configurar abuso. 
Art. 20. Impedir, sem justa causa, a 
entrevista pessoal e reservada do preso 
com seu advogado: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) 
anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena 
quem impede o preso, o réu solto ou o 
investigado de entrevistar-se pessoal e 
reservadamente com seu advogado ou 
defensor, por prazo razoável, antes de 
audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado 
e com ele comunicar-se durante a audiência, 
salvo no curso de interrogatório ou no caso 
de audiência realizada por videoconferência. 
Outros exemplos onde pode ser impedido a 
livre defesa técnica, deixando o réudistante 
do seu defensor, sem poder comunicar com 
ele, será configurado como abuso. 
 
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos 
na mesma cela ou espaço de confinamento: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) 
anos, e multa. 
Não pode colocar homem e mulher na 
mesma cela, se colocar configurará abuso de 
autoridade. 
O transexual se passando de homem para 
mulher ou vice e versa, deverá preencher 
alguns requisitos: 
- mudança de nome civil; 
- remoção de órgão por cirurgia; 
- laudo psicológico atestando que é 
transexual e não homossexual; 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena 
quem mantém, na mesma cela, criança ou 
adolescente na companhia de maior de idade 
ou em ambiente inadequado, observado o 
disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 
1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). 
Também não posso colocar uma criança 
numa cela com adultos. 
Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou 
astuciosamente, ou à revelia da vontade do 
ocupante, imóvel alheio ou suas 
dependências, ou nele permanecer nas 
mesmas condições, sem determinação 
judicial ou fora das condições estabelecidas 
em lei: 
É as hipóteses já previstas na CF. 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) 
anos, e multa. 
§ 1º Incorre na mesma pena, na forma 
prevista no caput deste artigo, quem: 
I - coage alguém, mediante violência ou 
grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a 
imóvel ou suas dependências; 
II - (VETADO); 
III - cumpre mandado de busca e apreensão 
domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) 
ou antes das 5h (cinco horas). 
§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para 
prestar socorro, ou quando houver fundados 
indícios que indiquem a necessidade do 
ingresso em razão de situação de flagrante 
delito ou de desastre. 
Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de 
diligência, de investigação ou de processo, o 
estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com 
o fim de eximir-se de responsabilidade ou de 
responsabilizar criminalmente alguém ou 
agravar-lhe a responsabilidade: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) 
anos, e multa. 
Igual o fraude processual do código penal. 
Ex. imagine que um policial comete algum 
ilícito e começa a mudar as coisas, ex. ele 
forja cenário do crime pra dizer que foi 
legitima defesa. 
Ou ele joga droga nas coisas de uma 
pessoa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena 
quem pratica a conduta com o intuito de: 
I - eximir-se de responsabilidade civil ou 
administrativa por excesso praticado no 
curso de diligência; 
II - omitir dados ou informações ou divulgar 
dados ou informações incompletos para 
desviar o curso da investigação, da diligência 
ou do processo. 
Art. 24. Constranger, sob violência ou grave 
ameaça, funcionário ou empregado de 
instituição hospitalar pública ou privada a 
admitir para tratamento pessoa cujo óbito já 
tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou 
momento de crime, prejudicando sua 
apuração: 
 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) 
anos, e multa, além da pena correspondente 
à violência. 
Ex. o policial está vendo que a pessoa está 
morta e ele quer dar entrada no hospital, mas 
ali é barrado pelos enfermeiros dizendo que 
deve levar a pessoa para o IML, o policial 
começa a ameaçar os enfermeiros obrigando 
a deixarem o cadáver entrar. 
Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em 
procedimento de investigação ou 
fiscalização, por meio manifestamente ilícito: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) 
anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena 
quem faz uso de prova, em desfavor do 
investigado ou fiscalizado, com prévio 
conhecimento de sua ilicitude. 
Ex. o delegado faz uma interceptação 
clandestina, mesmo sabendo que o juiz 
indeferiu o pedido da interceptação. Aí o 
delegado manda para o MP (o promotor sabe 
que era ilegal essa interceptação) mesmo 
assim denúncia. Qual a consequência 
jurídica para esse delegado? 
É o crime previsto no artigo 25 da lei de 
abuso de autoridade, e a consequência 
jurídica é aquela que está prevista no artigo 
157 do CPP (desentranhamento da prova 
ilícita dos autos). 
Agora o parágrafo único diz sobre a conduta 
do promotor, pois ele utiliza da prova ilícita. 
Art. 27. Requisitar (ordenar MP/Juiz) 
instauração ou instaurar (delegado) 
procedimento investigatório de infração penal 
ou administrativa, em desfavor de alguém, à 
falta de qualquer indício da prática de crime, 
de ilícito funcional ou de infração 
administrativa: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) 
anos, e multa. 
Manda instaurar sem ter nenhum tipo de 
autoria ou materialidade de crime, apenas 
com o intuito de prejudicar terceiro. 
Ex. amigo do delegado pede para ele 
instaurar Inquérito contra fulano, para ser 
barrado na investigação social do concurso. 
Parágrafo único. Não há crime quando se 
tratar de sindicância ou investigação 
preliminar sumária, devidamente justificada. 
Precisa realmente instaurar um IP para 
apurar a prática de abuso de autoridade. 
 
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de 
gravação sem relação com a prova que se 
pretenda produzir, expondo a intimidade ou 
a vida privada ou ferindo a honra ou a 
imagem do investigado ou acusado: 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) 
anos, e multa. 
Ex. delegado começa a gravar uma 
interceptação para tentar descobrir se o 
indiciado cometeu tal crime, no meio das 
gravações o delegado escuta que o indiciado 
está cometendo adultério e começa a 
divulgar para todo mundo. O adultério não 
tem nada a ver com a prova que se quer 
produzir. 
Art. 29. Prestar informação falsa sobre 
procedimento judicial, policial, fiscal ou 
administrativo com o fim de prejudicar 
interesse de investigado: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) 
anos, e multa. 
Se aparecer acusado em alguma pergunta 
sobre esse artigo não configurará abuso, pois 
só prevê para o investigado. 
Ex. um perito manda uma carta pericial e ele 
mente, mandado uma carta falsa para o 
processo para agravar a pena do 
investigado. Agora se ele estiver tentando 
ajudar o investigado e mente para 
favorecer ele não responde por abuso de 
autoridade. 
Art. 30. Dar início ou proceder à persecução 
penal, civil ou administrativa sem justa 
causa fundamentada ou contra quem sabe 
inocente: 
Estou dando início ou continuo com a 
persecução sabendo que a pessoa é 
inocente, isso configurará abuso. 
Ex. o delegado sabe que o vizinho é inocente 
e para prejudicar o vizinho ele continua com 
a persecução penal mesmo sabendo que ele 
é inocente. 
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) 
anos, e multa. 
Consumação e tentativa: é necessário o 
início da persecução formal para a 
consumação, logo, não se admite a tentativa. 
Ex. mesmo sabendo que fulano, funcionário 
público, não praticou infração administrativa, 
o superior hierárquico, visando prejudicar 
beltrano, instaura contra este último 
procedimento de persecução administrativa 
visando investiga-lo. 
Art. 31. Estender injustificadamente a 
investigação, procrastinando-a em prejuízo 
do investigado ou fiscalizado: 
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) 
anos, e multa. 
Ex. delegado instaura um IP, o sujeito está 
respondendo em liberdade, portanto o 
delegado tem 30 dias para encerrar o IP, 
mas no 5 dia fica bem claro que o sujeito é 
inocente, só que o delegado não foi com a 
cara do investigado ele estica até o último 
prazo e ainda pede a prorrogação do prazo, 
configura abuso de autoridade. 
Alguns procedimentos de fiscalização não 
tem prazo para ser concluído, para esses 
casos temos o parágrafo único. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena 
quem, inexistindo prazo para execução ou 
conclusão de procedimento, o estende de 
forma imotivada, procrastinando-o em 
prejuízo do investigado ou do fiscalizado. 
Mesmo tendo chegando a uma conclusão 
eles ficam

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