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Fundamentos Constitucionais “Art. 1º da CF: a república federativa do brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em estado democrático de direito e tem como fundamentos: III- a dignidade da pessoa humana”. “Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: II - prevalência dos direitos humanos;” Quando há crime de tortura, há violação dos direitos humanos. Em regra aplicamos o princípio da territorialidade, se eu cometer um crime no brasil estarei sujeito as leis do Brasil. No caso da lei de tortura é diferente, por que existe os tratados internacionais, o brasil pode punir mesmo que não tenha sido praticado no Brasil. Ex. Um brasileiro é torturado na Indonésia, o brasil poderá punir. “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo- se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; Lei de Tortura Segundo a lei 9.455/97 Art. 1º Constitui crime de tortura: I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; Ex. seguranças do shopping leva um menino para salinha e espanca ele, para ele entregar os colegas. b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; Ex. sujeito entra na casa da vítima, e coloca um fuzil na cabeça da mulher, e pede pro marido ir ao banco assaltar, isso é considerado tortura. c) em razão de discriminação racial ou religiosa; Ex. ameaço/agrido a pessoa pelo simples fato dela ser do candomblé, negro, branco, asiático, católico. Necessário pelo menos um dos requisitos/finalidades a, b e c dos incisos acimas para se caracterizar a tortura. II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental (juiz que terá que avaliar esse sofrimento), como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Pena - reclusão, de dois a oito anos. Ex. os pais contra os filhos, professores sobre os alunos, neste inciso precisa ter esse subalterno. Ex. pai coloca castigo no filho porque ele sujou a sala, e deixa o filho ajoelhado no milho por mais de 10 horas sem comida, neste caso será tortura. § 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança (inimputável) a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. - tortura equiparada, especifico para crime nas penitenciárias. - neste inciso já retiraram o sofrimento intenso, então qualquer castigo no sistema penitenciário não prevista em lei, será caracterizado a tortura. Ex. colocar o preso pelado em um paredão no frio, será tortura. Omissão penalmente relevante (omissão de tortura ou tortura imprópria). § 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá- las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. A pena do garantidor é sempre menor comparada a pena do torturador. Aqui é detenção, nos incisos acima é reclusão, então do garantidor é muito mais leve. As pessoas que são garantidores, que devem fazer e não fazem, ex. um bombeiro devia e podia agir, e não salvou, ele responde como se tivesse praticado com as próprias mãos. Omissão própria: o legislado já prevê a omissão na lei, ex. deixar de fazer, omissão de socorro, o crime já descreve a omissão. Omissão imprópria: crimes dos garantidoras, chamados também por crimes comissivos por omissão, porque o criminoso responde como se tivesse praticado aquele crime. Tortura qualificada § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave (art. 129, §1) ou gravíssima (§2), a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. - Crimes preterdoloso – dolo na tortura, e culpa no resultado, pois as vezes a pessoa só quer torturar acaba matando. Tortura qualificada pela morte: - crime preterdoloso, por excesso acaba matando, mas só queria torturar; - juízo comum; - crime contra a humanidade. Homicídio qualificado pela tortura: - crime doloso, desde o início o sujeito queria matar, e queria que a vítima sofresse, torturando ela; - vai para júri; - crime contra a vida. Não posso confundir essas duas modalidades citadas acima !!!!! Causas de aumento de pena § 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: I - se o crime é cometido por agente público; Tem que haver vinculo funcional, ele precisa se valer da qualidade de ser funcionário, ex. agente penitenciário agride o preso. II – se o crime é cometido contra criança (até 12 anos incompletos), gestante, portador de deficiência, adolescente (dos 12 ao 18 anos incompletos) ou maior de 60 (sessenta) anos; Torturador precisa conhecer as condições especiais da vítima, as vezes não dá pra saber que a vítima era uma adolescente, pode recair o erro de tipo. No dia do aniversário de 60 anos não configura esse aumento, a lei exige 60 anos + 1 dia para configurar, pegadinha cobrada no concurso. III - se o crime é cometido mediante sequestro. Basta a privação da liberdade, não tem horário específico para caracterizar o sequestro, ex. jogou dentro do carro e saiu já configura aumento de pena. Efeito de Condenação Ponto mais cobrado para a tortura, veja: Sujeito foi condenado pelo crime, um funcionário público que cometeu o crime foi condenado, e transita em julgado. § 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. Ex. se você foi condenado por 3 anos pelo crime de tortura, você ficará 6 anos sem poder pisar em um cargo público, e perderá o cargo. Vedação a fiança, graça ou anistia: § 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. A lei dos crimes hediondos acrescenta o indulto, mesmo a CF não impondo isso. Na CF e na lei de tortura está de forma implícita, e na lei dos crimes hediondos está previsto expressamente, isso é uma pegadinha nos concursos também, pois eles colocam que o indulto está previsto na CF e na Lei de Tortura, mas não está, está expresso somente na lei dos crimes hediondos. Fiança: benefício que o criminoso tem toda vez que for preso em flagrante e se comete crime com pena máxima até 4 anos, o delegado pode arbitrar a fiança. Se a pena for superior aos 4 anos, o juiz é que irá arbitrar, mas nos casos de crimes de tortura é inafiançável, mas cuidado!! Pois o STF já disse que tanto a tortura e como crimes hediondos equiparado admite- se a liberdade provisória, ele pode responder em liberdade pelo crime. É inafiançável mais é permitido a liberdade provisória. Graça e indulto são benefícios concedidos pelo Presidente da república, a graça é individual, ex. o presidente por clemencia libera a pessoa, ele não precisará mais cumprir pena, mas os efeitos da condenação ainda ficam. O indulto é coletivo, o presidente mediante decreto podeconceder ainda que temporário, ou permanente, como indulto natalino, dia dos pais etc... Anistia: promovida pelo congresso nacional, por meio de lei, a anistia apaga os fatos como você nunca tivesse praticado os crimes. Mas na tortura não poderá ser beneficiado por esses pressupostos mencionados acima. Regime Inicial Para o Cumprimento da Pena: § 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º (garantidor, pode começar em aberto, semiaberto ou fechado), iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. Determina se você condenado pelo crime de tortura você pelo menos, começara a cumprir a pena pelo regime fechado. Extraterritorialidade da lei de Tortura: Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. As vezes o crime foi praticado em outro local, fora do Brasil e mesmo assim eu vou aplicar a lei brasileira. Ex. crime praticado contra o Presidente da República, fora do Brasil, aplica-se a lei Brasileira. Ex. vítima brasileira foi torturada fora do Brasil, a lei penal pode alcançar aquele fato só pela vítima ser Brasileira. Ex. suíço tortura o japonês na África do sul, até ai o brasil não pode entrar, a não ser que o sujeito esteja em local sob jurisdição brasileira. Mas se o suíço foge para o Brasil afim de ser impune, o Brasil pode sim punir ele, pois é crime de tortura e ele veio para jurisdição Brasileira, admite-se a aplicação da lei de tortura brasileira. – Guardar esses casos. A lei entrou em vigor: Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Data da Publicação no D.O.U em 08/04/1997. Lei de Tortura e ECA Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. A lei de tortura revogou esse artigo do ECA. ANOTAÇÕES ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ Lei 8.072/90 Previsão Constitucional “Art. 5 - XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem; - não será admito fiança, nem graça e anistia. Conceito da doutrina: crimes hediondos são aqueles considerados de extrema gravidade, entendidos pelo legislador como os que merecem maior reprovação por parte do Estado, recebendo, conforme a Lei nº 8.072/90, tratamento diferenciado dos demais. STF chama de crimes de potencial ofensivo máximo. 3 critérios para se definir o que é grave o que é hediondo e o que não é: Critério legal, legislativo ou taxativo: por questões de segurança jurídica só será considerado hediondo o que estiver definidos na lei dos crimes hediondos. Critério judicial ou subjetivo: ampla liberdade para o juiz, o juiz poderá falar se é hediondo ou não. Critério judicial legal: o legislativo irá criar limites mínimos, tendo uma margem para o juiz falar se é hediondo ou não é, aí o juiz dentro dessa margem poderá falar o que é e o que não é. O brasil adotou por segurança jurídica o sistema puramente legal, só será crime hediondo aquilo que está previsto em lei, tratando-se de um rol taxativo. Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: O que não há são crimes culposos. I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (todas as hipóteses de qualificado, motivo torpe, fútil etc.) Homicídio privilegiado qualificado: causas de diminuição, ex. pai mata do estuprador da filha. A doutrina fala que eu até posso ter homicídio privilegiado qualificado, desde que a privilegiadora seja subjetiva, mas qualificadora objetiva. Ex. matei o estuprador da minha filha (relevante valor moral – subjetivo), por tortura (meios cruéis – objetivo). Esta modalidade não é crime hediondo, porque o brasil ao adotar o sistema legal para definição dos crimes hediondos, ele exige que o delito esteja previsto na lei dos crimes hediondos, e por não constar no rol taxativo não será considerado. Subjetivo: tudo aquilo que é interno e está ligado aos motivos é subjetivo. Ex. homicídio qualificado por motivo fútil. Objetivo: tudo aquilo que é externo, modo de execução, como você pratica a conduta, interesse como você fez. Ex. homicídio por emboscada, tortura etc. I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 (forças de segurança pública) e 144 (integrantes das forças armadas exército, marinha e aeronáutica) da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional (qualquer integrante do sistema penitenciário) e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau (no máximo tios e sobrinhos), em razão dessa condição; O guarda municipal não está previsto, mas a doutrina já vem entendendo que abrange a eles também. II - roubo: a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); Ex. dois assaltantes rende todo mundo, pra facilitar a consumação do delito um deles leva as vítimas para uma salinha e o outro leva continua o assalto levando tudo, isso já será hediondo; b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B) - armas de calibre permitido ou restrito; - roubo com arma branca não é hediondo, não confundir; c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); Legislador disse menos do que deveria, pois entra a lesão corporal gravíssima também, mas em uma prova se perguntar expressamente, dizer somente grave. III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal ou morte (art. 158, § 3º); IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e3o); V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); em qualquer modalidade será hediondo. VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). O simples fato de causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos, por si só, não tona o crime hediondo. É necessário que ocorra o resultado morte de maneira culposa que seja considerado hediondo (crime preterdoloso) VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). Um dos delitos que mais aparece. VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). No caso de adulto como vítima não é crime hediondo, é necessário que as vítimas sejam crianças, adolescentes ou vulneráveis. IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-A). Ex. organização criminosa, coloca dinamite no banco e subtrai patrimônio, causa perigo comum, mas na hora que eles vão fazer isso os bandidos não rendem ninguém. Parágrafo único. Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados: I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956; Genocídio: crime contra a humanidade Art. 1º da lei de Genocídio (Lei nº 2.889/56): Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal: a) matar membros do grupo; b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo; c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial; d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo; e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo; II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; Sobre a posse e o porte de arma de fogo de uso proibido/restrito, as modalidades equiparadas também são revestidas de hediondez? A doutrina se posicionava dizendo que não. O STJ se posicionou dizendo: “Na hipótese dos autos, o crime foi praticado após a edição da Lei nº 13.297/2017 que não especificou que só o caput seria abrangido pela hediondez, daí o entendimento de que tal natureza se estende a todas as condutas narradas no art. 16. Antes o exposto, à progressão de regime deve ser aplicada a fração de 3/5, porque hediondo o crime e reincidente o paciente – HC 460/910/PR, Ministro Jorge Mussi. Entendimento pacificado. III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003; V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado. Esses incisos acima foram acrescentados. Tráfico, Tortura e Terrorismo são crimes equiparados a hediondo. Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de (...) I- Anistia, graça e indulto; II- Fiança; Na CF não apresenta o indulto expressamente, somente aqui na lei dos crimes hediondos. Antigamente existia o inciso III que proibia liberdade provisória, mas o STF revogou isso, portanto, a liberdade provisória é admitida para os crimes hediondos e/ou equiparados. Regime Inicial Para o Cumprimento da Pena: § 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. Ou seja, inicialmente fechado, tendo a possibilidade de progredir de regime. Direito de Recorrer em Liberdade § 3º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. § 4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. Prisão Temporária para crimes hediondos ou equiparados o prazo será de 30 dias podendo ser comprovado por mais 30 dias. Associação Criminosa e Delação Premiada Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo. Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços. Precisa ser verdadeiro esta delação premiada. Lei nº 7.960/1989 Rol taxativo de crimes; Só existe na fase do Inquérito Policial, depois que nasce a ação penal acabou, é só para casos urgentes e de extrema necessidade. É espécie de prisão cautelar de natureza processual que objetiva viabilizar as investigações sobre crimes graves, durante a fase do IP. Igualmente à prisão provisória, a temporária também só pode ser decretada pelo juiz. A CF adota o princípio da inercia do juiz e da imparcialidade, a temporária exige provocação, o juiz nunca pode decretar a temporária de oficio. Hipóteses de cabimento da prisão temporária A lei nº 7.960/89 não apresenta a necessidade de meros pressuposto para a decretação da segregação pessoal como o faz o CPP em relação a prisão preventiva. A lei de prisão temporária apresenta rol taxativo de hipóteses que autorizam a prisão temporária em seu art. 1º, a saber: Art. 1° Caberá prisão temporária: I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; Depende de análise do caso concreto, se é necessária esta prisão. II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; Juiz decreta para buscar essas informações, a partir do momento que é descoberta essas informações revoga essa prisão. III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: a) homicídio doloso; b) sequestro ou cárcere privado; c) roubo; d) extorsão; e) extorsão mediante sequestro; f) estupro; g) atentado violento ao pudor; h) rapto violento; i) epidemia (simples não permite a temporária) com resultado de morte; j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte; l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas; n) tráfico de drogas; o) crimes contra o sistema financeiro, é o mais cobrado nos concursos; p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. A partir desses incisos temos 5 correntes doutrinária, analisando se tais requisitos são cumulativos. A doutrina que prevalece fala que o requisito do inciso III é necessário, conjugado com o primeiro ou com o segundo inciso, não precisa estar necessariamente os dois incisos, esta é a corrente que prevalece. Prazo da prisão temporária O prazo é de 5 dias, prorrogável por mais 5 dias em caso de extrema e comprovada necessidade (art. 2º da Lei nº 7.960/89). Atenção: os prazos acima referem-se apenas à lei de prisão temporária, isso porque a Lei dos Crimes Hediondos, determina em seu art. 2º, §4º, que o prazo da temporária será de 30dias, prorrogáveis por mais 30 dias, comprovada extrema necessidade. 5 + 5: crimes comuns; 30 + 30: crimes hediondo, prazo específico; Além disso, foi acrescido pela Lei nº 13.869/2019 o §4º-A que determina que o “mandado de prisão conterá necessariamente o período de duração da temporária estabelecido no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser libertado.” Isso é para não dar margem para abuso de autoridade. Procedimento para a decretação da temporária Abaixo, destacaremos pro meio de uma sequência lógica, o procedimento necessário para a decretação da temporária: A temporária só pode ser decretada pelo juiz (nunca de oficio) em face de provocação da representação da autoridade policial (e, nesta hipótese, deverá haver a oitiva do MP e dará o parecer dele) ou de requerimento do MP. O Juiz tem o prazo de 24 horas, contado a partir do recebimento da representação ou requerimento, para decidir fundamentadamente sobre a decretação da prisão. O mandado de prisão deve ser expedido em duas vias, servindo como nota de culpa, sendo entregue ao indiciado; Cumprida a prisão, a autoridade policial deverá advertir o preso de seu direito constitucional de permanecer em silencio. O juiz poderá (facultativo), ao decretar a prisão, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações da autoridade policial ou submetê-lo a exame de corpo delito. Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais detentos (art.3º); Obs. inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de prisão temporária (§8º, incluído pela lei nº 13.869/2019). Ex. delegado prende o sujeito no dia 05 as 23h55, este dia 05 será computado, mesmo que seja no último minuto do dia 05. ANOTAÇÕES ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ Lei 9.503/1997 O Código de Trânsito Brasileiro apresenta rol taxativo de crimes praticado na direção de veículos automotores. Aqui não se incluem aeronaves e embarcação (que podem ser incluídas por outras leis). Nesse sentido, eis o teor do artigo 291 do CTB: Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber. Homicídio Culposo: negligência, imprudência e imperícia. Imprudência: forma positiva de culpa, é um agir em excesso. Ex. sujeito acima da velocidade e mata a pessoa. Negligencia: é um não fazer, uma omissão, ex. vou sair em baixo de chuva e meu carro está inapto para ser utilizado, e atropelo a pessoa. Imperícia: falta de aptidão técnica, ex. não sei dirigir carro, ao frear aperto a embreagem. Homicídio Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. § 1º No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente: I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do sinistro; incompatível com morte instantânea, a pessoa viu que foi cabeça pra um lado, corpo para outro. IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros, ex. uber, táxi. § 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: Penas - reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Lesão Corporal Culposa Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor: Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. § 1º Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302. § 2º A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência, e se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima. (art, 129,§1 e §2.) Mesmo na modalidade culposa qualifica se a lesão for grave ou gravíssima. Pode acontecer do legislador cobrar o CTB com o CP, e perguntar se o perdão judicial se aplica aqui no CTB, pode sim, é pacifico na doutrina, como são semelhantes, pode sim, quando as consequências do crime atingirem o agente de forma tão grave que se torne desnecessário a ação penal, como no caso de dar ré no carro e matar meu filho. Na modalidade simples, diante da pena, estamos diante de infração penal de menor potencial ofensivo. Todavia, para aplicação dos benefícios da Lei nº 9.099/1995, o CTB estabelece alguns limites no artigo §1º, do artigo 291: § 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros por hora). § 2º Nas hipóteses previstas no § 1o deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração penal. § 4º O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no art. 59 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), dando especial atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias e consequências do crime. Omissão de Socorro Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do sinistro, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave. Não é o causador do resultado e sim o sujeito que está envolvido; Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves. Obriga a socorrer a pessoa, mesmo que tenha várias pessoas socorrendo. Esse parágrafo único prevalece que é inconstitucional e não foi recepcionado pela Constituição, então é inconstitucional. Mas caso pergunte isso na prova, marcar essa alternativa. Fuga da Responsabilidade Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do sinistro, para fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.Prevalece que esse artigo é inconstitucional porque viola o princípio do “nemo tenetur se detegere” (ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo). Condução de veículo com capacidade psicomotora alterada por álcool ou droga Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência: Crime de perigo abstrato, eu não preciso provar risco nenhum, se o cara foi pego dirigindo bêbado já era, o risco é presumido. § 1º As condutas previstas no caput serão constatadas por: I - concentração igual ou superior a 6 decigramas de álcool por litro de sangue ou igual ou superior a 0,3 miligrama de álcool por litro de ar alveolar; ou II - sinais que indiquem, na forma disciplinada pelo Contran, alteração da capacidade psicomotora. § 2º A verificação do disposto neste artigo poderá ser obtida mediante teste de alcoolemia ou toxicológico, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova em direito admitidos, observado o direito à contraprova. § 3º O Contran disporá sobre a equivalência entre os distintos testes de alcoolemia ou toxicológicos para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. § 4º Poderá ser empregado qualquer aparelho homologado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO - para se determinar o previsto no caput. Violação de suspensão ou proibição do direito de dirigir Crime de perigo abstrato, é equivalente a um crime de desobediência. Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste Código: Penas - detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição. Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação. Condenado a entregar a CNH e não entrega, entra como uma desobediência. Participação de disputa ou manobra automobilística ilegal Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente, gerando situação de risco à incolumidade pública ou privada: Penas - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Preciso provar que alguém foi exposto ao risco, se não tiver não tem crime. Situação de perigo concreto; § 1º Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal de natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. § 2º Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo. Crimes preterdolosos, o sujeito quis o racha mas não quis o resultado morte. Direção de veículo sem autorização e com risco Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Crime de perigo concreto; Entrega de direção de veículo automotor a pessoa impedida ou incapaz Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo com segurança: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Crime de perigo abstrato, ex. pai entrega a chave do carro para o filho dirigir, o crime já está consumado, não importa. Direção Perigosa Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Crime de perigo concreto, é necessário a prova que o crime aconteceu, que o perigo aconteceu. Fraude Processual e Infracional Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de sinistro automobilístico com vítima, na pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito ou o juiz: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa. Tenta mudar o cenário do crime. Ex. trocar de lugar no carro. Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados, quando da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se refere. Penas restritivas de direito: Art. 312-A. Para os crimes relacionados nos arts. 302 a 312 deste Código, nas situações em que o juiz aplicar a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, esta deverá ser de prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas, em uma das seguintes atividades: I - trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de bombeiros e em outras unidades móveis especializadas no atendimento a vítimas de trânsito; II - trabalho em unidades de pronto- socorro de hospitais da rede pública que recebem vítimas de sinistro de trânsito e politraumatizados; III - trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de sinistrados de trânsito; IV - outras atividades relacionadas a resgate, atendimento e recuperação de vítimas de sinistros de trânsito. São as penas restritivas, mas não são muito eficazes pois o sujeito não poderá auxiliar em nada. Suspensão ou Proibição para dirigir: A suspensão ou a proibição para dirigir pode constituir: Pena; Medida cautelar. Vejamos: Art. 293. A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação, para dirigir veículo automotor, tem a duração de dois meses a cinco anos. § 1º Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à autoridade judiciária, em quarenta e oito horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de Habilitação. Se não entregar desobediência; § 2º A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor não se inicia enquanto o sentenciado, por efeito de condenação penal, estiver recolhido a estabelecimento prisional. Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como medida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção. Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida cautelar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério Público, caberárecurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo. Parte da doutrina defende a tese que esse dispositivo está ultrapassado, afim de dizer que o juiz não pode de oficio. Art. 295. A suspensão para dirigir veículo automotor ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação será sempre comunicada pela autoridade judiciária ao Conselho Nacional de Trânsito - CONTRAN, e ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for domiciliado ou residente. Art. 296. Se o réu for reincidente na prática de crime previsto neste Código, o juiz aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis. Pena de Multa: Art. 297. A penalidade de multa reparatória consiste no pagamento, mediante depósito judicial em favor da vítima, ou seus sucessores, de quantia calculada com base no disposto no § 1º do art. 49 do Código Penal, sempre que houver prejuízo material resultante do crime. § 1º A multa reparatória não poderá ser superior ao valor do prejuízo demonstrado no processo. § 2º Aplica-se à multa reparatória o disposto nos arts. 50 a 52 do Código Penal. § 3º Na indenização civil do dano, o valor da multa reparatória será descontado. Ex. o que ele pagou no criminal será abatido no civil; Circunstancias agravantes: Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração: I - com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano patrimonial a terceiros; II - utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas; III - sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; IV - com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do veículo; V - quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de passageiros ou de carga; VI - utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações do fabricante; VII - sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres. Proibição de Prisão em Flagrante ao Causador do Acidente que Socorre a vítima: Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de sinistros de trânsito que resultem em vítima, não se imporá a prisão em flagrante nem se exigirá fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela. Não poderá ser preso, responderá em liberdade. ATUALIZAÇÃO: Lei nº 14.071/2020 acrescentou no CTB o artigo 312-B Art. 312-B. Aos crimes previstos no § 3º (homicídio culposo qualificado) do art. 302 e no § 2º do art. 303 (lesão corporal culposa) deste Código não se aplica o disposto no inciso I do caput do art. 44 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal). Proibição da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. Fazer as questões da plataforma, desta aula. ANOTAÇÕES ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ Lei nº 9.269/1996 A interceptação telefônica é uma medida cautelar que visa o registro de comunicações sem a ciência dos interlocutores para servir de prova em investigação criminal ou instrução processual. Pode acontecer na fase do inquérito policial, por conta da urgência e funcionará como prova. Atualmente, esta lei abrange (objetos): Interceptações telefônicas: interceptação entre linhas telefônicas moveis ou não; Interceptação de informática: interceptação entre aparelhos de informática; Interceptações telemáticas: interceptação entre as comunicações que mesclam telefonia e informática; Captação Ambiental: gravação de sons e/ou imagens de encontro e conversa entre duas ou mais pessoas. Nos termos do art. 1º da Lei, a interceptação de comunicações telefônicas somente poderá ser utilizada para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, em obediência ao quanto disposto no art. 5º, inciso XXII da CF. Não posso usar a interceptação em um processo civil, fiscal, trabalhista, administrativo por exemplo. O que prevalece é que a título de prova emprestada pode, pois a prova já foi produzida corretamente no criminal, ex. emprestar essa prova para um processo disciplinar administrativo. Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: - Não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal, a mera presunção não pode; - A prova puder ser feita por outros meios disponíveis, caráter subsidiário da interceptação; Precisa demonstrar que todos os outros meios foram esgotados. - O fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada (art. 2º, caput, e parágrafo único, lei nº 9.296/96). A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz de oficio (somente durante o processo) ou a requerimento da: - Autoridade policial, na investigação criminal; - Do representante do MP, na investigação criminal e na instrução processual penal; O pedido de interceptação de comunicação conterá a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados. Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido, deferindo ou indeferindo (art. 4º, caput, e §§ 1º e 2º da lei). A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligencia, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidadedo meio de prova – art. 6º da lei. 15 dias + 15 dias = comprovadamente, a renovação não é automática. Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência ao MP, que poderá acompanhar a sua realização. No caso de a diligencia possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será determinada a sua transcrição. Cumprida a diligencia, a autoridade policial encaminhará o resultado da interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações realizadas (art. 6º, §§1º e 2º da lei). Para os procedimento da interceptação, a autoridade policial poderá requisitar/ordem serviços técnicos especializados as concessionárias de serviço público (art. 7). A interceptação, de qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das diligencias, gravações e transcrições respectivas. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes do relatório (peça que conclui o IP) da autoridade, quando se tratar de inquérito policial ou na conclusão do processo ao juiz para o despacho (art.8). Contraditório é diferido/ postergado, a parte que foi interceptada poderá se manifestar sobre a interceptação. O pacote anticrime acrescentou o artigo 8º- A que assim dispõe: Art. 8º-A: Para investigação ou instrução criminal, poderá ser autorizada pelo juiz, a requerimento da autoridade policial ou o Ministério Público, a captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando: I - a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e igualmente eficazes; e II - houver elementos probatórios razoáveis de autoria e participação em infrações criminais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos ou em infrações penais conexas. § 1º O requerimento deverá descrever circunstanciadamente o local e a forma de instalação do dispositivo de captação ambiental. § 2º A instalação do dispositivo de captação ambiental poderá ser realizada, quando necessária, por meio de operação policial disfarçada ou no período noturno, exceto na casa, nos termos do inciso XI do caput do art. 5º da Constituição Federal. § 3º A captação ambiental não poderá exceder o prazo de 15 (quinze) dias, renovável por decisão judicial por iguais períodos, se comprovada a indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade criminal permanente, habitual ou continuada. § 4º A captação ambiental feita por um dos interlocutores sem o prévio conhecimento da autoridade policial ou do Ministério Público poderá ser utilizada, em matéria de defesa, quando demonstrada a integridade da gravação. § 5º Aplicam-se subsidiariamente à captação ambiental as regras previstas na legislação específica para a interceptação telefônica e telemática. A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada. O incidente de inutilização será assistido pelo MP, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal (art.9º). Motivos do veto presidencial do §2º e 4º anteriormente: - gera insegurança jurídica ao impedir o alcance da captação ambiental na casa do investigado; - cria um critério de licitude da prova em razão da parte que beneficiará, violando o princípio da boa-fé objetiva, lealdade e cooperação entre os sujeitos processuais; Críticas: - o que determina se a diligência é válida é a existência de autorização judicial; - se a própria lei exclui a ilicitude da captação ambiental feita por um dos interlocutores, não há como admitir a sua utilização apenas à defesa. Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judicial que determina a execução de conduta prevista no caput deste artigo com objetivo não autorizado em lei. O Juiz concede sem o preenchimento dos pressuposto. Art. 10-A. Realizar captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos para investigação ou instrução criminal sem autorização judicial, quando esta for exigida: § 1º Não há crime se a captação é realizada por um dos interlocutores. § 2º A pena será aplicada em dobro ao funcionário público que descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a captação ambiental ou revelar o conteúdo das gravações enquanto mantido o sigilo judicial. ANOTAÇÕES ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ ____________________________________ Lei nº 13.869/2019 Art. 1º Esta Lei define os crimes de abuso de autoridade, cometidos por agente público, servidor ou não, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído. § 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal. - Não existe abuso de autoridade culposo, essa lei é incompatível com os crimes culposos; - Essa lei é incompatível com o dolo eventual; - Essa lei tem dolo permanente, o agente público quer fazer, ele fez porque ele quis. § 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas não configura abuso de autoridade. - Proibição do crime de hermenêutica (significa interpretação da lei); Esses dois § são importantíssimos para o concurso. Art. 2º É sujeito ativo (aquele que pratica o crime) do crime de abuso de autoridade qualquer agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas não se limitando a: I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas; II - membros do Poder Legislativo; III - membros do Poder Executivo; IV - membros do Poder Judiciário; V - membros do Ministério Público; VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas. Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput deste artigo. É um rol exemplificativo, podendo se enquadrar outros funcionários públicos, todos aqueles que exercem função pública, são crimes próprios. E os particulares, podem responder por abuso de autoridade? Em regra não, o particular sozinho não, mas junto com um funcionário, sabendo que ele era funcionário público pode sim, mais o código penal em seu artigo 33 coloca que via de regra as condições e características pessoais são minhas não vão se comunicar com os coautores, salvo quando elementares do crime, se for elementar irá comunicar com o coautor. O fato de eu ser funcionário público é elementar, portanto irá se comunicar com o particular. Ex. policial batendo em uma pessoa na rua, eu não sendo funcionária chego junto ao policial e começo a bater na pessoa. Neste caso acima, eu ire responder por abuso de autoridade mesmo não sendo funcionária pública. Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada. § 1º Será admitida ação privada (subsidiaria da pública) se a ação penal pública não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. § 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de 6 (seis) meses (prazo decadencial), contado da data em que se esgotar o prazo para oferecimento da denúncia. Dos Efeitos da Condenação Art. 4º São efeitos da condenação: I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos por ele sofridos; Se o ofendido não pedir o juiz não irá fixar, e se pedir, o juiz criminal que fixará o valor. II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos; O Juiz assim que condena por abuso de autoridade, decreta esse efeito para que a pessoa não exerca qualquer função pública pelo prazo de 1 a 5 anos. III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública. Aqui a pessoa é exonerada do cargo. Esses requisitos não são cumulativos, o juiz pode fixar um ou outro. Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III do caput deste artigo são condicionados à ocorrência de reincidência em crime de abuso de autoridade e não são automáticos, devendo ser declarados motivadamente na sentença. Reincidência específica nesse caso acima. Das Penas Restritivas de Direitos Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das privativas de liberdade previstas nesta Lei são: I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas; II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos vencimentos e das vantagens; III - (VETADO). Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente. Exceções do Princípio da instancias relativas Absolvição no penal por ausência de autoria, ex. policial consegue provar que ele não estava no dia daquele delito. Irá ser absolvido no crível, administrativo e criminal. Ausência do fato, o fato nunca existiu, ele não será condenado no civil, no administrativo e no criminal, e o criminal fará a comunicação ao civil e ao administrativo. Casos de excludente de ilicitude, ex. policial invade a casa com mandado de dia, mas o criminoso começa a falar que o policial invadiu a casa de noite, tentando tramar contra o policial. Neste caso, começou uma ação penal, civil e administrativa contra esse policial, e logo depois ficou comprovado que não houve abuso de autoridade. Neste caso, o policial será absolvido no cível e no administrativo. Art. 6º As penas previstas nesta Lei serão aplicadas independentemente das sanções de natureza civil ou administrativa cabíveis. – Princípio da Independência das instancias relativa. Parágrafo único. As notícias de crimes previstos nesta Lei que descreverem falta funcional serão informadas à autoridade competente com vistas à apuração. Cada instancia segue seu rumo, mas por exemplo, se um delegado tiver conhecimento da prática de abuso de autoridade, ele no criminal é obrigado a comunicar a autoridade superior daquele sujeito ativo para que também seja instaurado uma ação de natureza administrativa, o penal ou o civil é obrigado a comunicar o administrativo. Exceções: Art. 7º As responsabilidades civil e administrativa são independentes da criminal, não se podendo mais questionar sobre a existência ou a autoria do fato quando essas questões tenham sido decididas no juízo criminal. Art. 8º Faz coisa julgada em âmbito cível, assim como no administrativo-disciplinar, a sentença penal que reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Crimes em Espécie Art. 9º Decretar (crime formal, conduta comissiva, somente quem tem poder para prender) medida de privação da liberdade em manifesta desconformidade com as hipóteses legais: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária (juiz) que, dentro de prazo razoável, deixar de: I - relaxar a prisão manifestamente ilegal; II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível; III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando manifestamente cabível. Questão importante recai sobre a expressão “prazo razoável”. Qual seria esse prazo, capaz de configurar o crime em estudo em suas modalidades equiparadas? 1 corrente: 24 horas (equiparação com o art. 800, III, do CPP para despacho de expediente); 2 corrente: 5 dias (equiparação com o art. 800, II, do CPP para decisão interlocutória simples); 3 corrente: 48 horas (equiparação com o art. 322, parágrafo único do CPP para decisão judicial de concessão de fiança). Essa é a corrente que prevalece. Bem jurídico tutela: direitos e garantias fundamentais do indivíduo, especialmente a liberdade de locomoção e a dignidade da pessoa humana. É também protegida em sentido amplo a administração pública. Sujeitos: Sujeito Ativo: qualquer autoridade com atribuição ou competência para determinar medida privativa de liberdade (autoridade ou agente policial; autoridade militar; membro do MP ou autoridade judiciária). O parágrafo único limita-se a autoridade judiciária. Sujeito Passivo: qualquer pessoa que teve seu direito de ir e vir limitado ilegalmente pelo sujeito ativo. Art. 10. Decretar (crime formal) a condução coercitiva de testemunha ou investigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Não convoco a testemunha e mando ir buscar ela coercitivamente, isso é abuso de autoridade. O congresso esqueceu de mencionar no dispositivo acima o acusado, o réu, o condenado e a vítima. Então se no concurso perguntar sobre um deles eu tenho que dizer que não configurará abuso de autoridade, somente se o investigado ou a testemunha forem conduzidos a força sem prévia comunicação. IMPORTANTE! O legislador se esqueceu de incluir o ofendido e o acusado no rol de vítimas e, por isso, em eventualdecretação de condução coercitiva contra estes manifestamente descabida ou sem prévia intimação de comparecimento ao juízo não haverá crime, sob pena de incorrermos em analogia in malam partem. Art. 12. Deixar (omissão) injustificadamente de comunicar prisão em flagrante à autoridade judiciária no prazo legal (prazo de 24horas): Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem: I - deixa de comunicar, imediatamente (aqui não entra o prazo de 24hrs), a execução de prisão temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou; II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada; III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão e os nomes do condutor e das testemunhas; IV – aquele que prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão temporária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou de internação, deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal. Ex. delegado que, após lavrar auto de prisão em flagrante, deixa de comunicar a autoridade judiciária do feito durante todo o final de semana visando prejudicar o preso. Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a: I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade pública; Ex. policial mostra o rosto do criminoso para o repórter. II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei; Ex. policial pega dois presos e colocam os dois para se beijar. III - (VETADO). III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro, ex. o policial força o criminoso a fazer exame de sangue. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à violência. O Juiz terá que analisar o caso concreto, se irá se encaixar na lei de abuso de autoridade ou na lei de tortura. Para o concurso, a banca sobre perguntar referente a lei especial, ou a de abuso ou a de tortura e jamais ambas, pois teriam duas respostas com penas diferentes. Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar segredo ou resguardar sigilo: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. (VETADO). Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o interrogatório: I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou defensor público, sem a presença de seu patrono. Violência Institucional Art. 15-A. Submeter a vítima de infração penal ou a testemunha de crimes violentos a procedimentos desnecessários, repetitivos ou invasivos, que a leve a reviver, sem estrita necessidade: I - a situação de violência; ou II - outras situações potencialmente geradoras de sofrimento ou estigmatização: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. § 1º Se o agente público permitir (omissão imprópria) que terceiro intimide a vítima de crimes violentos (tem que ser de crimes violentos, não é a mesma pessoa do caput), gerando indevida revitimização, aplica-se a pena aumentada de 2/3 (dois terços). Ex. o delegado deixa um terceiro a constranger a vítima, e ele não faz nada, ele terá sua pena aumentada, porque ele é garantidor. § 2º Se o agente público intimidar a vítima de crimes violentos, gerando indevida revitimização, aplica-se a pena em dobro. Ex. o próprio agente intimida, ele não faz perguntas igual no caput, ele intimida a vítima gritando com ela, ou perguntando se ela tem provas daquilo que ela está falando. Visa evitar essa revitimização/vitimização secundária. Ex. o promotor fica enchendo o saco da vítima, fazendo perguntas que não tem nada a ver com o processo, ou insinuando algo. Sujeito ativo: crime próprio MP, delegado, agente policial, investigador, juiz, qualquer pessoa que tenha contato com o sujeito passivo numa persecução criminal. Sujeito passivo: crime próprio, vítima de infração penal e testemunhas de crimes violentos, deve ser crimes violentos, uma testemunha de furto, estelionato não pode ser sujeito desse delito. É um crime formal, ele vai se consumar mesmo que a vítima não se sinta constrangida, basta a prática da conduta lesiva. É um crime de perigo concreto, é necessário a demonstração de que o comportamento do sujeito ativo tinha capacidade de atingir o bem jurídico da vítima. Se o crime for praticado por forma escrita, será considerado como tentativa. Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso por ocasião de sua captura ou quando deva fazê- lo durante sua detenção ou prisão: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável por interrogatório em sede de procedimento investigatório de infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo falsa identidade, cargo ou função. Tem que comprovar o dolo específico. A autoridade precisa deixar claro qual é a sua função, se ele é delegado, investigador, policial etc. Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou se ele, devidamente assistido, consentir em prestar declarações: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. O delegado não pode mais interrogar o preso a noite, se ele interrogar a noite será considerado abuso de autoridade, mas há exceções. Salvo se capturado em flagrante ou se o preso estiver assistido pelo seu defensor e ambos assinem dizendo que querem ser interrogados, se o preso sem seu advogado, quiser ser interrogado e ele assinar o termo, não pode, configurará abuso de autoridade da mesma forma. A nova lei de abuso de autoridade trouxe o horário que considera noite e dia. Noite começa das 21hrs até as 5hrs – nesse período não pode ser interrogado. Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito de preso à autoridade judiciária competente para a apreciação da legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua custódia: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Ex. o réu faz um papel escrito um habeas corpus e tenta mandar para o juiz, mas o policial rasga ou atrasou o envio do HC, configurará abuso. Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente do impedimento ou da demora, deixa de tomar as providências tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir sobre a prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja. Juiz é o competente para julgar o HC, ele fica sabendo sobre o HC e não sana, não aprecia irá configurar abuso. Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada do preso com seu advogado: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável, antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório ou no caso de audiência realizada por videoconferência. Outros exemplos onde pode ser impedido a livre defesa técnica, deixando o réudistante do seu defensor, sem poder comunicar com ele, será configurado como abuso. Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço de confinamento: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Não pode colocar homem e mulher na mesma cela, se colocar configurará abuso de autoridade. O transexual se passando de homem para mulher ou vice e versa, deverá preencher alguns requisitos: - mudança de nome civil; - remoção de órgão por cirurgia; - laudo psicológico atestando que é transexual e não homossexual; Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma cela, criança ou adolescente na companhia de maior de idade ou em ambiente inadequado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). Também não posso colocar uma criança numa cela com adultos. Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências, ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação judicial ou fora das condições estabelecidas em lei: É as hipóteses já previstas na CF. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. § 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste artigo, quem: I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências; II - (VETADO); III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas). § 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre. Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de investigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a responsabilidade: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Igual o fraude processual do código penal. Ex. imagine que um policial comete algum ilícito e começa a mudar as coisas, ex. ele forja cenário do crime pra dizer que foi legitima defesa. Ou ele joga droga nas coisas de uma pessoa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta com o intuito de: I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso praticado no curso de diligência; II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência ou do processo. Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou empregado de instituição hospitalar pública ou privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar local ou momento de crime, prejudicando sua apuração: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência. Ex. o policial está vendo que a pessoa está morta e ele quer dar entrada no hospital, mas ali é barrado pelos enfermeiros dizendo que deve levar a pessoa para o IML, o policial começa a ameaçar os enfermeiros obrigando a deixarem o cadáver entrar. Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de sua ilicitude. Ex. o delegado faz uma interceptação clandestina, mesmo sabendo que o juiz indeferiu o pedido da interceptação. Aí o delegado manda para o MP (o promotor sabe que era ilegal essa interceptação) mesmo assim denúncia. Qual a consequência jurídica para esse delegado? É o crime previsto no artigo 25 da lei de abuso de autoridade, e a consequência jurídica é aquela que está prevista no artigo 157 do CPP (desentranhamento da prova ilícita dos autos). Agora o parágrafo único diz sobre a conduta do promotor, pois ele utiliza da prova ilícita. Art. 27. Requisitar (ordenar MP/Juiz) instauração ou instaurar (delegado) procedimento investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de infração administrativa: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Manda instaurar sem ter nenhum tipo de autoria ou materialidade de crime, apenas com o intuito de prejudicar terceiro. Ex. amigo do delegado pede para ele instaurar Inquérito contra fulano, para ser barrado na investigação social do concurso. Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou investigação preliminar sumária, devidamente justificada. Precisa realmente instaurar um IP para apurar a prática de abuso de autoridade. Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Ex. delegado começa a gravar uma interceptação para tentar descobrir se o indiciado cometeu tal crime, no meio das gravações o delegado escuta que o indiciado está cometendo adultério e começa a divulgar para todo mundo. O adultério não tem nada a ver com a prova que se quer produzir. Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial, policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse de investigado: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Se aparecer acusado em alguma pergunta sobre esse artigo não configurará abuso, pois só prevê para o investigado. Ex. um perito manda uma carta pericial e ele mente, mandado uma carta falsa para o processo para agravar a pena do investigado. Agora se ele estiver tentando ajudar o investigado e mente para favorecer ele não responde por abuso de autoridade. Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe inocente: Estou dando início ou continuo com a persecução sabendo que a pessoa é inocente, isso configurará abuso. Ex. o delegado sabe que o vizinho é inocente e para prejudicar o vizinho ele continua com a persecução penal mesmo sabendo que ele é inocente. Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Consumação e tentativa: é necessário o início da persecução formal para a consumação, logo, não se admite a tentativa. Ex. mesmo sabendo que fulano, funcionário público, não praticou infração administrativa, o superior hierárquico, visando prejudicar beltrano, instaura contra este último procedimento de persecução administrativa visando investiga-lo. Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-a em prejuízo do investigado ou fiscalizado: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Ex. delegado instaura um IP, o sujeito está respondendo em liberdade, portanto o delegado tem 30 dias para encerrar o IP, mas no 5 dia fica bem claro que o sujeito é inocente, só que o delegado não foi com a cara do investigado ele estica até o último prazo e ainda pede a prorrogação do prazo, configura abuso de autoridade. Alguns procedimentos de fiscalização não tem prazo para ser concluído, para esses casos temos o parágrafo único. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo para execução ou conclusão de procedimento, o estende de forma imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do fiscalizado. Mesmo tendo chegando a uma conclusão eles ficam
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