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FICHAMENTO 2 - A DESCOBERTA DA AMÉRICA OU A AMÉRICA DESCOBERTA INVASÕES E MOTINS, UMA ALIANÇA PERIGOSA

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FICHAMENTO: “A DESCOBERTA DA AMÉRICA OU A AMÉRICA DESCOBERTA”. “INVASÕES E MOTINS, UMA ALIANÇA PERIGOSA”.
BICALHO, Maria Fernanda. 
A DESCOBERTA DA AMÉRICA OU A AMÉRICA DESCOBERTA
Um outro olhar
Os franceses, holandeses e ingleses andavam bastante pela costa do Brasil, tendo os franceses como os mais assíduos.
Até 1605, outros países podiam vir ao Brasil comercializar, quando houve.um decreto que estabeleceu que somente Portugal poderia.
A partir do séc. XVII o RJ foi o mais assediado por outros países, com bastante contrabando, e "espiões" estrangeiros.
O rei adverte o governador da capitania sobre os estrangeiros que viviam ali, sobretudo, com ambição das minas.
No séc. XVIII todos os estrangeiros foram proibidos de viver no Brasil, com exceção de quem fosse casado com portugueses, para evitar o vazamento de informações e de recursos.
Obviamente a pirataria cresceu na região, eles chegavam por olha grande e Parati.
Há uma infinidade de registros de navios piratas que passaram pela região, feitos pelos próprios marinheiros, com mapas detalhados tanto do mar quanto do sertão, como descrição de como eram as vilas e a sociedade no período, e a historiografia se beneficiou muito desse material, e também as expedições seguintes os usavam como guias, e sempre atualizavam seu material, de acordo com as novas descobertas.
Mas cartas, também discutiam estratégias de invasão, melhor horário, condição do tempo, por onde invadir, e pra onde ir em seguida, como por exemplo a estratégia de cortar a água da capitania estragando o aqueduto da carioca.
O texto difere o corso da pirataria, onde a primeira é oficializada pelos reis, e a outra é considerada ilegal.
O texto cita duas expedições importantes, a primeira em 1710, 
A segunda acontece em 1711, financiada pelo governo francês, por Luiz XIV, e na P.44 do texto há os detalhes da negociação, como a parte dos lucros e dos gastos que caberia a cada um. 
Essa expedição entrou na Baía de Guanabara sem problema, pois apesar de terem sido avistados dias antes, o governador da capitania se preparou, mas com o passar dos dias acabou relaxando na defesa e desarmando todo o aparato, e nesse dia os navios chegaram, pegando a cidade totalmente desarmada. Os portugueses fugiram para o sertão, deixando na cidade apenas mulheres crianças e idosos, e todos os seus bens lá.
INVASÕES E MOTINS, UMA ALIANÇA PERIGOSA
Temor e desordem
A defesa do RJ era sabidamente frágil, precária de munições e armamentos, o que contribuía para o desespero da população a cada navio aparecido que não fosse português. O mar, em questão, era um objeto de medo do período (vide História do medo no ocidente. Jean Delumeau), e não era apenas da sociedade carioca desse período, na Europa as cidades costeiras geralmente sofriam desses medos também.
A cidade tinha intensa movimentação tanto de pessoas, quanto de navios, pois era um grande centro comercial, por onde aportavam muitas mercadorias.
A desordem era conhecida como característica no RJ (nada mudou), a ponto das pessoas que chegavam cometerem mais crimes que a população local, total falta de sossego e segurança pública na cidade. Isso é objeto de reclamação em uma das cartas ao Rei lusitano.
Fazendo a análise dessas cartas, chega-se a conclusão de que a perturbação da ordem na cidade causada pela chegada de navios e pessoas estranhas colocavam em risco a própria administração colonial.
Um outro problema da cidade era as deserções de marinheiros, muitos deles ocultados pela população, e isso dificultava o nível das forças militares para a proteção da "praça", fora as fugas de soldados para a região das minas, principalmente no início da exploração aurífera. A coroa tomou medidas para evitar essas deserções, que foi a expedição de documentos, e só poderiam ir para outras regiões quem tivesse esses documentos. A medida do governo foi um fracasso (parece o governo do Crivella).
As invasões francesas
Nunca tentaram invadir a capitania pelo sertão, o que fazia com que as defesas ficassem focadas somente nas praias e na Baía, e foi por ali que os franceses invadiram em 1710. 
Os soldados ficavam de vigia, e ninguém saia da cidade, com isso, a população aumentou o preço das comidas (ah, o capitalismo), mas o governo proibiu essa medida.
A invasão de 1710 fracassa, pois, as defesas foram bem postadas, apesar desse elemento surpresa do ataque pelo sertão, e com isso, a população fez enormes festejos e comemorações.
Em 1711 sai uma nova expedição francesa para invadir o RJ, essa foi a que entrou pois a população masculina havia abandonado a cidade. O governador, Castro de Morais obviamente foi o culpado por tudo aquilo, perdendo seu posto assim que o rei soube da história. Voltando ao fato, o governador foi para longe da capitania, esperar reforços que viriam da região das minas para enfim combater os franceses, que nessa altura já haviam dominado a cidade completamente, tomando posse de tudo, inclusive dos armamentos abandonados pelos portugas, mas ao menos eles conseguiram esconder parte dos bens preciosos, enterrando em locais próximos.
O texto menciona que há traição dos 2 lados, franceses de bandeando para o lado dos portugueses, e o contrário também, e moradores comercializaram normalmente com os invasores. Essa atitude foi contestada depois, mas eles foram inocentados.
A revolta dos colonos
O governador das minas enviou as tropas, mas não pode deixar de criticar o governador do RJ abertamente, por descuido do mesmo. (Parece até os governantes atuais criticando o Bozo por conta das suas imbecilidades em relação ao Covid19)
Os franceses fizeram o saque, pediram resgate, que foi pago pelos portugueses, e foram embora felizes da vida cheio de ouro brasileiro (Os franceses roubaram de ladrões, estão perdoados).
Os moradores do RJ pediram a substituição do governador imediatamente, exigindo uma pessoa de coragem para seu lugar. Antônio de Albuquerque foi o grande felizardo, e como sua primeira missão, teve a difícil tarefa de convencer a população a ressarcir o valor do resgate para a coroa.
A coroa fez concessões, parcelou, aumentou prazo e etc. 
Prudência e cautela
Houve uma troca no governo da capitania, assumido por Francisco de Távora.
A coroa ordenou que fosse aberta uma sindicância para averiguar quem foi o verdadeiro culpado pela perda e negociação do resgate da cidade.
Guerra dos emboabas - Conflito armado ocorrido na região das Minas Gerais entre os anos de 1707 e 1709, envolvendo os bandeirantes paulistas e os emboabas (portugueses e imigrantes de outras regiões do Brasil). O confronto tinha como causa principal a disputa pela exploração das minas de ouro recém-descobertas na região das Minas Gerais. Os paulistas queriam exclusividade na exploração da região, pois afirmavam que tinham descoberto as minas.
Os emboabas eram liderados pelo português Manuel Nunes Viana.
Os paulistas eram comandados pelo bandeirante Borba Gato.
O conflito mais importante e sangrento ocorreu em novembro de 1708 no distrito de Ouro Preto. Os embobas dominaram a região das minas e os paulistas se refugiaram na área do Rio das Mortes.
Os paulistas foram derrotados e a Coroa Portuguesa criou a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro.
A cobrança do quinto foi regulamentada.
A Coroa Portuguesa, após acabar com o conflito e pacificar a região, assumiu a exploração de ouro na região das Minas Gerais.
Os bandeirantes paulistas, expulsos da região das Minas Gerais, foram procurar em busca de ouro nas regiões de Goiás e Mato Grosso. Encontraram nestas áreas novas minas para explorar.
 
A autora cita outra revolta nativista, a de Pernambuco, tratada com mais energia por parte da coroa. Houveram outras.
Portugal percebe que não pode confiar em nenhuma nação amiga.

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