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Caso Concreto – AULA 05 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADVOGADO, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da carteira de identidade nº ..., inscrita no CPF sob o nº ..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliada à rua..., vem, à presença de Vossa Excelência, impetrar HABEAS CORPUS Em favor de MATILDE, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da carteira de identidade nº ..., inscrita no CPF sob o nº ..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliada à rua..., apontando como autoridade coautora o Juiz da 10ª Vara de Família da Capital, pelas razões de fato e de direito que passa a expor DOS FATOS A paciente é domiciliada na cidade do Rio de Janeiro e está sendo executada por seus filhos Jane e Gilson Pires, menores, com treze e seis anos, respectivamente, representados por seu pai, Gildo, pelo rito do artigo 911, do CPC. Na execução de alimentos, que tramita perante o juízo da 10ª Vara de Família da Capital, a paciente foi citada para pagar a quantia de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), referente aos últimos cinco meses não pagos dos alimentos fixados por sentença pelo juízo da mesma Vara de Família Ocorre que a paciente está desempregada há 1 ano, fruto da grave situação econômica em que passa o país, com isso não está conseguindo se inserir novamente no mercado de trabalho e nem possui condições financeiras para quitar a dívida alimentar. Diante da impossibilidade da executada em adimplir a sua dívida, o magistrado decretou a prisão da mesma, pelo prazo de sessenta dias. DA LIMINAR Presentes os requisitos que autorizam a concessão da tutela de urgência, o fumus boni iuri se caracteriza uma vez que o débito alimentar que autoriza a prisão é o referente aquele até 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução, e no caso concreto a execução é de 5 (cinco) meses. Portanto, a paciente justificou a impossibilidade de adimplir sua obrigação alimentar em face de estar afastada do mercado de trabalho há mais de 1 ano, fruto da grave situação econômica em que passa o país. Quanto ao periculum in mora está caracterizado uma vez que está decretado a prisão da paciente, o que causará grave violação de direito, que vai violar o seu direito de ir e vir, como também a possibilidade em conseguir um novo emprego, e assim a impedindo em quitar a dívida. DOS FUNDAMENTOS De acordo com o artigo 5º, inciso LXVII da Constituição, o habeas corpus tem a finalidade de coibir violação da liberdade de locomoção de quem já tenha sofrido ou esteja na iminência de sofrer. A paciente foi apresentada como parte Ré num processo de execução de alimentos que busca o pagamento dos últimos 5 meses. O artigo 911 do Código de Processo Civil, expressa que a execução fundada em título executivo extrajudicial em que haja obrigação de pagar, o juiz mandará citar o executado para que faça o pagamento em três dias. A paciente não apresenta condições de adimplir o débito por motivos que não dependem exclusivamente dela, então não há que se falar sobre a edição do decreto prisional em seus artigos 528, §§ 2º ao 7º. Assim, o direito da autora foi flagrantemente violado, pois, de acordo com o § 7º, do artigo 528, do CPC combinado com o artigo 911 do mesmo código e corroborado pela súmula, 309, do STJ, são claros ao dizer que a prisão civil é justificada pelo débito dos 3 últimos meses anteriores ao ajuizamento da ação, o que invalida o pedido. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: 1 - A concessão de liminar para sustar o decreto prisional, bem como os seus efeitos; 2 - A notificação da autoridade coautora para prestar as informações; 3 - A intimação do procurador de justiça; 4 - Seja concedido a ordem de Habeas Corpus com a expedição do respectivo Salvo Conduto. Nestes termos, Pede deferimento. Local e data Advogado/ OAB/UF
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