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Exame de Urina O Paciente recebe impresso o seguinte: INFORMAÇÃO AO CLIENTE: COLHEITA DE URINA – Um perfeito exame de urina depende, em primeiro lugar, de uma perfeita colheita do material .para isso, observar o seguinte: • Colher TODA a primeira micção, logo após se levantar pela manhã. (O laboratório fornece os frascos adequados ou então usar frasco de vidro claro, muito bem lavado, bem enxaguado e seco, preparado na véspera ) . •Homens deverão urinar diretamente dentro do frasco. •Mulheres urinarão dentro de um vaso, previamente muito bem lavado e seco e imediatamente, deixar a urina em repouso, agitando o vaso, despejar toda urina dentro do frasco.(o exame dos depósitos é muito importante). Se a paciente estiver menstruada, informar ao médico do laboratório. • Crianças pequenas e lactantes usarão coletores de urina de plástico que o laboratório fornece a pedido. • A urina deverá ser trazida IMEDIATAMENTE ao laboratório. Caso isso não seja possível, o frasco (BEM FECHADO) dentro de recipiente “isopor” com gelo picado. •Não deixar a urina coletada por longo tempo no vaso. •Não deixar a urina em frasco aberto ou mal fechado. •Não deixar a urina em local quente. •Não deixar a urina exposta ao sol. •Deixar a urina em frasco, sem o nome do paciente escrito por fora. •A colheita da urina para o ‘’Método de Addis” deverá ser por tempo exato. Assim, à noite antes de se deitar, esvaziar bem a bexiga e pôr fora à urina; pela manhã ao se levantar, urinar colhendo toda a urina, verificar à hora . Anotar no rótulo do frasco o número de horas que decorreu entre as duas micções: desde á noite anterior, até a micção pela manhã. Se por acaso, urinar durante á noite colher também esta urina e juntá-la à primeira da manhã ao se levantar. PROCESSAMENTO GERAL DO EXAME DE URINA A urina, ao chegar ao laboratório é registrada, identificação, e a seguir o frasco é agitado vigorosamente, durante alguns segundos até ressuspender todos os elementos figurados. Imediatamente ela é despejada numa proveta graduada, e o seu volume é anotado. A seguir, sem que haja tempo para a deposição do sedimento, são transferidas alíquotas da urina para dois tubos: O primeiro, um tubo cônico de centrifugação de 15ml, graduado, que receba 10 ml de urina. E um segundo tubo de 110X10mm. O tubo cônico, de centrifugação, recebe duas gotas de formol a 40 volumes, e é imediatamente agitado, por inversão, repetidas vezes e o segundo tubo recebe urina, até 1cm da borda . O mesmo processo se estende à todas as urinas, que vão se enfileirando nas estantes, sobre o balcão de acordo com a numeração recebida. Os dois tubos, contendo a urina de cada paciente, são centrifugados a 2500 rpm durante 5 minutos. Após esta centrifugação, mergulha-se dentro do tubo cônico, a ponta de uma cânula de encher tubo do Hematócrito Wintrobe, adaptada a uma pequena mangueira de borracha, acoplada a uma trompa de vácuo, ligada a uma torneira de água . A cânula é mergulhada até a altura da marca de meio mililitro, no fundo do tubo e a torneira é aberta, fazendo-se a sucção da urina, deixando no fundo exatamente 0,5ml , evitando-se que o sedimento sofra processo de ressuspersão. O segundo tubo, de 110 X 10mm após a centrifugação, sofre um processo de decantação simples. Os dois tubos com sedimento, são colocados em estantes, ao lado do microscópio, para o exame. A urina restante sofre então a pesquisa dos caracteres anormais, da rotina diária. A utilização das duas gotas de formol a 40 volumes, logo após a urina ser colocada ser colocada no tubo cônico de centrifugação, é fundamental. O seu objetivo é preservar os elementos figurados da urina, durante o tempo que vai decorrer entre o início do exame e o final da leitura do sedimento, o que, em muitos laboratórios, poderá ser de várias horas. A não utilização deste preservativo, leva, na nossa experiência, a obter resultados completamente falsos, após algumas horas, como adiante vamos verificar, em exames feitos em urina não formalizada, com intervalos de poucas horas que mostram uma diminuição acentuada de elementos figurados, especialmente em determinadas urinas de baixa osmolaridade. Para que o sedimento possa ser examinado com calma e que não sofra nenhum processo de destruição ou degradação ou alteração, é fundamental que ele seja de imediato formalizado, ao chegar ao laboratório. Evidentemente o ideal seria a urina já ser colhida em frasco com preservativo ou formol. Na prática, vários problemas surgiram e por isso tivemos que abandonar esta precaução. Mas observamos que será suficiente que a urina seja formolizada ao chegar ao laboratório, pois de modo geral , pouco tempo decorre, pela manhã ,entre a micção e a entrega ao laboratório. Além disso a formolização da urina, somente no laboratório permite que se obtenha uma amostra dela isenta do formol, o que veremos mais adiante, é útil para determinadas pesquisas. EXAME DO SEDIMENTO AO MICROSCÓPIO As duas estantes, contendo os dois tipos de tubos, são colocadas ao lado do microscópio. O tubo cônico, contendo exatamente meio mililitro de urina e sedimento, é agitado vigorosamente, batendo-se contra a palma da mão, o seu fundo, para provocar a ressuspensão do sedimento. A seguir, um bastão de vidro, de cerca de 15 cm com a ponta esmerilhada, é introduzido até o fundo do tubo, de modo que ao sair retenha uma pequena gota de material na ponta. A gota do sedimento que aderiu ao bastão, é passada por capilaridade, para a câmara ao se tocar com ela entre a lamínula e a câmara, exatamente como para uma contagem hematológica. A câmara é colocada na platina do microscópio e o sedimento é examinado. Inicia-se a observação procurando se ter uma visão panorâmica do sedimento movendo-se a câmara rapidamente em todos os sentidos, afim de se observar se a distribuição foi adequada e o que há de representativo no sedimento em exame .Esta primeira inspeção é feita com a lente de 10 vezes e com uma ocular também de 10 vezes. A seguir os elementos figurados são contados em várias seções do retículo da câmara, de modo que a contagem seja mais rápida e mais racional possível. Uma máquina registradora, de contagem de leucócitos é adotada para registrar os vários elementos figurados do sedimento. Os cálculos serão feitos, levando-se em conta o volume do sedimento contado no retículo, multiplicado zeros para obter o número destes mesmos elementos contados no retículo, multiplicado por 20,que é concentração que se processou anteriormente sobre o sedimento (10 ml em 0,5 ml, ou seja 20 para 1). Afim de facilitar os cálculos, contamos os elementos em uma área determinada e anexamos tantoszeros para obter o número destes mesmos elementos por mililitro, mostra células epiteliais escamosas e cristais de fenazopiridina formados após refrigeração. Sedimento urinário Sedimento urinário que contém células escamosas transicionais e células epiteliais tubulares renais. sedimento corado por fenazopiridina que mostra as células epiteliais escamosas e cristais de fenazopiridina formados após refrigeração Células e células ovais do túbulo contornado distal. Observe os núcleos localizados excentricamente. Corpos ovais gordurosos. Leveduras que mostram formas micelianas Cilindro hialino em microscopia de fase Cilindro hemáticos corados com KOVA sob microscopia de fase Cilindro leucocitário e corado por KOVA. Cilindro de células ETR corado por KOVA. Cilindro de células ETR corado por bilirrubina. Cilindro finamente granuloso e cristais de cálcio Cilindro Céreo corado por Kova Cristais de ácido úrico. Cristais de oxalato de cálcio di-hidratado forma clássica. Tampa de caixão em outras formas de cristais de fosfato triplo . Cristais de biurato de amônio. Cristais de cistina. Cristais de colesterol sob luz polarizada. grumos de cristais de ácido úrico, e observar o formato de pedra amolar, não hexagonal, que diferencia os cristais de cistina dos de ácido úrico. Hemácias A - Hemácia anular B- Hemácia polidivercular C- Hemácia espiculada. LEUCÓCITOS Tipo predominante de leucócitos na urina Esferas granulares (~ 12um) e núcleo multilobulado) Degeneração celular – núcleo torna-se redondo (confundindo com células mononucleares) Sofrem rápida lise em urinas alcalinas ou hipotônicas (amostra recente) Piúria Significa número aumentado de leucócitos Indica presença de infecção ou inflamação no trato urinário. Acompanhada de cilindros – origem renal Rejeição do transplante renal. Células epiteliais Células epiteliais escamosas Células epiteliais (de transição) uroteliais Células tubulares de epitélio renal. Células escamosas Mais frequentemente encontradas na urina (menos significativa) Revestem o terço distal na uretra Células grandes achatadas, com citoplasma abundante, núcleo pequeno Em mulheres – podem ser derivadas da vulva e vagina. Células Transicionais Revestem o trato urinário desde a pelve renal até o terço inferior da uretra São menores que as células escamosas. Redondas ou em formas de pêra, com núcleo central. Podem estar presentes na urina (descamação normal) Presença de agregados ou placas dessas células – realizar exame citológico – possível carcinoma de células transicionais. Cilindros Únicos elementos exclusivamente renais Formação: interior da luz do túbulo contorcido distal e ducto coletor Formas: lados paralelos e extremidades arredondadas Podem ser enrugados ou contorcidos Cilindros largos: distensão tubular/extrema estase Aparência influenciada por: Materiais presentes no filtrado Período de tempo em que permanecem no túbulo Principal componente: proteína de Tamm-Horsfall Proteção imunológica contra infecções Contagem: Contar 10 campos no aumento de 100x, identificando cada cilindro no aumento de 400x, e calcular a média por campo, no aumento de 100x Formação dos cilindros: 1. agregação da proteína de Tamm-Horsfall, formando fibrilas protéicas individuais 2. ligação das fibrilas à superfície das células do epitélio tubular para evitar a sua retirada pelo fluxo 3. entrelaçamento das fibrilas, formando uma rede fibrilar frouxa (nesse momento os componentes podem emaranhar) 4. maior entrelaçamento das fibrilas, formando estrutura sólida 5. possível ligação dos componentes urinários à matriz sólida 6. desligamento das fibrilas das células epiteliais 7. excreção do cilindro Variáveis ( aspecto, tamanho, morfologia e estabilidade) Individuo normal: poucos cilindros Cilindros ( aumento de cilindros) Causas Doença renal Após exercícios intensos Aumento de proteínas nos túbulos renais É favorecida por pH baixo Cilindros (classificação de acordo com ) Matriz, Inclusões, Pigmentos, Células. Tipo: Hialino Hialino Origem: Secreção tubular de proteína de Tamm-Horsfall que se agrega as fibrilas Significado clinico: Gromerulonefrite, Pielonefrite, Doença renal crônica, Insuficiência cardíaca congestiva, Estresse e exercicio físico. Normal 0-2/cpa São os mais frequentes Constituição: formados por proteína Assumem significado clínico quando o nº é elevado <2 por campo São incolores e possuem índice de refringência semelhante ao da urina Examinar com pouca luminosidade. Patologias: doenças renais Outras situações: exercícios, febre, desidratação Morfologia variável: Formas normais, Enrugados ou contorcidos, Envelhecimento do cilindro. Hemático Origem: Hemácias emaranhadas ou ligadas à matriz das proteínas de Tamm-Horsfall Significado clinico: Glomerulonefrite, Exercício físico intenso Presença geralmente indica grave doença renal, Indica sangramento no interior do néfron São refringentes e possuem cor amarela/marrom À medida que envelhece, tem inicio a lise celular e o cilindro torna-se mais homogêneo A hemoglobina liberada mantém a característica cor marrom-amarelada Dano glomerular: Permite o escapamento de eritrócitos para o túbulo; Proteinúria concomitante; Formação de cilindros no néfron. Contornos dos eritrócitos são fracamente definidos. Os cilindros podem se degenerar e aparecer na urina como cilindros de hemoglobina Patologias associadas: Glomerulonefrites, Infarto renal, Pielonefrite. Leucocitário Origem: Leucócitos emaranhados ou ligadas à matriz das proteínas de Tamm-Horsfall Significado clinico: Pielonefrite, Nefrite intersticial aguda Infecção ou inflamação no interior dos néfrons. São refringentes, contem grânulos e podem conter núcleos multilobulados ( antes da desintegração). Indica a necessidade de realizar culturas microbiologicas Diferenciação: cilindros de bactérias (contém bacilos revestidos com anticorpos) Identificação pela coloração de Gram Leucócitos chegam aos túbulos a partir do interstício, refletem doença tubulointersticial com exsudatos neutrofílicos e inflamação, causando pielonefrite. Bacterianos Origem: Bactérias presas à matriz da proteína de Tamm-Horsfall Significado clinico: Pielonefrite Epiteliais Origem: Células tubulares que permanecem ligadas às fibrilas da proteína de Tamm-Horsfall Significado clinico: Lesão de túbulo renal Granular Origem: Desintegração de cilindros leucocitários, Lisossomos das células tubulares, Agregados protéicos Significado clinico: Glomerulonefrite, Pielonefrite, Estresse e exercício físico. Origem não-patológica: Lisossomos excretados pelas cels. dos túbulos renais durante metabolismo normal Origem patológica: Desintegração de cilindros celulares e de células tubulares, necessário estase e que os cilindros estejam no túbulo para que sua desintegração produza grânulos.Agregados protéicos filtrados pelo glomérulos. Céreo Origem: Cilindros hialinos e granulares Significado clínico: Estase do fluxo urinário Cilindros refringentes de textura rígida: Por isso fragmentam-se ao passar pelos túbulos, São mais facilmente visualizados que os hialinos. Estrutura: placas rompidas de proteína superficial Patologias: Inflamação, Degeneração tubular ( IRC) Adiposo Origem: Lipidúria, Corpos adiposos ovais Significado clinico: Síndrome nefrótica. Encontrados juntamente com corpos adiposos ovais em distúrbios que provocam lipidúria (ex. Sínd. Nefrótica) Ligeiramente refringentes e contém gotículas gordurosas de cor marrom-amarelada. Largo Origem: Formação nos ductos coletores ou em túbulo distais distendidos Significado clinico: Extrema estase do fluxo urinário Epiteliais Em presença de lesão tubular, as células saem facilmente durante o desligamento do cilindro Difícil de distinguir dos leucocitários (principalmente nas preparações não coradas) Distinção: corante vital, microscopia de contraste e corante de Papanicolaou Podemser distinguidos dos leucocitários pela existência de núcleo redondo Patologias: Necrose tubular aguda, Doenças virais, Rejeição do enxerto renal, Exposição a agentes tóxicos. A. hialino B. hemático C. hemático D. epitelial E. leucocitário F. hemático G. granular H. granular I. céreo Cristais Formados pela precipitação dos sais da urina submetidos a alterações de pH, temperatura, ou concentração afeta solubilidade Urina normal recém-eliminada: formados no túbulos ou, com menor frequência, na bexiga A maior parte ocorre em amostras que foram deixadas em temperatura ambiente ou refrigeradas. Alguns dissolvem-se quando a amostra é aquecida Identificação: detectar a presença de alguns tipos anormais que podem representar: Doença hepática, Erros inatos do metabolismo, Lesão renal causada pela cristalização dos metabolitos de drogas nos túbulos. Principais características dos cristais urinários normais Cristal Urato/Fosfato Amorfo Cristais Biurato de Amônio Cristais Ácido Úrico Oxalato de Cálcio Cristal de Fosfato Triplo Cristais de Fosfato de Amônio e Magnésio Cristalizado Fosfato de Cálcio Carbonato de Cálcio Cistina Miscelânea de Cristais