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CAPACIDADE AERÓBICA & POTÊNCIA AERÓBICA INTRODUÇÃO • Juntos, a potência e a capacidade aeróbica são fatores que permitem quantificar, com exatidão, as exigências metabólicas de predominância do metabolismo aeróbico, verificar o limite de liberação de energia, zona de transição entre os metabolismos aeróbico e anaeróbico. CAPACIDADE AERÓBICA • Expressa pelo limiar anaeróbico; • Define-se pela quantidade de energia disponível para a realização do trabalho aeróbico; • Reflete a capacidade de se manter determinada intensidade de exercício durante um período prolongado de tempo, com baixas concentrações sanguíneas de lactato. POTÊNCIA AERÓBICA MÁXIMA • Expressa pelo VO2máx ; • O QUE É VO2 MÁXIMO? • Refere-se à quantidade máxima de captação, transporte e utilização de O2 na liberação de energia pelo sistema oxidativo nas fibras musculares ativas por unidade de tempo. 1. Quais são as razões que justificam o aumento do consumo máximo de oxigênio durante o exercício? VO2MÁX E SISTEMAS • Sistama cardio+respiratório (cardiorrespiratório) + circulatório • Cardio = circulação & transporte de gases; • Respiratório = captar, absorver, difusão alvéolo-capilar; • Metabólico = difusão sangue-tecido, metabolismo oxidativo e tamponamento; Sistema circulatório • Distribuir = mio-, hemoglobinas, O2, hormônio e nutrientes • Remoção = CO2 e lactato • Regulação térmica 2. Quais são as unidades de medidas que pode expressar o VO2 máx? E caso fôssemos comparar os valores de 2 ou mais indivíduos, qual unidade de medida do consumo máximo de oxigênio deveria ser utilizada? Por que? DIFERENÇA ENTRE VO2MÁX vs. VO2PICO • VO2máx : – inflexão da curva durante do teste mesmo com ⇧ de intensidade (platô) • VO2pico : • durante do teste ocorre ⇧ de intensidade junto com ⇧ do consumo, no entanto, durante o teste o individuo para antes de um platô. DIFERENÇA ENTRE VO2 relativo vs. VO2 absoluto • VO2 relativo: – Expresso por mL.kg.min-1; – Permite comparação entre indivíduos; • VO2 absoluto : – Expresso por L.min-1; – Melhoras individuais; 3. Qual é a razão que justifica criança do sexo masculino apresentarem o VO2 máx diferente das meninas? Explique. FATORES DETERMINANTES DO VO2 MÁXIMO Fator Genético • Década de 60-70: estudos verificaram grande variabilidade de VO2máx em população homogênea (controlando fatores extrínsecos); • Fatores genéticos são responsáveis por 25- 50% da variabilidade do VO2máx; • Fatores fenótipos (ambientais) Denadai, (1995) Idade e Sexo • Em crianças é difícil aplicar teste para determinar o VO2máx (atenção, motivação, equipamentos e protocolos); • Aumento do VO2máx do 8 a 16 anos (meninos 0,32 L.min / meninas 0,25 L.min); • Meninos apresentam VO2máx maior em comparação com as meninas (entre 23-37% até os 16 anos); • O pico do VO2máx ocorre entre 18-20 anos; • Inatividade declínio do VO2máx de ~9% por década; • Exercício regular pode reduzir o declínio do VO2máx para menos 5% por década; Denadai, (1995) Treinamento • Treinamento especifico pode aumentar o VO2máx de 4- 93%; • Exercícios regulares a 75% do VO2máx incrementam o VO2máx entre 15-20%; • Recomendação do ACSM (2011): programas ≥ 75% do VO2máx, 3x/sem, 30min/d, durante 6 meses promove aumento do VO2máx entre 15-40% dos valores relativos; Denadai, (1995) Em um processo de treinamento quais são as variáveis a serem consideradas que podem interferir no consumo máximo de oxigênio? Explique as possíveis alterações em cada uma delas? Fatores que influenciam o efeito do treinamento sobre o VO2máx A. Genético: responsivo: indivíduos que “respondem” e outros que “não respondem” ao estimulo do treinamento; B. Nível inicial de condicionamento: “...quanto mais treinado, menos treinável é ...” C. Especificidade: durante a avaliação e prescrição do treinamento. FATORES LIMITANTES DO VO2 MÁXIMO • Ventilação pulmonar e difusão alvéolo capilar de O2 – O sistema respiratório pode limitar o VO2 (saturação e dessaturação de O2); – Sistema de transporte de O2 e diferença artério- venosa de O2 • Limitação central vs limitação periférica; – Central depende do débito cardíaco; – Periférica extração de O2 pela diferença (a – v); – Equação de Fick. EQUAÇÃO DE FICK Fluxo sanguíneo x diferença arterial e venoso de O2 = consumo de O2 ou VO2 VO2= DC x Dif a-v O2 FC x VEj VDF - VSF Método direto de Fick McArdler et al. (2010: 541 ebook) • A equação de Fick, publicada em 1870 pelo famoso matemático, fisiologista/físico alemão Adolph Gaston Fick (1829-1901) DÉBITO CARDÍACO DÉBITO CARDÍACO (DC) • volume de sangue bombeado por minuto • expresso em l/min ou ml/min; Quais fatores que influenciam o DC : • frequência cardíaca (bpm); • volume de ejeção (VEj) (ml); • equação: DC = FC x VEj – volume de ejeção: é o volume sangue bombeado pelo ventrículo esquerdo McArdler et al. (2010) 75 bmp x 70-60ml = 4.500 – 5.000ml ou ~4,5 – 5l/min homem (~70 kg) mulher (~50kg) Obs: vol. de ejeção no exercício aumenta 40-50% do pico consumo O2 em todos os indivíduos; *atleta: intensidade aumentada, ocorre o aumento do VEj devido vol. plasmático aumentado e/ou contratilidade do miocárdio; *bradicardia: reduz a FC de repouso devido ao aumento do VEj. McArdler et al. (2010) REGULAÇÃO DO DC • Equação: DC = FC x Vej {VDF-VSF} – Volume diastólico final: • volume de sangue no relaxamento (pré-carga) – Volume sistólico final: • volume de sangue pós contração (pós-carga), ou seja, o que fica • Mecanismo de Frank-Starling • VEj = VDF (ml) – VSF (ml): – ex.: VDF = 110; VSF = 40 (110-40 = VEj à 70ml). McArdler et al. (2010) REGULAÇÃO DO DC ou seja, VDF é ou VSF êè o VEj é DC = FC x VEj VEj = VDF (ml) – VSF (ml) VDF (ml) VSF (ml) VEj = VDF (ml) – VSF (ml) VEj = 110 – 40 VEj = 70ml VEj = VDF (ml) – VSF (ml) VEj = 139 – 40 VEj = 99ml VEj = VDF (ml) – VSF (ml) VEj = 110 – 30 VEj = 80ml EXEMPLO 1 EXEMPLO 2 EXEMPLO 3 VEj = VDF (ml) – VSF (ml) VEj = 110 – 50 VEj = 60ml EXEMPLO 4 McArdler et al. (2010) Treinamento & Volume de Ejeção McArdler et al. (2010) Treinamento & VDF, VSF e Fração de Ejeção McArdler et al. (2010) Treinamento & FCSubmáxima McArdler et al. (2010) Treinamento & Recuperação da FC McArdler et al. (2010) Power et al. (pg 232) Qual a diferença entre os grupos? O que explica o VO2máx aumentado a FC e a Dif a-V são praticamente iguais RESPOSTA HORMONAL AO EXERCÍCIO VOLUME DIASTÓLICO e FRANK-STARLING • Diástole: pré-carga, consequentemente aumenta do estiramento (leve) no ventrículo esquerdo resultando aumento da força contrátil => VSF reduzido; • Aumento da força contrátil gera aumento no VDF chamado de mecanismo de FRANK-STARLING; • Aumento da distensão vs aumenta a contração vs reduz VSF = aumenta VEj Débito Cardíaco repouso (ml.min) Frequência Cardíaca (bpm) Volume de ejeção (ml) Sedentários 5.000 70 71 Treinados 5.000 50 100 INTERAÇÃO: DÉBITO CARDÍACO E VOLUME DE EJEÇÃO McArdle et al. (2010: 543 ebook) Sedentários vs. Treinados muda??? FATORES QUE INFLUENCIAM A FORÇA DO MÚSCULO CARDÍACO • ⇧ fibra muscular (miocárdio) : – ⇧ Ca++ intracelular; – ⇧ liberação Ca++ pelo retículo sarcoplasmático; – ⇧ Estimulo simpático (⇧ FC e ⇧ Força de contração) – obs.: ⇧ demasiado da função do ventrículo esquerdo (repouso ou atividade) resulta em risco de isquemia (falta de O2) AJUSTES NEUROMUSCULARES AO ESFORÇO PREDOMINANTE AERÓBICO 39 Hawley et al. (2014) Heterocronismo da Rescuperação ü Treinamento combinado (aeróbico e anaeróbico), alta intensidade; Protocolo: 6 séries, agachamentos profundos e supino, 85% 1RM, IR: 5 min entre séries. ü O TF foi imediatamente seguido por 1h de ciclismo a 85% do seu VO2pico. • Objetivos: (a) investigar marcadores de dano muscular 3-72h pós esforço; (b) investigar indicadores de estresse oxidativo (espécies reativas de oxigênio - ROS) em atletas de elite. Bessa et al. (2016) Existem padrões temporais específicos para subpopulações específicasde leucócitos envolvidos na processo de recuperação: os neutrófilos migram mais rapidamente, e os linfócitos migrar para o fim do período de recuperação. A proporção de neutrófilos/linfócitos (NLR) indicação da magnitude da inflamação sistémica e a gravidade da lesão muscular provocada por um determinado turno de exercício. Compensação homeostase Heterocronismo da recuperação Estímulo inicial Intervalo entre os estímulos Intervalo de 6 horas Intervalo de 24 horas Repetir o estímulo (48 horas) aeróbico anaeróbico alático anaeróbico lático aeróbico anaeróbico lático aeróbico anaeróbico alático anaeróbico lático anaeróbico alático anaeróbico lático aeróbico anaeróbico alático JUNÇÃO DE FATORES PARA AUMENTAR O FORNECIMENTO DE OXIGÊNIO DURANTE O ESFORÇO 220 200 180 160 140 120 0 25 50 75 100 FC (b pm ) repouso 100 80 60 Treinado Não treinado % DO PICO DE VO2 % DO PICO DE VO2 TREINADO VS NÃO TREINADO 220 200 180 160 140 120 0 25 50 75 100 VE j (m l) repouso 100 80 60 Treinado Não treinado % DO PICO DE VO2 % DO PICO DE VO2 TREINADO VS NÃO TREINADO 30 25 20 0 25 50 75 100 DC (l /m in ) repouso 15 5 Treinado Não treinado % DO PICO DE VO2 TREINADO VS NÃO TREINADO % DO PICO DE VO2 220 200 180 160 140 120 0 25 50 75 100 PA (m m H g) repouso 100 80 60 Treinado Não treinado PAS PAD PAM % DO PICO DE VO2 TREINADO VS NÃO TREINADO % DO PICO DE VO2 90 70 50 0 25 50 75 100 VO 2 (lm l/k g/ m in ) repouso 30 10 Treinado Não treinado % DO PICO DE VO2 % DO PICO DE VO2 TREINADO VS NÃO TREINADO McArdler et al. (2010: 542ebook) Mecanismo periférico Estudo de Caso Você é um personal trainer e uma de suas clientes, que sofre de hipertensão, pergunta para você por que o exercício aeróbico torna o trabalho do coração mais fácil. Como você explica isso para sua cliente ? Kraemer et al. (2016:178) Opções O treinamento aeróbico a longo prazo diminui a pressão arterial em repouso. A pressão arterial em repouso diminuída faz com que o ventrículo esquerdo bombeie sangue mais facilmente, porque ele deve desenvolver menos força para ejetar o sangue para sua circulação periférica. Essas alterações ocorrem devido a melhoria do débito cardíaco, volume de ejeção, volume diastólico e sistólico final, retorno venoso e fluxo sanguíneo. Estudo de Caso Você é um coach de alguma modalidade e um dos seus atletas/alunos iniciante/intermediário (~1 ano) tem um exame prévio de início do treinamento indicando que ele tem um hematócrito de 38%. Você ficaria preocupado com o hematócrito baixo desse atleta? Kraemer et al. (2016:178) Opções Ele começou o treinamento algumas semanas antes do exame. Com o início do treinamento ocorre o aumento do volume plasmático rápido, reduzindo o volume de hemácias, justificando o hematócrito baixo com possível anemia. Não deve ficar muito preocupado, mas monitorar e verificar sinais de fadiga, e realizar ou exame. POR QUE A FREQUÊNCIA CARDÍACA DE REPOUSO REDUZ DEVIDO A PRÁTICA REGULAR DE EXERCÍCIO? • Fase diastólica é maior; • Veremos isso mais para frente com o débito cardíaco. ADAPTAÇÕES AO ESFORÇO • CONTROLE EXTRÍNSECO – Redirecionamento do fluxo sanguíneo (FS) – Repouso 15-20% do FS p/ músculo – Esforço 80-85% do FS p/ músculo – Vasodilatação à neurotransmissores ∂ à norapinefrina (catecolaminas) – Vasodilatação à neurotransmissores ∂ à epinefrina (catecolaminas) ADAPTAÇÕES AO ESFORÇO • CONTROLE INTRÍNSECO – Alteração muscular (dentro) – Quimiorreceptores – Óxido nítrico – Vasodilatação capilar – Quais são as alterações que disparam essas ações? • CO2, H+, lactato, K+ EPOC Excess Post-Exercise Oxygen Consumption EPOC Consumo excessivo de O2 Exercício intenso (6min) Exercício exaustão (6min) Fica claro que a magnitude e a duração da taxa metabólica pós-exercício elevada são influenciadas pela intensidade do exercício. Scott et al. (2014); McArdler et al. (2006) - Intensidade ideal do exercício de recuperação e remoção do lactato do sangue seja ao redor de 30- 40% do VO2máx - Estudos relataram que não há diferença em termos de desaparecimento do lactato do sangue entre indivíduos treinados e não treinados, durante a recuperação em repouso de uma série de exercício máximo. Scott et al. (2014); McArdler et al. (2006) Débito de oxigênio ou Excesso de consumo de Oxigênio pós esforço Fatores que contribuem para o Excesso de Consumo de Oxigênio Pós Esforço Ressíntese de CP no músculo Remoção do lactato Restauração dos estoques de oxigênio dos músculos e do sangue Elevação da temperatura corporal Elevação da FC pós esforço Hormônios elevados nora e adrenalina COMPONENTE RÁPIDA COMPONENTE LENTO Ajustes agudos, curto período, relacionado à: – FC – diferença artéria venosa – Débito cardíaco Ajustes crônicos, longo período, relacionado à: – FC ↓ – diferença artéria venosa ↓ – Volume de ejeção ↑ – Débito cardíaco ↓ – Volume plasmático ↑ – biogênese mitocondrial↑ – densidade capilar ↑ – hemoglobina e mioglobina ↑ TENHA EM MENTE!!
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