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21/05/2020 Aula 1 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-1.htm 1/9 Aula 1 Remuneração por competências: alternativas e implicações A gestão por competências, além dos demais componentes que se relacionam e que formam esse conceito, tem um desafio muito grande no que se refere à efetivação dessa prática: a recompensa. Desde o tempo de consolidação das chamadas Escolas de Teorias da Administração, a visão de recompensa tem sido amplamente discutida, pesquisada e criticada. Como exemplo, a Escola Clássica, inspirada nos pressupostos de Fayol, já preconizava que a remuneração precisa ser um dos 14 princípios básicos da administração, o que significa que deve haver justa satisfação, tanto para os trabalhadores como para a própria organização, de forma garantida, em termos de retribuição. No que se refere aos trabalhadores, a recompensa é fator preponderante para a gestão de pessoas, pois é por meio dela que as ações de direcionamento, motivação e remuneração consolidam-se e valorizam a contribuição das pessoas. E essa recompensa pode ser compreendida de forma direta ou indireta, ou seja, pode representar algo financeiro, por exemplo, ou oportunidades de carreria e de desenvolvimento. Fato é que a recompensa precisa ser conhecida e reconhecida como valorização do trabalho realizado pelas pessoas. https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-1.htm#more-info-1 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-1.htm#more-info-2 21/05/2020 Aula 1 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-1.htm 2/9 No que se refere especificamente a recompensa com base em competências, o elemento inicial e determinante refere-se aos critérios utilizados para tal retribuição. E nisso encontra-se a necessidade de definir quais as competências que vão compor os critérios de recompensa, proporcionando a devida retribuição ao trabalhador que as detêm. Nesse sentido, podemos começar a perceber algumas diferenças no que diz respeito a uma recompensa usual e uma recompensa baseada em competências. A recompensa usual costuma ser estruturada a partir do desenho do cargo (plano de cargos), enquanto a recompensa tida como ideal é aquela estruturada mediante o ocupante do cargo (competências). Assim, temos diferenças entre recompensas baseadas no plano do cargo e recompensas baseadas no desenvolvimento da gestão por competências. A seguir, Silva (2013, p. 6) apresenta um quadro de Souza et al. (2006) que traz uma comparação bastante nítida em relação àquilo que entende-se tradicionalmente como plano de cargos e ao que seria a aplicação em gestão por competências. Vejamos: PLANO DE CARGOS GESTÃO POR COMPETÊNCIA Voltado ao que deveria ser feito. Foco naquilo que é entregue. Cargos alocados por função e por área. Profissionais alocados em eixos de carreiras. Carreiras desenhadas de acordo com a estrutura organizacional. Difícil mudança na área. Carreira desenvolvida de forma não atrelada à estrutura organizacional. https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-1.htm#more-info-3 21/05/2020 Aula 1 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-1.htm 3/9 PLANO DE CARGOS GESTÃO POR COMPETÊNCIA Descrição de funções que se alteram constantemente. Descrição de níveis de complexidade (mais estáveis e abrangentes). Dificulta a flexibilidade funcional, pois as pessoas se prendem ao que deveriam fazer. Total flexibilidade, incentivando a multifuncionalidade. Independe dos objetivos organizacionais. As competências derivam da estratégia organizacional Número excessivo de cargos/funções. A tendência é de redução e racionalização das funções. Não relaciona perfeitamente o desenvolvimento dos cargos. O desenvolvimento, ou capacidade de entrega, é a base para o posicionamento na carreira. É possível perceber que o sistema de recompensa por competências possui um caráter mais dinâmico do que o tradicional sistema de cargos. Porém, a remuneração financeira é apenas um dos componentes de um sistema de recompensas. Há outras formas, também dinâmicas, de se recompensar com base nas competências do trabalhador, como, por exemplo, recompensas por prêmios materiais, viagens, oferta de serviços, cursos de capacitação, entre outros. Veja mais resultados sobre a relação entre o sistema de remuneração e a gestão de pessoas, no artigo A Gestão de Pessoas e o sistema de reconhecimento e recompensa em Organizações Não Governamentais. Livro da disciplina Para aprofundar seu conhecimento sobre a retribuição por competências, estude agora, no livro da disciplina, o capítulo 3 (p.96 - 99). Antes de continuarmos, convém, ainda, esclarecer o que significa remuneração e suas formas básicas. Na verdade, de forma objetiva, remunerar significa investir em recompensar o trabalhador pela entrega e dedicação que ele ofereceu à empresa. Logo, o resultado entregue com o trabalho e a recompensa recebida em contrapartida compõem o que chamamos de remuneração. Veja o esquema a seguir: Remuneração total Remuneração Incentivos Incentivos não Benefícios http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2013_EnANPAD_GPR2399.pdf https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-1.htm#more-info-4 21/05/2020 Aula 1 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-1.htm 4/9 básica salariais financeiros ↓ ↓ ↓ ↓ Salário mensal Salário por hora Bônus Prêmios Participação nos lucros Remuneração variável Distribuição de ações Opção de compra de ações Participação em metas e resultados Prêmios em viagens Prêmios em bens Seguro de vida Seguro saúde Refeições subsidiadas Transporte subsidiado Etc. Fonte: Chiavenato, 2014, p. 241. Com base nesses componentes básicos de um sistema de remuneração, Chiavenato (2014) consolida os principais critérios para o adequado delineamento do sistema de remuneração. São eles: Equilíbrio interno versus equilíbrio externo A equidade interna obedece ao princípio da justiça distributiva, que fixa os salários de acordo com as contribuições ou os insumos que os colaboradores trocam com a organização. O modelo de justiça distributiva salienta que as pessoas ficam satisfeitas quando percebem que são pagas equitativamente em relação aos colegas com trabalho similar. A equidade externa alinha os salários da organização com os do mercado de trabalho. A organização precisa balancear os dois tipos de equilíbrio para manter consistência em sua estrutura salarial. Remuneração fixa ou remuneração variável A remuneração pode ser paga em uma base fixa – por meio de salários mensais ou por hora – ou variar conforme critérios previamente definidos, como metas e lucro da organização. A maioria das organizações paga seus colaboradores na base de salários mensais, pois isso reduz riscos, tanto para o empregador quanto para o colaborador. https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-1.htm https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-1.htm 21/05/2020 Aula 1 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-1.htm 5/9 Desempenho ou tempo de casa A remuneração pode enfatizar o desempenho e remunerá-lo de acordo com as contribuições individuais ou grupais ou pode enfatizar o tempo de casa do funcionário. Muitas empresas usam prêmios por sugestões de redução de custos, bônus pelo atendimento perfeitoao cliente ou pagamento de mérito baseado nas avaliações de desempenho. Algumas oferecem remuneração contingencial por tempo de casa, que proporciona um salário em função do cargo acrescido de um valor adicional em função dos anos de trabalho na casa. Remuneração dos cargos ou remuneração das competências O sistema tradicional privilegia o salário pela contribuição do cargo e não pelo ocupante, o cargo representa a unidade da análise para a determinação da estrutura salarial. É o cargo e não o seu ocupante que interessa. Já o sistema por competências baseia-se na remuneração das competências que as pessoas devem possuir para serem aplicadas a uma variedade de tarefas e situações. A remuneração aumenta na medida em que a pessoa adquire competências e se torna capaz de desempenhar atividades complexas com sucesso. Igualitarismo ou elitismo A remuneração pode incluir o maior número possível de colaboradores sob o mesmo sistema de remuneração (igualitarismo) ou pode estabelecer diferentes planos conforme os níveis hierárquicos ou grupos de funcionários (elitismo). No sistema igualitário, todos os colaboradores participam do mesmo sistema de remuneração e os planos de participação nos resultados fixam a mesma porcentagem para todos, do topo até a base da organização. Já o sistema elitista é utilizado por organizações mais antigas, bem estabelecidas no mercado e de pequena competição. https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-1.htm https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-1.htm https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-1.htm 21/05/2020 Aula 1 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-1.htm 6/9 Remuneração abaixo ou acima do mercado Os funcionários podem ser remunerados em um nível percentual abaixo ou acima do mercado. A decisão de pagar abaixo do mercado é comum em organizações pequenas, jovens e não sindicalizadas, que operam em áreas economicamente pouco desenvolvidas e que apresentam elevada proporção de mulheres e minorias em sua força de trabalho. A decisão de pagar acima do mercado é comum em organizações que procuram reter e motivar seus colaboradores e minimizar custos de rotatividade e absenteísmo. Prêmios monetários ou não monetários Os prêmios monetários são dados em dinheiro e reforçam a responsabilidade e o alcance individual de objetivos, enquanto os não monetários reforçam o comprometimento com a organização. Os prêmios monetários predominam nas organizações que atuam em mercados voláteis com pouca segurança no emprego e que valorizam mais as vendas do que o serviço ao cliente. Os prêmios não monetários são intangíveis e incluem trabalho interessante e agradável, desafios de reconhecimento público. Remuneração aberta ou confidencial Os funcionários podem ter acesso à remuneração de colegas e como as decisões salariais são tomadas (remuneração aberta) ou esse conhecimento é evitado entre os funcionários (remuneração confidencial). O salário aberto tem duas vantagens sobre o salário confidencial: quando os salários são secretos, as pessoas se sentem mais sub-recompensadas do que realmente são e os gerentes precisam se cercar de cuidados para evitar vazamento nas informações. Já os salários abertos forçam os gerentes a defender publicamente suas decisões. https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-1.htm https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-1.htm https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-1.htm 21/05/2020 Aula 1 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-1.htm 7/9 Centralização ou descentralização das decisões salariais As decisões sobre remuneração podem ser tomadas em um órgão central ou podem ser delegadas a executivos de unidades organizacionais. No sistema centralizado, as decisões são tomadas e controladas geralmente no departamento de relações humanas (DRH). No sistema descentralizado, as decisões são delegadas a gerentes de linha. Portanto, com esses critérios básicos de construção de um sistema de remuneração, é possível esperar determinados retornos positivos ou não dos funcionários quanto à entrega dos serviços que têm oferecido. Sintetizando esses conceitos em nosso foco, o sistema de remuneração por competências (que enfatiza o ocupante do cargo em vez do cargo em si) demanda alguns cuidados básicos para ser adequadamente implementado, de forma que traga os resultados justos e esperados. Como medir as competências para que sejam recompensadas? O desafio em gestão de pessoas quanto a recompensar por competências, é construir um sistema de medidas eficaz que transforme as competências em atributos quantitativos, que possam ser de fato medidos. E a ação mais comum nas organizações é transformar as competências em expressões por resultado. Veja mais sobre a relação entre remuneração e competências, no artigo Remuneração e competências: retórica ou realidade? A remuneração por competências demanda critérios cuidadosos, como por exemplo: 1 2 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-1.htm https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-1.htm#more-info-5 http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-75902006000500002&script=sci_arttext 21/05/2020 Aula 1 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-1.htm 8/9 3 4 5 6 A partir disso, remunerar por competências significa que: O pagamento, mensal ou anual, varia de acordo com a avaliação de desempenho. O salário não é fixo. A avaliação do desempenho afeta diretamente a remuneração da pessoa. Todos os colaboradores podem receber ganho adicional conforme o desempenho alcançado. Funciona como fator motivador e estimula o envolvimento com as metas da empresa. Concluindo: como a remuneração por competências possui ligação direta com a medição do desempenho, convém assumir um cuidado extremamente determinante para que não haja distorção do modelo e nem do sistema de remuneração, que significa não dar mais atenção ao resultado em si do que às competências que o geraram. https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-1.htm#more-info-6 21/05/2020 Aula 1 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-1.htm 9/9 Remunerar por competências implicará, então, na visão que se tem sobre o conceito de competências, assim como o entendimento sobre o conteúdo a ser recompensado e os critérios básicos e determinantes de mensuração sobre os resultados. Atividade Recompensar um indivíduo no trabalho com base em suas competências pode proporcionar fatores importantes, como, por exemplo, ser um fator motivador e estimulante para o envolvimento com as metas da empresa. Contudo, esse fator de envolvimento com metas pode resultar em distorção, como, por exemplo: Induzir as pessoas a adotarem comportamentos inadequados no ímpeto de maximizar seus ganhos. Prejudicar a sustentabilidade da organização por prazos longos devido ao caráter imediatista do fator. Não induzir à consecução de resultados esperados porque a competência é um elemento condicionante. A opção que corresponde à indicação do(s) item(ns) correto(s) é: a b c d e I e II. I. I, II e III. III. II e III. javascript:;javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; 21/05/2020 Aula 2 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-2.htm 1/6 Aula 2 Dimensões de avaliação de pessoas e o conceito de competências Devido ao fato de a recompensa ter como critério básico a mensuração do desempenho, convém entendermos o que realmente significa a avaliação de pessoas e a sua relação com o conceito de competências. Assim como a remuneração, a avaliação do desempenho em gestão de pessoas pode assumir duas dimensões: Em relação aocargo. Em relação ao seu conteúdo (competências). Independentemente da dimensão que a organização adota, a avaliação do desempenho demanda algumas etapas básicas e relevantes, como: Definir quais são os objetivos específicos que constituirão a avaliação do desempenho a ser praticada. Quais são os pontos de estabelecimento de expectativas que o trabalhador deve ter (que tem relação direta com a avaliação do trabalho). Analisar o trabalho desempenhado e investigar detalhadamente o que foi e como foi alcançado. Avaliar ou mensurar o desempenho que foi empreendido na prática. Dar o devido retorno, com diálogo, ao trabalhador que teve seu desempenho avaliado. Com base nessas etapas, a avaliação do desempenho pode se manifestar de forma padronizada (objetivo primário), embora aplicada (diferentes bases) a qualquer uma das duas dimensões, como apresenta Chiavenato (2012). Avaliação do desempenho ↓ ↓ Baseado em cargos Baseado emcompetências Avaliar o desempenho no cargo. Objetivo primário Avaliar competências individuais ou grupais. Cargos adequadamente Competências 21/05/2020 Aula 2 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-2.htm 2/6 desempenhados pelos ocupantes. Objetivo final adequadamente aplicadas no trabalho pelas pessoas. Adequação dos ocupantes aos cargos ocupados. Eficiência Adequação das competências ao negócio da organização. Força de trabalho adequada ao conjunto de cargos da organização. Eficácia Resultado das competências aplicadas ao negócio da organização. Cargos ocupados e bem desempenhados na organização. Indicador Pessoas dotadas de competências essenciais do sucesso do negócio da organização. Cargos bem ocupados e custos de avaliação do desempenho. Retorno sobre o investimento Competências aplicáveis e aplicadas e custos de avaliação do desempenho. Adaptado de: Chiavenato,2012, p. 212. Livro da disciplina Para aprofundar seu conhecimento sobre a avaliação de desempenho, estude agora, no livro da disciplina, o capítulo 3 (p.70 - 84). A relação da avaliação de pessoas com o conceito de competência demanda, ainda, a aplicação do conceito que conhecemos como capital humano. Embora haja muitas interpretações distorcidas a respeito deste termo, o que deve prevalecer é que o capital humano — as pessoas — não é propriedade da organização, ou seja, elas são uma fonte de recursos, mas não são propriedade da empresa, como seriam as máquinas, por exemplo. E para que haja uma adequada compensação pelo retorno que este capital pode oferecer, convém que qualquer empresa adote as seguintes diretrizes: A identificação do capital humano que gera riqueza Significa que a empresa deve adotar um banco de talentos para armazenar e monitorar informações sobre o quadro de pessoal, de forma a conhecer as competências disponíveis e gerenciar aquelas que ainda não foram desenvolvidas. A potencialização das competências de seus funcionários Significa que a empresa deve investir no desenvolvimento das competências aplicando o indivíduo no trabalho que melhor se relacione com suas capacidades. https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-2.htm https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-2.htm 21/05/2020 Aula 2 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-2.htm 3/6 A promoção do compartilhamento das competências entre os funcionários Significa que a empresa deve promover um espaço para que os trabalhadores compartilhem seus conhecimentos e experiências, gerando, assim, cultura de compartilhamento. Como forma de facilitar a avaliação de pessoas e a sua relação com as competências desenvolvidas, a consideração do capital a partir da medida aplicada a um banco de talentos exige que determinados indicadores sejam criados a fim de que seja possível medir esse desempenho e, consequentemente, avaliar se os resultados possuem relações com as competências individuais. Vejamos um exemplo na tabela a seguir: Dimensões da competência Indicadores do banco de talentos Significado do indicador Conhecimento (saber). Conhecimentos acadêmicos certificados e não certificados. Forma de comprovação: títulos, diplomas e certificações de conhecimento. Domínio cognitivo em torno da profissão ou da função exercida. Habilidade (saber fazer). Atitude (querer fazer). Experiências profissionais. Forma de comprovação: efetivo exercício de cargos ou funções e tempo de serviço em determinada organização, ocupação ou atividade. Nível de senioridade obtido durante a trajetória profissional da pessoa. Comportamentos observáveis no trabalho (competências fundamentais, gerenciais e técnicas atestadas). Forma de comprovação: sistema interno de avaliação de desempenho por competências, unidirecional ou 360 graus. Domínio de competências profissionais necessárias para o exercício de atividades ou funções no âmbito da organização. https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-2.htm 21/05/2020 Aula 2 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-2.htm 4/6 Dimensões da competência Indicadores do banco de talentos Significado do indicador Resultados ou produtividade apresentada. Forma de comprovação: alcancede metas nos acordos interno de trabalho. Nível de produção ou produtividade alcançado pelo funcionário. Fonte: Carbone et al., 2009, p.142. O exemplo de indicadores nesta tabela nos mostra que, a partir dos marcos (índices) que forem definidos podemos acompanhar o gerenciamento das competências, no sentido de conhecer, por exemplo, como está a bagagem de conhecimento do pessoal (certificados conquistados), as habilidades desenvolvidas em trabalhos já realizados (experiências profissionais) e a dedicação em realizar novas atividades (comportamentos observados). Já em termos estratégicos de mensuração do capital humano, Davenport (2001; apud CARBONE et al., 2009) afirma que há quatro elementos básicos para que ele se efetive na prática: capacidade, comportamento, empenho e tempo. Para o autor, o desempenho do capital humano pode estabelecer relações diretas com a cultura organizacional, quando é possível mensurar o alinhamento e o comprometimento do funcionário com a organização. Contudo, não obstante os critérios e elementos estratégicos para empreender uma relação entre a avaliação de pessoas e o conceito de competências, cabe lembrar que é preciso estabelecer, ainda, uma relação entre competência, desempenho e valor. O valor envolvido no trabalho tem, de forma geral, dois aspectos envolvidos: o valor econômico e o valor social. 21/05/2020 Aula 2 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-2.htm 5/6 Valor econômico Valor social Quanto ao valor econômico, entendemos que se refere à agregação proporcionada à empresa em termos de rendimento, isto é, o trabalho segue a lógica taylorista de que quanto mais for feito, em menos tempo e com mais eficiência, maior valor econômico aquele trabalho terá de retorno.E isso não se refere apenas à produção em massa de bens tangíveis. O trabalho do homem está diretamente envolvido nessa agregação de valor econômico, pois a qualidade de seu trabalho terá impacto direto naquilo que está sendo produzido. Por fim, uma consideração importante a se fazer na ótica da avaliação de pessoas, principalmente quando se relaciona com o conceito de competência, refere-se à perspectiva de ter prazer no trabalho e suas implicações práticas. Pela origem latina da palavra, “prazer” significa o mesmo que agradar, parecer bem aos olhos e aos sentidos. Quando aplicado ao trabalho, o conceito de prazer traz à tona a significação de que é algo que surge do contexto do trabalho e propulsiona as ações de mobilização. Em outras palavras, o prazer nos faz agir. No que se refere à avaliação de pessoas, o prazer no trabalho não deve ser entendido como algo material, provocado apenas pela condição das instalações físicas, pelo uso de recursos customizados ou por motivação financeira. A origem de prazer é muito mais profunda do que isso. Ele é construído, conforme preconiza a Psicodinâmica do Trabalho, a partir de três elementos: inteligência prática (a capacidade e o espaço para que o indivíduo improvise e crie soluções para aquilo que ele não encontra na atribuição de suas tarefas), espaço público de discussão (espaço para deliberar sobre questões de trabalho junto aos colegas, discutir a forma como o trabalho pode ser construído e praticado) e construção coletiva (forma de cooperar e reconhecer o trabalho uns dos outros). https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-2.htm#link-1 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-2.htm#link-2 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-2.htm#more-info-1 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-2.htm#more-info-3 21/05/2020 Aula 2 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-2.htm 6/6 Portanto, avaliar pessoas e relacionar com o conceito de competências apresenta abordagens objetivas e subjetivas, mas que estão sempre caminhando juntas, sem que uma ou outra seja considerada individualizadamente. Avaliar pessoas sem considerar o desempenho delas no contexto de trabalho é um erro muito comum, tanto quanto considerar que elas são capazes apenas de desempenho estatístico. Avaliar pessoas e considerar suas competências é um trabalho que vai muito além de olhar números e metas. Vídeo da Unidade Para complementar seus estudos sobre as dimensões de avaliação de pessoas e o conceito de competências, assista agora ao vídeo da unidade: Competência, autonomia, sentido do trabalho e reconhecimento. Se preferir, faça o download do áudio (mp3 compactado) deste vídeo clicando aqui. Atividade Ao praticar uma avaliação de desempenho baseada em competências, você, como gestor de RH, está buscando mapear as informações sobre conhecimento, habilidades e atitudes de um determinado funcionário de maneira que possa favorecer uma possível transferência dele de departamento, em que essas possíveis competências possam melhor contribuir para aquilo que a organização necessita no momento, naquele novo contexto. Nesse sentido, você está praticando uma avaliação de desempenho, associando-a ao conceito de competência, com base no critério conhecido como: a b c d e Objetivo. Indicador. Retorno. Eficiência. Eficácia. https://player.vimeo.com/video/342018919 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/audio/G_GPC_U3_mp3.zip javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; 21/05/2020 Aula 3 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-3.htm 1/6 Aula 3 Educação corporativa e o desenvolvimento de competências O conceito do que se conhece hoje por Educação Corporativa teve seu início não muito definido, embora alguns autores tratem-na como um mecanismo que emergiu de forma pontual e se expandiu para novas aplicações. Objeto de Aprendizado Clique aqui e conheça um pouco sobre a história da aprendizagem organizacional. Veja mais sobre a educação corporativa, no artigo Educação corporativa: a proposta empresarial no discurso e na prática. Como vimos, a Educação Corporativa objetiva alcançar melhores resultados no negócio por meio do desenvolvimento do quadro de pessoal. Para tanto, a organização se vale de um modelo estruturado de formação humana e profissional, de forma que haja transmissão de conhecimentos específicos e construção de novas competências. Brandão (2006, p.24-25) apresenta um quadro no qual a Educação Corporativa é definida por diversos autores. Dentre as definições, é possível listar uma série de características e propostas de estudos que são encontrados na aplicação de uma Universidade Corporativa (UC). Portanto, as características presentes na aplicação de uma UC podem ser listadas como: Definição que propõe características concomitantes, como desenvolvimento de competências essenciais ao negócio, extensão dos serviços à cadeia de valor e parcerias com instituições de ensino superior. https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/objeto-aprendizagem/objeto.htm http://www.scielo.br/pdf/edur/v26n2/a16v26n2 21/05/2020 Aula 3 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-3.htm 2/6 As características de aplicação dos diversos estudos sobre a Educação Corporativa demonstram que o conceito está em expansão, inclusive com determinados pontos de impasse e passíveis de críticas entre os autores. Veja mais sobre a educação corporativa, no artigo Gestão de pessoas e as universidades corporativas: dois lados da mesma moeda? Contudo, fato é que a Educação Corporativa tem sido um conceito muito difundido no meio organizacional no que se refere ao desenvolvimento de estratégias e desenvolvimento humano. Um panorama do Brasil segmentado por uma leitura por Estados, mostra como eram distribuídas as diversas Universidades Corporativas no país em 2003: As UCs são representativas de concorrência para áreas como: Administração, Engenharia e Ciências da Informação, especialmente em cursos de pós-graduação e outros segmentos de público adulto. Referências teórico-práticas e proposta de EC em seis dimensões. Em termos de práticas e políticas, a visão sobre educação corporativa é simplificada e parcial; o processo de gestão é fragmentado, com visão estratégica e de totalidade em construção. A UC como veículo positivo de desenvolvimento de competências gerenciais. As UCs nos moldes dos centros de T&D, configurando-se como modismo e não como inovação. Preocupação com desenvolvimento de competências individuais e gerenciais; maior alinhamento às estratégias corporativas são os principais pontos inovadores em relação ao T&D. Relevância do papel da informação nas UCs. Identifica práticas educacionais em que a informação e o conhecimento são considerados fatores estratégicos e diferenciais competitivos. Revela o conceito de aprendizagem sob demanda e suas práticas alinhadas ao mapa de competências das empresas estudadas. As UCs, por si, não garantem vantagem competitiva sustentável às organizações, se estas não priorizarem ações ligadas à gestão do conhecimento e à cultura de aprendizagem. ESTADO Nº % UNIVERSIDADES CORPORATIVAS São Paulo 36 69,2 ABN AMRO, Abril, Accor, Alcatel, Alcoa, Ambev, Amil, BankBoston, Bic, Bristol, Carrefour, Elektro, Embraer, Facchini, Ford, GM, Globo, Illy Café, McDonald’s, Metrô, Microssiga, Motorola, Natura,Nestlé, Orbital, Sabesp, Serasa, Siemens, Tam, Transportadora Americana, Ultragás, Unimed, UniDistribuição, Unisys, Visa, Volkswagen Rio de Janeiro 5 9,6 BNDES, Embratel, Leader Magazine, Petrobrás, Souza Cruz Distrito Federal 4 7,6 Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios, Eletronorte Minas Gerais 3 5,7 Algar, Fiat, Martins do Varejo TOTAL 52 10 http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rae/article/viewArticle/37110 21/05/2020 Aula 3 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-3.htm 3/6 ESTADO Nº % UNIVERSIDADES CORPORATIVAS Santa Catarina 2 3,8 Datasul, Tigre Paraná 1 1,9 Kraft Foods Rio Grande do Sul 1 1,9 Renner TOTAL 52 10 Fonte: Brandão, 2006, p. 26. Este cenário mostra que a Educação Corporativa tem se destacado sobremaneira no que se refere ao desenvolvimento de competências para o trabalho, o que nos remete a outro fator essencial, que está diretamente relacionado a esse ambiente de aprendizagem: a andragogia. No que se refere à andragogia, alguns destaques merecem ser feitos, principalmente quando levamos em consideração que fazer um adulto aprender está diretamente associado à forma de conduzir o desenvolvimento de suas competências. Logo, se estamos considerando um processo educacional para adultos a fim de que o resultado apresente competências construídas, convém observarmos as características principais deste processo para este tipo específico de público. Para tanto, vamos citar alguns pontos levantados por Mirshawka (2002), a saber: Os adultos têm muita experiência que devem ser aproveitadas pelo instrutor/facilitador. Possuem hábitos e preferências fortemente enraizadas. Os adultos têm muito orgulho de sua independência. Os adultos têm um completo entendimento e intensos sentimentos sobre o que vem a ser o aprendizado. Os adultos têm muitas preocupações. Os adultos têm atitudes e convicções firmemente estabelecidas. Os adultos possuem muitos filtros seletivos. Os adultos têm finalidade específica para o seu aprendizado. Adultos são mais motivados por pressões internas do que por prêmios externos. Adultos temem participar de trabalhos em grupo e de jogos vivenciais. https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-3.htm#more-info-1 21/05/2020 Aula 3 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-3.htm 4/6 Considerando estes elementos relevantes para a formação de adultos, convém, ainda, ponderar que desenvolver competências em formato de educação corporativa significa observar os princípios básicos de andragogia, ou seja, do processo de formação de adultos. Pacheco (2005) nos ajuda a administrar esse processo, destacando que as premissas andragógicas seriam as seguintes: Adultos receiam muito perder sua dignidade. Adultos comumente ressentem-se de falta de autoridade. Os adultos se preocupam sobre como manter o passo segundo as exigências que lhes são impostas. Necessidade de conhecer O adulto sabe, mais do que ninguém, da sua necessidade de conhecimento, e para ele a maneira de colocar em prática tal conhecimento em seu dia a dia é fator determinante para seu comprometimento com os eventos educacionais. Autoconceito Além de ter consciência de sua necessidade de conhecimento, o adulto é capaz de suprir essa carência de forma independente. Ele tem capacidade plena de se autodesenvolver. Experiência Constitui a base de aprendizagem para o adulto. É a partir dela que ele se dispõe/ se nega a participar de algum programa de desenvolvimento. O conhecimento do facilitador, o livro didático, os recursos audiovisuais, entre outros, são recursos que, por si só, não garantem influenciar o indivíduo adulto para a aprendizagem. Esses recursos, portanto, devem ser vistos como referenciais opcionais, colocados à disposição para livre escolha. https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-3.htm https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-3.htm https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-3.htm 21/05/2020 Aula 3 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-3.htm 5/6 Prontidão para aprender O adulto está pronto para aprender o que decide aprender. Sua seleção de aprendizagem é natural e realista. Em contrapartida, ele se nega a aprender o que os outros lhe impõem como sua necessidade de aprendizagem. Orientação para a aprendizagem Para a pessoa adulta, a aprendizagem é algo que tem significado em seu dia a dia e não apenas a retenção de conteúdos para futuras aplicações. Motivação A motivação do adulto para a aprendizagem reside em sua própria vontade de crescimento e não é provocada por estímulos externos de outras pessoas. https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-3.htm https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-3.htm https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course%20files/Unidade-3/aula-3.htm 21/05/2020 Aula 3 https://a9255-1831072.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831072/course files/Unidade-3/aula-3.htm 6/6 Portanto, a relação entre a educação corporativa e o desenvolvimento de competências demanda uma série de reflexões, tanto sobre o pleno entendimento do processo de educação para adultos quanto sobre as possibilidades de implantação de uma unidade de ensino própria para a organização. Educação corporativa e competências são, então, conceitos que andam juntos e entrelaçados, enfrentando grandes desafios, ao mesmo tempo que oferecem grandes expectativas de conquistas para ambos os lados — pessoas e organização. Atividade No planejamento de um curso de educação corporativa para desenvolver competências em um determinado grupo de funcionários, você dá preferência ao uso de casos reais, que se relacionam com a área de trabalho dessa equipe; ou seja, aplica exemplos nos quais os funcionários podem desenvolver suas competências no ramo em que atuam. Nesse sentido, você está optando por essa ação com base na premissa andragógica conhecida por: a b c d e Orientação para aprendizagem. Prontidão para aprender. Necessidade de conhecer. Autoconceito individualizado. Nível de experiência individual. javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; 21/05/2020 Aula 1 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-1.htm 1/9 Aula 1 Qualidade de vida no trabalho: fatores críticos de gestão e competência Qualidade de vida no trabalho (QVT) A gestão por competências repercute de diversas maneiras positivas em processos e ações estratégicas em gestão de pessoas. Contudo, ela também tem seus limites. Isso significa que a gestão por competências não terá influência direta sobre determinados processos, mas pode contribuir de maneira indireta para a execução deles. Portanto, a gestão por competências não fará “milagres”, ainda que trate do desempenho das pessoas em qualquer trabalho, mas pode facilitar o caminho para o alcance de alguns objetivos. Em um primeiro momento, convém entendermos de maneira geral o que significa QVT. Depois, vamos observar duas frentes nas quais a gestão por competências pode influenciar de maneira indireta (isso porque gestão por competências não garante qualidade de vida de forma direta, mas contribui para que as circunstâncias que envolvem qualidade de vida possam ser organizadas da melhor forma possível): a primeirareferindo- se ao desenvolvimento de competências para administrar os riscos à vida no ambiente de trabalho e a segunda referindo-se à contribuição do desenvolvimento de competências para que o trabalhador desfrute melhor de sua vida por meio do trabalho. A QVT, hoje, é um dos temas mais pertinentes à gestão empresarial, uma vez que se busca soluções para questões que se apresentam no dia a dia https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-1.htm#popup-1 21/05/2020 Aula 1 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-1.htm 2/9 do trabalho como, por exemplo, necessidades biológicas, psicológicas, sociais e organizacionais das pessoas no ambiente organizacional. Por isso, quanto mais há demanda por produtos e serviços em termos de consumo, maior será a demanda para o indivíduo no trabalho em termos de produtividade. Quando essas duas necessidades precisam ser alinhadas e aliadas, surge, então, a expectativa por alcançar o máximo de rendimento com o máximo de qualidade de vida no trabalho, ainda que sob certa ótica isso represente uma utopia. Porém, é um objetivo que não é impossível de ser perseguido, mesmo que não seja alcançado de fato. O resultado disso é a preocupação com diversas dimensões do trabalho que envolvem o ser humano, de forma a adaptar o ambiente de trabalho àquele que o executa, não apenas no sentido físico, mas sobretudo no sentido subjetivo do trabalho. A evolução do conceito de QVT apresenta algumas características importantes, de acordo com cada período de investigações realizadas. Por exemplo: Concepções evolutivas da QVT Característica ou visão QVT como uma variável (1959 a 1972) Reação do indivíduo ao trabalho. Investigava-se como melhorar a qualidade de vida no trabalho para o indivíduo. QVT como uma abordagem (1969 a 1974) O foco era o indivíduo antes do resultado organizacional; mas, ao mesmo tempo, buscava-se trazer melhorias tanto ao empregado como à direção. QVT como um método (1972 a 1975) Um conjunto de abordagens, métodos ou técnicas para melhorar o ambiente de trabalho e torná-lo mais produtivo e mais satisfatório. QVT era vista como sinônimo de grupos autônomos de trabalho, enriquecimento de cargo ou desenho de novas plantas com integração social e técnica. QVT como um movimento (1975 a 1980) Declaração ideológica sobre a natureza do trabalho e as relações dos trabalhadores com a organização. Os termos “administração participativa” e “democracia industrial” eram frequentemente ditos como ideais do movimento de QVT. QVT como tudo (1979 a 1982) Como panacéia contra a competição estrangeira, problemas de qualidade, baixas taxas de produtividade, problemas de queixas e outros problemas organizacionais. QVT como nada (futuro) No caso de alguns projetos de QVT fracassarem no futuro, não passará de um “modismo” passageiro. Fonte: NADLER e LAWLER; apud FERNANDES, 1996, p. 42. Muitos estudos já foram desenvolvidos com o passar do tempo e puderam contribuir significativamente para o tema de QVT. Conheça a seguir 21/05/2020 Aula 1 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-1.htm 3/9 Ergonomia alguns exemplos de estudos que nos ajudam a compreender a QVT. A Escola das Relações Humanas, com Elton Mayo, que observou que as relações sociais e as condições psicológicas afetam a produtividade mais do que as condições físicas; Maslow e Herzberg, que observaram questões ligadas à motivação que as pessoas assumem para realizar um trabalho, bem como suas origens; e Kurt Lewin, que observou o comportamento e das dinâmicas das pessoas quando estão em grupo. Para conhecer mais sobre a origem e a evolução da Qualidade de Vida no Trabalho, leia o artigo Qualidade de vida no trabalho: origem, evolução e perspectivas. Outro conceito que é importante conhecer, e que associa-se diretamente ao tema da QVT, é o conceito de ergonomia da atividade, que pode ser compreendido em sua essência etimológica (origem da palavra) como sendo a obediência de normas para a realização de tarefas e trabalhos. É um tema interdisciplinar, que levanta e fundamenta conhecimentos científicos para tornar compatível os produtos com as características das pessoas que os usam e para tornar mais humano o contexto do trabalho, realizando as devidas adaptações das atividades às pessoas. Podemos entender como o principal objetivo da ergonomia: “produzir soluções de compromisso que respondam da forma mais adequada e sustentável às necessidades e expectativas dos sujeitos implicados em sua intervenção” (FERREIRA, 2013, p. 137). Convém considerar algumas características importantes da ergonomia a fim de utilizá-la como peça fundamental na gestão de pessoas. Ferreira (2013) propõe as seguintes leituras: Homem-trabalho http://www.ead.fea.usp.br/cad-pesq/arquivos/v08-1art03.pdf https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-1.htm 21/05/2020 Aula 1 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-1.htm 4/9 A ergonomia observa, em suas investigações, a inter-relação homem- trabalho mediante um tripé: os indivíduos (trabalhadores, clientes etc), as atividades (de trabalho, de consumo etc) e os ambientes (de trabalho, de consumo etc). Interdisciplinar Os estudos da ergonomia são interdisciplinares, sobretudo baseando-se na psicologia e na fisiologia, o que não impede ainda de se relacionar com estudos de outras disciplinas, tais como Psicodinâmica do Trabalho, Psicossociologia do Trabalho, Sociologia Clínica, Administração, Engenharia, Arquitetura, entre outras. Transformação As pesquisas feitas em (e por meio da) ergonomia possuem perspectiva de transformação, desenvolvendo e aplicando medidas para adaptar as tarefas, serviços e produtos aos seus usuários. Identidade Na prática, há uma identidade muito forte da ergonomia quanto ao aspecto metodológico, uma vez que os princípios de sua atuação são determinantes para sua aplicação no contexto do trabalho. Situação-problema https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-1.htm https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-1.htm https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-1.htm https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-1.htm 21/05/2020 Aula 1 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-1.htm 5/9 O que dá início a um método de ergonomia é uma situação-problema, como uma reclamação, uma queixa, por exemplo. Tal situação-problema pode ser considerada como a ponta de um iceberg, que conduz o investigador à real causa da questão. Participação Durante todo o processo de ergonomia, a participação dos usuários é ponto fundamental para o sucesso da aplicação. Particularidades As particularidades de cada indivíduo são ponto de observação permanente, alvo de extremo cuidado por parte dos estudos da ergonomia. Cada gesto, comportamento, atitude, etc, pode significar variações significativas no processo de compreensão e de transformação da relação homem-trabalho. Para conhecer mais sobre as implicações da ergonomia da atividade, leia o artigo A ergonomia da atividade se interessa pela qualidade de vida no trabalho? Reflexões empíricas e teóricas. https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-1.htm https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-1.htmhttp://pepsic.bvsalud.org/pdf/cpst/v11n1/a07v11n1.pdf 21/05/2020 Aula 1 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-1.htm 6/9 Com esses destaques referentes à ergonomia, o trabalho para melhorar a QVT fica um pouco mais claro, sobretudo nos principais pontos de relacionamento homem-trabalho. Essas características da ergonomia podem ser associadas a muitas outras, que, juntas, constituem uma visão panorâmica dos principais elementos que afetam a qualidade de vida percebida pelas pessoas no ambiente de trabalho. De maneira geral, é possível observarmos cinco níveis de fatores de influência sobre a QVT. Esses fatores possuem certa hierarquia de influência, de acordo com a possibilidade de afetarem mais ou menos a qualidade de vida percebida pelas pessoas. Conheça-os a seguir. Fatores de 1a ordem Relacionados com a atividade em si. Fatores de 2a ordem Fazem parte do entorno imediato da atividade. Fatores de 3a ordem Elementos que influenciam e modificam os fatores do entorno da atividade (entorno do entorno). Fatores de 4a ordem Relacionados com as percepções da pessoa envolvida na atividade. Fatores de 5a ordem Elementos organizacionais (influências macro). Chiavenato (2014) propõe um esquema no qual a visão desses níveis fica um pouco mais clara, inclusive oferecendo alguns exemplos em cada fator. 21/05/2020 Aula 1 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-1.htm 7/9 Fonte: Chiavenato (2014, p. 424) A questão que fica, em síntese, é quanto à influência da gestão por competências sobre todos estes elementos que envolvem a QVT. Considerando que já é de conhecimento o que se compreende por gestão de competências (sobretudo no que se refere à identificação das competências essenciais, competências individuais e do gap de competências, com propostas de desenvolvimento e avaliação de desempenho), a resposta, como citado anteriormente no início desta aula, é que a gestão por competências terá participação indireta nesses processos. Após observarmos os elementos principais que constituem a QVT, estendendo ao conceito de ergonomia, é possível, agora, compreendermos um pouco melhor em que termos as competências individuais – bem como o papel da gestão em desenvolvê-las – podem atuar sobre esses elementos. Como exemplo, a gestão por competências pode atuar com contribuições nos seguintes aspectos: 21/05/2020 Aula 1 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-1.htm 8/9 Higiene do trabalho A gestão por competências pode proporcionar melhorias no que se refere ao desempenho adequado – principalmente considerando as competências técnicas, que requerem conhecimentos específicos – em termos de cuidado com o ambiente físico (iluminação, ventilação, temperatura, ruídos, conforto...), com o ambiente psicológico (relacionamentos, liderança, inteligência emocional...), com a aplicação dos princípios da ergonomia (adaptação das máquinas, equipamentos e instalações ao usuário, de forma a reduzir o esforço humano e a fadiga) e com a saúde ocupacional (no que se refere à medicina do trabalho). Saúde ocupacional A gestão por competências pode proporcionar melhorias ao planejamento de programas de saúde, respeitando, principalmente, as particularidades das diferentes funções. Além disso, um destaque que a gestão por competências merece nesse contexto refere-se à organização do trabalho de forma a minimizar o estresse organizacional. Identificar e tratar causas ambientais e causas pessoais, bem como considerar o fator humano do trabalho, é um caminho que a gestão por competências pode assumir e que trará grandes possibilidades de influências positivas na QVT. Segurança no trabalho A gestão por competências pode proporcionar melhorias – sobretudo de desempenho preventivo – no cuidado com a preservação da vida humana no ambiente de trabalho. Aqui, a gestão por competências tem um caráter mais exigente no que se refere à assertividade das ações, uma vez que um erro cometido pode significar a exposição de uma vida humana ao risco. Pode-se trabalhar questões que envolvem a eliminação de condições inseguras, o mapeamento de atividades e de áreas de risco, a análise profunda de acidentes já ocorridos, o apoio incondicional da alta administração, a redução dos atos inseguros e a comunicação interna, assim como investimento em treinamento. https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-1.htm https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-1.htm https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-1.htm 21/05/2020 Aula 1 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-1.htm 9/9 Livro da disciplina Para aprofundar seu conhecimento sobre os diferentes caminhos para a aprendizagem em competências, estude agora no livro da disciplina o capítulo 3 (p. 87 - 93). Por fim, a relação da gestão por competências com a QVT não possui caráter direto, ou seja, gerir as competências não significa assegurar melhor qualidade de vida. No entanto, o uso adequado dos conceitos, das ferramentas e técnicas da gestão por competências nas diferentes frentes que podem repercutir positivamente na QVT, é que deve ser o foco quando associamos esses conceitos e essas ações. Atividade O estilo de gestão é um dos elementos que compõem os diversos níveis de influência sobre a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT). A gestão por competências pode trazer contribuições para o desenvolvimento de um determinado estilo de gestão. No entanto, esse elemento faz parte de um conjunto de elementos influentes a nível organizacional. Portanto, o estilo de gestão pode ser considerado influente na QVT compondo um fator de: a 1a ordem b 2a ordem c 3a ordem d 4a ordem e 5a ordem javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; 21/05/2020 Aula 2 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-2.htm 1/10 Aula 2 Gestão por competências e as relações de trabalho Relações de trabalho A gestão por competências tem ligação muito próxima com o que chamamos de relações de trabalho, não porque são conceitos similares (até porque caminham como um paradoxo, como duas linhas paralelas), mas que se encontram em determinado ponto. Contudo, gestão por competências e relações de trabalho são dois conceitos que precisam caminhar juntos, pois o trabalho de um vai complementar de alguma forma o trabalho do outro. Não é um assunto tão simples de ser tratado em apenas uma aula. Dizer que isto é possível seria um reducionismo dos temas. Porém, como o objetivo é relacionar a gestão por competências às questões de relações de trabalho, podemos caminhar suficientemente para um bom entendimento sobre a prática conjunta e as inter-relações destes termos. Para nós, em gestão de pessoas, compreender do que tratam as relações de trabalho é fundamental para compreendermos onde a gestão por competências pode contribuir – e onde não pode. 21/05/2020 Aula 2 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-2.htm 2/10 Antes de tudo, podemos entender por relações de trabalho o conjunto de mecanismos institucionais, que são praticados de maneira informal, e que dão forma e transformam as relações entre as dimensões social e econômica; isto é, relações de trabalho é o conjunto de elementos que dão forma aos fluxos entre o trabalho em si e os meios que o envolvem e o justificam por consequência. Portanto, falar em relações de trabalho é falar em relações sociais e pessoais,principalmente em termos de costumes, hábitos, valores, aplicadas ao campo das forças produtivas, cujo objetivo é essencialmente econômico. Como é um conceito complexo, vamos buscar reduzir e exemplificar o cenário para facilitar esta leitura do que seriam as relações de trabalho. Imagine duas engrenagens, daquelas que aparecem em desenhos ou filmes: uma peça circular com vários dentes externos de encaixe. Uma dessas engrenagens representa as pessoas e a relação social entre elas. A outra engrenagem representa o sistema capitalista, com suas relações de oferta e consumo. Para que essas duas engrenagens possam se encaixar e funcionar perfeitamente, é preciso que haja uma relação (um encaixe) entre elas. Afinal, as pessoas precisam do sistema produtivo e o sistema produtivo precisa das pessoas. A esse encaixe podemos chamar de “relações de trabalho”: é o que associa um fluxo de relações sociais a um fluxo de relações produtivas. Um destaque que é possível de ser feito refere-se à diferenciação entre o que chamamos de relações de trabalho e o que chamamos de relações trabalhistas. O segundo termo tem ênfase jurídica, para a qual aplica-se uma série de normativas para definir e delimitar o que se pode e o que não se pode praticar no contexto do trabalho. Da mesma forma, convém diferenciar relações de trabalho de relações interpessoais, uma vez que este segundo termo está voltado para os fluxos de comportamento e de contato entre indivíduos ou grupos. 21/05/2020 Aula 2 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-2.htm 3/10 Para conhecer mais sobre a origem dos sindicatos, leia o artigo Origem e papel dos sindicatos. Nogueira (2002) faz três destaques fundamentais quando tratamos do conceito de relações de trabalho. Segundo este autor, as relações entre os proprietários da produção e aqueles que produzem permanecem: Mesmo com o advento da informação, do conhecimento e da imaterialidade nos processos organizacionais e empresariais; Considerando que o trabalhador assalariado é livre para vender sua força de trabalho, realidade contradítória incontestável porque, caso não consiga vender sua força de trabalho, deixa de ser livre para viver; Observando que a produção de bens e serviços, apesar de coletiva e social, marcada pela interdependência complexa e internacional dos setores de produção material e imaterial, as chamadas cadeias produtivas, continua determinada em última instância, em contrapartida, pela apropriação privada dos resultados e concentrada em pequenos grupos proprietários e gestores. (NOGUEIRA, 2002 In: LIMONGI-FRANÇA et al., 2002, p. 115) Em síntese, as relações de trabalho permanecem com sua essência, mesmo que a informação, o conhecimento e a tecnologia avancem, sendo o trabalhador livre para vender sua força de trabalho e constatando que o direcionamento da produção vem da minoria que detém a propriedade dessa produção. As relações de trabalho, portanto, vão compreender todo um conjunto de elementos e fluxos entre aqueles que produzem e os donos da produção: os primeiros desejando sobreviver e usar a liberdade para isso, os segundos desejando resultados econômicos por intermédio do trabalho dos primeiros. Como destacamos, o conceito de relações de trabalho não é simples de trabalharmos, pois demanda uma série de aprofundamentos que nos dão compreensão mais clara e coerente daquilo que constitui essa relação. Para os nossos objetivos em gestão por competências, vamos nos concentrar na relação entre a empresa e as pessoas que trabalham para ela. Ou seja, vamos relacionar a gestão por competências com a administração das relações de trabalho entre pessoas e empresa. http://contag.org.br/imagens/Origemepapeldossindicatos-AltamiroBorges.pdf 21/05/2020 Aula 2 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-2.htm 4/10 É importante observarmos dois olhares diversos quando pensamos nesse tema: o que significa relações de trabalho para os gestores e o que significa para os trabalhadores. Gestores Os gestores veem as relações de trabalho sob a função controlar. Controlar o trabalho realizado pelas pessoas, o que implica em controlar a forma e a liberdade do ato de trabalhar, buscando emoldurar e padronizar as tarefas para que tudo saia conforme o desejado e resulte em receitas econômicas. Trabalhadores Já na visão dos trabalhadores, as relações de trabalho vão ter um caráter um tanto diferente, principalmente no que se refere à liberdade para trabalhar e, consequentemente, a percepção de retribuição que esse ato de trabalhar assume. Para tanto, não é possível estabelecer uma visão individual, mas é possível adaptar as expectativas individuais às do grupo. Nascem, portanto, as ações coletivas e que demandam representação – os sindicatos – para defender os interesses do coletivo de trabalhadores frente aos interesses dos donos da produção – das empresas –, de forma a manter a condição básica de liberdade e justa retribuição pelo trabalho. Assim, a gestão das relações de trabalho será sempre um “cabo de guerra” entre a visão de controlar a força de trabalho e a visão de lutar pelos interesses coletivos. Nesse sentido, onde entra a relação desse histórico com a gestão por competências? https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-2.htm#more-info-1 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-2.htm https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-2.htm 21/05/2020 Aula 2 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-2.htm 5/10 Programas de relacionamento Antes de responder mais diretamente a esta pergunta, convém entendermos que, da mesma forma como ocorre com o conceito de QVT, a gestão por competências não resolve diretamente as demandas das relações de trabalho, mas contribui de maneira significativa com ferramentas e métodos de melhoria de desempenho e desenvolvimento de novas formas de trabalhar. Algumas das possibilidades em gestão por competências envolvem, por exemplo, a questão do desenho de um programa de relação com empregados, o cuidado com a prática da liderança e a adequada aplicação da gestão de conflitos. Com base nessas possibilidades, o antagonismo típico entre as visões de relações de trabalho passa a um equilíbrio, sendo possível administrar ambos os lados de maneira que estas duas engrenagens trabalhem juntas para alcançar resultados que trarão benefícios para todos os envolvidos. Biblioteca virtual Para conhecer mais sobre as relações com empregados, leia o capítulo 14 (p.375 - 399), no livro CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Barueri: Manole, 4. ed. 2014. Disponível na Biblioteca Virtual. Livro da disciplina Para aprofundar seu conhecimento sobre as formas de identificar demandas de capacitação, estude agora no livro da disciplina o capítulo 3 (p. 75 - 84). A partir do que já é conhecido como o conjunto de fatores que constituem a gestão por competências, é possível desenvolver programas de relações com os empregados que enfatizem, preferencialmente: A comunicação Melhorar o rendimento das pessoas no que se refere a uma competência essencial em qualquer organização – no sentido da comunicação – traz resultados sem limites, uma vez que a estratégia organizacional é conhecida por todos, proporcionando uma visão clara do papel e da contribuição de cada um, além de oferecer benefícios coerentes com base nos diferentes papéis. https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-2.htm 21/05/2020 Aula 2 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/coursefiles/Unidade-4/aula-2.htm 6/10 O suporte Desenvolver competências ligadas a diferentes funções de suporte e apoio às necessidades dos empregados aproxima a empresa de seu quadro de trabalhadores, o que minimiza algumas possíveis insatisfações coletivas. É o caso de pensar a organização do trabalho e das possibilidades de atendimento às necessidades emergentes, que aparecem no decorrer das atividades. São ações que vão desde o cuidado com o ambiente de trabalho até propostas como as Universidades Corporativas, por exemplo. Uma vez adotando medidas que desenvolvam competências – principalmente gerenciais – que vão ao encontro dessas ênfases em comunicação e suporte, a empresa assume estratégias que vão facilitar os fluxos de relações de trabalho, minimizando eventuais insatisfações por não atendimento aos interesses coletivos. E isso se torna exponencial, ou seja, aumenta em proporção cada vez maior na medida em que percebemos o impacto jurídico-trabalhista que ações como essas oferecem. Empresas que abrem canais de comunicação e que cuidam dos trabalhadores certamente são empresas com competências essenciais, que envolvem a força de trabalho com os objetivos organizacionais. Outra possibilidade está na adequada prática da liderança. Não apenas para uso, mas para perceber possíveis surgimentos de líderes que representam os interesses da força de trabalho. Desenvolver competências em liderança requer cuidados específicos. Cada teoria de liderança oferece oportunidade de mobilizar a força de trabalho. Contudo, se levadas a determinados extremos, as práticas de liderança podem conduzir a caminhos perigosos, tanto para as relações de trabalho como para os resultados organizacionais. https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-2.htm 21/05/2020 Aula 2 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-2.htm 7/10 Gestão de conflitos Por fim, uma possibilidade muito explorada é o desenvolvimento de competências em gestão de conflitos. Chiavenato (2014) apresenta três níveis de gravidade de conflitos a serem considerados pela gestão em relações de trabalho: Conflito percebido: ocorre quando as partes percebem e compreendem que o conflito existe porque sentem que seus objetivos são diferentes dos objetivos dos outros e que existem oportunidades para interferência ou bloqueio. É o conflito latente que as partes percebem como potencial. Conflito experienciado: quando provoca sentimentos de hostilidade, raiva, medo, descrédito entre uma parte e outra. É o conflito velado, quando é dissimulado, oculto e não manifestado externamente com clareza. Conflito manifestado: quando é expresso pelo comportamento de interferência ativa ou passiva por pelo menos uma das partes. É o chamado conflito aberto, que se manifesta sem qualquer dissimulação. (CHIAVENATO, 2014, p.389) Ainda de acordo com o mesmo autor, o processo de conflito possui três partes: 1 2 3 As condições antecedentes, como problemas de ambiguidade de papéis – onde não se tem certeza do que se deve fazer; objetivos concorrentes – em relação à oposição de interesses; recursos compartilhos – quando luta-se pelo uso de recursos que são comuns; e interdependência de atividades – quando depende-se uns dos outros para realizar o mesmo objetivo. Veja a seguir um esquema que ilustra essa relação de conflitos Condições antecedentes Processos de conflito Resultado Feedback https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-2.htm#link-1 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-2.htm#link-2 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-2.htm#link-3 21/05/2020 Aula 2 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-2.htm 8/10 Ambiguidade de papel Objetivos concorrentes Recursos compartilhados Interdependência das atividades ➙ Percepção da incompatibilidade de objetivos ➙ Conflito ➙ Resultado ➙ Percepção da oportunidade de interferência ➙ Feedback Fonte: CHIAVENATO, 2014, p. 390. Com base nesta perspectiva de como ocorre um processo de conflito, Robbins (et al. 2011) apresentam um esquema que proporciona uma visão das possibilidades de competências a serem desenvolvidas para serem adotadas como estratégias de resolução de conflitos. Para o autor, é possível tratar conflitos dando prioridade a: Competição Para um ganhar, o outro terá que perder. É a estratégia voltada para a satisfação de interesses individuais. Colaboração Para haver um ganhador, todos precisam ganhar. É a estratégia “ganha- ganha” voltada à satisfação mútua dos interesses individuais. Evitamento Para ganhar, ignora-se o conflito. É a estratégia voltada para desconsiderar o conflito, como se ele não existisse, evitando-se resolvê-lo diretamente. Acomodação https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-2.htm https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-2.htm https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-2.htm https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-2.htm 21/05/2020 Aula 2 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-2.htm 9/10 Fonte: ROBBINS et al., 2011, p. 442. Para um ganhar, é preciso renunciar. É a estratégia voltada para abrir mão dos próprios interesses a fim de que os interesses do outro sejam satisfeitos e, assim, manter a relação saudável. Compromisso Para haver um ganhador, ambos precisam ceder. É a estratégia de acordo, em que cada parte cede um pouco até haver um denominador comum de satisfação. Vejamos um esquema a seguir que ilustra essa relação de tratamento dos conflitos: Podemos perceber, então, que a gestão por competências pode contribuir de forma instrumental para as relações de trabalho, embora essas relações tenham um caráter de complexidade muito grande. Essa complexidade, portanto, limita a ação da gestão por competências a uma possibilidade de facilitação de ações, sem resolver as questões centrais das relações de trabalho diretamente, que envolvem os interesses das empresas e dos coletivos de trabalho. Em verdade, nenhum processo ou procedimento poderá pretender resolver as questões que envolvem as relações de trabalho, mas podemos gerir o ambiente e as circunstâncias para que as relações sejam o mais próximo do possível favoráveis para todos os envolvidos. Vídeo da Unidade Para saber mais sobre o papel do líder, assista agora ao vídeo da unidade O papel da liderança e suas repercussões na gestão por https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-2.htm https://player.vimeo.com/video/342019247 21/05/2020 Aula 2 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-2.htm 10/10 competências. Se preferir, faça o download do áudio (mp3 compactado) deste vídeo clicando aqui. Atividade A gestão por competências não resolve diretamente as demandas das relações de trabalho, mas contribui de maneira significativa com ferramentas e métodos de melhoria de desempenho e desenvolvimento de novas formas de trabalhar. Nesse sentido, a gestão por competências pode repercutir nas relações de trabalho com medidas, como por exemplo: I – Programas de Relacionamento, enfatizando aspectos de comunicação e suporte (ou apoio). II – Gestão de Conflitos,tratando as formas de conflito percebido, experienciado e manifestado. III – Condições Antecedentes, promovendo a ambiguidade de papeis e a interdependência. Considerando os exemplos, a letra que corresponde ao(s) item(ns) correto(s) é: a I, II e III. b I e II. c II e III. d I e III. e Apenas o II. https://player.vimeo.com/video/342019247 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/audio/G_GPC_U4_mp3.zip javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; 21/05/2020 Aula 3 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-3.htm 1/6 Aula 3 A gestão por competências e a relação com os sindicatos Trabalho coletivo Um conceito fundamental, e que está presente em qualquer discussão em gestão de pessoas, é o conceito de coletivo de trabalho. Seu papel fundamental na gama de conhecimentos em gestão de pessoas reside em seu caráter representativo: nenhuma gestão dá conta de demandas individuais, mas, sim, de demandas coletivas. Sempre que falamos em gestão por competências, estamos lidando com a visão de coletividade, embora seja possível trabalhar questões individuais. Mas o objetivo final é desenvolver competências em grupo, para que o trabalho seja realizado de maneira adequada e sistematizada, ao mesmo tempo em que consideramos as particularidades do ser humano no trabalho. Por isso, vamos entender, primeiramente, o que significa um coletivo de trabalho. Para tanto, vamos observar esse conceito sob a ótica da Psicodinâmica do Trabalho. Trabalho Segundo Mendes (2010) a construção de regras e pactos feitos entre trabalhadores do mesmo setor, a fim de encontrar saídas para adversidades comuns, formam o coletivo O coletivo compromete-se a cumprir as normas e técnicas https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-3.htm#popup-1 21/05/2020 Aula 3 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-3.htm 2/6 de trabalho. estabelecidas pelo grupo, como também a negociação das regras que estão em contínua mudança. Esse coletivo é capaz de criar regras constantes em razão das mudanças que ocorrem na organização do trabalho. Para a autora, o coletivo de trabalho passa pela cooperação, que não pode ser confundida com coleguismo ou conveniência estratégica. A cooperação implica solução de compromisso. Coadunando com as ideias de Mendes, Cruz Lima (2013) relata que a cooperação é construída a partir de três pilares: visibilidade, confiança e espaço de discussão. Visibilidade A visibilidade, de acordo com Cruz Lima (2013), pode ser compreendida como entender bem o trabalho do outro. Para que o trabalho torne-se inteligível, é necessário falar sobre o real do trabalho. O trabalhador precisa relatar aos seus pares sua astúcia na realização da tarefa, isto é, sua fala revela as transgressões (transposições, rompimentos) às normas e técnicas na execução do trabalho. Esse fato provoca no trabalhador sentimentos de prazer e culpa. Prazer por sua inteligência prática, culpa por driblar as prescrições do trabalho. Confiança Quando um trabalhador apreende o saber do trabalho realizado pelo seu par, o mesmo pode gerar julgamento em relação a essa atividade. O fato de outro trabalhador aprimorar-se na atividade realizada pelo seu par pode gerar o julgamento de quem apropriou-se do saber do trabalho. Entretanto, o mesmo pode ser vencido por meio da confiança (CRUZ LIMA, 2013). https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-3.htm https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-3.htm 21/05/2020 Aula 3 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-3.htm 3/6 Sindicato Espaço de discussão Quando se encontra no grupo de trabalho visibilidade e confiança, Cruz Lima (2013) afirma que o espaço de discussão deve ser construído. Esse pode ser realizado em ambientes formais ou informais. Contudo, esses espaços de discussão tornam-se um processo difícil e frágil, tendo em vista que precisa reconhecer o direito de cada um no uso da palavra e da escuta. A partir da concepção do que significa o termo “coletivo de trabalho”, podemos compreender, então, de forma histórica e conceitual, o que significam a origem e o papel dos sindicatos como instituições formais dos coletivos de trabalho. De forma sintética, uma vez que o tema é longo e permeado de detalhes históricos, a origem dos sindicatos vem da luta entre exploradores e explorados. E essa constatação pode ser facilmente identificada na história das sociedades. https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-3.htm https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-3.htm#popup-2 javascript:; 21/05/2020 Aula 3 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-3.htm 4/6 Com o advento do capitalismo, a luta entre trabalhadores e proprietários da produção toma proporção maior e melhor definida. Por isso, os sindicatos podem assumir um papel típico do sistema capitalista. Mas a luta é antiga, desde a relação entre a burguesia (detentora dos meios de produção) e o proletariado (desprovido de tudo e forçado a vender seu trabalho para sobreviver). É dessa luta que, originalmente, nasce a concepção dos sindicatos – instuições formais, compostas pela organização dos trabalhadores em defesa de seus interesses coletivos frente à exploração do trabalho praticada pelas empresas. Se associarmos a perspectiva de coletivo de trabalho, a atuação dos sindicatos em defesa dos interesses dos trabalhadores e a gestão por competências, temos um cenário complexo no que se refere ao conflito de objetivos. E por que isso? Com o passar dos tempos, os sindicatos foram assumindo papeis político-partidários, o que fez com que algumas das lutas essenciais pelo direito dos trabalhadores ficassem um pouco em segundo plano. Um dos destaques destas lutas preteridas é a formação profissional e o desenvolvimento de competências. Hoje, percebemos um enfoque muito grande nas lutas sindicais por questões ligadas à remuneração e condições físicas de trabalho e um pequeno feixe de luz sobre questões de capacitação profissional normatizada. A relação das empresas com os sindicatos versa sobre questões macro e microeconômicas. Ficam de lado as questões de qualificação profissional e de educação. Embora o tema das competências tenha ficado um pouco longe do ideal, em 1998 o DIEESE manifestou que a agenda sindical tomou a frente em discussões que envolviam a certificação profissional, cuja preocupação era repercutir na dimensão de cidadania do trabalhador. Contudo, qual seria o impacto de ausência de participação sindical no que se refere à luta pelo desenvolvimento formal de competências nas empresas? Para essa resposta, convém transcrever a conclusão que apresenta Fischer (et al., 2007), uma vez que apresenta detalhes importantes que devem ser apresentados como em seu original, para sua perfeita compreensão: javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; javascript:; https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course%20files/Unidade-4/aula-3.htm#popup-3 21/05/2020 Aula 3 https://a9255-1831082.cluster213.canvas-user-content.com/courses/9255~11835/files/9255~1831082/course files/Unidade-4/aula-3.htm 5/6 Dos anos 1990 em diante, a agenda sindical combinou demandas para o atendimento das negociações coletivas cada vez mais descentralizadas e a participação em fóruns tripartites,
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