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Princípios do Direito Sindical
1-	Princípio da Liberdade Associativa e Sindical
1.A- liberdade de associação 
1.B- liberdade sindical.
 2-	Princípio da Autonomia Sindical
3-	Interveniência sindical na normatização coletiva 
4-	Equivalência dos contratantes coletivos 
5-	Lealdade e transparência nas negociações coletivas. 
6-	Criatividade jurídica da negociação coletiva 
7-	Adequação setorial negociada.
1- Princípio da Liberdade Associativa e Sindical
Duas coisas diferentes 
Subdivide-se em dois: 
1. A- liberdade de associação, mais abrangente, e 1.B- liberdade sindical. 
1. A- A liberdade de associação está relacionada com a possibilidade de se fazer reunião (agregação ocasional) e associação (agregação permanente), podendo o associado se desfiliar a qualquer tempo. As noções de reunião e associação estão expressamente previstas no texto constitucional, respectivamente nos incisos XVI e XVII do art. 5º.
1.B- Liberdade sindical se refere à livre criação de sindicatos e sua auto extinção, bem como a livre vinculação a um sindicato e a livre desfiliação de seus quadros.
2-	Princípio da Autonomia Sindical
Sustenta a garantia de autogestão dos sindicatos dos trabalhadores, sem a interferência empresarial ou estatal em seu funcionamento. A importância da não intervenção se deve sobretudo à independência política e administrativa dos sindicatos. Do contrário, haveria um controle por parte dos setores público e privado, o que acarretaria no aniquilamento da própria essência do sindicalismo: a defesa dos interesses da classe trabalhadora.
3 - Princípio da Interveniência Sindical na Normatização Coletiva 
Afirma categoricamente a imprescindibilidade da participação dos sindicatos nas convenções coletivas de matéria trabalhista. Princípio esse que se encontra positivado na Constituição Federal em seu art. 8º, III e VI.
Todavia, conforme quase toda regra de Direito, este princípio não é absoluto. Os empregados poderão, excepcionalmente, negociar de maneira direta com o empregador quando o Sindicato, a Federação e Confederação sindicais não se manifestarem dentro do prazo legal (art. 617, § 1º, da CLT).
4- Princípio da Equivalência dos Contratantes Coletivos
Pelo Princípio da Equivalência entre os Contratantes Coletivos exige-se que as partes aptas a celebrar Convenções e Acordos Coletivos de Trabalho apresentem-se com idêntica natureza jurídica (seres coletivos) e que possuam instrumentos de pressão igualmente eficazes e equilibrados para a defesa de seus interesses antagônicos, como resultado de legítima negociação. Advoga em favor da igualdade de tratamento dos sujeitos coletivos, por meio da elaboração de um estatuto que supra as lacunas do ordenamento jurídico, no sentido de tornar equitativo o relacionamento entre empregados e empregador.
5-Princípio da Lealdade e Transparência na Negociação Coletiva
Estabelece que na vinculação entre os sujeitos do Direito Coletivo do Trabalho deve haver não apenas o acatamento das normas acordadas, mas também que a inteligibilidade destas últimas dê ensejo a interpretações inequívocas.
É lógico que o rigor no cumprimento das normas possui como pressuposto a inalterabilidade da situação fática. Em outras palavras, existe a possibilidade de aplicação da cláusula rebus sic stantibus; além da exceptio non adimpleti contractus, não obstante tratar-se de negócio jurídico coletivo.
(Não vai cair)
6- Princípio da Criatividade Jurídica da Negociação Coletiva
Este princípio não é nada mais do que a explanação da prerrogativa sindical de criar normas jurídicas. Esse atributo é de especial relevância, uma vez que numa relação entre entes coletivos não se deve instituir meras cláusulas contratuais, peculiaridade do ramo privado, mas sim normas que conjuguem os interesses comuns.
(Importante)
7-Princípio da Adequação Setorial Negociada
Este princípio discorre sobre a conformidade entre as normas emanadas da negociação coletiva e as que são fruto da legislação estatal.
Assim, as normas decorrentes de convenções coletivas não poderão suprimir direitos individuais de modo a prejudicar o trabalhador.
ACORDO - CONVENÇÃO - DISSÍDIO COLETIVO DE TRABALHO (sentença normativa)
Instrumentos de negociação coletiva regulam as relações entre empregados e empregadores. Quando se fala em conflitos trabalhistas de natureza coletiva, o método de solução de conflitos mais utilizado e importante é a negociação coletiva.
O artigo 7º, inciso XXVI da Constituição Federal, estipula que são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais o reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho.
O Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), por sua vez, reflete os interesses do sindicato dos trabalhadores com uma ou mais empresas. Dessa forma, regula as relações de trabalho entre os empregados de uma ou mais empresas participantes. Abrange somente as empresas envolvidas. É o acordo que estipula condições de trabalho aplicáveis, no âmbito da empresa ou empresas acordantes, às respectivas relações de trabalho.
 A celebração dos acordos coletivos de trabalho é facultado aos sindicatos representativos das categorias profissionais, de acordo com o art. 611 § 1º da CLT.” § 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais emprêsas da correspondente categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da emprêsa ou das acordantes respectivas relações de trabalho. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)”
Art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
Os acordos coletivos de trabalho estão presentes no art. 7º, XXVI, da CF/88, e a interpretação do art. 8º, VI, que exige a presença do sindicato na negociação coletiva, não pode ser isolada nem literal, mas em conformidade com o outro dispositivo. Logo, a obrigatoriedade da presença do ente sindical, na negociação coletiva para o fim de se firmar acordo coletivo, restringe-se à categoria profissional.
A Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) tem uma amplitude maior e é firmada entre dois sindicatos – ou seja, o sindicato dos trabalhadores (empregados) e o sindicato patronal (empregadores). Nesse caso, o pactuado define as relações trabalhistas de toda categoria de uma determinada região. Abrange toda a Categoria.
A CLT (art. 611, caput, CLT) define convenção coletiva de trabalho como: 
Acordo de caráter normativo pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho” 
Ambos os instrumentos decorrem de assembleia realizada pelo sindicato laboral para saber qual a reivindicação daquela categoria. Nesse encontro, é discutida uma pauta de reivindicações que abordam ajustes e piso salarial, benefícios, jornada de trabalho, entre outros assuntos. As negociações com a empresa, ou sindicato patronal, têm início depois, e, se houver consenso, um documento é assinado, materializando um acordo ou convenção coletiva. Esses documentos passam a fazer efeito três dias após a assinatura e vigoram por, no máximo, dois anos.
Quando as partes envolvidas não obtêm sucesso nas negociações, é comum que a Justiça do Trabalho seja acionada por meio de um processo de dissídio coletivo. Nele, os sindicatos pedem ao Poder Judiciário que determine quais regras se aplicam à categoria. O resultado desse processo é chamado de sentença normativa. A decisão vale por, no máximo, quatro anos. 
Dissídio é sinônimo de “divergência de opiniões ou interesse; conflito”. No entanto, a acepção que mais nos interessa, no momento, é aquela especificamente utilizada no Direito do Trabalho.
DISSÍDIOS COLETIVOS 
 1.1 – COMPETÊNCIA só podem ser julgados por um Tribunal (TRTs e TST) Tribunal Superior do Trabalho (TST), pelos Tribunais Regionais do Trabalho (TRT)
Conforme estabelece a própria CLT, o dissídio coletivodeve ser instaurado mediante representação dirigida ao Presidente do Tribunal.
CLT, Art. 856- A instância será instaurada mediante representação escrita ao Presidente do Tribunal. Poderá ser também instaurada por iniciativa do presidente, ou, ainda, a requerimento da Procuradoria da Justiça do Trabalho, sempre que ocorrer suspensão do trabalho. 
Somente os Tribunais Regionais e o Tribunal Superior do Trabalho detêm competência para julgar os dissídios coletivos; este tipo de competência especializada recebe a denominação de competência funcional.
É importante considerar que o critério da competência para o julgamento do dissídio também deverá observar a extensão territorial do conflito e, neste caso, recebe a denominação de competência territorial. 
Os Tribunais Regionais do Trabalho serão competentes para o julgamento dos dissídios de âmbito regional. 
Exceção a esta regra diz respeito ao Estado de São Paulo, que por força de determinação legal contida no artigo 12 da Lei 7.520/86, estabeleceu como competente para o julgamento dos dissídios coletivos das duas regiões, a 2ª e a 15ª, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª região, que neste caso, englobará a competência das duas regiões.
O Tribunal Superior do Trabalho será competente para o julgamento dos dissídios que envolvam mais de um Estado da Federação ou dissídios de âmbito nacional.

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