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Hérnias • Hérnias da Parede Abdominal: protusões transitórias/permanentes de uma víscera, recoberta por peritônio parietal, através de orifícios existentes em pontos fracos da camada musculoaponeurótica. Pode ser congênita ou adquirida o Assintomáticos ou sensação de ruptura durante esforço físico (aparecimento da tumoração) o Raro: dor no local porem sem protusão evidente o Dor intensa/permanente + náuseas/vômitos: sofrimento vascular da víscera herniada (sinais de obstrução intestinais) o Exame Físico: facilmente detectadas em ortostatismo (inspeção) > facilitar a exteriorização: Manobra de Valsalva (aumentar a pressão intra-abdominal) o Pontos Fracos: propensos à herniação ▪ Linha Alba (supra-umbilical) ▪ Cicatriz Umbilical ▪ Linha Semilunar ▪ Regiões Inguinocrurais ▪ Espaços Lombocostoabdominal e Lomboilíaco ▪ Cicatrizes Cirúrgicas/Traumáticas 1. Hérnia Epigástrica • Uma ou mais formações nodulares, bem delimitadas, fixas, na linha alba (supra-umbilical) • Origem: entrecruzamento anormal das fibras aponeuróticas dos músculos abdominais (linha média) > defeitos com insinuação de gordura pró-peritoneal (< 1cm de diâmetro, se maiores: pinçamento do peritônio parietal e formação de saco herniário) • Predominante: sexo masculino, adultos jovens • Sintomática, pode simular outras afecções do andar supramesocólico, identificável à inspeção (obesos: somente palpação) • Palpação: decúbito dorsal, extremidade distal dos dedos > exploração da linha alba (umbigo > apêndice xifoide) – facilitada com a contração dos músculos retos abdominais 2. Hérnia Umbilical • Criança: fechamento incompleto do anel umbilical o Comum no 1º ano, sexo feminino o Desaparece espontaneamente até os 4=5 anos o Dificilmente tem complicações • Adulto: enfraquecimento da parede da região umbilical + aumento de pressão intra-abdominal > dilatação do anel umbilical o Predisponentes: multiparidade, obesidade, ascite, tumores abdominais o Predominância no sexo feminino o Ocasionalmente atinge grandes proporções • Inspeção: protusão da cicatriz umbilical (tumor de dimensões variáveis) o Saco Herniário: pode conter segmento de epíploo ou alça intestinal (redução fácil) • Palpação: decúbito dorsal, após redução da hérnia, mobo/bidigital (depende do tamanho do anel umbilical) 3. Hérnia de Spiegel (linha semilunar) • Rara • Parede abdominal anterior junto à borda lateral do músculo reto abdominal (junção 1/3 inferior + 1/3 médio) • Ponto Fraco: inserção das linhas semilunar e semicircular • Semilunar: tumor liso, pequeno, mal definido, pouco doloroso, tecido gorduroso pró-peritoneal o Diagnóstico Diferencial: tumores benignos da parede abdominal, hematoma do reto abdominal, tumores intra-abdominais o À Direita: simular plastrão apendicular • US + TC: maior acuidade ao diagnostico, evita intervenções desnecessárias 4. Hérnia Inguinal • Tipo mais frequente, ocorre em todas as faixas etárias, passível de complicações • Indireta: mais frequente o Saco Herniário: lateral aos vasos epigástricos inferiores, passa pelo anel inguinal profundo (inguinoescrotal: quando atinge o cordão espermático) o Congênita: não oclusão do conduto peritônio-vaginal o Adquirida: enfraquecimento da parede abdominal + fatores desencadeantes (tosse crônica, hipertrofia prostática, serviço braçal, ascite, gravidez) o Compressão do anel inguinal + Manobra de Valsalva: sem protusão (anel ocluído) • Direta: adquirida, acima dos 40 anos, excepcional em mulheres o Protusão medial aos vasos epigástricos inferiores (triângulo de Hesselbach), contíguo ao cordão (não faz parte da intimidade) o Compressão do anel inguinal + Manobra de Valsalva: com protusão (oclusão não impede) • Diagnóstico: história clínica + exame físico • Inspeção: ortostatismo + manobra de Valsalva • Palpação: monodigital > exploração do anel inguinal superior + choque da hérnia durante esforço o Ex: anel direito – dedo mínimo da mão direita o Homem: dedo mínimo na base do escroto > cordão espermático > anel inguinal (Valsalva: exteriorização da hérnia, sentida no dedo mínimo) ▪ Anel inguinal superficial palpável o Mulheres: anatomia não permite introdução do dedo mínimo ▪ Somente palpação externa + manobra de Valsalva • Verificar se é redutível ou não (recondução do conteúdo à cavidade abdominal) • Encarcerada: não redutível o Comum em RN e infantes, sintoma inicial (obstrução intestinal) o Se não houver sinal obstrutivo e de sofrimento de alças (6h): redução manual + sedação o Último caso: cirurgia de emergência se não conseguir reduzir manualmente o Cirurgia: necrose intestinal, ressecção e anastomose • Estrangulada: circulação sanguínea comprometida • Obstruída: impedimento mecânico ao trânsito intestinal • Recidivada: reaparece após correção cirúrgica • Hérnias Pequenas: difícil identificação, apresentam sintomas, mas não é visível no exame físico (herniografia) o Atetlas 5. Hérnia Femoral • Também pode ser chamada de crural: volume variável abaixo do ligamento inguinal, abaulamento lateral e mais baixo (inferior ao púbis) • Adquirida, após os 40 anos, sexo feminino, lado direito, alto índice de complicação • Inspeção: altera volume durante manobras de aumento da pressão intra-abdominal • Palpação: bidigital – pacientes magros + hérnia redutível > anel femoral o Ex: lado direito – indicador na artéria femoral (abaixo da prega de flexão da coxa), dedo médio comprime tentando localizar anel femoral o Manobra de Valsalva: ajuda na percepção do pulso do saco herniário o Encarcerada: palpação externa – massa fixa, mal delimitada, consistência semelhante à lipoma o Estrangulada: dor e sinais inflamatórios locais • Diagnóstico Diferencial: hérnia inguinal o Tumores benignos, adenopatias, abscesso do psoas, aneurisma da femoral, dilatação da croça da safena 6. Hérnia Incisional • Também chamada de eventração ou hérnia ventral: abaulamento/tumor na parede abdominal sob/lateral à cicatriz cirúrgica ou traumatismo • Enfraquecimento da parede abdominal devido à cicatriz: iatrogenia • Obter história clínica anterior o Fatores predisponentes: infecção, deiscência da ferida, tipo de incisão, material de sutura, condições gerais do paciente • Inspeção: ocupa a cicatriz, pode ser grande, pode ocorrer perda de domicílio do conteúdo abdominal • Palpação: decúbito dorsal, base fixa, consistência elástica, pode ser redutível o Percepção de um ou mais orifícios herniários: contração da musculatura parietal o Estoma intestinal: hérnia paraestomal • Não redução: aderência do epíploo/alças intestinais ao saco herniário • Não é frequente o estrangulamento 7. Hérnia Lombar • Rara, congênita ou adquirida (maioria, após 40 anos) • Tumoração/abaulamento na região lombar, volume aumenta com esforço • Regiões: o Triângulo de Petit (lombar inferior) o Triângulo de Grynfelt (lombar superior) Hidrocele/Tumores de Testículo: possuem limite superior bem delimitado (pode ser pinçado) • Diagnóstico: história clínica + exame físico o Diferencial: lipomas, fibromas, hematomas e hérnia muscular • Palpação: consistência mole, fixa, irredutível o Gordura pró-peritoneal o Cólon ascendente/descendente: estrangulamento 8. Hérnia Obturadora • Grande potencial de complicação e dificuldade de diagnóstico • Protusão peritoneal: buraco do nervo obturador > canal obturador • Saco herniário pode não exteriorizar • Palpação: região hipogástrica (flexão das coxas) ou toque retal/vaginal o Dor na face medial da coxa (Sinal de Howship-Romberg): irritação do nervo obturador • Sinais de obstrução intestinal Toque Retal/Vaginal: complementar, possível palpar órgãos pélvicos e o recesso peritoneal
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