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GESTAO DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇOES SOBRE LUCRO DA PESSOA JURIDICA E TRIBUTAÇAO SIMPLIFICADA PROF. MS. VALQUIRIA PINHEIRO SOUZA QUESTIONÁRIO 2º AULA 01 – Qual é o conceito de “Lucro Real” ? R: Conformes estabelece a lei , Lucro real é o lucro líquido do exercício ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária. (Art. 6 do Decreto Decreto-Lei nº 1.598, de 1977 ). 02- Qualquer empresa pode optar pelo Lucro Real? Cite exemplos e justifique. R: Todas as empresas podem optar pela tributação com base no lucro real. Porém conforme a legislação há situações que obrigam entidades a adotar tal sitema: Lei 9.718 de 1998 Art. 14. Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas: I - cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei nº 12.814, de 2013) II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2° da Lei n° 9.430, de 1996; VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). VII - que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários, financeiros e do agronegócio (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) Sempre que possível tende-se a optar pelo enquadramento de menor impacto tributário, mas por exemplo eventuais exceções podem ocorrer quando o peso da mão-de-obra é pouco significativo no custo do produto e, consequentemente, no seu preço, assim mesmo que a opção seja possível, motivos mercadológicos podem determinar a sua não adoção, pela restrição de créditos tributários de IPI e ICMS por parte dos clientes dessas empresas. Os principais critérios a serem observados são a margem de lucro antes do IRPJ e da CSLL e o efeito do PIS e da COFINS. 03- Qual é o objetivo do E-LALUR? Quais as principais informações que compõem a Parte “A” e a Parte “B” do E-LALUR? R: O objetivo do sistema é eliminar a redundância de informações existentes na escrituração contábil, no Lalur e na DIPJ, facilitando o cumprimento da obrigação acessória. Na Parte A irão discriminados os ajustes, por data, ao Lucro Real, como: despesas indedutíveis, valores excluídos, e a respectiva Demonstração do Lucro Real. Na Parte B incluirão os valores que afetarão o Lucro Real de períodos-base futuros, como, por exemplo: Prejuízos a Compensar, Depreciação Acelerada Incentivada, Lucro Inflacionário. 04 – Cite exemplos de Adições e Exclusões - na apuração do Lucro Real. Adição: Empresa Lucro Contábil de R$ 100.000,00 Despesas Indedutíveis de R$ 20.000,00 Ajuste de lucro contábil, via Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), porque o resultado não pode e não deve ser alterado contabilmente. Desta forma procede-se a adição ao lucro contábil de R$ 20.000,00, na Parte "A" do LALUR, o que produz, na prática, um efeito de anulação das despesas indedutíveis contabilizadas. Este ajuste mantém o lucro contábil em R$ 100.000,00, porém, para fins fiscais o aumentará para R$ 120.000,00. Observe-se que, neste caso, não há necessidade de controle a ser efetuado na Parte "B" do LALUR, pois a despesa é indedutível. Exclusão: Além disso, na determinação do lucro real, poderão ser excluídos do lucro líquido do período de apuração (Decreto-Lei 1.598/1977, artigo 6o, § 3º) as receitas contabilizadas e não exigidas pelo fisco: valores registrados contabilmente como receita e não aceitas como tributáveis para o lucro, sendo este diminuído. Empresa Lucro Contábil de R$ 350.000,00. Contabilizou um Resultado Credor de Equivalência Patrimonial de R$ 60.000,00 Ajuste o resultado contábil, via LALUR (Parte "A"), uma vez que tal resultado não pode e não deve ser alterado contabilmente. Procede-se a exclusão ao lucro contábil, de R$ 60.000,00, na Parte "A" do Livro de Apuração do Lucro real (LALUR), o que produz, na prática, um efeito de anulação da receita contabilizada. Este ajuste mantém o lucro contábil em R$ 350.000,00, porém, para fins fiscais diminuirá para R$ 290.000,00, valor equivalente ao que representaria o lucro contábil, caso não tivessem sido contabilizadas o Resultado Credor da Equivalência Patrimonial, que é uma receita não tributável, conforme artigo 389 do Regulamento do IR. Ressalte-se que não há, neste caso, necessidade de controle na Parte "B" do LALUR, pois a receita é isenta de tributação (Resultado Credor da Equivalência Patrimonial). O controle na Parte "B" far-se-ia necessário se o valor correspondesse a uma receita diferida ou a uma parcela do lucro com tributação adiada para um período futuro, a exemplo de um lucro na venda de bens do permanente para recebimento do todo ou em parte após o término do exercício social seguinte. Nesta última hipótese, o lucro diferido seria excluído num primeiro período e anotado na Parte "B" do LALUR, para ser adicionado, quando do efetivo recebimento das parcelas pela venda do bem. 05 – Quais são as formas e/ou modalidades de apuração do Lucro Real? Quais as vantagens e desvantagens de cada método? R: Duas formas de pagamento para o IRPJ e CSLL: a)Pagamento trimestral, mediante apuração de forma trimestral e definitiva; ou b)Pagamento mensal por estimativa e apuração anual do lucro real em 31 de dezembro Conforme Hiromi Higuchi, Fábio Hiroshi Higuchi e Celso Hiroyuki Higuci em sua obra: "Imposto de Renda das Empresas , que o lucro real trimestral não traz uma só vantagem, mas traz muitas desvantagens, como a da limitação na compensação dos prejuízos fiscais e a possibilidade de cometer mais infrações fiscais. De fato, na prática a maioria das empresas opta pela apuração e pagamento do IRPJ e CSLS pelo lucro real anual com o objetivo de utilizar o cálculo mensal por estimativa ou suspender e/ou reduzir o pagamento da estimativa de acordo com os resultados acumulados que apurar em balanços ou balancetes levantados especificamente para esse fim. 06- Quando deve ser considerado o adicional de 10% no cálculo do IR? R: Conforme previsto na legislação, sobre a parcela do lucro real, presumido ou arbitrado que exceder o valor resultante da multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de apuração, o adicional incidirá à alíquota de 10% (dez por cento). (RIR/99, art.542) 07- O Lucro Real Anual, possui duas formas de apuração, explique a diferença entre elas: R: A) RECEITA BRUTA ESTIMATIVA: O regime da estimativa mensal caracteriza-se pela forma simplificada de recolhimento. Uma vez definida a receita bruta, sobre ela aplicam-se os percentuais de presunção de lucro, os mesmos previstos para o regime do lucro presumido. A esta base deverão ser acrescidas as demais receitas e ganhos de capital. B) B) COM BASE EM BALANCETES MENSAIS EM REDUÇÃO OU SUSPENSÃO: o sistema de suspensão ou redução do IRPJ e CSLL exige da empresa rígida organização contábil para que se possa comprovar com base em escrituração completa, que o imposto já pago excede o devido no período em curso (REDUÇÃO)ou, simplesmente, comprovar que não se deve imposto no período em curso (SUSPENSÃO). Para quem está apurando o lucro real, este sistema de suspensão/redução é uma das principais formas de planejamento tributário a ser adotada durante o ano-calendário. É um sistema facultativo, podendo ser adotado quando melhor convier ao contribuinte.
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