Semiologia Nutricional

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Profa. Sara Corrêa 
Esp. Nutrição Clínica e Fitoterapia 
Semiologia 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
IBMR, Rio de Janeiro/RJ 
2020 
• É a parte da medicina relacionada ao estudo dos 
sinais e sintomas das doenças humanas e animais. 
A semiologia é muito importante para o diagnóstico 
da maioria das enfermidades. 
 
• Exame físico da cabeça aos pés : 
• Cabelo 
• Pele 
• Tecido subcutâneo 
• músculo-esquelético 
• Olhos 
• Tórax, dorso, membros, abdômen 
• Lábios 
• Boca 
• Língua 
• Unhas 
Avaliação Clínica – Funcionamento intestinal 
• Item importante a ser investigado em toda anamnese nutricional; 
• ESCALA DE BRISTOL: Esquema de figuras que representam as variações e 
alterações do funcionamento intestinal, permitindo a classificação visual das 
fezes. 
Avaliação Clínica – Alguns sinais físicos de deficiência nutricional 
 
Sinais Deficiências 
Cabelo 
Alopecia 
Quebradiços 
Despigmentado 
Ressecados 
Arrancados com facilidade 
Proteína, vit. A, zinco 
Biotina (B7) 
Zinco 
Vit. E e A 
Zinco 
Pele 
Dermatose pelagra 
Lesões acneicas 
Ceratose folicular 
Xerose (pele seca) 
Equimoses 
Petéquias intradérmicas 
Eritema 
Hiperpigmentação 
Dermatite seborreica 
Palidez 
Dificuldade de cicatrização 
Niacina 
Vit. A 
Vit. A 
Vit. A, B7, ácido 
linoleico, zinco 
Vit. C ou K 
Vit. C ou K 
Niacina (B3) 
Niacina 
Riboflavina, B6, zinco 
Fe, vit. B12, Folato (B9) 
Vit. A, vit C e zinco 
Avaliação Clínica – Alguns sinais físicos de deficiência nutricional 
 
 
Face 
Seborreia nasolabial 
Edema de face (face em lua 
cheia) 
Vit. B2 
Ferro 
 
Olhos 
Palpebrite angular 
Manchas de Bitot 
Xerose conjuntival, xerose de 
córnea. 
Xantelasma 
Cegueira noturna 
Vit. B2 
Vit. A 
Vit. A 
Vit. A, Zn 
 
Lábios 
Estomatite angular 
Queilose 
Vit. B2, B3, B6 
Vit. B2 
Gengiva 
 
Esponjosa e sangrante 
 
Vit. C 
Dentes 
Perda do esmalte 
Má dentição, cárie dentária. 
Flúor, Zn 
Flúor 
Língua 
Glossite 
Atrofia e hipertrofia das papilas 
Língua magenta 
Língua escarlate e inflamada 
Hipogeusia 
VitB6, B9, vit. B12 
B6, B9 
Vit. B2 
B6 
Zinco 
Avaliação Clínica – Alguns sinais físicos de deficiência nutricional 
 
Seborreia nasolabial 
Estomatite angular 
Queilose 
Avaliação Clínica – Alguns sinais físicos de deficiência nutricional 
 
Deficiência de Zinco 
• Dermatite e queilite angular 
Deficiência de Vitamina A 
• Mancha de Bitot 
Deficiência de vitamina C 
• Escorbuto 
Avaliação Clínica – Alguns sinais físicos de deficiência nutricional 
 
Unhas Coiloníquia (forma de colher) 
Quebradiças, rugosas. 
Ferro 
Sistema músculo 
esquelético 
Atrofia muscular 
Alargamento epifisário, persistência 
da abertura da fontanela anterior, 
perna em X. 
Hemorragias músculo esqueléticas 
Flacidez das panturrilhas 
Vit. D, vit. B1, cálcio 
Vit. D 
B1 
Sistema 
cardiovascular 
Cardiomegalia, taquicardia Vit. B1 
 
Sistema nervoso 
Alterações psicomotoras, 
Alterações sensitivas, fraqueza 
motora, Formigamento das mãos e 
pés (parestesia) 
Demência 
Vit. B1, B6, B12 
B1 
B1 
Vit B12, B6, B1 
Sistema 
gastrintestinal 
Hepatoesplenomegalia 
Diarreia 
Kwashiorkor 
B6 e zinco 
Extremidades 
Joelho valgo ou varo 
Perda dos reflexos tendinosos 
profundos dos membros inferiores 
Vit. D 
Vit. B1 e B2 
Avaliação Clínica – Alguns sinais físicos de deficiência nutricional 
 
Avaliação Clínica – Alguns sinais físicos de deficiência nutricional 
 
Deficiência de Vitamina K 
• Síndrome Hemorrágica 
Deficiência de Niacina 
• Pelagra 
Deficiência de vitamina D e 
cálcio 
• Raquitismo 
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA 
• Complementa a Avaliação Clínica; 
• É permitido ao Nutricionista solicitar exames laboratoriais 
desde que sejam da sua competência e importantes para a 
prescrição nutricional; 
• Alguns exames complementam o diagnóstico nutricional e 
auxiliam na prescrição adequada. 
• No que diz respeito aos exames laboratoriais, o inciso VIII do 
art. 4º da Lei nº 8.234, de 17 de setembro de 1991, atribui ao 
nutricionista a competência para a solicitação de exames 
laboratoriais necessários à avaliação, prescrição e à evolução 
nutricional do paciente, conforme previsto na Resolução CFN 
nº 306/2003 
 
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA 
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA 
O Conselho Federal de Nutricionistas recomenda ao 
Nutricionista: 
• 1. Elaborar o diagnóstico nutricional com base nos dados clínicos, bioquímicos, antropométricos e 
dietéticos, atividade indispensável na assistência dietética a indivíduos sadios ou enfermos; 
• 2. Solicitar os exames laboratoriais exclusivamente necessários à avaliação, à prescrição e à evolução 
nutricional e dietoterápica do cliente-paciente. 
• 3. Considerar diagnósticos, laudos e pareceres dos demais membros da equipe multiprofissional, 
definindo com estes, sempre que pertinente, outros exames laboratoriais; 
• 4. Considerar o cliente-paciente globalmente, respeitando suas condições clínicas, individuais, 
socioeconômicas e religiosas, desenvolvendo a assistência de forma autônoma ou integrada junto à 
equipe multiprofissional; 
• 5. Solicitar exames laboratoriais cujos métodos e técnicas tenham sido aprovados cientificamente. É 
de responsabilidade do nutricionista fundamentar tais solicitações em seus aspectos técnico e legal, 
quando necessários, não cabendo ao CFN e CRN o estabelecimento de um rol de exames 
laboratoriais; 
• 6. Respeitar os princípios da bioética e os preceitos contidos no Código de Ética do Nutricionista; 
• 7. Denunciar o descumprimento na aceitação de solicitações de exames laboratoriais ao Conselho 
Regional de Nutricionistas de sua jurisdição, às Secretarias Estaduais e Municipais no caso do SUS e 
à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), quando operadoras de planos de saúde e 
seguradoras de saúde. 
 
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA 
• Hemograma, ferro sérico, ferritina 
sérica, transferrina – A oxigenação 
e o adequado aporte de nutrientes 
aos tecidos são fundamentais. Por 
esse motivo, monitorar as reservas 
desse nutriente é de vital 
importância. 
 
• TSH, T3 e T4 – Com o auxílio de um 
endocrinologista, o nutricionista 
poderá avaliar o funcionamento da 
glândula tireoide e propor um plano 
alimentar de acordo. Seu 
funcionamento se relaciona, entre 
outros pontos, a manutenção do 
peso corporal. 
• Dosagem de Proteínas Séricas – Estão 
ligados a desnutrição. 
• Ureia e Creatinina – Indicadores da 
função renal. Quando alterados, 
também podem indicar que está 
havendo degradação de massa magra, 
a qual pode ser resolvida com 
alimentação adequada. 
• Dosagem de vitaminas e minerais – 
Sempre que, pela análise de sinais e 
sintomas, for detectada alguma 
alteração indicativa de desbalanço de 
vitaminas e minerais, é importante 
que esses minerais sejam dosados. 
 
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA 
• Glicemia/Hiperglicemia/ Resistência à Insulina 
• Perfil Lipídico 
 
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA 
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA 
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA 
HEMOGRAMA: Série Vermelha 
 
 Hemácias ou Eritrócitos 
  Valores de Referência: 
- Homens adultos: 4,5 a 6,0 milhões hemácias/mm3 
- Mulheres adultas: 4,0 a 5,5 milhões hemácias/mm3 
 
 Valores diminuídos podem ser observados em anemias, leucemias, hemorragias 
intensas e infecções graves. 
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA 
Hemoglobina 
 A síntese de Hb estará comprometida quando houver alteração do ferro 
por deficiência alimentar, absortiva, por interação medicamentosa ou outra 
causa. 
 
 Valores de referência: 
Homens: 13,5 a 18 g/dl 
Mulheres: 12 a 16 g/dl. 
 
- Alterações: 
 Baixas concentrações de Hb podem indicar anemia ou hemorragia recente. 
 
 
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA 
Hematócrito 
 Relação volume de sangue/volume de hemácias 
 
Objetivo: auxiliar no diagnóstico de anemia. 
 
 Valores de referência: 
Homens: 40% a 54% 
Mulheres: 37% a 47% 
 
- Alterações: Hematócrito baixo sugere anemia ou uma perda de sangue, 
leucemias e infecções. 
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA 
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA 
A ↓ do ferro séricoassociada ao ↑ da transferrina e ↓ da ferritina indica 
deficiência de ferro. Normalmente relacionada com perdas crônicas de 
sangue (trato gastrointestinal – úlceras, divertículos e neoplasias). 
 
• Ferro 
Valores de referência: 
- Homens e mulheres: 30 a 160 µg/dL 
• Ferritina 
Proteína responsável pelo armazenamento hepático de ferro. 
Valores de referência: 
• Homens – 30-300 ng/mL 
• Mulheres – 10-200 ng/mL 
 
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA 
• Vitamina B12 (Cobalamina) 
Valores de referência: 
- Homens e mulheres: 200 a 1.000 ng/dL 
Níveis < que 150 ng/dL indicam deficiência. 
 
Deficiência de B12 = Doenças do trato gastrointestinal (como gastrite), Fatores 
nutricionais, má absorção e doenças hereditárias são as principais causas de 
deficiência desta vitamina. 
 
• Folato 
Valores de referência: 
- Homens e mulheres: 3,1 a 17,5 ng/mL 
Deficiência de folato = ↓ ingestão 
 
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA 
Perfil Bioquímico do sangue 
 Glicose 
 As concentrações de glicose são bem controladas dentro dos valores de 
referência, mesmo na presença de inanição grave. 
 Isto se deve a um mecanismo regulador hormonal extremamente sensível 
e delicado, representado por agentes hipoglicemiantes e hiperglicemiantes. 
 
 Valores de referência: 
- Homens e mulheres: 60-99 mg/dL - não diabéticos 
 100 a 126mg/dL - pré-diabéticos 
 > 126mg/dL - diabéticos 
Alterações: Diabetes mellitus, Tumores secretores de insulina. 
AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA 
Lipídios Valores (mg/dL) 
Adultos (≥ 20 anos) 
Categoria 
Colesterol total < 200 
200 a 239 
≥ 240 
Ótimo/desejável 
Limítrofe 
Alto 
LDL < 100 
100 a 129 
130 a 159 
160 a 189 
≥ 190 
Ótimo 
Desejável 
Limítrofe 
Alto 
Muito alto 
HDL < 40 
> 60 
Baixo 
Alto 
Triglicerídeos < 150 
150 a 199 
200 a 499 
≥ 500 
Ótimo 
Limítrofe 
Alto 
Muito alto 
Adaptada de SBC, 2007 
Valores de referência para lipoproteínas plasmáticas em adultos