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interpretação de textos esaf aula 03

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CURSO ON-LINE – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO – ESAF 
 
PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES 
 
 
LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - ESAF 
 
Módulo 03 
 
Prof. Odiombar Rodrigues 
 
Apresentação 
 
 
 
Olá pessoal, 
 
Estamos de volta, com mais um pouco de conhecimentos para oferecer a vocês. 
Cada semana, a colaboração tem sido mais intensa, cada dia recebemos mais e-mail, o 
que nos deixa orgulhosos. Continuem conversando, perguntando, questionando e 
colaborando, pois tudo isto é combustível para o nosso trabalho. 
 
Neste módulo, vamos abordar assuntos interessantes que são a intertextualidade 
e o paralelismo. Não temos intenção de ultrapassar os limites da necessidade de quem 
vai fazer concurso público, mas avançaremos na teoria até conseguirmos fornecer 
fundamentos lógicos e seguros para os seus estudos. 
 
Em termos de interpretação de texto, não há grandes disparidades entre as 
principais bancas. Nas provas da ESAF, além da pertinência dos textos à área de 
conhecimento do concurso, eles, em geral, mantêm uma relação temática entre si. No 
caso da FCC, os textos são mais genéricos e desconectados uns dos outros, por outro 
lado, o CESPE apresenta textos mais leves e, muitas vezes, com questões que utilizam 
códigos não verbais, como charges, imagens e anúncios publicitários. São estilos 
diferentes que merecem tratamento especial. 
 
Chega de conversa, vamos ao nosso assunto de hoje. 
 
 
 
Intertextualidade 
 
A intertextualidade é um procedimento que torna um texto dependente de outro 
para a sua compreensão tanto em termos de produção como de recepção. No nosso caso, 
é importante avaliarmos as situações em que, nós leitores, devemos recorrer a fatores 
externos para completarmos o sentido que um texto apresenta. 
 
 
 
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PROFESSOR: ODIOMBAR RODRIGUES 
 
Em qualquer situação, um texto não tem condições de ser, por si só, revelador de 
todo o seu conteúdo. Sempre, parte do conteúdo advém do próprio texto, mas parte é 
“requisitada” de nossa capacidade como leitores, ou seja, de nosso conhecimento de 
mundo e da conexão que podemos estabelecer com o mundo do autor. 
 
Muitas questões de provas nos remetem a conhecimento que não participa 
diretamente do texto, mas que com ele pode estabelecer conexão. Não podemos 
confundir com a inferência, que já estudamos antes. Naquele caso, o texto, através de 
seus constituintes linguísticos (palavras, frases e construções), remete-nos ao 
significado. Aqui, na intertextualidade, é um diálogo entre textos, através de seus 
conteúdos, principalmente. 
 
Em termos didáticos, podemos apontar três “tipos de intertextualidade”: o que 
depende de fatores de conteúdo, o que depende de fatores formais e o que depende de 
fatores textuais. Em termos de “construção linguística”, a intertextualidade pode ser 
classificada através de três processos: paráfrase, correspondência e perífrase. Vamos 
estudar, primeiro, os tipos de intertextualidade e depois passaremos para a análise dos 
processos utilizados para a sua construção. 
 
 
 
Intertextualidade através do conteúdo 
 
Dois textos que abordam o mesmo conteúdo são considerados como um caso de 
intertextualidade, pois a leitura de um, de outro, ou de ambos determina uma 
compreensão distinta. Certas provas de concurso trazem dois, três ou mais textos, todos 
abordando o mesmo tema. Mesmo que as questões não façam referência a este fato, a 
simples leitura deles na ordem em que estão apresentados influi na percepção do leitor. 
Em outras situações, mesmo com diversos textos dentro de uma mesma prova, eles não 
mantêm conexão entre si. A ESAF é pródiga em exemplos de provas que apresentam 
unidade temática, mesmo quando não há aproveitamento da intertextualidade, 
diretamente nas questões. 
 
Para quem vai prestar concurso, é importante observar casos em que dois ou 
mais textos são avaliados em termos de argumentação, a fim de verificar a consistência, 
a continuidade ou a contradição dos argumentos. Assim como podemos ter em um 
 
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único texto com argumentos a favor ou contra um assunto, as contestações podem surgir 
em diversos textos, também. A intertextualidade, por conteúdo, pode ocorrer através de 
três formas básicas: sequência de texto; textos consagrados ou personagens. 
 
Um exemplo de intertextualidade por conteúdo encontramos na imprensa. Isto 
ocorre quando uma série de reportagens, abordando um mesmo tema, produz uma 
cadeia argumentativa que não advém de nenhuma das reportagens, de forma isolada, 
mas do conjunto delas. O conjunto de informações que o leitor adquire é muito maior 
do que o fornecido pelas reportagens isoladamente. 
 
Outra forma de intertextualidade ocorre quando o texto a que nos referimos não 
é citado, nem sugerido, dada a sua já reconhecida presença em nossa cultura. Ao tratar 
das garantias e direitos individuais, o autor de uma obra não tem necessidade de remeter 
o leitor diretamente ao artigo quinto da Constituição Federal, pois isto é um assunto já 
reconhecido por nossa cultura jurídica. Assim como a Constituição, outros textos como 
a Bíblia, Dom Quixote ou Édipo são dispensados quando abordamos temas como 
“paraíso” ou “apocalipse”; “atitudes quixotescas (temerárias) ou “complexo edipiano” 
respectivamente, pois a conexão de nosso texto com aqueles originais é por muito 
evidente. 
 
Outras vezes, a conexão de conteúdo ocorre pela personagem, de modo que o 
nosso texto utiliza determinadas personagens que já estão consagradas pelo 
conhecimento literário, sem que tenhamos necessidade de citar a obra de origem. 
Ninguém se perde, quando o texto cita uma personagem “com olhos de ressaca”, ou 
“uma mulher balzaquiana” ou um “Severino, retirante”, todos temos como referentes 
obras como Dom Casmurro (Machado de Assis), Mulher de trinta (Balzac) e Morte e 
Vida Severina (João Cabral de Melo Neto), respectivamente. Observem que não só 
personagens literárias, mas muitas outras de nosso cotidiano podem surgir nos textos: 
Lampião ou Tiradentes como exemplos históricos; Saci ou boto como personagens 
lendários entre outras. 
 
O campo da intertextualidade, centrado no conteúdo, é muito vasto e não cabe, 
aqui, uma discussão mais aprofundada. Com facilidade, vocês podem recorrer ao 
conhecimento prévio para identificar significados importantes para a interpretação 
 
 
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Intertextualidade através da forma 
 
Cada texto é uma construção única, o que nos permite dizer que ela (a 
construção) não se repete. Este é o grande valor da linguagem, pois ela possibilita uma 
variedade tal que nunca necessita se repetir. É tão forte este princípio que certas 
construções já são consagradas e ninguém conseguirá reproduzi-las sem que sejam 
reconhecidas como uma atualização de outro texto. 
 
Se eu construir uma frase como: “Há mais aviões entre as torres do Congresso 
que nosso bolso pode agüentar...” tenho certeza de que logo alguém vai estabelecer 
 
relação com a construção de Shakespeare que diz: 
 
que supõe nossa vã filosofia” (William Shakespeare). Esta conexão é a intertextualidade 
 
atualizada pela construção sintática da frase. 
 
No caso de provas de concurso, ela não aparece, em geral, em forma de citação, 
mas através da solicitação para avaliarmos frases e descobrirmos a que reproduz melhor 
um determinado texto. As bancas são produtivas em questões que exigem do candidatoo exame da construção frasal para determinar a coincidência de estruturas linguísticas. 
 
 
 
Intertextualidade através do tipo de texto. 
 
Já examinamos no módulo 01 a tipologia textual. Cada texto pertence a um 
sistema que o caracteriza como tal. O modelo de tipologia que utilizamos foi o centrado 
nos procedimentos linguísticos, por isso classificamos como: descritivos, narrativos ou 
dissertativos. Muitas outras tipologias podem ser empregadas para o reconhecimento de 
um texto como pertencente a um determinado grupo. 
 
Uma outra tipologia que é bastante produtiva, em termos de classificação de 
texto, é a que os considera distribuídos entre textos: autoritários (induz o leitor ao 
“fazer”); factivos (busca transformar o leitor, fazê-lo “ser”); científico (induz o leitor a 
“saber”) e por fim o texto persuasivo (que induz o leitor a “crer”). Como se vê esta é 
uma tipologia que contribui muito bem para identificarmos os tipos de textos e 
estudarmos a construção deles. 
 
Talvez, você já esteja a ponto de perguntar: -“O que isso tem a ver com o 
concurso?” Respondo! Você não viu em provas questões que pedem para avaliar se um 
 
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 “Há mais coisas entre o céu e a terra do 
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determinado parágrafo corresponde a outro presente no enunciado? Com certeza, o que 
a banca quer avaliar é a sua capacidade de reconhecer a construção do texto dado e a 
sua correspondente variação. Se o texto é “autoritário”, e a banca incluir, na frase, 
algum modalizador do tipo “talvez”, “pode ser” e outros, ela retira o caráter imperativo 
e, com certeza, esta alternativa não corresponde mais ao sentido original. A 
intertextualidade não surge na prova como um conteúdo isolado, mas como construções 
linguísticas que são avaliadas quanto às substituições, às comparações ou mesmo 
quanto à reescrita. 
 
Todas as questões que abordam a paráfrase, a paródia, citação ou substituição 
são, de uma forma ou outra, ligadas à intertextualidade. Não são poucas as questões que 
solicitam ao candidato que avaliem se um termo ou expressão pode substituir outro, 
numa determinada frase. Não há como proceder esta substituição sem um exame 
cuidadoso do sentido (conteúdo) que percorre os dois textos, a construção linguística de 
ambos (forma) e o tipo de cada um (tipologia textual). 
 
Após examinarmos os tipos de intertextualidade, podemos passar a examinar os 
processos pelos quais ela pode ser construída: paráfrase, correspondência e perífrase. 
 
 
Paráfrase 
 
Dentro dos processos de construção da intertextualidade, vamos dar uma atenção 
especial para a paráfrase, em virtude do fato de ser muito frequente em concursos 
públicos. O termo, em si, tem o sentido de “continuidade” ou “repetição” de uma frase, 
de uma passagem, ou mesmo de uma obra inteira. A paráfrase é um tipo especial de 
“cópia”, de repetição de passagens de um texto em outro. 
 
Antes que alguém pergunte, vamos esclarecer os limites entre paráfrase e plágio. 
No plágio há uma dose de dolo, ou seja, quem plagia tenta se apoderar de um trabalho 
alheio. Na paráfrase isto não ocorre, pois quem parafraseia, procede assim com a 
intenção de apropriar-se do sentido do outro texto a fim de agregar significação ao seu. 
Quem parafraseia não esconde a sua atitude, pelo contrário, muitas vezes, propaga sua 
aproximação com o texto original como forma de torná-lo mais inteligível. 
 
 
 
 
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Dentre as muitas possibilidades da paráfrase, não podemos deixar de lado o caso 
da tradução, pois é uma forma de passar o mesmo texto, porém sob uma nova 
linguagem. Não vamos nos ater a este caso, por não ser pertinente ao nosso propósito. 
 
Outros modos de paráfrase são muito importantes para o nosso trabalho, como: a 
interpretação, o resumo, a adaptação e outras formas. Estes serão objeto de nosso estudo 
quando estiverem no nível da frase que é habitual em concursos, mas eles também 
podem ser estudados em relação ao texto todo. 
 
A paráfrase ultrapassa o nível semântico do texto, pois, apoiada na estrutura 
linguística, ela atinge o nível pragmático e discursivo. Não se assustem! Vamos trocar 
em “miúdos”. Ao abordarmos um texto no nível semântico, nós nos restringimos às suas 
relações de sentido, porém quando o abordamos no nível pragmático e discursivos, 
estamos levando em conta a intencionalidade, ou seja, não só o que o texto tem como 
significado, mas, especialmente, o que ele age sobre o leitor (para sermos mais simples). 
 
Alguns autores reduzem o estudo da paráfrase ao aproximá-lo da sinonímia, 
denominando a paráfrase como “sinonímia lexical”. Este procedimento reducionista não 
atende às necessidades de nosso trabalho. Para nós é importante reconhecermos quatro 
níveis de paráfrase: da locução; da referência; da pragmática e do simbólico. Vamos 
elucidar cada um deles, de forma rápida, para logo após aplicarmos este conhecimento 
em questões de concursos. 
 
 
 
No plano da locução – Este processo é muito utilizado em provas de concursos e 
consiste no fato da intertextualidade ocorrer em frases (locuções). Assim, quando nos é 
pedido que avalie a alternativa que reescreve corretamente alguma frase, estamos diante 
de um caso de paráfrase locutiva (gostaram do termo? Chique, não?). Observemos a 
frase abaixo e avaliemos as suas possibilidades de reescritura: 
 
A menina foi ao colégio pela manhã. 
 
a) Pela manhã, a menina saiu para o colégio. 
 
b) A menina sai para o colégio todas as manhãs. 
 
c) A criança vai todas as manhãs para o colégio 
 
 
 
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Consideramos uma paráfrase verdadeira somente a primeira (a). Você concorda? 
Nela deslocamos o advérbio e trocamos o verbo, mantendo o modo e o tempo verbais, 
são alterações apenas formais, não interferem, substancialmente, no sentido. As outras 
duas apresentam variações que comprometem o significado original. 
 
A segunda frase (b) inclui uma idéia de frequência que não consta na frase 
original, pois acrescenta “todas as manhãs” enquanto que no texto temos “pela manhã” 
o que não significa “todas as manhãs”. 
 
A terceira opção (c) comete um “pecado”, troca a forma verbal do pretérito para 
o presente, alterando a questão temporal. Esta frase, também, extrapola o sentido 
original ao mudar “menina” para “criança”. Semanticamente, criança tem sentido de 
“ser humano + pouca idade”, enquanto “menina” acrescenta um traço: “ser humano + 
pouca idade + sexo feminino”. Portanto, a frase que contém “criança” é mais genérica 
do que a que contém “menina”, isto significa que não são equivalentes, portanto, não 
são boas paráfrases. Vamos examinar a frase seguinte:. 
 
O automóvel passou em alta velocidade. 
 
a) O corsa azul passou a mais de 120km/h. 
 
b) O carro foi em velocidade acima do permitido. 
 
c) O veículo cruzou a esquina em alta velocidade. 
 
Examinando estas três paráfrases temos situações distintas e caberá a nós 
escolhermos a que melhor substitui a frase original. A primeira (a) trocou “automóvel” 
por “corsa azul”, aqui temos um caso contrário ao exemplo anterior (a) quando 
substituímos “menina” por “criança”. “Corsa azul” está contido em “automóvel”, 
portanto usamos um termo mais restrito no lugar de um mais amplo, mantivemos o 
sentido original (automóvel). No caso da menina, ao usarmos “criança” perdemos uma 
parte do significado (sexo). 
 
Na alternativa dois (b)aparece uma informação que não está na frase original: 
“acima do permitido”. Para validarmos esta paráfrase necessitamos da equivalência 
“alta velocidade = acima do permitido”, portanto, falta-nos a informação de qual é a 
velocidade permitida. Na terceira (c), acrescentamos um sentido de infração de trânsito 
 
 
 
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que não está presente na frase original, pois, de qualquer forma, os cruzamentos não 
podem ser feitos em “alta velocidade”. 
 
Para o meu padrão de direção 120km/h é alta velocidade (para Rubinho, 
também, mas não para Senna...) e “corsa azul” apenas especifica o sentido de 
automóvel, portanto, esta seria uma paráfrase melhor. As outras duas poderiam ser 
descartadas. 
 
Aqui é muito claro, depois nas questões de prova fica um pouco mais 
complicado, mas teremos condições de reconhecer o mesmo mecanismo. 
 
 
No plano da referência – No caso das paráfrases referenciais, devemos ter 
cuidado com os “modalizadores” que são elementos que acrescentam ao texto alguma 
circunstância ou modo. Uma frase será equivalente a outra se elas se corresponderem, 
tanto em termos de locução (nível da frase, das palavras), quanto no nível dos 
“elementos modalizadores”. 
 
Para não ficarmos em exemplos fictícios, vamos tomar um caso registrado em 
prova da ESAF (SEFAZ/PI – 2001). A questão 31 da prova de Direito Constitucional 
solicita: “Assinale a opção correta”. Não interessa agora o conteúdo da questão, muito 
menos a avaliação da alternativa correta. O que nos importa é a razão pela qual a 
alternativa “C” é errada. O Parágrafo único do art. 1º da constituição diz: “Todo o poder 
emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos 
termos desta Constituição”. 
 
Na prova aparece: 
 
“Segundo a Constituição, o poder no Brasil deve ser sempre exercido 
diretamente – jamais indiretamente – pelo povo”. 
 
Comparando as duas frases, observamos que a banca parafraseou o texto legal, 
mas produziu algumas alterações que invalidam a opção. O povo exerce poder (por 
sinal, é de onde “emana”), mas de forma mediada pelos representantes ou diretamente 
em alguns casos. Ao parafrasear, a banca inverteu, colocando a forma direta como único 
meio do povo exercer o poder. Se excluirmos dois elementos modalizadores: 
“diretamente” e “jamais indiretamente” a frase torna-se correta: “Segundo a 
 
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Constituição, o poder no Brasil deve ser sempre exercido pelo povo”. Observe que a 
palavra “sempre” foi mantida, pois ela tem correspondência no texto legal que diz: 
“Todo o poder”, ou seja, qualquer poder, sempre se origina no povo. 
 
Tenho certeza de que não há necessidade de rastrear outros exemplos, pois você 
já os deve ter encontrado. Como dissemos no início, interpretar texto não é um assunto 
restrito ao estudo da linguagem. Colabore conosco, envie exemplos de casos 
semelhantes. 
 
 
 
No plano pragmático – No caso da pragmática (que se refere à 
intencionalidade), a paráfrase deve corresponder à intenção do autor do texto original. 
Torna-se imperfeita, quando altera o objetivo do texto, ou seja, intensifica ou minimiza 
um fato ou argumento e com isto não produz no leitor o mesmo efeito do texto original. 
Vamos a um exemplo – Artigo 5º, VII da CF, : “ é assegurada, nos termos da lei, a 
prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação 
coletiva;” 
 
Podemos parafrasear este texto legal da seguinte forma: “é permitida, conforme 
lei, a assistência de religiosos nas instituições civis ou militares com regime de internato 
coletivo”. Descartando algumas nuanças semânticas, o texto continua profundamente 
diferente e não serve como paráfrase, pois a substituição de “é assegurada” por “é 
permitida” altera totalmente o direito do cidadão em receber assistência religiosa. Muda 
de categoria, passando da obrigação para a permissão. Estas pequenas trocas, no campo 
legal, promovem grandes diferenças e acaloradas discussões. Seria muito difícil 
parafrasear um texto legal e manter intacto o sentido original. 
 
 
 
No plano simbólico – Neste caso o que vale é a equivalência entre elementos 
simbólicos, reconhecidos pela nossa cultura. Um lírio ou uma pomba podem funcionar 
como elementos simbólicos, representativos de paz, conforme o contexto. Posso ter o 
leão como símbolo da força, da majestade em um contexto, mas, falando em Imposto de 
Renda, o leão já não goza de toda esta imagem positiva. 
 
 
 
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A ocorrência de paráfrases no plano simbólico exige um conhecimento prévio 
dos elementos comparados, o que inviabiliza a sua utilização em concursos, pois não há 
como estabelecer um parâmetro comum para todos. Por esta razão não vamos nos 
aprofundar no assunto. 
 
 
 
Correspondência 
 
Um assunto semelhante à paráfrase é a “correspondência”, nela há permanência 
da linguagem em todo o seu campo significativo, por isso, limita-se a alterações na 
estrutura da frase. Na correspondência o que vigora é a variação dos elementos na frase, 
com a permanência do léxico. Só para ilustrar, apresentamos alguns exemplos: 
 
� O aluno estudioso é, com certeza, aprovado. / Com certeza, o aluno 
estudioso é aprovado. (alteração da ordem da frase) 
� Os torcedores compraram todos os ingressos para o jogo. / Todos os 
ingressos para o jogo foram comprados pelos torcedores. (voz 
ativa/passiva) 
� Enviei uma carta pelo correio. / Enviei-a pelo correio. (substituição). 
 
O termo “correspondência” já nos alerta para a “equivalência”, ou seja, duas 
construções são equivalentes quando elas produzem o mesmo efeito de sentido. Alguns 
casos de equivalência costumam aparecer nas provas de concurso. Os casos mais 
comuns são: entre voz ativa e voz passiva; entre tempos simples e tempos compostos; 
entre o nome e o pronome. Observe a correspondência entre as frases abaixo: 
 
� O corretor vendeu a casa / A casa foi vendida pelo corretor. 
 
� Ela lia, quando cheguei / Ela estava lendo, quando cheguei. 
 
� O menino é levado / Ele é levado. 
 
Podemos considerar, também, como caso de correspondência a relação que 
ocorre entre o nível culto e o coloquial da linguagem. Na verdade, são expressões 
equivalentes, mas circulam em ambientes linguísticos distintos. Uma expressão usada 
no nível cotidiano, nem sempre é tolerada no nível culto, o mesmo acontece com o 
inverso. Uma frase do nível culto, proferida numa situação familiar, pode gerar 
estranhamento entre os ouvintes. Vejamos alguns casos mais comuns. 
 
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 Linguagem coloquial Linguagem culta 
 
 Fique de olho nos movimentos da bolsa Esteja atento aos movimentos da bolsa. 
 É chato agüentar puxa-sacos no É desagradável aturar bajuladores no 
 trabalho! trabalho! 
 Pedi-lhe várias vezes o recibo, e ele neca Pedi-lhe várias vezes o recibo, e ele não 
 de entregar. procedeu à entrega. 
 Todos estão com um pé atrás com a crise Todos estão apreensivos com a crise 
 econômica mundial econômica mundial 
 George Bush deu uma desculpa George Bush apresentou uma razão 
 esfarrapada para invadir o Iraque. inconsistente para invadir o Iraque. 
 Falta jogo de cinturapara combater a Falta habilidade para combater a 
 corrupção. corrupção. 
 
Assim como os sinônimos não podem ser considerados como perfeitos, as 
correspondências também podem apresentar variação de sentido. Somente o sentido da 
frase e o contexto podem definir se há ou não correspondência entre duas versões da 
frase. 
 
 
 
Perífrase 
 
Além da paráfrase e da correspondência, temos também outro recurso que é a 
“perífrase”. Esta se diferencia das demais, principalmente, pelo seu caráter de extensão, 
pois a frase substituída é mais extensa do que a original. Em geral, este recurso é 
empregado quando necessitamos uma modalização menos agressiva. Todos os casos 
que já conhecemos como “eufemismos” estão nesta categoria. Observe o exemplo: 
 
“No caso das passagens aéreas, alguns deputados dão respostas menos verídicas 
a fim de não confessarem o uso descuidado do dinheiro público”. Como você pode 
perceber, esta frase é muito polida, para dizer uma verdade mais contundente. 
Abstenho-me de desfazer a perífrase, deixo com você esta tarefa.....”Não me 
comprometa”! 
 
Vamos encerrar aqui o estudo da intertextualidade, para passarmos a outro muito 
importante que têm surgido em provas de concursos: o paralelismo. 
 
 
Paralelismo 
 
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Paralelismo é uma área de estudos muito importante, principalmente, para a 
produção de texto. Ele ocorre quando uma estrutura sintática é reutilizada com conteúdo 
novo. Na literatura, o uso do paralelismo acrescenta ritmo ao texto e ênfase à ideia 
abordada. 
 
A quebra de paralelismo, geralmente, não prejudica a coesão e a coerência do 
texto, mas provoca dificuldade de compreensão. Nos concursos, as bancas utilizam as 
ocorrências de paralelismo como construção sintática, principalmente nos casos em que 
a falta do paralelismo ocasiona algum “ruído” na frase. 
 
Paralelismo sintático 
 
O paralelismo sintático é a maneira de ordenar os elementos de forma clara e 
com respeito às exigências da norma culta. Quando um verbo exige dois complementos, 
estes devem receber tratamentos iguais. Vamos examinar uma construção que costuma 
apresentar problemas: o uso do possessivo de terceira pessoa “seu”, “sua”. 
 
Ex. O pai e seu filho foram buscar seu boletim. (O boletim é de quem? Quem é 
pai de quem? Ou o filho é de outra pessoa?) 
 
Neste caso, temos duas formas verbais “foram” e “buscar”, cada uma deve ter 
seus complementos separados. Uma alternativa pode ser: O pai e o filho foram buscar o 
boletim deste. Ou O filho buscou o boletim com o pai. 
 
Ex. Manda-me frutas da feira e se o tempo está chuvoso. (A subordinada não 
tem conexão sintática com a principal - O verbo “mandar” serve para “frutas”, mas não 
para “tempo chuvoso”. 
 
Observe que a primeira oração não pode ter como continuidade a segunda, entre 
elas não há nexo. São duas construções que necessitam ser postas em paralelo 
(paralelismo). 
 
Ex. Manda-me frutas da feira e diz-me se o tempo está chuvoso. - O melhor é 
introduzir uma segunda oração. Ou Ex. Peço que me mande frutas da feira e que me 
diga se o tempo está chuvoso. Introduzimos uma oração principal, transformando as 
duas em subordinadas. 
 
 
 
 
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Com as regências verbais, também ocorrem problemas de paralelismo. Um 
exemplo corriqueiro é com verbos de movimentos contrários: “entrar e sair”; “subir e 
descer” e outros. 
 
Ex. O menino entrou e saiu da sala. (O verbo entrar exige “em” e o verbo sair 
exige “de”. Portanto: O menino entrou na sala e saiu dela. 
 
 
Paralelismo semântico 
 
O paralelismo semântico ocorre nos casos em que o plano do conteúdo do texto 
fica “quebrado” por alguma sequência não lógica. 
 
Ex. Leio Machado de Assis e passeio no shopping. O melhor é introduzir uma 
oração que dê unidade a estas duas ações: Gosto de ler Machado de Assis e passear no 
shopping. Agora o verbo “gostar” incluiu as duas ações dentro das minhas preferências. 
 
Vejamos este outro exemplo. 
 
Ex. O aluno não estuda, mas não aprende. A relação entre “não estuda” e “não 
aprende” fica prejudicada pelas duas negações. O melhor seria: O aluno estuda, mas não 
aprende. Ou O aluno não estuda, mas aprende. Para mantermos o “mas” que é uma 
coordenada adversativa, necessitamos que os dois segmentos sejam opostos. 
 
Vou encerrar aqui estas discussões. Outras particularidades podem ser 
solicitadas por e-mail ou no fórum, durante o curso. 
 
 
Questões e Comentários 
 
 
 
Questão nº 1 
 
Em relação ao texto, assinale a opção incorreta. 
 
1 Com 7,5 milhões de famílias atendidas e meta de alcançar 11 milhões até o fim 
 
2 do primeiro mandato do presidente Lula, o programa Fome Zero/Bolsa Família tem sido 
 
3 crescentemente elogiado por especialistas e bem avaliado por organismos multilaterais 
 
4 de peso, caso do Banco Mundial. Estudo recente patrocinado pela instituição constatou 
 
 
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5 que o programa tem conseguido atingir o público-alvo previsto, que é a faixa mais 
 
6 pobre da população. Verifica-se também que a transferência de renda propiciada pelo 
 
7 programa, menos de 50 meses depois de iniciado, faz efetiva e fundamental diferença 
 
8 quando se mede a melhoria na qualidade de vida das populações beneficiadas e o 
 
9 dinamismo renovado das economias locais. (José Paulo Kupfer - 
 
10 ttp://nominimo.ibest.com.br/noticia). 
 
 
 
a) O Banco Mundial é uma das instituições que avalia positivamente o 
programa Fome Zero/Bolsa Família. 
b) Os elogios dos especialistas ao programa Fome Zero/Bolsa Família têm 
crescido. 
c) Estudo do Banco Mundial constatou que o programa Fome Zero/Bolsa 
Família tem atingido o público-alvo previsto. 
d) O programa Fome Zero/Bolsa Família ainda não atingiu 50 meses de 
funcionamento. 
e) A transferência de renda propiciada pelo programa Fome Zero/Bolsa Família 
ainda não afeta a qualidade de vida e o dinamismo das economias locais. 
 
 
Comentário - Gabarito:E 
 
Esta é uma questão de compreensão de texto, conforme avaliamos no módulo 
01. O que devemos buscar como resposta é a relação textual incorreta, não temos de 
fazer reflexão sobre conteúdos subtendidos. É na linearidade do texto que está a 
resposta para a questão. 
 
Sabemos que a letras “e” é a alternativa exigida pela questão. Nela está dito que 
“Fome Zero/Bolsa Família ainda não afeta a qualidade de vida e o dinamismo das 
economias locais. O último parágrafo do texto apresenta é claro: (...) faz efetiva e 
fundamental diferença quando se mede a melhoria na qualidade de vida .... Portanto, 
esta alternativa contraria o texto e serve como resposta. Vamos ao exame das demais 
questões. 
 
 
 
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A alternativa “a” está apoiada na afirmativa do texto: (...) bem avaliado por 
organismos multilaterais de peso, caso do Banco Mundial. A letra “b” apenas parodia a 
frase do texto: (...) tem sido crescentemente elogiado por especialistas > “Os elogios 
dos especialistas têm crescido”. Como se vê a frase é a mesma, apenas com variação 
lexical. 
 
A alternativa “c” também está apoiada numa paráfrase do texto entre a expressão 
- (...) o programa temconseguido atingir o público-alvo previsto (...) e “.... tem atingido 
o público alvo previsto”. Quanto à alternativa “d”, ela, também, é fiel ao texto, pois 
expressa que o programa “ainda não atingiu 50 meses de funcionamento”, e isto está 
expresso na linha 7 (menos de 50 meses depois de iniciado). 
 
 
 
Questão nº 2 
 
Assinale a opção que apresenta inferência em desacordo com as idéias do texto. 
 
1 Uma importante reivindicação dos europeus recebeu pouco destaque do governo 
 
2 brasileiro, nos relatos oficiais sobre a reunião dos ministros do Mercosul e da União 
 
3 Européia (UE). Entre os pontos que os ministros decidiram transformar em prioridade, 
 
4 na discussão do acordo de livre comércio entre os dois blocos, está a reivindicação 
 
5 européia de eliminação de barreiras ao comércio de mercadorias entre os países do 
 
6 Mercosul. É uma pressão a mais contra iniciativas como os recentes movimentos do 
 
7 governo argentino na relação comercial com o Brasil – criação de licenças não- 
8 automáticas de importação, acordos de restrição voluntária de exportações e taxas 
9 estendidas a produtos dos sócios do Mercosul. (Sergio Leo, Valor Econômico, 
 
10 12/09/2005) 
 
 
 
a) Os relatos oficiais do governo brasileiro a respeito da reunião dos ministros 
do Mercosul e da União Européia subestimaram reivindicação dos europeus. 
b) Os europeus reivindicam a eliminação de barreiras ao comércio de 
mercadorias entre os países do Mercosul. 
c) A reivindicação dos europeus é uma pressão a mais contra recente posição 
da Argentina na relação comercial com o Brasil. 
 
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d) Houve a criação de licenças não-automáticas na relação comercial entre 
Argentina e Brasil. 
e) Os argentinos propuseram acordos de restrição voluntária de exportações aos 
países da União Européia. 
 
 
Comentário - Gabarito: E 
 
Agora temos uma questão que é de inferência, porém, em desacordo com o 
texto. Sabemos que a inferência que está em desacordo com o texto é a letra “e”. Na 
linha 7, ficamos sabendo que a atitude do governo argentino ( é ) na relação comercial 
com o Brasil, portanto não é em relação “aos países da União Européia” como está na 
alternativa “e”. Por esse erro de inferência, percebemos que esta é a alternativa 
solicitada pela questão. 
 
A alternativa “a” mantém o mesmo sentido da expressão (...) recebeu pouco 
destaque (...) que consta na linha um do texto. Na letra “b”, também, a afirmativa é 
direta do texto, conforme as linhas 4 a 6 - (...) reivindicação européia de eliminação de 
barreiras...(...). As letras “c” e “d” trazem as mesmas idéias do texto, apenas com 
algumas trocas de palavras. 
 
Apesar da ordem da questão indicar inferência, ela está muito próxima do texto, 
elaborando apenas paráfrases para serem avaliadas nas alternativas. 
 
 
Leia o texto a seguir para responder às questões 03 e 04. 
 
1 Na opinião de Malthus, os habitantes da Terra multiplicar-se-iam numa taxa 
 
2 muito superior à disponibilidade de recursos. Seria uma catástrofe. Sua previsão falhou 
 
3 por não prever o espetacular desenvolvimento da ciência e o aumento da eficiência na 
 
4 produção de alimentos e outros bens. Mas será que essa eficiência será mantida nos 
 
5 próximos 50 anos? É bem provável que sim, a despeito de certos recursos que estão se 
 
6 esgotando, como é o caso da terra agriculturável e da água. (Antônio Ermírio de 
 
7 Moraes, O planeta e o desafio do futuro. Jornal do Brasil, 20 de março de 2005, com 
 
8 adaptações) 
 
 
 
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Questão nº 3 
 
Assinale a opção que expressa de forma gramaticalmente correta uma relação 
lógica coerente com o texto. 
 
a) Se for mantida a eficiência na produção de alimentos e outros bens, a taxa de 
multiplicação dos habitantes da Terra será superior à disponibilidade de 
recursos. 
b) Não chegou a haver catástrofe que cause a multiplicação dos habitantes da 
Terra, porque Malthus não previu o espetacular desenvolvimento da ciência 
nem o aumento da eficiência na produção de alimentos e outros bens. 
c) Se não tivesse havido um desenvolvimento espetacular da ciência e o 
aumento da eficiência na produção de alimentos e outros bens, a 
multiplicação dos habitantes da Terra poderia se tornar uma catástrofe. 
d) Por causa do espetacular desenvolvimento da ciência na produção de 
alimentos houve uma eficiência na produção de alimentos e outros bens; o 
que levou o fracasso a opinião de Malthus. 
 
e) Embora estarem se esgotando certos recursos, a eficiência na produção de 
alimentos e outros bens serão mantidos e, felizmente, a catástrofe prevista 
por Malthus não ocorrerá. 
 
 
Comentário - Gabarito: C 
 
Nesta questão, temos de atender a dois requisitos. A alternativa solicitada deve: 
a) estar gramaticalmente correta; b) ser coerente com o texto. Numa primeira leitura 
podemos eliminar algumas alternativas por estarem gramaticalmente comprometidas. 
 
A letra “c” é a correta, pois expressa uma idéia contida no texto e não apresenta 
problema de linguagem. 
 
Na alternativa “a” surge uma incoerência com o texto. Ela troca a relação de 
causa e efeito. A produção de alimentos e outros bens evitou a tragédia do crescimento 
 
 
 
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populacional sem controle. O texto não autoriza dizer que, mantendo a produção de 
alimentos, a população crescerá acima da oferta de alimentos. 
 
As letras “b”, “c” e “e” não necessitaríamos avaliar a coerência, pois apresentam 
erros gramaticais que as invalidam de pronto. Na letra “b” temos dois problemas graves. 
O primeiro é o desrespeito à sequência verbal. Não chegou a haver (passado) catástrofe 
que cause (presente). A frase se recuperaria com a troca de “cause” por “causasse”. 
 
Na letra “d” surge um erro de regência verbal: O verbo levar, no sentido de “dar 
acesso a” exige preposição, portanto a frase seria ...(...) que levou ao fracasso ... A 
alternativa “e” já inicia com problema de modo verbal. A oração expressa dúvida, 
portanto o modo verbal deve ser subjuntivo. Embora estejam se esgotando certos 
recurso... 
 
Em termos de coerência, estas alternativas também apresentam problemas. A 
“b” inverte a lógica. A multiplicação dos habitantes, sem recursos de alimentos é que 
seria uma catástrofe e não uma catástrofe (qual catástrofe?) que iria causar a 
multiplicação dos habitantes. A letra “d” traz uma impropriedade. Não se trata de 
fracasso da opinião de Malthus, mas sim da suspensão de sua previsão, devido à 
melhora na produção de alimentos. A letra “e” toma a dúvida do texto (É bem provável 
(...) que a eficiência será mantida..) e transforma em certeza: “....a catástrofe não 
ocorrerá.” 
 
Quem responde uma questão como esta, tem dois caminhos: o da correção 
gramatical e o da coerência. Em termos de velocidade na resposta, procurar os 
problemas gramaticais é mais simples e, com isso, pode eliminar mais rapidamente 
algumas alternativas e, logo após, passa-se para o exame da coerência que exigem mais 
raciocínio. 
 
 
 
Questão nº 4 
 
A respeito do emprego dos modos e tempos verbais no texto, assinale a opção 
incorreta. 
 
 
 
 
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a) O sentido do verbo e o emprego do pretérito perfeito em “falhou” (linha 2) 
justifica o emprego do futuro do pretérito em “multiplicar-se-iam” (linha 1) e 
em “Seria” (linha 2). 
b) Embora “prever” (linha 3) não tenha marca de tempo, subentende-se 
textualmente que indica uma ação ocorrida no passado. 
c) Com o emprego do futuro do presente em “será que” (linha 4), o autor 
anuncia um acontecimento provável em tempo posterior ao da elaboração do 
texto. 
d) Considerando a idéia de hipótese ou probabilidade da oração, o 
desenvolvimento da textualidade permitiria que o modo indicativo na flexão 
de “É” (linha 6) fosse alterado para o correspondente modo subjuntivo. 
e) O emprego da forma composta em “estão se esgotando” (linhas 5 e 6) 
enfatiza a idéia de continuidade, duração do fato em um momento preciso do 
presente; ênfase que não haveria com a flexão de presente simples do 
indicativo. 
 
 
 
Comentário - Gabarito:D 
 
Cada alternativa examina um assunto sobre verbos, porém em todas elas a 
interpretação decide sobre o emprego de uma ou outra forma verbal. A solicitada é a 
alternativa “d”. A conceituação teórica acompanha a própria alternativa ao relacionar 
“probabilidade” ao modo subjuntivo. Este conceito é muito importante e já apareceu na 
questão anterior. 
 
São duas ideias presentes nesta alternativa: a) a probabilidade da eficiência na 
produção de alimentos ser mantida e b) o esgotamento de recurso. A forma verbal “é” 
está no segundo segmento, portanto não participa da probabilidade (...recursos que 
estão se esgotando.). Neste caso não há possibilidade de trocar o presente do indicativo 
pelo presente do subjuntivo (é > seja). Caso fizéssemos esta troca, a expressão 
adquiriria o sentido de dúvida, quanto ao esgotamento dos recursos. Como a ordem da 
questão solicita a errada, esta é a alternativa eleita. 
 
Na alternativa “a”, sabemos que o pretérito perfeito é um tempo acabado, findo, 
enquanto que o futuro do pretérito é uma ação passada, condicionada a uma anterior. A 
 
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previsão falhou. Se não tivesse falhado (devido à produção de alimentos), a população 
“multiplicar-se-ia” e “seria” uma catástrofe (num tempo posterior), por isso justifica-se 
o emprego do futuro do pretérito. 
 
A alternativa “b” envolve um conteúdo importante. As marcas temporais podem 
ser expressas pelo léxico (antes, hoje, amanhã, já etc...). ou pelos elementos dêiticos que 
advêm das próprias formas verbais. A oração “por não prever....” é reduzida de 
infinitivo que equivale (correspondência) a “por não ter previsto” ou “pois não previu”. 
Isto significa uma marca temporal de passado, como expressa esta alternativa. 
 
Observemos a alternativa “c”. O futuro do presente na frase: Mas será que essa 
eficiência será mantida...expressa uma dúvida sobre o futuro em relação à atualidade do 
texto. Estas relações temporais devem ser avaliadas a partir da posição do narrador. No 
texto, o narrador está no presente, avaliando uma teoria do passado (Malthus) e fazendo 
previsão sobre o futuro (manutenção da eficiência na produção de alimentos). As ações 
são distribuídas, em termos temporais, em relação à posição do narrador, portanto a 
alternativa é coerente com o texto e não atende à ordem da questão. 
 
Na letra “e” o assunto em pauta é a distinção entre o presente simples do 
indicativo e a forma composta do mesmo tempo e modo. O que distingue uma da outra 
é a duração, continuidade, na forma composta e a conclusão na forma simples. Caso 
houvesse a troca prevista a frase adquiriria noção de ação acabada: “(....) recursos que 
se esgotam...”. Como o autor enfatiza a diminuição gradativa dos recursos, a 
substituição retiraria este sentido da frase. Portanto, esta afirmativa também é coerente 
com o texto e não serve como resposta. 
 
 
 
Questão nº 5 
 
Leia o texto para responder à questão 05. 
 
1 – ISTOÉ – Quem são os heróis de verdade? 
 
2 Roberto Shinyashiki – Nossa sociedade ensina que, para ser uma pessoa de 
 
3 sucesso, você precisa ser diretor de uma multinacional, ter carro importado, viajar de 
 
4 primeira classe. O mundo define que poucas pessoas deram certo. Isso é uma loucura. 
 
5 Para cada diretor de empresa, há milhares de funcionários que não chegam a ser 
 
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6 gerentes. E essas pessoas são tratadas como uma multidão de fracassados. Quando olha 
7 para a própria vida, a maioria se convence de que não valeu a pena porque não 
8 conseguiu ter o carro nem a casa maravilhosa. Heróis de verdade são aqueles que 
9 trabalham para realizar seus projetos de vida, e não para impressionar os outros. 
10 (ISTOÉ, Entrevista.19/10/2005, com adaptações) 
 
 
 
Assinale a opção incorreta a respeito do desenvolvimento da argumentação do 
 
texto. 
 
a) Para organizar os argumentos, o entrevistado refere-se, genericamente, às 
mesmas pessoas por meio do pronome “você” (linha 3), ou das expressões 
“poucas pessoas” (linha 4) e “essas pessoas” (linha 6). 
b) Preserva-se a coerência da argumentação da resposta ao se deslocar a oração 
“Isso é uma loucura” (linha 4) para antes do último período sintático do 
texto. 
c) A organização semântica do texto permite entender que as pessoas que 
compõem “a maioria” (linha 7) compartilham do mesmo tipo de visão 
expressa em “Nossa sociedade ensina” (linha 2) e “O mundo define” (linha 
 
4) . 
 
d) Através de exemplos e argumentos, o entrevistado prepara o leitor para 
aceitar a resposta que resume no último período sintático do texto. 
e) Pelo desenvolvimento da argumentação, depreende-se que “os outros” (linha 
 
9) constituem parte dos conjuntos nomeados como “Nossa sociedade” (linha 
 
2) e “O mundo”(linha 4). 
 
 
 
Comentário - Gabarito:A 
 
Esta questão examina a argumentação do texto, em termos de organização das 
estratégias argumentativas. A resposta à questão é a alternativa “a”, a única que não 
corresponde ao que diz o texto. Nela avalia-se a retomada de termos em relação à 
categoria “pessoas”. Vejamos: O “você”, linha 3, é um interlocutor imaginário, para o 
qual o narrador dirige sua atenção. “Poucas pessoas” (linha 4) refere-se à categoria dos 
 
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que se dão bem na vida, têm sucesso. No entanto “essas pessoas” tem como referente os 
que não conseguiram o sucesso. Assim temos três categorias distintas (“você” - 
interlocutor; “poucas pessoas” - os que alcançam o sucesso e “essas pessoas” - os que 
não alcançam sucesso), portanto a alternativa é errada, pois são pessoas distintas e não 
as mesmas como sugere a alternativa. 
 
As demais opções são coerentes com relação ao texto. 
 
O deslocamento da expressão Isso é uma loucura proposto na alternativa “b” 
mantém o sentido de censura do autor sobre a atitude das pessoas. No primeiro 
ambiente a expressão tem como referente poucas pessoas que deram certo. No segundo 
local a expressão passa a ter como referente “a maioria”. Como a questão solicita, 
apenas, a avaliação da coerência do argumento, não faz diferença o deslocamento. 
 
Na alternativa “c” devemos avaliar a opinião partilhada entre os três elementos: 
Na linha 7 a maioria se convence de que não valeu a pena..viver sem sucesso; A 
expressão A nossa sociedade ensina que você necessitater sucesso, enquanto que O 
mundo define que poucas pessoas deram certo refere-se novamente à ideia de que o 
sucesso é fundamental para a vivência. As três expressões, em situações distintas, 
retomam a mesma ideia de que o sucesso é condição essencial para ser uma pessoa que 
deu certo. 
 
A alternativa “d” é coerente com o texto, porque ela encerra com a tese de que o 
importante é realizar os projetos pessoais de vida e não impressionar os outros. O autor 
chega a esta tese, mostrando exemplos do que a sociedade considera sucesso (ser diretor 
de multinacional, ter carro importado e viajar em primeira classe) e, argumentando com 
o fato de que as pessoas passam a se considerar fracassadas quando tomam estes 
padrões como objetivo de vida em lugar da própria realização. 
 
Na alternativa “e” as três expressões têm como referentes elementos que se 
opõem à individualidade. O sujeito que deve realizar seus projetos de vida, opõe-se a 
“os outros” para quem não deve parecer o que não é. Nossa sociedade é quem avalia o 
sucesso como fator importante, portanto, fora do sujeito e, por fim, “o mundo” é quem 
classifica as pessoas como sendo de sucesso. Portanto, “os outros” é parte da categoria 
“nossa sociedade” e “mundo”, tudo de acordo com o texto. 
 
 
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 Questão nº 6 
 Assinale a opção correta em relação ao texto abaixo. 
1 É comum entender-se responsabilidade social empresarial como apoio ou
2 investimento que a empresa faz na comunidade. É até muito frequente ouvirmos de uma
3 organização: "Somos uma empresa socialmente responsável porque apoiamos
4 determinado projeto ou fazemos doações para tal comunidade". Isso é altamente
5 louvável e importante. Mas o conceito de responsabilidade social das empresas,
 
6 enquanto relacionamento das organizações com a comunidade e com a sociedade, é 
 
7 muito mais amplo. O compromisso socialmente responsável da empresa em todas as 
 
8 suas ações, em todas as suas políticas, em todas as suas práticas, em todas as suas 
 
9 relações significa responsabilidade social da empresa em relação à comunidade, aos 
 
10 seus empregados, aos componentes da cadeia produtiva com os quais tenha relações 
 
11 diretas e indiretas, ao meio ambiente, ao Estado, aos consumidores, ao mercado e aos 
 
12 acionistas. Esse compromisso, capaz de promover um modelo de desenvolvimento 
 
13 sustentável, compreende as dimensões econômica, social e ambiental, dimensões que 
 
14 passam a ser muito importantes na composição de toda a estrutura empresarial e de 
 
15 Estado. (Carlos Eugênio Friedrich Barreto - http://www2.uerj.br/~labore/ 
 
16 cquestoesc/sociedade_2-main.htm) 
 
 
 
a) A substituição de “entender-se responsabilidade social empresarial” (linha 1) 
por a responsabilidade social empresarial ser entendida prejudica a 
correção gramatical do período. 
b) Depreende-se do texto que o conceito de responsabilidade social das 
empresas defendido pelo autor coincide com o entendimento freqüentemente 
adotado pelas organizações. 
c) Haverá prejuízo para a correção gramatical e alteração no sentido do 
período, caso a conjunção “Mas” (linha 5) seja substituída por qualquer uma 
das seguintes: Contudo, No entanto, Todavia. 
d) A repetição da expressão “em todas” (linhas 7 e 8) provoca o efeito de 
sentido de ênfase. 
 
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e) O emprego da preposição “a” em todas as ocorrências das linhas 9 a 11 
justifica-se pela regência da expressão “responsabilidade social” (linha 9). 
 
 
Comentário - Gabarito:D 
 
Esta questão retoma o assunto da substituição e solicita a alternativa correta. 
Sabemos que a correta é a letra “d” que avalia a repetição da expressão “em todas” 
como ênfase de que a empresa, para ser responsável, tem de direcionar todos seus atos 
no sentido da função social. Isto é coerente com o texto e serve como resposta à 
questão. 
 
A alternativa “a” propõe a passagem da voz ativa “entender-se a 
responsabilidade social empresarial” pela voz passiva “a responsabilidade social 
empresaria ser entendida...” Na passagem de uma frase para outra, preservou-se o 
mesmo modelo modo-temporal, portanto não há diferença de significação ou incorreção 
gramatical. Isto significa que a alteração não prejudica a frase. 
 
A letra “b” sugere que o conceito de responsabilidade social defendido pelo 
autor e o das empresas é o mesmo. O texto desautoriza esta conclusão, pois inicia 
dizendo É comum entender-se ... continua no parágrafo seguinte como É até muito 
frequente.... em ambos os casos a responsabilidade social é vista de forma restrita. Na 
linha 5 o texto mostra o erro deste posicionamento ao iniciar o período com Mas o 
conceito de responsabilidade... Esta conjunção opõe os conceitos comuns ao conceito 
proposto pelo autor, portanto, não coincidem os dois posicionamentos. 
 
Na letra “c” a substituição das conjunções é normal, pois são todas 
coordenativas adversativas. Nada altera no texto esta troca de conjunções. 
 
Na letra “e” a exigência da preposição “a” é decorrente da expressão “em relação 
a” e não da expressão “responsabilidade social”. Assim como esta questão, muitas 
outras nos parecem em uma primeira leitura como um conjunto complexo de 
conhecimentos gramaticais, mas, observando as relações dos elementos do texto, 
podemos responder à questão de forma segura e sem decorarmos regras gramaticais. 
 
 
 
 
 
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Questão nº 7 
 
Em relação ao texto abaixo, assinale a opção incorreta. 
 
1 Está infringindo a legislação de propriedade industrial quem fabrica, exporta, 
 
2 vende, expõe ou oferece à venda, tem em estoque, oculta ou recebe, para utilização com 
 
3 fins econômicos, um produto que seja objeto de patente de invenção ou de modelo de 
 
4 utilidade, segundo os artigos 183 e 184 da Lei n. 9.279, de 14 de maio de 1996, uma das 
 
5 mais modernas e avançadas leis de propriedade industrial do mundo. Se houver 
 
6 comprovação de delito, a penalidade poderá variar de um mês a um ano de detenção ou 
 
7 multa, conforme o caso específico. Também incorre em ilícito penal aquele que fabrica, 
 
8 sem autorização do titular, exporta, vende, tem em estoque, oculta ou recebe, para 
9 utilização com fins econômicos, objeto que incorpore ilicitamente um desenho 
 
10 industrial registrado, ou imitação substancial que possa induzir a erro ou confusão. É 
 
11 um crime contra o registro de desenho industrial. É um desrespeito ao consumidor que, 
 
12 muitas vezes, pela aparência, não consegue distinguir o produto original do copiado, 
 
13 mas tem de arcar com o prejuízo de adquirir um artigo de má qualidade. (Cláudio 
 
14 França Loureiro, Valor Econômico, 28/09/2005) 
 
 
 
a) A expressão “Está infringindo” (linha 1) está no singular para concordar com 
“quem”(linha 1). 
b) As quatro primeiras vírgulas das linhas 1 e 2 justificam-se porque separam 
elementos de uma enumeração. 
c) Mantém-se a correção gramatical e o significado da informação do período 
ao se substituir “Se houver” (linha 5) por Caso haja. 
d) O emprego do modo subjuntivo em “incorpore” (linha 9) e em “possa” 
(linha 10) justifica-sepor se tratar de um fato certo, confirmado, assegurado. 
e) Subentende-se após “induzir” (linha 10) qualquer uma das expressões a 
seguir: os consumidores, alguém, as pessoas, os compradores. 
 
 
Comentário - Gabarito:D 
 
 
 
 
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Esta é mais uma questão que solicita o confronto entre o texto e as afirmativas, 
avaliando a coerência entre ambos. Mais uma vez, não é caso de interpretação, mas de 
compreensão de texto, pois o que está em jogo é apenas a avaliação das afirmativas 
feitas em cada alternativa. A ordem da questão solicita a incorreta. Vamos, primeiro, 
definir a razão da incorreção da alternativa “d”. 
 
Novamente a banca volta para o mesmo conhecimento: o subjuntivo como modo 
verbal que expressa dúvida, incerteza. Na alternativa “d” o subjuntivo está sendo 
descrito como o que trata de “fato certo, confirmado, assegurado”. A afirmativa 
contraria, totalmente, o conhecimento que já temos sobre subjuntivo. Parece que esta 
questão já está ficando repetitiva. Esta afirmativa, sendo incorreta, é a solicitada pela 
banca. 
 
A alternativa “a” estabelece a concordância entre “está infringindo” e “quem”. 
Colocando na ordem direta, percebe-se facilmente a concordância: Quem fabrica, 
exporta (....) está infringindo a legislação...A concordância está correta, e portanto não 
serve como resposta, pois a questão exige a incorreta. 
 
Na letra “b” o uso da vírgula é justificado por isolar uma enumeração, pois cada 
ato (fabricar, exportar, vender etc...) é um elemento da série de orações coordenadas 
alternativas (a série encerra com “oculta ou recebe). A alternativa é correta, portanto 
não serve como resposta. 
 
A substituição, proposta na alternativa “c”, não altera em nada a correção 
gramatical ou o sentido da frase, pois a oração reduzida de infinitivo é equivalente à 
oração subordinada adverbial condicional. Na alternativa “e”, após a palavra “induzir” 
(linha 10), realmente podemos incluir qualquer uma das expressões propostas. O texto 
não especifica quem pode ser induzido a erro, deixando-o indeterminado. Portanto a 
letra “e” também não serve como resposta porque está de acordo com o texto. 
 
 
 
 
 
 Leia o seguinte texto para responder à questão seguinte. 
1 O cérebro humano é um órgão que absorve quase 25% da glicose que
2 consumimos e 20% do oxigênio que respiramos. Carregar neurônios ou sinapses que
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3 interligam os neurônios em demasia é uma desvantagem evolutiva, e não uma 
 
4 vantagem, como se costuma afirmar. Todos nós nascemos com muito mais sinapses do 
 
5 que precisamos. Aqueles que nascem em ambientes seguros e tranqüilos vão perdendo 
 
6 essas sinapses, fenômeno chamado de regressão sináptica. Portanto, toda criança nasce 
 
7 com inteligência, mas aquelas que não a usam vão perdendo-a com o tempo. Estimular 
 
8 o cérebro da criança desde cedo é uma das tarefas mais importantes de toda mãe e de 
 
9 todo pai modernos. (Stephen Kanitz, A favor dos videogames, Veja, 12 de outubro, 
 
10 2005, com adaptações) 
 
 
 
Questão nº 8 
 
De acordo com o texto, constitui uma “desvantagem evolutiva” (linha 3): 
 
a) levar o cérebro a consumir mais glicose do que oxigênio. 
 
b) sobrecarregar de sinapses e neurônios cérebros que não se conectam. 
 
c) perder sinapses que não são desenvolvidas quando a criança cresce em 
ambientes seguros e tranquilos. 
d) não nascer com inteligência necessária para evitar o fenômeno da regressão 
sináptica. 
 
e) ter uma educação que se diz moderna, mas que retira dos pais a tarefa de 
educar os filhos. 
 
 
Comentário - Gabarito:C 
 
Esta questão solicita a identificação do conceito de “desvantagem evolutiva”, 
portanto, uma das alternativas é conceptual, as demais são referenciais. O que significa 
ser conceptual e não referencial? Fácil. Conceptual significa dar o conceito do próprio 
objeto (desvantagem evolutiva), dizer em que consiste. Ser referencial significa estar em 
relação, ser pertinente. Vejamos. 
A alternativa “c” expressa que “desvantagem evolutiva” é perder sinapses. As 
orações que seguem são subordinadas a primeira (adjetiva restritiva) especifica quais as 
sinapses que são perdidas (não desenvolvidas) e a segunda (adverbial ????) determina a 
 
 
 
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circunstância em que se dá a perda. O conceito é: “desvantagem evolutiva é perda de 
sinapses”, portanto, esta alternativa é conceptual e corresponde à solicitação da questão. 
A alternativa “a” descreve uma ação do cérebro (consumir mais glicose do que 
oxigênio), mas não fala no que seja a “desvantagem evolutiva”. A letra “b” traz um 
dado inconsequente: “cérebros que não se conectam”. A letra “d” é frontalmente oposta 
ao texto, pois nele podemos ler na linha 4: Todos nós nascemos com muito mais 
sinapses.., portanto “não nascer com inteligência necessária...” é uma incoerência com o 
texto. A letra “e” aborda a educação, algo que nada tem com o conceito de 
“desvantagem evolutiva”. 
Somente a alternativa “c” expõe o conceito que a questão solicita. 
 
 
 
Questão nº 9 
 
Lê-se no Manual de Redação da Presidência da República: 
 
“onde” como pronome relativo significa ‘em que (lugar)’: A cidade onde nasceu. 
 
Com base nessa definição e nas demais funções morfossintáticas que o termo 
onde pode desempenhar, aponte a frase na qual o emprego de tal termo está incorreto. 
 
a) (...) o método utilizado pode afastar os auditores, pela falta de estrutura, da 
descoberta dos grandes esquemas de corrupção. Porque ele está muito 
voltado a atender à grande novidade inventada por Waldir Pires, os sorteios 
dos municípios. Ali, faz-se uma auditoria por amostragem, onde pegar um 
grande esquema dependerá, como tudo num sorteio, da sorte. 
 
b) O Portal de Transparência é até onde a CGU conseguiu tornar possível a sua 
ideia de tornar público o Sistema Integrado de Administração Financeira 
(...). 
 
c) “Cultura” é um termo quase infinitamente maleável. (...). Sua origem ou, 
pelo menos, até onde se possa saber, seu sentido primitivo parece se 
relacionar com a criação, descoberta ou invenção da agricultura (...). 
d) Passada a euforia da libertação, muitos ex-escravos regressaram a suas 
fazendas, ou a fazendas vizinhas; para retomar o trabalho por baixo salário. 
Dezenas de anos após a abolição, os descendentes de escravos ainda viviam, 
nas fazendas, uma vida pouco melhor do que a de seus antepassados 
 
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escravos. Outros dirigiram-se às cidades, como o Rio de Janeiro, onde foram 
engrossar a grande parcela da população sem emprego fixo. 
e) Onde havia dinamismo econômico provocado pela expansão do café, como 
em São Paulo, os novos empregos, tanto na agricultura como na indústria, 
foram ocupados por milhares de imigrantes italianos que o governo atraía 
para o país. Lá, os ex-escravos foram expulsos ou relegados aos trabalhos 
mais brutos e mais mal pagos. (Fontes: Rudolfo Lago, Correio Braziliense, 
24/10/2005; Nelson Archer, Relativismo cultural e multiculturalismo, FSP, 
31/10/2005; José Murilo de Carvalho, Cidadania no Brasil: o longo caminho, 
pág.52) 
 
 
 
Comentário - Gabarito:A 
 
A palavra“onde” pode pertencer a duas classes gramaticais: pronome relativo ou 
advérbio de lugar. A ordem da questão apresenta o “onde” como pronome relativo, mas 
logo abaixo expressa que ele deve ser avaliado, também, “pelas demais funções 
morfossintáticas que o termo possa desempenhar”. Portanto, a questão aborda todas as 
funções e classificações da palavra “onde”, mas solicita o emprego incorreto. 
 
Na alternativa “a” a palavra está sendo usada como pronome relativo, porém tem 
como referente o termo “auditoria” que não é indicativo de lugar. Neste caso, deveria 
ser substituído por “na qual”. Como contempla erro, esta é a alternativa pedida pela 
questão. 
 
As letras “b” e “c” correspondem ao uso preposicionado do advérbio: “até 
onde”. Um lembrete: não se pode usar “até aonde” pelo fato de “até” ser preposição e o 
“a” de “aonde”, também. Ex. Fui até onde meu fôlego agüentou. Ele seguiu para onde 
foi mandado. 
 
Nas alternativas “d” e “e” a palavra “onde” está corretamente empregada. No 
primeiro caso como relativo (na qual - Rio de Janeiro) e no segundo como advérbio. 
 
 
Questão nº 10 
 
Leia o texto para responder à questão seguinte. 
 
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Na seção CARTAS, da revista ISTOÉ, de 12/10/2005, encontramos a seguinte 
carta de leitora. 
 
 Emprego 
 [...] 
1 Parabéns pelo destaque a este assunto tão importante. Pena que a matéria não 
2 tenha tratado do drama daqueles que fizeram estágio, se formaram em um curso 
 
3 superior e, recém-formados, saem à procura de uma oportunidade de trabalho e não 
 
4 encontram. As empresas não querem criar vínculo empregatício, principalmente com 
 
5 alguém com pouca experiência. O problema é ainda maior do que a matéria apresenta, 
 
6 mas pelo menos já foi dado o pontapé inicial para a discussão de um tema tão 
7 preocupante como este. MARIANA BUSANELLI - Jundiaí – São Paulo 
 
 
 
Assinale a proposta de inserção que torna o texto incoerente ou gramaticalmente 
incorreto. Desconsidere os ajustes necessários em pontuação, letras maiúsculas e 
minúsculas. 
 
a Congratulo-lhes, é uma antes de Parabéns (linha 1) 
b Entretanto, é uma antes de Pena (linha 1) 
c a antes de Encontram (linha 4) 
d Pois antes de As empresas (linha 4) 
e Destaque-se que antes de O problema (linha 5) 
 
 
 
Comentário - Gabarito:A 
 
Estas questões que solicitam a escolha entre possibilidades de substituição são 
frequentes em provas da Esaf. Quando a ordem pede a errada, deve-se ter atenção 
quanto ao erro previsto. Neste caso, a ordem exclui erros de pontuação e letras 
maiúsculas. 
 
Na primeira alternativa já temos o erro de concordância, pois a palavra 
“parabéns” não poderia ser antecedida pelo artigo indefinido “uma” (... “é uma 
parabéns”). O verbo “congratular” é transitivo direto, portanto, o pronome oblíquo 
“lhes” é inadmissível neste lugar. Como a alternativa solicita a errada, estaríamos 
 
 
 
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dispensados de examinar as demais, porém vamos confirmar as demais, para que 
ninguém fique com dúvidas. 
 
Na letra “b” a inclusão da conjunção coordenativa adversativa “entretanto” antes 
da palavra “pena”, é possível e não fere as regras gramaticais, bem como o artigo que 
segue concorda (uma pena). Na letra “c” a inclusão do pronome oblíquo “a”, não só é 
correta como necessária, pois é o objeto direto da forma verbal “encontram”. Na letra 
“d” a inclusão do “pois” exige a troca de pontuação e mudança de letra maiúscula para 
minúscula: ....e não encontram, pois as empresas...o que é desconsiderado pela ordem 
da questão, portanto a alteração é possível.. Na letra “e” a proposta é incluir uma oração 
“destaque-se que”. Nada impede esta alteração, pelo contrário, daria mais unidade ao 
parágrafo. 
 
 
 
Questão nº 11 
 
Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto. 
 
A idéia de responsabilidade social, __1__ não seja nova, ganhou notoriedade 
quando a deterioração dos ecossistemas, provocada pela poluição, estimulou o debate 
__2__ benefícios e malefícios da sociedade industrial. Parece evidente que as 
conseqüências indesejáveis da industrialização aguçaram a consciência ecológica de 
certos segmentos sociais e motivaram o surgimento de grupos de ativistas que se 
propuseram a combater o comportamento ecologicamente irresponsável de certas 
empresas e ramos de negócios, __3__ os madeireiros, os caçadores de baleias, a 
indústria de pele de animais, as empresas petrolíferas e organizações que trabalham com 
materiais radioativos, entre outras. O princípio da responsabilidade social se baseia na 
premissa de que as organizações são instituições sociais porque foram socialmente 
legitimadas. __4__, as empresas são depositárias dos recursos sociais e afetam a 
qualidade de vida da sociedade; __5__, por isso mesmo, a obrigação de agir segundo os 
interesses da sociedade, devendo prestar contas de suas ações a ela. (Adaptado de 
Carlos Eugênio Friedrich Barreto - http://www2.uerj.br/~labore/cquestoesc/sociedade 2 
- main.htm) 
 
 1 2 3 4 5 
 a Talvez a cerca dos quais sejam Apesar disso assim 
 b Embora sobre os como Assim sendo têm 
 
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c Certamente cerca dos tais como Diante disso detém 
d Caso sob os sejam Comparativamente tem 
e Como em relação aos seja Em decorrência recebem 
 
 
 
Comentário - Gabarito:B 
 
Esta questão, também apresenta elementos para serem incluídos na frase. Cada 
coluna é composta por elementos de classes gramaticais diversas. A nossa preferência 
deve recair pela coluna que apresentar mais formas verbais, pois identificar problemas 
de concordância ou regência são mais fáceis do que problemas de uso de conjunções. A 
coluna 5 traz quatro verbos, sendo um com oposição entre singular e plural “tem/têm”. 
Agora basta procurar o sujeito do verbo “ter” para estabelecermos a concordância. No 
texto temos: (...) as empresas são depositárias dos recursos sociais e afetam a 
qualidade de vida da sociedade; têm, por isso mesmo, a obrigação....(as empresas 
têm..). Nesta coluna 5, somente a letra “b” contempla esta possibilidade, portanto ela é a 
solicitada pela ordem da questão. 
 
A inclusão de “assim”, letra “a”, deixaria a oração sem verbo: . qualidade de 
vida da sociedade; assim, por isso mesmo, a obrigação..As letras “c” e “d” são formas 
singulares, não fariam concordância com “as empresas”. Por fim, a letra “e” a forma 
verbal “recebem” é incoerente com o sentido do texto. 
 
 
Questão nº 12 
 
 
 
1 A palavra ética, no cotidiano brasileiro, ganhou um status paradoxal: é muito 
 
2 falada, muito cortejada e sinônimo de transformação da realidade, mas, na prática, 
 
3 parece algemada a um passado prisioneiro de práticas que ferem a lei e, portanto, a 
 
4 própria ética. Nesse contexto há inúmeros obstáculos a vencer. Não há dúvida de que os 
 
5 avanços se têm sucedido. E o balanço do debate em torno da ética nos negócios, na 
 
6 política, no dia-a-dia do cidadão demonstra: a agulha magnética da defesa da ética tem 
 
7 se movido em ritmo ascendente, num mutirão dos mais construtivos. Embora o percurso 
 
8 a vencer seja acidentado e longo, não há dúvida de que a perplexidade, de natureza 
 
9 passiva, irá ceder lugar, mais rapidamente do que se possaimaginar, à força da ação; 
 
 
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10 esta, sim, a chave para fazer da ética no país um valor permanente e de natureza 
11 coletiva. (Emerson Kapaz, Perplexidade e indignação, Correio Braziliense, 22 de 
12 dezembro de 2005, com adaptações) 
 
 
 
De acordo com o desenvolvimento da argumentação, assinale a opção que não 
está incluída na situação referida pela expressão “Nesse contexto” (linha 4). 
 
a) Práticas que ferem a lei, contrárias a uma transformação ética da realidade 
social. 
b) Atuação coerente da ética na sociedade, como valor permanente e de 
natureza coletiva. 
c) Contradição entre o uso freqüente de uma palavra e as práticas que não 
correspondem ao seu significado. 
d) Mutirão dos mais construtivos no debate sobre a implantação de uma ética 
de valor permanente na sociedade. 
e) Apesar dos obstáculos, avanços em torno da ética em vários campos: nos 
negócios, na política, no dia-a-dia do cidadão. 
 
 
Comentário - Gabarito:B 
 
Esta questão solicita o exame da abrangência da expressão “nesse contexto” 
(linha 4), identificando a alternativa que não está incluída. O contexto é a situação atual 
com os erros em relação à prática da ética e as ações que devem ser implementadas. 
 
A alternativa “b” é coerente com o texto, mas não está incluída no contexto 
atual, é algo a ser alcançado no futuro. O texto contrapõe dois momentos: o atual 
(“nesse contexto”) e o futuro com a transformação da ética num “valor permanente” 
(linha 10). A alternativa “a” reproduz uma das situações atuais a que a ética está sujeita 
(práticas que ferem a lei). A letra “c” expõe a contradição, conforme o texto ( um status 
paradoxal). O debate sobre a ética acontece num esforço coletivo (mutirão) dentro do 
contexto atual. A letra “e” registra os avanços da ética na atualidade em diversos 
setores, conforme o texto: E o balanço do debate em torno da ética nos negócios, na 
política, no dia-a-dia do cidadão.... 
 
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Questão nº 13 
 
Assinale a opção gramaticalmente correta que dá continuidade coerente e coesa 
ao seguinte texto: 
 
O recente anúncio do IBGE da melhora da distribuição de renda no país trouxe 
uma armadilha pouco percebida pela classe média. Embora o Brasil tenha crescido nos 
últimos anos e gerado milhões de empregos com carteira assinada, as remunerações 
típicas da classe média não evoluíram. Ou pior, caíram. O avanço da educação nos 
últimos anos é chave para entender o problema: há muito mais gente qualificada 
disputando as mesmas vagas – e muitas dessas vagas encontram-se em extinção. 
(ÉPOCA NEGÓCIOS, 12 de dezembro de 2005, com adaptações) 
 
a) As pesquisas revelaram que os brasileiros mais pobres ganharam algum 
alento, especialmente com o aumento do número de programas sociais. 
Embora pouco, sua renda melhorou. Já os mais ricos nem sequer aparecem 
no estudo. Quem perdeu mesmo foi a classe média. 
b) Por isso, em dez anos o ganho médio dos trabalhadores de classe média 
decresceu 19,4%. Por outro lado, as despesas aumentaram com o peso dos 
impostos na renda nacional de 20% desde o Plano Real. Só as tarifas 
públicas tiveram um aumento de 290%. 
 
c) Nesse contexto, seu mercado de trabalho ficou mais competitivo, seja por 
que o País cresce pouco e gera poucos empregos, seja por que as 
universidades estão formando mais; o resultado é a queda na renda, 
especialmente entre as categorias, típicas do meio da escada social. 
d) Apesar de os critérios de renda sempre gerem controvérsias, para os 
institutos de pesquisa uma família que ganha R$ 3.000,00 pode ser 
considerada de classe média; posto que uma renda familiar desse porte não 
garante a uma família – sobretudo se ela for grande – o padrão típico de 
consumo da classe média. 
e) Ainda assim, ela perdeu espaço no mercado de trabalho, viu seu salário 
encolher e as despesas aumentar. Concorre com cada vez mais gente 
 
 
 
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qualificada pelas mesmas vagas e está endividada para manter o padrão de 
vida do passado. 
 
 
Comentário - Gabarito:A 
 
Esta questão solicita a alternativa que pode dar continuidade ao texto, de forma 
coerente e coesa, portanto devemos avaliar tanto a continuidade das idéias (coerência) 
como a estrutura sintática (coesão). Presume-se que a alternativa solicitada seja mais um 
argumento e não a conclusão do texto. Por esta razão a alternativa “b” fica descartada 
de início, pois apresenta elemento coesivo de conclusão: “Por isso...” 
 
A alternativa solicitada pela questão é a letra “a”. Esta opção oferece o 
argumento dos dados estatísticos e dá continuidade ao exame da situação da classe 
média, que é o objeto do texto - (...) as remunerações típicas da classe média não 
evoluíram, acrescentando: “quem perdeu mesmo foi a classe média”. 
 
A letra “b” já descartamos antes. A alternativa “c” fica prejudicada pelo 
elemento “seu” que não possui um referente adequado no texto. Não há como relacionar 
este possessivo à “classe média”, pois o mercado de trabalho se tornou mais 
competitivo para todos. 
 
Para a alternativa “d” dar continuidade ao texto, seria necessária alguma 
referência anterior sobre os “critérios de renda”. Fala em “apesar de”, portanto, o texto 
anterior deveria portar uma ideia contrária, o que não acontece. O texto fala em 
mercado de trabalho e diz que a renda não evoluiu, portanto, nada há que justifique a 
oposição expressa em “apesar de”. 
 
A alternativa “e” introduz um elemento contraditório com o texto, pois atribui a 
diminuição da renda ao fato da classe média estar “endividada para manter o padrão de 
vida do passado”. Esta ideia não tem justificativa no texto. 
 
 
Questão nº 14 
 
 
 
 
 
 
 
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1 Quando surgiu a preocupação ética no homem? Em que momento da sua história 
 
2 sentiu o ser humano necessidade de estabelecer regras definindo o certo e o errado? 
 
3 Essas indagações, possivelmente existentes desde que o homem começou a pensar, têm 
 
4 ocupado o tempo e o esforço de reflexão dos filósofos ao longo dos séculos. O fato é 
 
5 que, desde seus primórdios, as coletividades humanas não apenas pactuaram normas de 
 
6 convivência social, mas também foram corporificando um conjunto de conceitos e 
 
7 princípios orientadores da conduta no que tange ao campo ético-moral. 
 
8 Esta necessidade ética, sinalizando parâmetros de comportamento em todas as 
 
9 esferas da atividade humana, naturalmente tinha que alcançar o exercício das profissões. 
 
10 (Adaptado de Ivan de Araújo Moura Fé. Desafios éticos - prefácio) 
 
 
 
Analise as seguintes inferências: 
 
I. O homem tem preocupação ética desde o início da história e, possivelmente, 
desde que começa a pensar. 
 
II. Filósofos têm se dedicado a refletir sobre as regras que definem o certo e o 
errado ao longo dos séculos. 
 
III. Profissões são resultados de conjuntos de conceitos e princípios norteadores 
de conduta. 
 
A argumentação do texto permite 
 
a) todas as inferências. 
 
b) apenas a inferência I. 
 
c) apenas a inferência II. 
 
d) apenas as inferências I e II. 
 
e) apenas as inferências

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