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ESTAGIO OBRIGATÓRIO- USUCAPIÃO (1)

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL/RJ.
Maria, brasileira, divorciada, caixa de supermercado, portadora da cédula de identidade de nº. xxxxx, inscrita no CPF sob o nºxxxxxx, residente na Rua, à Rua da Ladeira, 43, beco 2, casa 01, Santo Cristo – Rio de Janeiro /RJ, CEP xxxxxx, E-mail, vem, através de seus advogados, perante Vossa Excelência, com fulcro no art. A Lei nº 12.424 e arts. 941 a 945 do Código de Processo Civil e demais dispositivos legas, in fine assinado, propor:
AÇÃO DE USUCAPIÃO FAMILIAR
Em face do Sr. João, endereço: dado é desconhecido. Solicito diligências para que o juízo obtenha essa informação, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
1. PRELIMINAR
1.1. DA JUSTIÇA GRATUITA
A Autora não pode arcar com as custas do processo, por ser pobre na forma da lei, conforme declaração anexa. Requer assim, desde já, os benefícios da gratuidade judiciária, nos termos da Lei n º. 1.060/50 c/c art. 98, NCPC.
2. DO MÉRITO
João e Maria, decidiram conviver em união estável a partir maio de 2000, e durante esse período de relacionamento, não tiveram filhos, e decidiram compraram um imóvel no Centro da Cida de do Rio de Janeiro, medindo 90 m², endereçado à Rua da Ladeira, 43, beco 2, casa 01, Santo Cristo, conforme certidão do registro de imóveis onde consta que 50% do imóvel pertence a João e os outro 50% pertence a Maria.
Como o relacionamento chegou ao fim, e no dia 24 de agosto de 2005, João, abandonou o lar conjugal.
Em novembro de 2005 o casal procurou um cartório de notas e lavrou escritura publica, declarando a existência de união estável desde maio de 2000 até o dia 24 de agosto de 2005, documento este que não constou qualquer partilha ou qualquer referência à existência do imóvel que o casal comprou durante a união estável.
Maria, posteriormente, tomou conhecimento que João tinha se casado com a vizinha e fixou residência desde 2006 no Estado do Paraná, não sabendo o seu endereço residencial, tendo em vista que até o presente momento o seu ex-companheiro, sumiu e nunca mais fez ou teve qualquer tipo de contato.
Maria atualmente trabalha como caixa de um supermercado, arca com o pagamento de IPTU, taxa de incêndio, ganhando R$ 1.400,00 (hum mil e quatrocentos reais) de salário e não é proprietária de nenhum outro imóvel urbano ou rural, bem como está solteira, residindo sozinha no imóvel desde que o seu ex-companheiro saiu e nunca mais retornou.
Ressalta-se que Autora nunca sofreu quaisquer tipos de contestação ou impugnação por parte do Réu ou de quem quer que seja, sendo a sua posse, portanto, mansa, pacífica, e ininterrupta durante todo esse tempo.
DO DIREITO
Conforme o “Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Hoje a Autora é a única titular dos direitos de posse, por mais de 02 anos, do referido imóvel, portanto, ÚNICA POSSUIDORA LEGÍTIMA do imóvel acima descrito, fazendo jus à aquisição da propriedade por meio da ação declaratória de usucapião.
Neste sentido, há julgado da 3ª Vara de Família de Belo Horizonte, conforme notícia extraída do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que destaca o seguinte, veja sua íntegra:
Juiz garante usucapião conjugal - 22.09.2011
Uma mulher divorciada ganhou na Justiça o direito ao domínio total e exclusivo de um imóvel registrado em nome dela e do ex-marido, que se encontra em local incerto e não sabido. A decisão do juiz Geraldo Claret de Arantes, em cooperação na 3ª Vara de Família de Belo Horizonte, tomou como base a Lei 12.424/2011, que regulamenta o programa Minha Casa Minha Vida e inseriu no Código Civil a previsão daquilo que se convencionou chamar de Usucapião familiar, Usucapião conjugal Ou, ainda, Usucapião pró-moradia.
Com a decisão, a mulher está livre para dar o destino que achar conveniente ao imóvel, que era registrado em nome do ex-casal. Esse novo dispositivo inserido no Código Civil prevê A declaração de domínio pleno de imóvel ao cônjuge que exercer, por dois anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar.
Foram juntados ao processo documentos que provaram o antigo casamento, o divórcio e o registro do imóvel em nome do ex-casal. A localização, o tamanho e o tempo de uso da casa pela mulher também foram observados pelo magistrado.
No pedido liminar à Justiça, a mulher comprovou ser portadora de doença grave, necessitando imediatamente do pleno domínio da casa onde vive para resolver questões pendentes. A não localização do ex-marido, comprovada nos autos, impedia qualquer negociação que envolvesse o imóvel.
Em seu despacho, o juiz determinou a expedição de mandado de averbação, que deverá ser encaminhado ao cartório de registro de imóveis, para que seja modificado o registro do imóvel.
Notícia divulgada no site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Disponível em http://www.tjmg.jus.br/portal/imprensa/noticias/juiz-garante-usucapiao-conjugal-1.htm#.UT46YTfT308; Acesso em 11 de Março de 2013).
Configura-se, portanto, a mesma inteireza no caso sob judice, visto que o requerente possui todos os pressupostos para aquisição do imóvel através da usucapião familiar.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, pede seja julgada procedente a presente ação, concedendo a autora o domínio útil do imóvel em questão:
Desta forma, requer:
1. Que seja deferido o benefício da Justiça Gratuita;
2. Que sejam citados todos os confinantes, conforme as especificações já citadas.
3. Que seja citado o ex-companheiro Sr. JOÃO, brasileiro, endereço desconhecido;
4 Que sejam intimados, por via postal, os representantes da Fazenda Pública da União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios para que manifestem eventuais interesses na causa;
5. A intimação do Ministério Público, cuja manifestação se faz obrigatória no presente feito;
6. Que seja concedido a Autora os benefícios da Justiça Gratuita, inclusive perante ao Cartório de Imóveis de acordo com o art. 12, § 2º da Lei nº 10.257/01- Estatuto da Cidade;
7. Que a sentença seja transcrita no registro de imóveis, mediante mandado, por constituir esta, título hábil para o respectivo registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis.
Provará o alegado utilizando-se de todos os meios admitidos em direito, especialmente, juntada de documentos, oitiva de testemunhas (rol anexo) e depoimento pessoal.
Dá-se à causa o valor de R$ 150.000,00 (trinta mil) reais.
Nestes termos, Pede deferimento.
Rio de janeiro 06 de junho 2020.
Advogado
OAB/RJ

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