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PRINCIPAIS TIPOS DE CÂNCERES PDF

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PRINCIPAIS TIPOS DE 
CÂNCERES 
 
 
ALUNA: MAYARA KUZNIEWSKI MAIA 
MATRÍCULA: 201601269481 
2 
 
SUMÁRIO 
CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO ........................................................................ 5 
O QUE É O CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO? ................................................ 5 
SINAIS E SINTOMAS .............................................................................................. 5 
DIAGNÓSTICO ........................................................................................................ 6 
TRATAMENTOS ...................................................................................................... 6 
EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES ............................................................ 8 
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ................................................................... 10 
CÂNCER DE PULMÃO ............................................................................................ 19 
O QUE É? .............................................................................................................. 19 
SINAIS E SINTOMAS ............................................................................................ 21 
DIAGNÓSTICO ...................................................................................................... 22 
TRATAMENTOS .................................................................................................... 22 
EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES .......................................................... 24 
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ................................................................... 24 
CÂNCER DE PÂNCREAS ........................................................................................ 28 
O QUE É? .............................................................................................................. 28 
SINAIS E SINTOMAS ............................................................................................ 30 
DIAGNÓSTICO ...................................................................................................... 31 
TRATAMENTOS .................................................................................................... 31 
EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES .......................................................... 39 
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ................................................................... 41 
CÂNCER DE FÍGADO E VIAS BILIARES ................................................................ 41 
O QUE É? .............................................................................................................. 41 
SINAIS E SINTOMAS ............................................................................................ 43 
TRATAMENTOS .................................................................................................... 44 
EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES .......................................................... 53 
CÂNCER GÁSTRICO ............................................................................................... 54 
O QUE É? .............................................................................................................. 54 
SINAIS E SINTOMAS ............................................................................................ 56 
DIAGNÓSTICO ...................................................................................................... 57 
TRATAMENTOS .................................................................................................... 57 
EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES .......................................................... 58 
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ................................................................... 59 
CÂNCER DO INTESTINO GROSSO ........................................................................ 59 
3 
 
O QUE É? .............................................................................................................. 59 
SINAIS E SINTOMAS ............................................................................................ 60 
DIAGNÓSTICO ...................................................................................................... 61 
TRATAMENTOS .................................................................................................... 61 
EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES .......................................................... 62 
CÂNCER DE PRÓSTATA ........................................................................................ 62 
O QUE É? .............................................................................................................. 62 
SINAIS E SINTOMAS ............................................................................................ 63 
DIAGNÓSTICO ...................................................................................................... 64 
TRATAMENTOS .................................................................................................... 65 
EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES .......................................................... 66 
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ................................................................... 66 
CÂNCER DE OVÁRIO, COLO UTERINO, TUBA UTERINA, VAGINA E VULVA ... 69 
O QUE É CÂNCER DE VULVA? ........................................................................... 69 
SINAIS E SINTOMAS ......................................................................................... 69 
TRATAMENTO ................................................................................................... 70 
O QUE É CÂNCER DE OVÁRIO? ......................................................................... 71 
SINAIS E SINTOMAS ......................................................................................... 72 
TRATAMENTO ................................................................................................... 72 
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ............................................................... 73 
O QUE É CÂNCER DE COLO DE ÚTERO? ......................................................... 76 
SINAIS E SINTOMAS ......................................................................................... 78 
DIAGNÓSTICO ................................................................................................... 79 
EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES ....................................................... 79 
TRATAMENTOS ................................................................................................. 80 
O QUE É CÂNCER DE VAGINA?.......................................................................... 81 
SINAIS E SINTOMAS ......................................................................................... 81 
TRATAMENTOS ................................................................................................. 82 
EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES ....................................................... 84 
CORPO DO ÚTERO .............................................................................................. 85 
O QUE É? ........................................................................................................... 85 
SINAIS E SINTOMAS ......................................................................................... 86 
TRATAMENTO ................................................................................................... 86 
CÂNCER DE TUBA UTERINA ............................................................................... 86 
O QUE É? ........................................................................................................... 86 
4 
 
SINAIS E SINTOMAS ......................................................................................... 86 
TRATAMENTO ................................................................................................... 87 
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ...............................................................
87 
SARCOMA DE PARTES MOLES ............................................................................. 88 
O QUE É? .............................................................................................................. 88 
SINAIS E SINTOMAS ............................................................................................ 89 
DIAGNÓSTICO ...................................................................................................... 90 
TRATAMENTO ...................................................................................................... 90 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 91 
 
 
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CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO 
O QUE É O CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO? 
Os tumores conhecidos como cânceres de cabeça e pescoço geralmente 
começam nas células escamosas que revestem as superfícies das mucosas úmidas, 
por exemplo, dentro da boca, do nariz e da garganta. Eles são classificados conforme 
a área da cabeça ou do pescoço em que se iniciam: cavidade oral, faringe, laringe, 
seios paranasais e cavidade nasal e glândulas salivares. 
Entre os homens e mulheres, o câncer de boca responde por 5% de todos os 
tumores malignos, ocupando a 5ª posição entre os cânceres masculinos, enquanto o 
de garganta está em 8° lugar entre os homens, segundo o INCA – Instituto Nacional 
do Câncer. Entre o público feminino, o câncer de boca é o 12° mais prevalente. 
Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em geral os tumores de 
cabeça e pescoço são mais frequentes em homens na faixa dos 60 anos de idade. 
Os tumores de cabeça e pescoço estão relacionados ao tabagismo, ao 
consumo de bebidas alcoólicas e a infecções pelo papilomavírus humano (HPV), vírus 
transmitido principalmente pelas relações sexuais que atinge a pele e as mucosas. 
Segundo o Dr. Castro, a relação entre o HPV e o câncer de cabeça e pescoço vem se 
tornando cada vez mais comum, sendo observada em 10% a 30% dos casos. Uma 
dieta rica em frutas, verduras e legumes, evitando-se os fatores de risco como o álcool 
e o tabagismo e sexo oral sem camisinha, ajuda a manter uma vida saudável e 
prevenir contra esses tipos de câncer. 
 
SINAIS E SINTOMAS 
Os sinais e sintomas do câncer de cabeça e pescoço podem incluir o 
aparecimento de um nódulo, uma ferida que não cicatriza, dor de garganta que não 
melhora, dificuldade para engolir e alterações na voz ou rouquidão. Entretanto, estes 
sintomas também podem ser causados por outras condições clínicas. Outros sintomas 
que podem indicar a presença de um tumor em distintas regiões da cabeça e pescoço 
são: 
 Cavidade Oral. Uma mancha branca ou vermelha na gengiva, língua ou 
no revestimento da boca; inchaço da mandíbula tornando as dentaduras 
desconfortáveis, e hemorragias ou dor na boca. 
 
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 Faringe. Dificuldade para respirar ou falar, dor ao engolir, dor no 
pescoço ou garganta que não cessa, dores de cabeça frequentes, dor 
ou zumbido nos ouvidos ou problemas de audição. 
 
 Laringe. Dor ao engolir ou dor de ouvido. 
 
 Seios Paranasais e Cavidade Nasal. Seios paranasais obstruídos, 
infecções crônicas que não respondem ao tratamento com antibióticos, 
sangramento pelo nariz, dores de cabeça frequentes, inchaço nos olhos, 
dor nos dentes superiores ou problemas com as próteses dentárias. 
 
 Glândulas Salivares. Inchaço sob o queixo ou ao redor do osso maxilar, 
dormência ou paralisia dos músculos da face, dor na face, queixo ou 
pescoço que não melhora. 
 
DIAGNÓSTICO 
Alguns sinais e sintomas podem sugerir que uma pessoa tenha câncer de 
cabeça e pescoço, mas será necessária a realização de exames e biópsias para 
confirmar o diagnóstico. Se os sinais e sintomas apresentados sugerirem que o 
paciente possa ter câncer de cabeça e pescoço, serão solicitados exames de imagem, 
de laboratório e biópsias, para confirmação diagnóstica e estadiamento da doença. 
 
TRATAMENTOS 
Após o diagnóstico e estadiamento da doença, o médico discutirá com o 
paciente as opções de tratamento. Alguns fatores podem ser decisivos na escolha do 
tipo de tratamento, como o estado geral de saúde, estadiamento da doença, 
localização exata da doença, idade do paciente, além de outras considerações 
pessoais. 
O tratamento, dependendo de localização, características e extensão do tumor, 
pode incluir cirurgia, terapia alvo, radioterapia ou quimioterapia, em muitos casos 
realizadas isoladamente ou em combinação. Após a identificação do câncer, é feita 
uma avaliação para verificar se o tumor é operável ou não, e então planejar o 
tratamento, que é multidisciplinar. “Além do oncologista, o paciente passa a ser 
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acompanhado por fonoaudiólogos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas, entre 
outros profissionais”, conclui o médico. 
Os pacientes diagnosticados com câncer de orofaringe com HPV podem ser 
tratados de forma diferente daqueles com câncer de orofaringe HPV negativo. 
Pesquisas recentes mostraram que os pacientes com tumores de orofaringe positivo 
para HPV têm um prognóstico melhor e podem fazer um tratamento menos intenso. 
Um estudo clínico em andamento está avaliando investigando esta questão. 
Os tratamentos dos tumores da cabeça e pescoço serão tratados 
separadamente: Câncer de Laringe e Hipofaringe; Câncer de Boca e Orofaringe; 
Câncer de Nasofaringe; Câncer de Cavidade Nasal e Seios Paranasais; Câncer de 
Glândulas Salivares; Câncer de Cavidade Ocular. 
É importante que todas as opções de tratamento sejam discutidas com o 
médico, bem como seus possíveis efeitos colaterais, para ajudar a tomar a decisão 
que melhor se adapte às necessidades de cada paciente. 
 
Imunoterapia 
Aprovada no final do ano passado pela ANVISA, a terapia que 
estimula a resposta do sistema imunológico é uma das formas de tratamento dos 
tumores na cabeça e pescoço. O nivolumabe, medicamento que aumenta a taxa de 
sobrevida, é responsável pela melhoria da qualidade de vida dos pacientes com a 
doença em estágio avançado. 
 
Equipe multidisciplinar em radioterapia 
Cuidados odontológicos somados à nutrição e enfermagem 
fazem toda a diferença no tratamento de radioterapia para os casos avançados de 
tumores de cabeça e pescoço. Esse cuidado multidisciplinar evita o uso de sondas, 
http://www.oncoguia.org.br/cancer-home/cancer-de-laringe-e-hipofaringe/16/134/
http://www.oncoguia.org.br/cancer-home/cancer-de-boca-e-orofaringe/53/175/
http://www.oncoguia.org.br/cancer-home/cancer-de-nasofaringe/68/518/
http://www.oncoguia.org.br/cancer-home/cancer-de-cavidade-nasal-e-seios-paranasais/66/501/
http://www.oncoguia.org.br/cancer-home/cancer-de-glandulas-salivares/67/509/
http://www.oncoguia.org.br/cancer-home/cancer-de-glandulas-salivares/67/509/
http://www.oncoguia.org.br/cancer-home/cancer-de-olho/80/560/
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entre outros procedimentos invasivos, impedindo que os tratamentos sejam 
interrompidos. 
 
Cirurgia 
A cirurgia é o tratamento mais utilizado para o câncer de boca e pescoço, 
podendo ou não ser realizado em combinação com a radioterapia. A recuperação 
acaba sendo diferente para cada paciente e por ser uma área sensível do corpo, as 
dores podem estar presentes nos primeiros dias depois da operação. Os 
medicamentos específicos para aliviar as dores devem ser discutidos com os médicos 
que estão cuidando de seu caso. 
Depois da cirurgia, sua face pode parecer diferente e a recuperação depende 
exclusivamente do tipo e da extensão do tumor. Tumores pequenos, geralmente, não 
costumam causar nenhuma alteração, mas no caso de tumores maiores, é necessário 
remover parte da mandíbula, dos lábios, do palato ou da língua. Mas nesses casos, 
existem cirurgias plásticas ou reconstrutivas que podem ser feitas para melhorar o seu 
aspecto visual. Assim como a cirurgia plástica, o acompanhamento de uma 
fonoaudióloga pode ajudá-lo a recuperar sua habilidade de mastigar, engolir ou falar
– ações que podem ter sido afetados pela cirurgia. 
 
Quimioterapia 
A quimioterapia para câncer oral geralmente é aplicada nas veias, podendo ter 
associação com a radioterapia simultaneamente. Dependendo do tratamento e das 
reações, é necessário que o paciente fique um tempo no hospital. 
 
EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES 
Os pacientes submetidos a estes tratamentos, principalmente cirurgia e 
radioterapia, podem ter comprometimentos que afetam a fala, mastigação, deglutição, 
movimentos da face e pescoço, abertura de boca, salivação e perda e/ou diminuição 
na amplitude de movimento e força em ombro, sendo necessário o início de sua 
reabilitação o quanto antes, para que seja possível sua adaptação as atividades de 
vida diária e consequente melhor qualidade de vida. 
O paciente pode parecer diferente após a cirurgia, o rosto e o pescoço podem 
ficar inchados, mas esse inchaço geralmente desaparece em algumas semanas. No 
entanto, se os gânglios linfáticos foram removidos, o fluxo de linfa na área de onde 
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foram retirados pode ser mais lento e a linfa pode acumular nos tecidos, causando um 
aumento de volume local, que pode permanecer por um longo tempo. 
Após uma laringectomia ou outra cirurgia na garganta, algumas áreas do 
pescoço e da garganta podem ficar adormecidas. Se os linfonodos do pescoço forem 
removidos, o ombro e o pescoço podem ficar fracos e rígidos. 
Os pacientes que fazem radioterapia podem apresentar irritação, vermelhidão 
e feridas na boca, boca seca ou saliva espessa, dificuldade para engolir, alterações 
no paladar ou náuseas. Outros problemas que podem ocorrer durante o tratamento 
são a perda de paladar, o que pode diminuir o apetite e afetar a nutrição, e dor de 
ouvido, causado pelo endurecimento da cera no conduto auditivo. Os pacientes 
também podem notar algum inchaço sob o queixo e alterações na textura da pele. A 
mandíbula pode tornar-se rígida e os pacientes podem não serem capazes de abrir a 
boca tanto quanto antes do tratamento. 
Os pacientes devem comunicar quaisquer efeitos colaterais para seu médico e 
discutir sempre quais as melhores maneiras de lidar com eles. 
Cada tipo de tratamento gera um tipo de reação, pois depende muito do tipo de 
medicação aplicada e da quantidade. Esses fatores podem resultar em dores na boca, 
boca seca, efeitos colaterais, infecção e mudanças no paladar. Os medicamentos 
acabam gerando esse tipo de reação, porque além de eliminar algumas células 
cancerígenas com crescimento rápido, algumas drogas anti-cancer podem causar 
danos as células normais que também se dividem rapidamente. Entre os efeitos 
colaterais, podem alguns podem ser os mais comuns: 
Células sanguíneas: Quando o paciente está realizando quimioterapia, os 
níveis de células sanguíneas saudáveis diminuem, fazendo com que a pessoa se sinta 
cansada, fraca e com possibilidade maior de contrair uma infecção. A equipe médica 
responsável irá acompanhar o seu quadro clínico para entender se é necessário 
alterar a quantidade da quimioterapia ou reduzir a dose da droga. 
Raízes do cabelo: Embora a quimioterapia possa causar queda de cabelo, 
saiba que ele irá crescer novamente, mas pode alterar a coloração e a textura. 
Trato digestivo: A quimioterapia para tratar câncer oral, pode causar a perda 
do apetite, náusea, vômitos, formigamento nas mãos e nos pés, diarréia e feridas nos 
lábios. Sua equipe de saúde pode lhe dar medicamentos e sugerir outras maneiras de 
ajudar com esses problemas. Esses efeitos podem ocorrer no começo do tratamento 
ou no período após seu término. 
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Terapia Alvo: O câncer de cabeça e pescoço pode se utilizar de um tipo de 
terapia específica, em conjunto como a radioterapia e a quimioterapia. Essa prática 
utiliza um medicamento que inibe as células do câncer oral, interferindo no 
crescimento dessa célula e impedindo a metastase do câncer. Durante a utilização do 
fármaco (como o Cetuximab, por exemplo) algumas pessoas podem apresentar 
reações alérgicas como febre, dor de cabeça, diarréia e vomito. 
As principais complicações são: paralisia facial, mucosites, lesão de nervo 
acessório, trismo e linfedema de face. 
 
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO 
Linfedema De Face 
O linfedema representa uma falha 
na drenagem linfática, levando ao 
acúmulo de líquido intersticial. Esta 
complicação pode causar sofrimento, 
desconforto permanente, dor e prejuízos funcionais, podendo levar o indivíduo ao 
isolamento social. O Linfedema de face pode ocasionar prejuízos na fala, na 
deglutição, comprometer a cicatrização, diminuir a movimentação da região cervical 
além de afetar a auto-imagem e qualidade de vida do paciente. Alguns fatores podem 
contribuir para o aparecimento do Linfedema na face como cicatrizes que bloqueiam 
o fluxo linfático, radioterapia, que pode causar fibrose intersticial, e a própria evolução 
da doença através de metástases nos linfonodos regionais. O esvaziamento cervical 
é um fator importante na formação do linfedema onde se faz a retirada dos linfonodos, 
que podem estar comprometidos ou serem alvos de futuras metástases. 
 
Fisioterapia Complexa Descongestiva (FCD) 
A Fisioterapia Complexa Descongestiva (FCD) é 
o padrão ouro no tratamento do Linfedema, indicado 
pela Sociedade Internacional de Linfologia. A técnica é 
composta por drenagem linfática manual, enfaixamento 
compressivo, exercícios e cuidados com a pele. A FCD 
é composta de duas fases, a primeira é intensiva, 
objetivando a máxima redução de volume da área e a 
segunda fase é a de manutenção, onde o objetivo é 
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manter os ganhos da primeira fase, e na qual o paciente tem uma importante 
participação. A técnica traz bons resultados, no entanto, pouca aderência por parte 
dos pacientes, principalmente na fase de manutenção, onde é necessário o uso de 
máscaras compressivas. 
 
Drenagem Linfática Manual 
A Drenagem Linfática Manual (DLM) é 
um dos principais componentes da Fisioterapia 
Complexa Descongestiva e pode ser utilizada 
isoladamente nos tratamentos dos linfedemas 
de face. O objetivo da DLM é direcionar o 
edema para vias que se mantém íntegras após 
as incisões cirúrgicas, as axilares por exemplo, 
podendo, então, ser reabsorvido. A DLM tem seu início na região supraclavicular e 
progride para tronco, pescoço e face. A linfa pode ser movimentada para a região 
anterior e posterior através das anastomoses, no entanto irá depender da extensão 
da cicatriz. As anastomoses anteriores são mais utilizadas nos pacientes que 
realizaram somente a radioterapia, e naqueles que foram tratados cirurgicamente a 
via posterior é mais indicada por conta da cicatriz. A DLM deve ser realizada por 
fisioterapeutas com formação específica na técnica. 
 
Linfotaping 
O Linfotaping, técnica derivada do Kinesiotaping, desenvolvido na década de 
70 pelo quiroprata e kinesiólogo Kenzo Kase, é uma das 
formas de aplicação do conceito inicial, para problemas de 
origem circulatório-linfáticas. A bandagem elástica pode 
potencializar os atuais tratamentos para o linfedema como a 
Fisioterapia Complexa Descongestiva. O Linfotaping tem a 
propriedade de elevar a pele e favorecer a abertura das vias 
linfáticas superficiais na área afetada, impulsionado o fluxo 
linfático, isto é muito importante pois, possibilita direcionarmos 
o fluxo para as áreas livres e prontas para reabsorver o edema. O Linfotaping continua 
a facilitar o fluxo linfático por 3-5 dias durante seu uso. A técnica pode ser utilizada em 
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cicatrizes hipertróficas, que apresentam fibroses, e também em regiões com 
hematomas favorecendo rapidamente sua absorção. O paciente em uso do linfotaping 
pode tomar banho sem tirar a bandagem, visto que o material é resistente à água. Os 
pacientes podem ficar com a bandagem por 3 a 4 dias. 
Para aqueles pacientes com baixa adesão a Fisioterapia Descongestiva 
Complexa com o uso de bandagens e máscaras compressivas,
o Linfotaping tem se 
mostrado uma excelente proposta com resultados favoráveis. 
 
Auto Massagem Linfática 
Durante e após o tratamento fisioterapêutico para o 
Linfedema, o paciente deverá realizar a automassagem de 
drenagem linfática, com o objetivo de acelerar a reabsorção do 
líquido congestionado na face. A auto massagem deve ser 
realizada com a ativação dos linfonodos axilares, supra e 
infraclaviculares, a fim de favorecer o recebimento da linfa 
estagnada nas áreas edemaciadas. O paciente, em seguida, com manobras 
orientadas pelo seu Fisioterapeuta, deverá conduzir a linfa até as áreas liberadas. As 
manobras devem ser realizadas 2 a 3 vezes ao dia. 
 
Exercícios Miolinfocinéticos 
Estes exercícios mobilizam a linfa, e favorecem seu 
direcionamento para linfonodos livres e sua absorção. São 
realizados movimentos de toda a região cervical (elevação, 
flexão, inclinação e rotação) bem como movimentos de 
mímica facial. 
 
 
Cuidados com o Linfedema de Face 
 Mantenha seu rosto e pescoço sempre limpos. Use um hidratante com 
PH neutro após o banho. 
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 Use uma lâmina nova cada vez que se barbear, no caso dos homens. 
As mulheres devem usar apenas um creme depilatório. 
 Tenha sempre em mãos um bom 
antisséptico para o caso de lesões (arranhões, 
picadas de insetos, cortes, etc.). 
 Evite o uso de roupas apertadas na 
região do pescoço. 
 Evite mudanças bruscas de 
temperatura, principalmente locais muito quentes como saunas. 
 Previna-se contra traumas, cortes, queimaduras (inclusive solares), 
contusões, picadas de insetos, arranhões na área de cabeça e pescoço. 
 Fique atento (a) caso perceba sinais de vermelhidão, coceira, dor, 
aumento da temperatura. Caso aconteça procure um médico. 
 
Lesão de nervo acessório 
As cirurgias para tratamento dos cânceres de 
cabeça e pescoço são normalmente associadas ao 
esvaziamento cervical (retirada de gânglios linfáticos 
na região do pescoço). O Nervo Acessório (XI par 
craniano), encontra-se na área de manipulação 
cirúrgica, e muitas vezes pode ser lesionado no 
procedimento. Algumas lesões são permanentes e outras transitórias. Quando este 
nervo é lesionado, pode ocasionar a queda do ombro por paralisia do músculo 
trapézio, resultando na “Síndrome do Ombro Caído” onde o paciente apresenta um 
quadro clínico constituído por dor e limitação nos movimentos de flexão e abdução do 
ombro, inclinação do pescoço e protrusão escapular (escápula alada), associados a 
uma fraqueza dos músculos rombóides e elevador da escápula. Na prática, o paciente 
terá dor e dificuldade em elevar o ombro. 
 
 
 
 
 
 
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Exercícios 
A fisioterapia é recomendada no pós-operatório 
com o objetivo de manter a amplitude de movimento do 
ombro, promover treinamento e aumento de força aos 
músculos que compensarão o déficit causado pela lesão 
do nervo acessório ao músculo trapézio. Para evitar a 
reação adesiva, devem-se iniciar precocemente 
movimentos mais passivos do que ativos. O objetivo dos movimentos passivos é 
assegurar a movimentação frequente das camadas sinoviais adjacentes, evitando seu 
contato prolongado e, portanto, a aderência das superfícies inflamadas. Um programa 
de exercícios de resistência focado nos músculos rombóides e elevador da escápula 
podem melhorar a postura, a amplitude de movimento do ombro e diminuir a dor. Em 
resumo, deve-se fortalecer a cadeia muscular posterior e alongar a cadeia muscular 
anterior. 
 
Eletroestimulação 
Na literatura, observa-se que o uso da Eletroestimulação 
Nervosa Transcutânea (TENS) é favorável para o alívio da dor. 
Os pacientes com lesão do nervo acessório podem apresentar 
dor crônica em região da cintura escapular, associada a pontos-
gatilhos devido à sobrecarga da musculatura periescapular, na 
tentativa de manter a escápula numa boa posição. A TENS 
parece ser uma boa opção com resultados rápidos. A 
Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) é um 
recurso utilizado na fisioterapia para aliviar os sintomas de sensibilidade e dor. Trata-
se de uma técnica não-invasiva feita por meio de eletrodos que são colocados nos 
pontos de dor, promovendo uma estimulação suave e segura e levando a um bloqueio 
da mensagem dolorosa desta área ao sistema nervoso central. 
Kinesio Taping 
O objetivo com a aplicação das bandagens é o de 
promover efeitos diretamente sobre a musculatura, 
estimulando e ativando o músculo ou grupo muscular 
durante o movimento. Com a bandagem posicionada na 
escápula, é possível melhorar a contração sinérgica do 
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trapézio enfraquecido (nas lesões parciais), reduzindo episódios de fadiga, 
contraturas e espasmos. Pode-se ainda realizar uma correção mecânica, através do 
posicionamento, com o objetivo de estabilizar e melhorar a biomecânica do 
movimento. É importante avaliar a pele, a sensibilidade, e utilizar bandagens de boa 
qualidade para evitar reações alérgicas ou estímulos indesejáveis. 
 
Trismo 
 A forma de tratamento para o câncer de cabeça e 
pescoço, tradicionalmente, envolve a cirurgia e atualmente, 
este procedimento tem sido combinado com a radioterapia. 
Muitos dos pacientes que apresentam câncer de cabeça e 
pescoço são submetidos a altas doses de radioterapia, em 
extensos campos de radiação que irão incluir a cavidade bucal, maxila, mandíbula e 
glândulas salivares. Desta forma, a radioterapia está associada a diversas reações 
adversas. 
O Trismo, uma das principais complicações da radioterapia, é descrito como 
uma patologia da musculatura mastigatória e resulta em uma contração persistente 
dos músculos masseter e pterigoideos medial e lateral, dificultando a abertura da 
boca. O trismo pode expor o paciente a dificuldades importantes em todas as funções 
que incluem a mandíbula, destacando-se a dificuldade na alimentação e mastigação 
que, em algumas situações, chega a alterar o estado nutricional; distúrbios de fala; 
impossibilidade de higiene oral adequada; transtornos no tratamento dentário, 
afetando sobremaneira a qualidade de vida dos pacientes. A fisioterapia atua nos 
primeiros dias após o começo da radioterapia visando fornecer uma melhor qualidade 
de vida para esses pacientes. A reabilitação deve ser um processo dinâmico, 
começando o mais cedo possível de forma preventiva ou após o diagnóstico, e 
continuada por todo tempo durante a doença e seu tratamento. 
Massoterapia 
A massoterapia, através das manobras de deslizamento e 
amassamento, é utilizada com o objetivo de oferecer ao paciente 
o alívio da dor e a diminuição da tensão muscular. Essa técnica é 
conhecida como uma manipulação do tecido muscular, realizada 
com as mãos, tendo como fins proporcionar consequências 
benéficas sobre o conjunto vascular, nervoso e muscular, por 
16 
 
meio da aplicação rítmica de pressão - com o objetivo de instigar os receptores 
sensoriais proporcionado assim certa percepção de prazer e melhora oferecendo 
relaxamento muscular e diminuição da tensão sofrida pelos músculos devido à dor. 
Deve ser realizada intraoral e externamente nos músculos masseter e pterigoideos. 
 
Exercícios 
Devem ser realizados em pacientes com trismo, 
exercícios que favoreçam o ganho da amplitude da 
articulação temporomandibular. São importantes 
alongamentos da musculatura mastigatória, exercícios 
de propriocepção, mímica facial, alongamentos da região cervical, bem como 
mobilização passiva da mandíbula. Podem ainda ser usados abaixadores de língua 
para favorecer o ganho da abertura da boca, começando com o número suportado 
inicialmente, e aumentando conforme o limite do paciente. 
 
Kinesio Taping 
O objetivo com a aplicação das bandagens é o de 
promover efeitos diretamente sobre a musculatura, 
inibindo o músculo durante o movimento. A bandagem 
deve ser posicionada na musculatura mastigatória para 
inibir os músculos excessivamente fortes, ativos, 
hipertônicos, comuns no Trismo. É importante
avaliar a pele, principalmente pós 
radioterapia, a sensibilidade, e utilizar bandagens de boa qualidade para evitar 
reações alérgicas ou estímulos indesejáveis. 
 
Therabite 
Sistema de Reabilitação Mandibular Therabite ® é 
um sistema portátil criado especificamente para tratar do 
trismo e a hipomobilidade mandibular. Este sistema utiliza 
o movimento repetitivo e o alongamento passivo para 
recuperar a mobilidade e a flexibilidade da musculatura da 
mandíbula, das suas articulações e dos tecidos conjuntivos. O sistema Therabite 
proporciona um alongamento da musculatura mastigatória favorecendo a abertura de 
boca. 
17 
 
 
Paralisia Facial 
Uma grande parte dos tratamentos cirúrgicos que 
envolvem a cabeça e o pescoço, principalmente os de 
grande porte, podem evoluir com uma paralisia 
transitória ou permanente do nervo facial. As lesões 
nervosas podem ser causadas por compressão ou 
estiramentos mecânicos, queimaduras de vasos durante o procedimento e podem 
gerar uma paralisia permanente dos músculos inervados pelo nervo facial. Se não 
houver uma lesão completa, o tratamento fisioterapêutico certamente apresentará 
respostas extremamente positivas. O sucesso do tratamento depende da atuação em 
equipe, objetivando o melhor ganho funcional com o início precoce das terapias. A 
Fisioterapia deve ser iniciada já no pós operatório imediato e pode ser realizada tanto 
nos casos das paralisias transitórias quanto permanentes. 
 
Exercícios 
Os exercícios devem ser realizados para facilitar, inibir, fortalecer e relaxar 
grupos musculares. Podem ser utilizados exercícios de mímica facial, em frente ao 
espelho, alongamentos de toda a região da face e pescoço e movimentar 
toda articulação temporomandibular. Pode ser necessária a desativação de trigger 
points, áreas de tensão advindas do processo cirúrgico, e manobras que favoreçam o 
relaxamento de toda essa região, principalmente da hemiface não comprometida, que 
estará tensionada devido à sobrecarga compensatória. 
 
Crioterapia 
Consiste na utilização do gelo e /ou compressas 
geladas para estimular a musculatura paralisada, no 
sentido correto da fibra muscular, a fim de que o sistema 
nervoso central capte as vias de controle motor. A 
crioterapia oferece bons resultados na paralisia facial. Para 
os pacientes que referem parestesias, sensação de formigamento associados a 
diminuição da sensibilidade tátil e /ou dolorosa, podem ser utilizados estímulos 
sensoriais através de diferentes texturas na parte dessensibilizada (macia, dura, 
áspera, fofa, fina, grossa, quente, fria, seca, molhada, etc.). 
18 
 
 
Kinesio Taping 
A bandagem elástica promove a estimulação 
constante e duradoura dos receptores especializados e das 
terminações nervosas livres, favorecendo a contração 
muscular de forma eficaz devido à repetição constante do 
estímulo, ou seja, promove a alteração do comportamento 
das unidades motoras dos músculos, aumentando a excitação neural por meio das 
forças mecânicas impostas pela elasticidade e força reativa da bandagem. 
 
Eletroestimulação 
A eletroterapia é a modalidade que utiliza o auxílio de 
correntes elétricas, por meio de eletrodos de superfície e 
canetas estimuladoras, para favorecer as estruturas 
neuromusculares nos movimentos requeridos. A estimulação 
elétrica é recomendada após o início da paralisia, pode ser 
aplicada durante as seis primeiras semanas. Aplicações diárias da eletroterapia 
aumentam as chances de êxito. O tratamento deve ser associado aos exercícios. 
 
Mucosite 
A mucosite oral é uma complicação comum e dose-
limitante do tratamento oncológico. A mucosite grave pode 
tornar necessária a alteração ou até mesmo a interrupção 
do tratamento com sérias consequências na resposta 
tumoral e sobrevida do paciente, aumentando o risco de 
infecção local ou sistêmica. As lesões aparecem mais comumente na mucosa não-
queratinizada. Os sinais e os sintomas variam desde um leve desconforto até lesões 
ulcerativas graves, comprometendo a nutrição e a ingestão hídrica do paciente. 
 
19 
 
Laser 
O laser de baixa intensidade vem sendo utilizado 
como forma de tratamento/cicatrização da mucosite 
oral e tem obtido respostas positivas do ponto de vista 
clínico e funcional. O tratamento com o laser age 
estimulando a atividade celular, conduzindo à liberação 
de fatores de crescimento por macrófagos, proliferação 
de queratinócitos, aumento da população e degranulação de mastócitos e 
angiogênese. Esses efeitos podem levar a uma aceleração no processo de 
cicatrização de feridas devido, em parte, à redução na duração da inflamação aguda, 
resultando numa reparação mais rápida. Estudos mostram bons resultados no uso do 
laser de baixa potência He-Ne (632,8nm, 60mW, 2J/cm2) aplicado diariamente, antes 
de cada sessão de radioterapia, durante sete semanas. O laser é uma técnica simples 
e não-traumática para a prevenção e o tratamento da mucosite de várias origens, 
sendo capaz de reduzir a gravidade e a duração da mucosite oral associada à 
radioterapia. Seus resultados mostraram uma redução da dor e uma melhora na 
habilidade de ingestão. 
 
CÂNCER DE PULMÃO 
O QUE É? 
O câncer de pulmão é o tipo mais comum de tumor maligno e a principal causa 
de morte por câncer entre homens e mulheres. Em 90% dos casos diagnosticados, 
está associado ao consumo de derivados do tabaco. Em geral, tem origem nas células 
que revestem os brônquios e partes do pulmão, como os bronquíolos e alvéolos, e, se 
não tratado precocemente, pode se disseminar para outras partes do corpo. 
Existem dois tipos principais de câncer de pulmão: pequenas células e não 
pequenas células, o mais comum, respondendo por 85% dos casos. Entre os tumores 
de pequenas células, destaca-se o carcinoma indiferenciado de pequenas células, 
que se subdivide em três subtipos: linfocitóide (oatcell, de rápido crescimento, grande 
capacidade de disseminação e invasão cerebral), intermediário e combinado. Já os 
tumores de não pequenas células são compostos de três tipos diferentes: o carcinoma 
epidermóide (de 25 a 30% dos casos, começam nessas células que revestem o 
interior das vias aéreas), o adenocarcinoma (40% dos casos, tem início nos alvéolos 
20 
 
e crescimento lento) e o carcinoma de grandes células (10 a 15% dos casos, surge 
em qualquer parte do pulmão e tende a crescer e se disseminar rapidamente). 
Além desses tipos, outros tumores que podem atingir os pulmões são os 
tumores carcinoides (menos de 5% dos casos), os carcinomas adenoides císticos, os 
linfomas e os sarcomas. O pulmão também pode ser acometido por metástases de 
cânceres originados em outros órgãos, como pâncreas, mama, rim ou pele. Nesse 
caso, os tumores são tratados como o câncer do local de origem. 
O câncer de pulmão ocorre principalmente em pessoas mais velhas. Cerca de 
2 em cada 3 pessoas com diagnóstico de câncer de pulmão têm mais de 65 anos, e 
menos de 2% dos casos são diagnosticados em pessoas com menos de 45 anos. A 
idade média no momento do diagnóstico é de 70 anos. 
Existem vários tipos diferentes de câncer de pulmão, divididos em dois grandes 
grupos: 
Câncer de células não-pequenas 
São os mais comuns e constituídos por 
três subtipos: carcinomas de células escamosas, 
adenocarcinomas e 
carcinomas de grandes células. 
 
 
Câncer de pequenas células 
São mais raros e têm comportamento 
mais agressivo. 
 
 
O câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil 
(sem contar o câncer de pele não melanoma). É o primeiro em todo o mundo desde 
1985, tanto em incidência quanto em mortalidade. Cerca de 13% de todos os casos 
novos de câncer são de pulmão. 
A última estimativa mundial (2012) apontou incidência de 1,8 milhão de casos 
novos, sendo 1,24 milhão em homens e 583 mil em mulheres. 
21 
 
A taxa de incidência vem diminuindo desde meados da década de 1980 entre 
homens e desde meados
dos anos 2000 entre as mulheres. Essa diferença deve-se 
aos padrões de adesão e cessação do tabagismo constatados nos diferentes sexos. 
No Brasil, a doença foi responsável por 26.498 mortes em 2015. No fim do 
século XX, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte 
evitáveis. 
O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são importantes fatores de risco 
para o desenvolvimento de câncer de pulmão. 
Em cerca de 85% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está 
associado ao consumo de derivados de tabaco. 
O cigarro é, de longe, o mais importante fator de risco para o desenvolvimento 
do câncer de pulmão. A taxa de mortalidade de 2011 para 2015 diminuiu 3,8% ao ano 
em homens e, 2,3% ao ano em mulheres, devido à redução na prevalência do 
tabagismo. 
A taxa de sobrevida relativa em cinco anos para câncer de pulmão é de 18% 
(15% para homens e 21% para mulheres). Apenas 16% dos cânceres são 
diagnosticados em estágio inicial (câncer localizado), para o qual a taxa de sobrevida 
de cinco anos é de 56%. 
 
SINAIS E SINTOMAS 
A maioria dos cânceres de pulmão em geral não provoca sintomas nas fases 
iniciais. Em fases mais avançadas, os sintomas mais frequentes são: tosse com 
expectoração mucosa ou sangue, dor no peito, rouquidão, perda de apetite e de peso, 
falta de ar, fadiga, sangramento pelas vias respiratórias, infecções e ocorrência 
repetida de pneumonia. Quando há metástase para outros órgãos, podem surgir dor 
óssea, alterações no sistema nervoso, icterícia e nódulos próximos à superfície do 
corpo. 
Alguns tumores causam um grupo de sintomas muito específicos, chamados 
de síndromes: na síndrome de Horner, pode haver dor intensa no ombro, ptose 
palpebral (queda de uma pálpebra), miose (constrição da pupila), enoftalmia 
(afundamento do olho) e anidrose (transpiração diminuída do lado afetado da face); 
na síndrome da Veia Cava Superior, os sintomas são inchaço no rosto, no pescoço, 
nos braços e na parte superior do tórax, dores de cabeça, tontura e alteração na 
22 
 
consciência; nas síndromes paraneoplásicas, pode ocorrer hipercalcemia, 
crescimento excessivo de alguns ossos, coágulos de sangue e ginecomastia. 
Algumas das síndromes associadas ao câncer de pulmão de pequenas células 
são: síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético, cujos sintomas 
incluem fadiga, perda de apetite, fraqueza muscular, cãibras, náuseas, vômitos, 
agitação e confusão; síndrome de Cushing, que provoca ganho de peso, fraqueza, 
sonolência, retenção de líquidos, pressão arterial elevada e diabetes; síndrome de 
Lambert-Eaton, em que há enfraquecimento dos músculos dos quadris e dos ombros 
e, mais raramente, disfunção cerebelar, provocando tontura, alterações visuais e da 
fala e paralisia. 
 
DIAGNÓSTICO 
Raio-X do tórax, complementado por tomografia computadorizada são os 
exames iniciais para investigar uma suspeita de câncer de pulmão. Em pacientes 
assintomáticos sob risco de câncer de pulmão ou com sintomas precoces sugestivos 
(emagrecimento, tosse persistente, padrão de tosse diferente do habitual) a realização 
do Raio-X de tórax é de grande valor. 
A broncoscopia (endoscopia respiratória) deve ser feita para avaliar a árvore 
traquebrônquica e, eventualmente, permitir a biópsia (retirada de pedacinhos do tumor 
com uma agulha para exame). É fundamental obter um diagnóstico de certeza pela 
patologia. 
Uma vez obtida a confirmação da doença, é feito o estadiamento, que avalia o 
estágio de evolução, ou seja, verifica se a doença está restrita ao pulmão ou 
disseminada para outros órgãos. O estadiamento é feito por meio de vários exames, 
como biópsia pulmonar guiada por tomografia, biópsia por broncoscopia, tomografia 
de tórax, ressonância nuclear, PET-CT, cintilografia óssea, mediastinoscopia, 
ecobroncoscopia, entre outros. 
 
TRATAMENTOS 
O tratamento do câncer de pulmão requer a participação de um grupo 
multidisciplinar, formado por oncologista, cirurgião torácico, pneumologista, 
radioterapeuta, radiologista intervencionista, médico nuclear, enfermeiro, 
fisioterapeuta, nutricionista e assistente social. 
23 
 
Para o adequado planejamento do tratamento, é necessário fazer o diagnóstico 
histológico e o estadiamento para definir se a doença está localizada no pulmão ou se 
existem focos em outros órgãos. Para os pacientes com doença localizada, e, 
particularmente, sem linfonodo (gânglio) aumentado (íngua) no mediastino (região 
entre os dois pulmões), o tratamento é cirúrgico, seguido ou não de quimioterapia e/ou 
radioterapia. 
Para aqueles com doença localizada no pulmão e nos linfonodos, o tratamento 
é feito com radioterapia e quimioterapia ao mesmo tempo. 
Em pacientes que apresentam metástases a distância, o tratamento é com 
quimioterapia ou, em casos selecionados, com medicação baseada em terapia-alvo. 
Portanto, o tratamento do câncer de pulmão depende do tipo histológico e do 
estágio da doença, podendo ser tratado com cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, 
e/ou modalidades combinadas. 
 
Modalidades de tratamento 
 Cirurgia 
A cirurgia, quando possível, consiste na retirada do tumor com uma margem de 
segurança, além da remoção dos linfonodos próximos ao pulmão e localizados no 
mediastino. É o tratamento de escolha por proporcionar melhores resultados e 
controle da doença. Cerca de 20% dos casos são passiveis de tratamento cirúrgico. 
Porém, na grande maioria (80-90% dos casos) a cirurgia não é possível na ocasião 
do diagnóstico, devido à extensão da doença (estágio avançado) ou à condição clínica 
debilitada do paciente. 
 
As cirurgias para tratamento do câncer de pulmão podem ser: 
Segmentectomia e ressecção em cunha: Quando se retira uma parte 
pequena do pulmão (somente o segmento ou parte do segmento que envolve o 
tumor), reservada para pacientes com tumores pequenos e que não suportam 
cirurgias maiores por apresentarem idade ou condições clínicas e/ou respiratórias 
limitadas. 
Lobectomia: É a cirurgia de escolha para o tratamento do câncer de pulmão. 
Retira-se todo o lobo pulmonar (grupo de segmentos), onde o tumor está situado. É o 
mais adequado por remover toda a doença de forma anatômica. 
24 
 
Pneumectomia: É a retirada de um pulmão inteiro (suas indicações são 
limitadas e restritas). Procedimento com morbidade maior e não tolerado por alguns 
pacientes. 
 
Quimioterapia: O tratamento quimioterápico visa a destruir as células 
cancerígenas, assim como reduzir o crescimento do tumor ou amenizar os sintomas 
da doença. Pode apresentar efeitos colaterais indesejáveis, não sendo tolerada por 
todos os pacientes. 
 
Radioterapia: Utiliza radiação para destruir as células cancerígenas. Pode ser 
utilizada antes ou após a cirurgia. Também pode ocasionar uma série de efeitos 
colaterais (como pneumonite e esofagite). 
 
Terapia-alvo: Trata-se de uma nova forma de tratamento de câncer, 
frequentemente usada em pacientes cujo tumor tenha determinadas características 
moleculares (genéticas). Essas medicações têm sido reservadas para o tratamento 
de doenças avançadas. Novos estudos estão em andamento para selecionar o grupo 
de pacientes que melhor se beneficiará deste tratamento. 
 
EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES 
Principais complicações do câncer de pulmão: tosse, derrame pleural maligno, 
atelectasia, dispneia e síndrome de pancoast. 
 
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO 
Tosse 
Diversas patologias podem evoluir para a tosse. Nos 
pacientes com câncer a Tosse pode ser acompanhada de 
rouquidão, secreção pulmonar ou ainda presença de 
sangue no escarro. A Tosse pode ser classificada em seca 
ou irritativa (ausência de secreção nas vias aéreas) ou 
úmida (com secreção), sendo que esta pode ainda ser subdividida em Produtiva 
(quando o paciente consegue mobilizar e eliminar a secreção através da expectoração 
ou deglutição) e Improdutiva (existência de secreção nas vias aéreas mas o paciente
não consegue eliminar). 
25 
 
Fisioterapia Respiratória 
A Fisioterapia dispõe de recursos manuais e 
mecânicos para o tratamento da tosse: Manobras de 
higiene brônquica: drenagem postural; percussão; 
vibração manual; vibrocompressão; aceleração do fluxo 
expiratório (AFE); terapia expiratória manual passiva 
(TEMP); tosse assistida; aspiração traqueobrônquica; ZEEP (Zero End Expiratory 
Pressure); recrutamento alveolar. 
 
Dispneia 
A dispneia “falta de ar” é uma condição vivenciada pela 
maioria dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão, 
principalmente naqueles em que o câncer encontra-se 
avançado. O paciente com dispneia apresentará uma 
respiração desconfortável com uma falta de ar leve, 
moderada ou intensa. Nos pacientes com câncer, a dispneia pode ser provocada pelo 
próprio tumor que pode estar causando alguma obstrução. A ansiedade dos pacientes 
também pode provocar a dispneia. Outras causas incluem: broncoespasmo, 
hipoxemia, derrame pleural, pneumonias, anemias, estresse e processos 
inflamatórios. 
 
Exercícios Respiratórios 
Exercícios de controle da respiração auxiliam o paciente 
no momento da crise de dispneia, principalmente aliviando a 
ansiedade. É importante orientar quanto ao gasto energético, 
para que se diminua a demanda metabólica. Técnicas de 
relaxamento são benéficas no controle da ansiedade e dos 
aspectos emocionais relacionados à dispneia. Alongamentos 
da musculatura respiratória aliviam a tensão muscular ocasionada pelo desconforto 
respiratório. 
 
 
 
 
26 
 
Oxigenoterapia 
Quando ocorre a queda da saturação para menos de 
85% em ar ambiente, durante o repouso, a oxigenoterapia é 
indicada, podendo se valer de recursos como ventilação não-
invasiva por pressão positiva intermitente (VNPPI), CPAP 
(pressão positiva contínua) ou BiPAP (pressão positiva com 
níveis alternados). 
 
Atelectasia 
A Atelectasia é uma complicação bastante comum em 
pacientes acamados e principalmente nos pacientes com 
câncer de pulmão, caracteriza-se pelo fechamento parcial ou 
total dos alvéolos, como resultado da diminuição da 
capacidade funcional residual, da respiração superficial e 
dos movimentos ativos e mudanças de decúbito. A atelectasia pode levar a hipoxemia 
e ao aumento de secreção, e pode ser prevenida com mudanças de decúbitos, 
incentivo da atividade voluntária e aumento da profundidade da respiração. 
 
Reexpansão Pulmonar 
O tratamento fisioterápico dependerá da avaliação do 
paciente, e principalmente da ausculta pulmonar. A 
fisioterapia respiratória é essencial no tratamento do quadro 
de atelectasia, utilizando-se de técnicas e manobras eficazes 
de expansão pulmonar. A expansão pulmonar consiste na 
dilatação volumétrica dos pulmões, isto ocorre em cada inspiração à medida que o 
fluxo aéreo entra nas vias aéreas, e insufla os pulmões. A reexpansão pulmonar é 
realizada manual e/ou mecanicamente em áreas ou zonas pulmonares que não 
estejam dilatando fisiologicamente. Exemplos de técnicas de reexpansão pulmonar: 
manobras de compressão e descompressão torácica, manobras de redirecionamento 
de fluxo, padrões ventilatórios, inspirômetros de incentivo, VNI (Ventilação não 
invasiva), EPAP (Pressão Positiva Expiratória nas Vias Aérea), CPAP (Pressão 
Positiva Contínua nas Vias Aéreas). 
 
 
27 
 
Derrame Pleural Maligno 
O Derrame Pleural Maligno pode aparecer em 
aproximadamente 7% dos pacientes com diagnóstico de 
câncer de pulmão. Por definição, derrame pleural maligno é 
aquele no qual se detecta a presença de células 
neoplásicas malignas no líquido pleural ou na pleura 
parietal. Estes derrames pleurais são exsudatos sero-sanguinolentos e são, 
comumente, associados com adenocarcinomas. Nem todos os derrames pleurais, em 
pacientes com neoplasia de pulmão, são devidos a metástases pleurais, outras 
causas são: obstrução linfática, pneumonite pós-obstrutiva ou atelectasia e infarto 
pulmonar. A Fisioterapia pode contribuir com manobras e técnicas específicas que 
facilitem a reexpansão pulmonar e diminuam os sintomas do Derrame Pleural. 
 
Reexpansão Pulmonar 
As técnicas de reexpansão pulmonar têm uma 
fundamentação teórica consistente quando se trata de sua 
aplicação em pacientes acometidos por derrame pleural, já que 
ocorre um aumento no líquido pleural fazendo com que diminua 
a expansibilidade dos pulmões e, algumas vezes, até mesmo da 
caixa torácica, causando assim, uma diminuição na ventilação 
dos alvéolos, ou seja, uma hipoventilação alveolar. 
O tratamento fisioterápico dependerá da avaliação do paciente, e 
principalmente da ausculta pulmonar. A fisioterapia respiratória é essencial no 
tratamento no quadro do Derrame Pleural Maligno, utilizando-se técnicas e manobras 
eficazes de expansão pulmonar. A expansão pulmonar consiste na dilatação 
volumétrica dos pulmões, isto ocorre em cada inspiração, à medida que o fluxo aéreo 
entra nas vias aéreas e insufla os pulmões. A reexpansão pulmonar é realizada 
manual e/ou mecanicamente em áreas ou zonas pulmonares que não estejam 
dilatando fisiologicamente. Exemplos de técnicas de reexpansão pulmonar: manobras 
de compressão e descompressão torácica, manobras de redirecionamento de fluxo, 
padrões ventilatórios, inspirômetros de incentivo, VNI (Ventilação não invasiva), EPAP 
(Pressão Positiva Expiratória nas Vias Aérea), CPAP (Pressão Positiva Contínua nas 
Vias Aéreas). 
 
28 
 
Síndrome de Pancoast 
A Síndrome de Pancoast é causada por carcinoma de 
não pequenas células localizado no sulco pulmonar 
superior. Os principais sinais e sintomas são dor neuropática 
com perda de força em ombro e braço, ao longo da 
distribuição do oitavo nervo cervical e atrofia dos músculos 
da mão. Com o aumento da lesão o canal espinhal e a medula também poderão ser 
acometidos. A dor pode se irradiar até a região de cabeça e pescoço ou no sentido 
descendente na região medial da escápula, axila, parte anterior do tórax ou membro 
homolateral e as vezes em longo da distribuição do nervo ulnar. 
 
Fisioterapia Pré e Pós Operatória 
Quando a indicação para a Síndrome de Pancoast 
é cirúrgica, a Fisioterapia deve atuar desde a fase pré 
operatória com orientações, profilaxia respiratória, 
circulatória, manutenção da função pulmonar e motora até 
a fase pós operatória com prevenção e/ou tratamento de 
complicações respiratórias e motoras, realização de manobras de reexpansão 
pulmonar, higiene brônquica se necessário, alívio da dor e prevenção da limitação de 
amplitude de movimento. 
 
CÂNCER DE PÂNCREAS 
O QUE É? 
O pâncreas é responsável não só pela produção de suco gástrico como 
também é responsável pela produção de hormônios, como a insulina. O carcinoma 
ductal do pâncreas é originado das células que recobrem os ductos pancreáticos por 
onde o suco pancreático é conduzido até ser secretado no duodeno. Este é o tipo 
mais comum e também o mais agressivo de câncer de pâncreas. Outros tipos, como 
os tumores neuro-endócrinos, são menos agressivos e mais raros. 
A agressividade do câncer de pâncreas vêm de suas habituais disseminações 
linfática (acometendo gânglios linfáticos ao redor da lesão) e também hematogênica 
(disseminação de células tumorais para órgãos à distância através da corrente 
sanguínea). 
 
29 
 
O câncer de pâncreas apresenta alta taxa de mortalidade por ser agressivo e 
de difícil detecção, sendo em geral diagnosticado quando a doença já se encontra em 
estágio avançado. As células exócrinas e endócrinas do pâncreas formam tipos 
diversos de tumores, com fatores de risco, causas e sintomas distintos. Por isso, são 
diagnosticados por meio de exames diferentes e tratados de forma diversa. 
Os tumores exócrinos são o tipo mais comum de câncer de pâncreas. O subtipo 
mais frequente é o adenocarcinoma, respondendo por 95% dos casos. Ele começa 
normalmente nos dutos pancreáticos, mas pode se desenvolver nas células que 
produzem
as enzimas pancreáticas. Outros subtipos, menos comuns, incluem 
carcinomas adenoescamosos, carcinomas de células escamosas, carcinoma 
indiferenciado de células gigantes, carcinomas de células em anel de sinete, 
carcinomas indiferenciados, neoplasia pseudopapilar sólida e carcinoma da ampola 
de Vater. 
Já os tumores endócrinos são raros, sendo responsáveis por menos de 4% de 
todos os cânceres de pâncreas. Um dos principais subtipos é o tumor funcional, que 
corresponde à metade dos cânceres endócrinos e produz hormônios liberados na 
corrente sanguínea, sendo identificado de acordo com o tipo de célula que produz o 
hormônio. Os tumores que não produzem hormônios são chamados de não funcionais 
e são mais comuns que os funcionais. Mais raro são os tumores carcinoides, que 
produzem serotonina (ver mais sobre este grupo em câncer neuroendócrino). 
O câncer de pâncreas mais comum é do tipo adenocarcinoma (que se origina 
no tecido glandular), correspondendo a 90% dos casos diagnosticados. A maioria dos 
casos afeta o lado direito do órgão (a cabeça). As outras partes do pâncreas são corpo 
(centro) e cauda (lado esquerdo). 
Pelo fato de ser de difícil detecção e ter comportamento agressivo, o câncer de 
pâncreas apresenta alta taxa de mortalidade, por conta do diagnóstico tardio. No 
Brasil, é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e 
por 4% do total de mortes causadas pela doença. 
Raro antes dos 30 anos, torna-se mais comum a partir dos 60. Segundo a União 
Internacional para o Controle do Câncer (UICC), os casos de câncer de pâncreas 
aumentam com o avanço da idade: de 10/100.000 habitantes entre 40 e 50 anos para 
116/100.000 habitantes entre 80 e 85 anos. A incidência é mais significativa no sexo 
masculino. 
30 
 
Os principais fatores de risco para carcinoma ductal de pâncreas são tabagismo 
(fumo) e história de pancreatite crônica (geralmente por consumo prolongado de 
álcool). 
 
SINAIS E SINTOMAS 
Os sintomas variam de acordo com a região do pâncreas onde está localizado 
o tumor. Os que se desenvolvem na cabeça do órgão provocam icterícia (pele e olhos 
amarelados), aumento do nível de glicose no sangue, causado pela deficiência na 
produção de insulina, e, em estágios mais avançados, dor na região das costas, que 
vai aumentando conforme o tumor cresce. Também ocorrem perda de apetite e de 
peso, fraqueza, diarréia, tontura, incapacidade de digerir alimentos gordurosos 
(detectada por fezes pálidas, volumosas e gordurosas), náuseas, vômitos, dor 
abdominal (mais intensa após as refeições), aumento da vesícula biliar, formação de 
coágulo sanguíneo nas veias da perna, coceiras na pele e anormalidades no tecido 
adiposo. 
Nos tumores endócrinos, os sintomas são provocados pelo excesso de 
hormônios liberados na corrente sanguínea. Os tumores que produzem gastrina 
causam úlceras, cujos sintomas são dor, náuseas, diminuição do apetite, 
sangramento, anemia, cansaço, falta de ar, diarreia e perda de peso. Os que 
produzem glucagon (hormônio que aumenta os níveis de açúcar no sangue) provocam 
diabetes, diarreia, perda de peso, desnutrição e eritema necrolítico migratório 
(erupção na pele de aspecto avermelhado que provoca inflamação). Os produtores de 
insulina podem levar à hipoglicemia, cujos sintomas são confusão, fraqueza, 
sudorese, taquicardia, convulsões e até mesmo coma. Os tumores que produzem 
somatostatina causam diabetes, diarreia, dor abdominal, náusea, falta de apetite e 
icterícia. Aqueles que produzem peptídeo intestinal vasoativo causam diarreia, baixos 
níveis sanguíneos de potássio, baixos níveis de ácido no estômago e níveis elevados 
de glicose no sangue. Os tumores que produzem polipeptídeo pancreáticos causam 
dor abdominal, aumento do fígado e diarreia aquosa. Já os carcinoides, que produzem 
serotonina, tem como sintomas rubor, diarreia, respiração ofegante e aumento da 
frequência cardíaca. 
Os tumores não funcionais, que não produzem hormônios, têm sintomas 
similares aos dos cânceres exócrinos. 
 
31 
 
DIAGNÓSTICO 
Por causa da falta de sintomas nos estágios iniciais e da localização do 
pâncreas, atrás de outros órgãos dentro da cavidade abdominal, esse tipo de câncer 
é difícil de ser diagnosticado precocemente. Em geral, a doença é descoberta quando 
já se disseminou para outros órgãos. 
Se forem detectados sinais e sintomas que sugerem a presença de câncer de 
pâncreas após o levantamento do histórico pessoal e familiar do paciente e o exame 
físico (com foco no abdome), são solicitados exames complementares para confirmar 
o diagnóstico. Entre eles estão exames de sangue, incluindo a dosagem do antígeno 
carbohidrato Ca 19.9, fezes e urina, ultrassonografia abdominal (convencional ou 
endoscópica), tomografia computadorizada, ressonância nuclear de vias biliares e da 
região do pâncreas, e biópsia de tecido do órgão. 
 
TRATAMENTOS 
Se descoberto na sua fase inicial, o câncer de pâncreas tem chances de cura. 
A cirurgia para retirada do tumor é uma das opções de tratamento nesses casos. A 
radioterapia e a quimioterapia podem ser utilizadas para reduzir o tamanho do tumor 
e aliviar os sintomas. Nos casos em que há metástases para outras partes do corpo, 
é possível a colocação de endoprótese como tratamento paliativo. 
Existem 2 tipos de cirurgia utilizados para o câncer de pâncreas: 
 Cirurgia potencialmente curativa. É realizada quando os resultados dos 
exames sugerem que é possível remover todo o tumor. 
 Cirurgia paliativa. Realizada se os exames de imagem mostram que a 
doença está disseminada. Esta cirurgia é realizada para aliviar os sintomas da doença 
ou prevenir determinadas complicações, como um ducto biliar bloqueado ou obstrução 
intestinal. Mas, não tem objetivo curativo. 
 
Estadiamento por laparoscopia 
Para determinar o melhor tipo de cirurgia a ser realizado, é importante saber o 
estadiamento da doença. Como pode ser difícil fazer o estadiamento do câncer de 
pâncreas com precisão apenas com exames de imagem, às vezes, a laparoscopia é 
feita inicialmente para determinar a extensão do tumor e se ele pode ser ressecado 
cirurgicamente. 
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Nessa técnica, o cirurgião faz algumas incisões no abdome onde insere os 
instrumentos necessários para o procedimento. A biópsia do tumor e áreas anormais 
podem mostrar até onde a doença se disseminou. 
 
Cirurgia potencialmente curativa 
Alguns estudos mostraram que a remoção de apenas uma parte do tumor não 
aumenta a sobrevida, de modo que a cirurgia potencialmente curativa é realizada 
apenas se for possível remover todo o tumor. 
Mesmo assim, esta é uma das cirurgias mais difíceis de ser realizada, devido 
as possíveis complicações e à recuperação pós-cirúrgica lenta. A equipe médica junto 
com o paciente devem avaliar os potenciais benefícios e riscos antes de optarem pela 
cirurgia. 
Cerca de 20% dos cânceres de pâncreas parecem estar confinados ao 
pâncreas, no momento do diagnóstico. Mesmo assim, nem todos estes são realmente 
operáveis. Muitas vezes, apenas após o início da cirurgia é que o cirurgião constata 
que o tumor cresceu demais para ser completamente removido. Quando isso 
acontece, a cirurgia é interrompida ou o cirurgião decide continuar o procedimento 
com o objetivo de aliviar ou prevenir sintomas. Isso porque a cirurgia planejada 
dificilmente curaria a doença, além de poder levar a importantes efeitos colaterais e, 
ainda prolongar o tempo de recuperação no pós-cirúrgico, o que poderia atrasar o 
início de outros tratamentos. 
A cirurgia é a única chance real para curar o câncer de pâncreas, mas nem 
sempre leva à cura. Mesmo que todo o tumor visível seja removido, algumas células 
cancerígenas remanescentes já se disseminaram para outras partes do corpo. Essas 
células podem, eventualmente, se transformarem em novos tumores, que podem ser 
mais difíceis de serem tratados. 
A cirurgia curativa está indicada para
o tratamento de tumores localizados na 
cabeça do pâncreas. Como esses tumores se encontram perto do conduto biliar, 
alguns provocam icterícia e podem ser diagnosticados mais precocemente para serem 
completamente removidos. Cirurgias para outras partes do pâncreas são descritas 
abaixo, e são realizadas, se possível, para retirar todo o tumor: 
 
 Duodenopancreatectomia (Cirurgia de Whipple). Esta é a cirurgia 
mais comum para remover o câncer da cabeça do pâncreas. Nesse procedimento é 
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retirada a cabeça do pâncreas e, às vezes o corpo. Também são removidos intestino 
delgado, parte do canal biliar, linfonodos próximos ao pâncreas e às vezes parte do 
estômago. O restante do ducto biliar é ligado ao intestino delgado, para que as enzinas 
biliares e digestivas possam continuar chegando ao órgão. As possíveis complicações 
cirúrgicas decorrentes deste procedimento incluem vazamento entre as conexões dos 
órgãos envolvidos na cirurgia, infecções, hemorragia, alterações gástricas, perda de 
peso, problemas intestinais e diabetes. 
 
 Pancreatectomia distal. Esta cirurgia remove apenas a cauda do 
pâncreas ou a cauda e uma porção do corpo do pâncreas. O baço também é 
normalmente removido. Essa técnica é utilizada no tratamento de tumores 
encontrados na cauda e corpo do pâncreas. Essa técnica raramente é utilizada para 
tratar o câncer de pâncreas, porque geralmente muitos desses tumores já estão 
disseminados quando diagnosticados. 
 
 Pancreatectomia total. Esse procedimento retira todo o pâncreas, 
assim como a vesícula biliar, parte do estômago e do intestino delgado e o baço. Essa 
cirurgia pode ser uma opção se o tumor se disseminou pelo pâncreas, mas ainda pode 
ser removido. Atualmente, esse tipo de cirurgia é usada com menos frequência do que 
as outras cirurgias porque não parece mais ser uma vantagem a remoção de todo o 
pâncreas, além de apresentar grandes efeitos colaterais. 
É possível viver sem o pâncreas. Mas quando o pâncreas inteiro é removido, 
os pacientes ficam sem quaisquer células que produzem insulina e outros hormônios, 
que ajudam a manter níveis seguros de açúcar no sangue. Esses pacientes 
desenvolvem diabetes, que pode ser difícil de controlar por se tornarem dependentes 
de insulina. Os pacientes que fazem essa cirurgia também passam a fazer uso de 
comprimidos de enzimas pancreáticas para ajudar na digestão de determinados 
alimentos. 
 
Cirurgia paliativa 
Se o câncer se disseminou qualquer tipo de cirurgia a ser considerada é 
destinada a aliviar ou prevenir os sintomas. Como o câncer de pâncreas pode 
progredir rapidamente, a maioria dos médicos não indica uma grande cirurgia para 
tratamento paliativo, especialmente para os pacientes com a saúde debilitada. 
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Os tumores que crescem na cabeça do pâncreas podem bloquear o ducto biliar, 
podendo provocar problemas digestivos e dores, uma vez que a bile não consegue 
chegar ao intestino. Os produtos químicos biliares também se acumulam no 
organismo provocando icterícia, náuseas, vômitos e outros problemas. Existem duas 
opções para aliviar a obstrução do ducto biliar: 
 
Colocação de stent. A abordagem mais comum para permeabilizar o ducto 
biliar bloqueado não envolve uma cirurgia real. Em vez disso, um stent é colocado no 
conduto para mantê-lo aberto. Isso geralmente é feito através de um endoscópio, com 
o paciente sedado. Muitas vezes, esse procedimento é parte de uma 
colangiopancreatografia endoscópica retrógrada. O stent, que é geralmente metálico, 
ajuda a manter o ducto biliar aberto e resiste à compressão dos tumores circundantes. 
Os stents também podem ser colocados antes da cirurgia para diminuir os níveis de 
bilirrubina e consequentemente a icterícia antes do pâncreas ser removido. 
 
Cirurgia de bypass. Outra opção para o ducto biliar obstruído, em pacientes 
com bom estado de saúde geral, é a cirurgia para redirecionar o fluxo da bílis a partir 
do ducto biliar comum diretamente para o intestino delgado. A colocação de um stent 
é muitas vezes mais fácil e a recuperação mais rápida. Por essa razão é realizada 
com mais frequência do que a cirurgia de bypass. Mas, a cirurgia pode ter algumas 
vantagens, como: 
 Pode proporcionar um alívio mais duradouro do que o stent, que precisa 
ser higienizado ou substituído. 
 Pode ser uma opção se, por alguma razão, o stent não pode ser 
colocado. 
 Durante a cirurgia, o cirurgião pode seccionar os nervos que inervam o 
pâncreas ou injetar álcool, o que pode reduzir ou eliminar qualquer dor provocada pela 
doença. 
 
Quimioterapia 
A quimioterapia utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir as células 
tumorais por via intravenosa ou por via oral. Por ser um tratamento sistêmico, a 
quimioterapia atinge não somente as células cancerígenas senão também as células 
sadias do organismo. 
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A quimioterapia geralmente faz parte do tratamento do câncer de pâncreas e 
pode ser usada em qualquer estágio da doença: 
 Tratamento neoadjuvante. É administrada antes da cirurgia para tentar 
reduzir o tamanho do tumor, para que ele possa ser removido com uma cirurgia menos 
extensa. 
 Tratamento adjuvante. É administrada após a cirurgia para destruir as 
células cancerígenas remanescentes para diminuir a chance da recidiva. 
 Tratamento de metástases. É administrada na doença avançada na qual 
os tumores não podem ser completamente removidos cirurgicamente. 
Quando a quimioterapia é administrada junto com a radioterapia é conhecida 
como quimiorradiação e potencializa a radioterapia, entretanto pode apresentar mais 
efeitos colaterais. 
Na maioria dos casos (especialmente como tratamento adjuvante ou 
neoadjuvante), a quimioterapia é mais eficaz quando administrada em combinações 
de dois ou mais medicamentos. Para os pacientes que apresentam um bom estado 
de saúde geralmente são administrados dois ou mais medicamentos 
simultaneamente. Para os pacientes que não apresentam um bom estado geral de 
saúde para receber tratamentos combinados, um único medicamento, geralmente 
gemcitabina, 5-FU ou capecitabina, é administrado. 
Os medicamentos mais comuns usados para a quimioterapia adjuvante e 
neoadjuvante incluem: Gemcitabina; 5-fluorouracilo (5-FU); Oxaliplatina; Paclitaxel 
ligado à albumina; Capecitabina; Cisplatina e Irinotecano. 
 
Quimioterapia para câncer de pâncreas avançado: Gemcitabina; 5-
fluorouracil ou Capecitabina; Irinotecano ou irinotecano lipossomal; Agentes de 
platina: cisplatina e oxaliplatina e Taxanos: paclitaxel, docetaxel e paclitaxel ligado a 
albumina. 
A quimioterapia é administrada em ciclos, com cada período de tratamento 
seguido por um período de descanso, para permitir que o corpo possa se recuperar. 
Cada ciclo de quimioterapia dura em geral algumas semanas. 
A quimioterapia adjuvante e neoadjuvante é frequentemente administrada por 
um período total de 3 a 6 meses, dependendo dos medicamentos utilizados. A duração 
do tratamento para o câncer de pâncreas avançado é baseado na resposta do 
tratamento e nos efeitos colaterais que o paciente possa estar apresentando. 
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Radioterapia 
A radioterapia utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento 
das células cancerígenas que formam um tumor. Pode ser útil no tratamento de alguns 
tipos de câncer de pâncreas. 
A radioterapia pode ser utilizada em pacientes com câncer de pâncreas em 
diferentes situações: 
 A radioterapia pode ser administrada após a cirurgia (tratamento 
adjuvante) para diminuir a chance da recidiva. Normalmente, a radioterapia é 
administrada junto com a quimioterapia, sendo denominada quimiorradiação ou 
quimioradioterapia. 
 Para tumores ressecáveis limítrofes, a radioterapia pode ser 
administrada junto com a quimioterapia antes da cirurgia (tratamento neoadjuvante) 
para reduzir o tumor e facilitar a retirada cirúrgica. 
 A radioterapia combinada com a quimioterapia pode ser usada
como 
parte do tratamento principal em pacientes cujos tumores se desenvolveram além do 
pâncreas e não podem ser removidos cirurgicamente (tumores localmente 
avançados/irressecáveis). 
 Algumas vezes é administrada para aliviar sintomas como a dor em 
pacientes com câncer de pâncreas avançado ou naqueles que não podem realizar 
outros tratamentos, como a cirurgia. 
O tipo de radiação mais usado para tratar o câncer de pâncreas é a radioterapia 
por feixe externo. A radioterapia consiste em liberar uma determinada dose de 
radiação em um alvo, geralmente fracionada em 5 sessões por semana durante certo 
período de tempo. 
 
Terapia Alvo 
Terapia alvo é um tipo de tratamento do câncer que usa drogas ou outras 
substâncias para identificar e atacar as células cancerígenas com poucos danos às 
células normais. Esses medicamentos alvo agem quando os quimioterápicos padrões 
não respondem e geralmente têm efeitos colaterais diferentes. 
Erlotinibe. É um medicamento que tem como alvo uma proteína na superfície 
das células cancerígenas, denominada EGFR, que normalmente estimula essas 
células a crescerem e se desenvolverem. Os pacientes com câncer de pâncreas 
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recebem erlotinib combinado com gemcitabina. Alguns pacientes podem se beneficiar 
mais dessa combinação do que outros. 
 
Imunoterapia 
A imunoterapia é o uso de medicamentos para estimular o sistema imunológico 
de uma pessoa a reconhecer e destruir as células cancerígenas de forma mais eficaz. 
Certos tipos de imunoterapia podem ser usados no tratamento do câncer de pâncreas. 
 
Inibidores do controle imunológico 
Uma função importante do sistema imunológico consiste na sua capacidade de 
atacar as células normais e anormais do corpo. Para fazer isso, ele usa pontos de 
verificação – as chamadas moléculas de controle imunológico em células 
imunológicas que precisam ser ativadas (ou desativadas) para iniciar uma resposta 
imunológica. As células cancerígenas, às vezes, usam esses pontos de controle para 
evitar serem atacadas pelo sistema imunológico. Esses medicamentos se mostraram 
úteis contra muitos tipos de câncer nos últimos anos. 
Os medicamentos denominados inibidores do controle imunológico podem ser 
usados para pacientes cujas células cancerígenas pancreáticas são positivas para 
alterações genéticas específicas, como um alto nível de instabilidade de 
microssatélites (MSI-H) ou alterações em um dos genes de reparo de 
incompatibilidade (MMR). As alterações nos genes MSI ou MMR (ou ambos) são 
frequentemente vistas em pacientes com síndrome de Lynch. 
Os medicamentos são usados para pacientes cujo câncer volta a crescer após 
a quimioterapia. Eles também podem ser usados para tratar pacientes cujo tumor não 
pode ser removido cirurgicamente, recidivado após o tratamento, ou que se 
disseminou para outros órgãos. 
 
Inibidor de PD-1 
Pembrolizumab. É um medicamento que tem como alvo a PD-1, uma proteína 
do ponto de controle das células do sistema imunológico denominadas células T. Ao 
bloquear a PD-1, esse medicamento aumenta a resposta imunológica contra as 
células cancerígenas do pâncreas e muitas vezes pode reduzir os tumores. 
Este medicamento é administrado por infusão intravenosa, a cada 2 ou 3 
semanas. 
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Ablação ou Embolização 
Esses tratamentos consistem em diferentes maneiras de destruir os tumores, 
em vez de removê-los cirurgicamente. Às vezes são utilizados no tratamento do 
câncer de pâncreas disseminado, especialmente para o fígado. Entretanto, esses 
tratamentos isolados não curam a doença. São utilizados para prevenir ou aliviar os 
sintomas do câncer, e muitas vezes usados junto com outros tipos de tratamentos. 
 
Tratamentos ablativos 
A ablação refere-se a tratamentos que destroem os tumores, geralmente com 
calor ou frio extremos. Este tipo de tratamento geralmente não requer internação. 
Existem diferentes tipos de tratamentos ablativos: 
 Ablação por radiofrequência. Esse procedimento utiliza ondas de rádio 
para aquecer e destruir as células cancerígenas. Esse tratamento é utilizado 
principalmente para pequenos tumores. 
 
 
 Termoterapia por microondas. Nesse procedimento, as microondas 
são utilizadas para aquecer e destruir as células cancerígenas. 
 
 Ablação por etanol. Também conhecida como injeção percutânea de 
etanol destrói as células cancerígenas injetando álcool concentrado diretamente no 
tumor. A agulha é inserida na pele guiada por ultrassonografia ou tomografia 
computadorizada. 
 
 Criocirurgia. Nesse procedimento, uma sonda é inserida no tumor 
congelando o tecido com nitrogênio líquido ou dióxido de carbono líquido. A área 
congelada é destruída. Essa técnica é também conhecida como crioablação. O 
procedimento é realizado sob anestesia geral. 
 
Embolização 
Durante a embolização, substâncias são injetadas na artéria para bloquear o 
fluxo sanguíneo para as células cancerígenas, obstruindo o fornecimento de sangue 
ao tumor destruindo-as. Isso pode ser usado para tumores maior do fígado. 
Existem 3 tipos principais de embolização: 
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 Embolização arterial (Embolização transarterial). Nesse 
procedimento, um cateter é inserido na artéria, que alimenta o tumor, através de uma 
pequena incisão na parte interna da perna. O fluxo sanguíneo é bloqueado (ou 
reduzido) pela injeção de materiais que conectam a artéria. A maioria das células 
saudáveis do fígado não será afetada porque recebe seu suprimento de sangue de 
um vaso sanguíneo diferente (veia porta). 
 
 Quimioembolização. Essa abordagem, também conhecida como 
quimioembolização transarterial combina a embolização com quimioterapia. Esse 
procedimento é realizado utilizando pequenas esferas que liberam o medicamento 
quimioterápico durante a embolização. A administração da quimioterapia também 
pode ser realizada diretamente na artéria, através do cateter. 
 
 Radioembolização. Essa técnica combina a embolização com 
radioterapia. O procedimento consiste da injeção de pequenas esferas radioativas 
(microesferas) na artéria hepática. Uma vez colocadas as esferas se alojam nos vasos 
sanguíneos próximos ao tumor, liberando pequenas quantidades de radiação 
diretamente no tumor por alguns dias. 
 
EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES 
Os efeitos colaterais da terapia alvo do erlotinibe incluem erupção cutânea, 
diarreia, perda de apetite e cansaço. 
 
Efeitos colaterais da embolização: Os possíveis efeitos colaterais após a 
embolização incluem dor abdominal, febre, náuseas, infecções e formação de 
coágulos nos vasos sanguíneos próximos. Complicações mais graves são raras, mas 
podem ocorrer. 
 
Efeitos colaterais da ablação: Os possíveis efeitos colaterais após a terapia de 
ablação podem incluir dor abdominal, infecção e hemorragia interna. 
 
Alguns dos efeitos colaterais comuns da radioterapia incluem: Alterações na 
pele; Náuseas e vômitos; Diarreia; Fadiga; Falta de apetite; Perda de peso; 
Diminuição das taxas sanguíneas e Infecção. 
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Os quimioterápicos não destroem apenas as células cancerígenas, danificando 
também algumas células normais, o que pode levar a diversos efeitos colaterais. 
Esses efeitos dependem do tipo de medicamento utilizado, dose administrada e tempo 
de tratamento, podendo incluir: Náuseas e vômitos; Perda de apetite; Perda de cabelo; 
Inflamações na boca; Diarreia ou constipação; Infecção, devido a diminuição dos 
glóbulos brancos; Hematomas ou hemorragia, devido a diminuição das plaquetas e 
Fadiga, devido a diminuição dos glóbulos vermelhos. 
Estes efeitos colaterais são geralmente de curto prazo e desaparecem após o 
término do tratamento. Se ocorrerem efeitos colaterais graves, a quimioterapia pode 
ter que ser reduzida ou suspensa por um período de tempo. 
Alguns medicamentos quimioterápicos podem provocar outros efeitos 
colaterais, por exemplo, 
 Os medicamentos como cisplatina, oxaliplatina e paclitaxel podem 
danificar nervos,

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