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PRINCIPAIS TIPOS DE CÂNCERES ALUNA: MAYARA KUZNIEWSKI MAIA MATRÍCULA: 201601269481 2 SUMÁRIO CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO ........................................................................ 5 O QUE É O CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO? ................................................ 5 SINAIS E SINTOMAS .............................................................................................. 5 DIAGNÓSTICO ........................................................................................................ 6 TRATAMENTOS ...................................................................................................... 6 EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES ............................................................ 8 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ................................................................... 10 CÂNCER DE PULMÃO ............................................................................................ 19 O QUE É? .............................................................................................................. 19 SINAIS E SINTOMAS ............................................................................................ 21 DIAGNÓSTICO ...................................................................................................... 22 TRATAMENTOS .................................................................................................... 22 EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES .......................................................... 24 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ................................................................... 24 CÂNCER DE PÂNCREAS ........................................................................................ 28 O QUE É? .............................................................................................................. 28 SINAIS E SINTOMAS ............................................................................................ 30 DIAGNÓSTICO ...................................................................................................... 31 TRATAMENTOS .................................................................................................... 31 EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES .......................................................... 39 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ................................................................... 41 CÂNCER DE FÍGADO E VIAS BILIARES ................................................................ 41 O QUE É? .............................................................................................................. 41 SINAIS E SINTOMAS ............................................................................................ 43 TRATAMENTOS .................................................................................................... 44 EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES .......................................................... 53 CÂNCER GÁSTRICO ............................................................................................... 54 O QUE É? .............................................................................................................. 54 SINAIS E SINTOMAS ............................................................................................ 56 DIAGNÓSTICO ...................................................................................................... 57 TRATAMENTOS .................................................................................................... 57 EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES .......................................................... 58 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ................................................................... 59 CÂNCER DO INTESTINO GROSSO ........................................................................ 59 3 O QUE É? .............................................................................................................. 59 SINAIS E SINTOMAS ............................................................................................ 60 DIAGNÓSTICO ...................................................................................................... 61 TRATAMENTOS .................................................................................................... 61 EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES .......................................................... 62 CÂNCER DE PRÓSTATA ........................................................................................ 62 O QUE É? .............................................................................................................. 62 SINAIS E SINTOMAS ............................................................................................ 63 DIAGNÓSTICO ...................................................................................................... 64 TRATAMENTOS .................................................................................................... 65 EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES .......................................................... 66 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ................................................................... 66 CÂNCER DE OVÁRIO, COLO UTERINO, TUBA UTERINA, VAGINA E VULVA ... 69 O QUE É CÂNCER DE VULVA? ........................................................................... 69 SINAIS E SINTOMAS ......................................................................................... 69 TRATAMENTO ................................................................................................... 70 O QUE É CÂNCER DE OVÁRIO? ......................................................................... 71 SINAIS E SINTOMAS ......................................................................................... 72 TRATAMENTO ................................................................................................... 72 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ............................................................... 73 O QUE É CÂNCER DE COLO DE ÚTERO? ......................................................... 76 SINAIS E SINTOMAS ......................................................................................... 78 DIAGNÓSTICO ................................................................................................... 79 EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES ....................................................... 79 TRATAMENTOS ................................................................................................. 80 O QUE É CÂNCER DE VAGINA?.......................................................................... 81 SINAIS E SINTOMAS ......................................................................................... 81 TRATAMENTOS ................................................................................................. 82 EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES ....................................................... 84 CORPO DO ÚTERO .............................................................................................. 85 O QUE É? ........................................................................................................... 85 SINAIS E SINTOMAS ......................................................................................... 86 TRATAMENTO ................................................................................................... 86 CÂNCER DE TUBA UTERINA ............................................................................... 86 O QUE É? ........................................................................................................... 86 4 SINAIS E SINTOMAS ......................................................................................... 86 TRATAMENTO ................................................................................................... 87 TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO ............................................................... 87 SARCOMA DE PARTES MOLES ............................................................................. 88 O QUE É? .............................................................................................................. 88 SINAIS E SINTOMAS ............................................................................................ 89 DIAGNÓSTICO ...................................................................................................... 90 TRATAMENTO ...................................................................................................... 90 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 91 5 CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO O QUE É O CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO? Os tumores conhecidos como cânceres de cabeça e pescoço geralmente começam nas células escamosas que revestem as superfícies das mucosas úmidas, por exemplo, dentro da boca, do nariz e da garganta. Eles são classificados conforme a área da cabeça ou do pescoço em que se iniciam: cavidade oral, faringe, laringe, seios paranasais e cavidade nasal e glândulas salivares. Entre os homens e mulheres, o câncer de boca responde por 5% de todos os tumores malignos, ocupando a 5ª posição entre os cânceres masculinos, enquanto o de garganta está em 8° lugar entre os homens, segundo o INCA – Instituto Nacional do Câncer. Entre o público feminino, o câncer de boca é o 12° mais prevalente. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em geral os tumores de cabeça e pescoço são mais frequentes em homens na faixa dos 60 anos de idade. Os tumores de cabeça e pescoço estão relacionados ao tabagismo, ao consumo de bebidas alcoólicas e a infecções pelo papilomavírus humano (HPV), vírus transmitido principalmente pelas relações sexuais que atinge a pele e as mucosas. Segundo o Dr. Castro, a relação entre o HPV e o câncer de cabeça e pescoço vem se tornando cada vez mais comum, sendo observada em 10% a 30% dos casos. Uma dieta rica em frutas, verduras e legumes, evitando-se os fatores de risco como o álcool e o tabagismo e sexo oral sem camisinha, ajuda a manter uma vida saudável e prevenir contra esses tipos de câncer. SINAIS E SINTOMAS Os sinais e sintomas do câncer de cabeça e pescoço podem incluir o aparecimento de um nódulo, uma ferida que não cicatriza, dor de garganta que não melhora, dificuldade para engolir e alterações na voz ou rouquidão. Entretanto, estes sintomas também podem ser causados por outras condições clínicas. Outros sintomas que podem indicar a presença de um tumor em distintas regiões da cabeça e pescoço são: Cavidade Oral. Uma mancha branca ou vermelha na gengiva, língua ou no revestimento da boca; inchaço da mandíbula tornando as dentaduras desconfortáveis, e hemorragias ou dor na boca. 6 Faringe. Dificuldade para respirar ou falar, dor ao engolir, dor no pescoço ou garganta que não cessa, dores de cabeça frequentes, dor ou zumbido nos ouvidos ou problemas de audição. Laringe. Dor ao engolir ou dor de ouvido. Seios Paranasais e Cavidade Nasal. Seios paranasais obstruídos, infecções crônicas que não respondem ao tratamento com antibióticos, sangramento pelo nariz, dores de cabeça frequentes, inchaço nos olhos, dor nos dentes superiores ou problemas com as próteses dentárias. Glândulas Salivares. Inchaço sob o queixo ou ao redor do osso maxilar, dormência ou paralisia dos músculos da face, dor na face, queixo ou pescoço que não melhora. DIAGNÓSTICO Alguns sinais e sintomas podem sugerir que uma pessoa tenha câncer de cabeça e pescoço, mas será necessária a realização de exames e biópsias para confirmar o diagnóstico. Se os sinais e sintomas apresentados sugerirem que o paciente possa ter câncer de cabeça e pescoço, serão solicitados exames de imagem, de laboratório e biópsias, para confirmação diagnóstica e estadiamento da doença. TRATAMENTOS Após o diagnóstico e estadiamento da doença, o médico discutirá com o paciente as opções de tratamento. Alguns fatores podem ser decisivos na escolha do tipo de tratamento, como o estado geral de saúde, estadiamento da doença, localização exata da doença, idade do paciente, além de outras considerações pessoais. O tratamento, dependendo de localização, características e extensão do tumor, pode incluir cirurgia, terapia alvo, radioterapia ou quimioterapia, em muitos casos realizadas isoladamente ou em combinação. Após a identificação do câncer, é feita uma avaliação para verificar se o tumor é operável ou não, e então planejar o tratamento, que é multidisciplinar. “Além do oncologista, o paciente passa a ser 7 acompanhado por fonoaudiólogos, enfermeiros, nutricionistas e fisioterapeutas, entre outros profissionais”, conclui o médico. Os pacientes diagnosticados com câncer de orofaringe com HPV podem ser tratados de forma diferente daqueles com câncer de orofaringe HPV negativo. Pesquisas recentes mostraram que os pacientes com tumores de orofaringe positivo para HPV têm um prognóstico melhor e podem fazer um tratamento menos intenso. Um estudo clínico em andamento está avaliando investigando esta questão. Os tratamentos dos tumores da cabeça e pescoço serão tratados separadamente: Câncer de Laringe e Hipofaringe; Câncer de Boca e Orofaringe; Câncer de Nasofaringe; Câncer de Cavidade Nasal e Seios Paranasais; Câncer de Glândulas Salivares; Câncer de Cavidade Ocular. É importante que todas as opções de tratamento sejam discutidas com o médico, bem como seus possíveis efeitos colaterais, para ajudar a tomar a decisão que melhor se adapte às necessidades de cada paciente. Imunoterapia Aprovada no final do ano passado pela ANVISA, a terapia que estimula a resposta do sistema imunológico é uma das formas de tratamento dos tumores na cabeça e pescoço. O nivolumabe, medicamento que aumenta a taxa de sobrevida, é responsável pela melhoria da qualidade de vida dos pacientes com a doença em estágio avançado. Equipe multidisciplinar em radioterapia Cuidados odontológicos somados à nutrição e enfermagem fazem toda a diferença no tratamento de radioterapia para os casos avançados de tumores de cabeça e pescoço. Esse cuidado multidisciplinar evita o uso de sondas, http://www.oncoguia.org.br/cancer-home/cancer-de-laringe-e-hipofaringe/16/134/ http://www.oncoguia.org.br/cancer-home/cancer-de-boca-e-orofaringe/53/175/ http://www.oncoguia.org.br/cancer-home/cancer-de-nasofaringe/68/518/ http://www.oncoguia.org.br/cancer-home/cancer-de-cavidade-nasal-e-seios-paranasais/66/501/ http://www.oncoguia.org.br/cancer-home/cancer-de-glandulas-salivares/67/509/ http://www.oncoguia.org.br/cancer-home/cancer-de-glandulas-salivares/67/509/ http://www.oncoguia.org.br/cancer-home/cancer-de-olho/80/560/ 8 entre outros procedimentos invasivos, impedindo que os tratamentos sejam interrompidos. Cirurgia A cirurgia é o tratamento mais utilizado para o câncer de boca e pescoço, podendo ou não ser realizado em combinação com a radioterapia. A recuperação acaba sendo diferente para cada paciente e por ser uma área sensível do corpo, as dores podem estar presentes nos primeiros dias depois da operação. Os medicamentos específicos para aliviar as dores devem ser discutidos com os médicos que estão cuidando de seu caso. Depois da cirurgia, sua face pode parecer diferente e a recuperação depende exclusivamente do tipo e da extensão do tumor. Tumores pequenos, geralmente, não costumam causar nenhuma alteração, mas no caso de tumores maiores, é necessário remover parte da mandíbula, dos lábios, do palato ou da língua. Mas nesses casos, existem cirurgias plásticas ou reconstrutivas que podem ser feitas para melhorar o seu aspecto visual. Assim como a cirurgia plástica, o acompanhamento de uma fonoaudióloga pode ajudá-lo a recuperar sua habilidade de mastigar, engolir ou falar – ações que podem ter sido afetados pela cirurgia. Quimioterapia A quimioterapia para câncer oral geralmente é aplicada nas veias, podendo ter associação com a radioterapia simultaneamente. Dependendo do tratamento e das reações, é necessário que o paciente fique um tempo no hospital. EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES Os pacientes submetidos a estes tratamentos, principalmente cirurgia e radioterapia, podem ter comprometimentos que afetam a fala, mastigação, deglutição, movimentos da face e pescoço, abertura de boca, salivação e perda e/ou diminuição na amplitude de movimento e força em ombro, sendo necessário o início de sua reabilitação o quanto antes, para que seja possível sua adaptação as atividades de vida diária e consequente melhor qualidade de vida. O paciente pode parecer diferente após a cirurgia, o rosto e o pescoço podem ficar inchados, mas esse inchaço geralmente desaparece em algumas semanas. No entanto, se os gânglios linfáticos foram removidos, o fluxo de linfa na área de onde 9 foram retirados pode ser mais lento e a linfa pode acumular nos tecidos, causando um aumento de volume local, que pode permanecer por um longo tempo. Após uma laringectomia ou outra cirurgia na garganta, algumas áreas do pescoço e da garganta podem ficar adormecidas. Se os linfonodos do pescoço forem removidos, o ombro e o pescoço podem ficar fracos e rígidos. Os pacientes que fazem radioterapia podem apresentar irritação, vermelhidão e feridas na boca, boca seca ou saliva espessa, dificuldade para engolir, alterações no paladar ou náuseas. Outros problemas que podem ocorrer durante o tratamento são a perda de paladar, o que pode diminuir o apetite e afetar a nutrição, e dor de ouvido, causado pelo endurecimento da cera no conduto auditivo. Os pacientes também podem notar algum inchaço sob o queixo e alterações na textura da pele. A mandíbula pode tornar-se rígida e os pacientes podem não serem capazes de abrir a boca tanto quanto antes do tratamento. Os pacientes devem comunicar quaisquer efeitos colaterais para seu médico e discutir sempre quais as melhores maneiras de lidar com eles. Cada tipo de tratamento gera um tipo de reação, pois depende muito do tipo de medicação aplicada e da quantidade. Esses fatores podem resultar em dores na boca, boca seca, efeitos colaterais, infecção e mudanças no paladar. Os medicamentos acabam gerando esse tipo de reação, porque além de eliminar algumas células cancerígenas com crescimento rápido, algumas drogas anti-cancer podem causar danos as células normais que também se dividem rapidamente. Entre os efeitos colaterais, podem alguns podem ser os mais comuns: Células sanguíneas: Quando o paciente está realizando quimioterapia, os níveis de células sanguíneas saudáveis diminuem, fazendo com que a pessoa se sinta cansada, fraca e com possibilidade maior de contrair uma infecção. A equipe médica responsável irá acompanhar o seu quadro clínico para entender se é necessário alterar a quantidade da quimioterapia ou reduzir a dose da droga. Raízes do cabelo: Embora a quimioterapia possa causar queda de cabelo, saiba que ele irá crescer novamente, mas pode alterar a coloração e a textura. Trato digestivo: A quimioterapia para tratar câncer oral, pode causar a perda do apetite, náusea, vômitos, formigamento nas mãos e nos pés, diarréia e feridas nos lábios. Sua equipe de saúde pode lhe dar medicamentos e sugerir outras maneiras de ajudar com esses problemas. Esses efeitos podem ocorrer no começo do tratamento ou no período após seu término. 10 Terapia Alvo: O câncer de cabeça e pescoço pode se utilizar de um tipo de terapia específica, em conjunto como a radioterapia e a quimioterapia. Essa prática utiliza um medicamento que inibe as células do câncer oral, interferindo no crescimento dessa célula e impedindo a metastase do câncer. Durante a utilização do fármaco (como o Cetuximab, por exemplo) algumas pessoas podem apresentar reações alérgicas como febre, dor de cabeça, diarréia e vomito. As principais complicações são: paralisia facial, mucosites, lesão de nervo acessório, trismo e linfedema de face. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Linfedema De Face O linfedema representa uma falha na drenagem linfática, levando ao acúmulo de líquido intersticial. Esta complicação pode causar sofrimento, desconforto permanente, dor e prejuízos funcionais, podendo levar o indivíduo ao isolamento social. O Linfedema de face pode ocasionar prejuízos na fala, na deglutição, comprometer a cicatrização, diminuir a movimentação da região cervical além de afetar a auto-imagem e qualidade de vida do paciente. Alguns fatores podem contribuir para o aparecimento do Linfedema na face como cicatrizes que bloqueiam o fluxo linfático, radioterapia, que pode causar fibrose intersticial, e a própria evolução da doença através de metástases nos linfonodos regionais. O esvaziamento cervical é um fator importante na formação do linfedema onde se faz a retirada dos linfonodos, que podem estar comprometidos ou serem alvos de futuras metástases. Fisioterapia Complexa Descongestiva (FCD) A Fisioterapia Complexa Descongestiva (FCD) é o padrão ouro no tratamento do Linfedema, indicado pela Sociedade Internacional de Linfologia. A técnica é composta por drenagem linfática manual, enfaixamento compressivo, exercícios e cuidados com a pele. A FCD é composta de duas fases, a primeira é intensiva, objetivando a máxima redução de volume da área e a segunda fase é a de manutenção, onde o objetivo é 11 manter os ganhos da primeira fase, e na qual o paciente tem uma importante participação. A técnica traz bons resultados, no entanto, pouca aderência por parte dos pacientes, principalmente na fase de manutenção, onde é necessário o uso de máscaras compressivas. Drenagem Linfática Manual A Drenagem Linfática Manual (DLM) é um dos principais componentes da Fisioterapia Complexa Descongestiva e pode ser utilizada isoladamente nos tratamentos dos linfedemas de face. O objetivo da DLM é direcionar o edema para vias que se mantém íntegras após as incisões cirúrgicas, as axilares por exemplo, podendo, então, ser reabsorvido. A DLM tem seu início na região supraclavicular e progride para tronco, pescoço e face. A linfa pode ser movimentada para a região anterior e posterior através das anastomoses, no entanto irá depender da extensão da cicatriz. As anastomoses anteriores são mais utilizadas nos pacientes que realizaram somente a radioterapia, e naqueles que foram tratados cirurgicamente a via posterior é mais indicada por conta da cicatriz. A DLM deve ser realizada por fisioterapeutas com formação específica na técnica. Linfotaping O Linfotaping, técnica derivada do Kinesiotaping, desenvolvido na década de 70 pelo quiroprata e kinesiólogo Kenzo Kase, é uma das formas de aplicação do conceito inicial, para problemas de origem circulatório-linfáticas. A bandagem elástica pode potencializar os atuais tratamentos para o linfedema como a Fisioterapia Complexa Descongestiva. O Linfotaping tem a propriedade de elevar a pele e favorecer a abertura das vias linfáticas superficiais na área afetada, impulsionado o fluxo linfático, isto é muito importante pois, possibilita direcionarmos o fluxo para as áreas livres e prontas para reabsorver o edema. O Linfotaping continua a facilitar o fluxo linfático por 3-5 dias durante seu uso. A técnica pode ser utilizada em 12 cicatrizes hipertróficas, que apresentam fibroses, e também em regiões com hematomas favorecendo rapidamente sua absorção. O paciente em uso do linfotaping pode tomar banho sem tirar a bandagem, visto que o material é resistente à água. Os pacientes podem ficar com a bandagem por 3 a 4 dias. Para aqueles pacientes com baixa adesão a Fisioterapia Descongestiva Complexa com o uso de bandagens e máscaras compressivas, o Linfotaping tem se mostrado uma excelente proposta com resultados favoráveis. Auto Massagem Linfática Durante e após o tratamento fisioterapêutico para o Linfedema, o paciente deverá realizar a automassagem de drenagem linfática, com o objetivo de acelerar a reabsorção do líquido congestionado na face. A auto massagem deve ser realizada com a ativação dos linfonodos axilares, supra e infraclaviculares, a fim de favorecer o recebimento da linfa estagnada nas áreas edemaciadas. O paciente, em seguida, com manobras orientadas pelo seu Fisioterapeuta, deverá conduzir a linfa até as áreas liberadas. As manobras devem ser realizadas 2 a 3 vezes ao dia. Exercícios Miolinfocinéticos Estes exercícios mobilizam a linfa, e favorecem seu direcionamento para linfonodos livres e sua absorção. São realizados movimentos de toda a região cervical (elevação, flexão, inclinação e rotação) bem como movimentos de mímica facial. Cuidados com o Linfedema de Face Mantenha seu rosto e pescoço sempre limpos. Use um hidratante com PH neutro após o banho. 13 Use uma lâmina nova cada vez que se barbear, no caso dos homens. As mulheres devem usar apenas um creme depilatório. Tenha sempre em mãos um bom antisséptico para o caso de lesões (arranhões, picadas de insetos, cortes, etc.). Evite o uso de roupas apertadas na região do pescoço. Evite mudanças bruscas de temperatura, principalmente locais muito quentes como saunas. Previna-se contra traumas, cortes, queimaduras (inclusive solares), contusões, picadas de insetos, arranhões na área de cabeça e pescoço. Fique atento (a) caso perceba sinais de vermelhidão, coceira, dor, aumento da temperatura. Caso aconteça procure um médico. Lesão de nervo acessório As cirurgias para tratamento dos cânceres de cabeça e pescoço são normalmente associadas ao esvaziamento cervical (retirada de gânglios linfáticos na região do pescoço). O Nervo Acessório (XI par craniano), encontra-se na área de manipulação cirúrgica, e muitas vezes pode ser lesionado no procedimento. Algumas lesões são permanentes e outras transitórias. Quando este nervo é lesionado, pode ocasionar a queda do ombro por paralisia do músculo trapézio, resultando na “Síndrome do Ombro Caído” onde o paciente apresenta um quadro clínico constituído por dor e limitação nos movimentos de flexão e abdução do ombro, inclinação do pescoço e protrusão escapular (escápula alada), associados a uma fraqueza dos músculos rombóides e elevador da escápula. Na prática, o paciente terá dor e dificuldade em elevar o ombro. 14 Exercícios A fisioterapia é recomendada no pós-operatório com o objetivo de manter a amplitude de movimento do ombro, promover treinamento e aumento de força aos músculos que compensarão o déficit causado pela lesão do nervo acessório ao músculo trapézio. Para evitar a reação adesiva, devem-se iniciar precocemente movimentos mais passivos do que ativos. O objetivo dos movimentos passivos é assegurar a movimentação frequente das camadas sinoviais adjacentes, evitando seu contato prolongado e, portanto, a aderência das superfícies inflamadas. Um programa de exercícios de resistência focado nos músculos rombóides e elevador da escápula podem melhorar a postura, a amplitude de movimento do ombro e diminuir a dor. Em resumo, deve-se fortalecer a cadeia muscular posterior e alongar a cadeia muscular anterior. Eletroestimulação Na literatura, observa-se que o uso da Eletroestimulação Nervosa Transcutânea (TENS) é favorável para o alívio da dor. Os pacientes com lesão do nervo acessório podem apresentar dor crônica em região da cintura escapular, associada a pontos- gatilhos devido à sobrecarga da musculatura periescapular, na tentativa de manter a escápula numa boa posição. A TENS parece ser uma boa opção com resultados rápidos. A Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) é um recurso utilizado na fisioterapia para aliviar os sintomas de sensibilidade e dor. Trata- se de uma técnica não-invasiva feita por meio de eletrodos que são colocados nos pontos de dor, promovendo uma estimulação suave e segura e levando a um bloqueio da mensagem dolorosa desta área ao sistema nervoso central. Kinesio Taping O objetivo com a aplicação das bandagens é o de promover efeitos diretamente sobre a musculatura, estimulando e ativando o músculo ou grupo muscular durante o movimento. Com a bandagem posicionada na escápula, é possível melhorar a contração sinérgica do 15 trapézio enfraquecido (nas lesões parciais), reduzindo episódios de fadiga, contraturas e espasmos. Pode-se ainda realizar uma correção mecânica, através do posicionamento, com o objetivo de estabilizar e melhorar a biomecânica do movimento. É importante avaliar a pele, a sensibilidade, e utilizar bandagens de boa qualidade para evitar reações alérgicas ou estímulos indesejáveis. Trismo A forma de tratamento para o câncer de cabeça e pescoço, tradicionalmente, envolve a cirurgia e atualmente, este procedimento tem sido combinado com a radioterapia. Muitos dos pacientes que apresentam câncer de cabeça e pescoço são submetidos a altas doses de radioterapia, em extensos campos de radiação que irão incluir a cavidade bucal, maxila, mandíbula e glândulas salivares. Desta forma, a radioterapia está associada a diversas reações adversas. O Trismo, uma das principais complicações da radioterapia, é descrito como uma patologia da musculatura mastigatória e resulta em uma contração persistente dos músculos masseter e pterigoideos medial e lateral, dificultando a abertura da boca. O trismo pode expor o paciente a dificuldades importantes em todas as funções que incluem a mandíbula, destacando-se a dificuldade na alimentação e mastigação que, em algumas situações, chega a alterar o estado nutricional; distúrbios de fala; impossibilidade de higiene oral adequada; transtornos no tratamento dentário, afetando sobremaneira a qualidade de vida dos pacientes. A fisioterapia atua nos primeiros dias após o começo da radioterapia visando fornecer uma melhor qualidade de vida para esses pacientes. A reabilitação deve ser um processo dinâmico, começando o mais cedo possível de forma preventiva ou após o diagnóstico, e continuada por todo tempo durante a doença e seu tratamento. Massoterapia A massoterapia, através das manobras de deslizamento e amassamento, é utilizada com o objetivo de oferecer ao paciente o alívio da dor e a diminuição da tensão muscular. Essa técnica é conhecida como uma manipulação do tecido muscular, realizada com as mãos, tendo como fins proporcionar consequências benéficas sobre o conjunto vascular, nervoso e muscular, por 16 meio da aplicação rítmica de pressão - com o objetivo de instigar os receptores sensoriais proporcionado assim certa percepção de prazer e melhora oferecendo relaxamento muscular e diminuição da tensão sofrida pelos músculos devido à dor. Deve ser realizada intraoral e externamente nos músculos masseter e pterigoideos. Exercícios Devem ser realizados em pacientes com trismo, exercícios que favoreçam o ganho da amplitude da articulação temporomandibular. São importantes alongamentos da musculatura mastigatória, exercícios de propriocepção, mímica facial, alongamentos da região cervical, bem como mobilização passiva da mandíbula. Podem ainda ser usados abaixadores de língua para favorecer o ganho da abertura da boca, começando com o número suportado inicialmente, e aumentando conforme o limite do paciente. Kinesio Taping O objetivo com a aplicação das bandagens é o de promover efeitos diretamente sobre a musculatura, inibindo o músculo durante o movimento. A bandagem deve ser posicionada na musculatura mastigatória para inibir os músculos excessivamente fortes, ativos, hipertônicos, comuns no Trismo. É importante avaliar a pele, principalmente pós radioterapia, a sensibilidade, e utilizar bandagens de boa qualidade para evitar reações alérgicas ou estímulos indesejáveis. Therabite Sistema de Reabilitação Mandibular Therabite ® é um sistema portátil criado especificamente para tratar do trismo e a hipomobilidade mandibular. Este sistema utiliza o movimento repetitivo e o alongamento passivo para recuperar a mobilidade e a flexibilidade da musculatura da mandíbula, das suas articulações e dos tecidos conjuntivos. O sistema Therabite proporciona um alongamento da musculatura mastigatória favorecendo a abertura de boca. 17 Paralisia Facial Uma grande parte dos tratamentos cirúrgicos que envolvem a cabeça e o pescoço, principalmente os de grande porte, podem evoluir com uma paralisia transitória ou permanente do nervo facial. As lesões nervosas podem ser causadas por compressão ou estiramentos mecânicos, queimaduras de vasos durante o procedimento e podem gerar uma paralisia permanente dos músculos inervados pelo nervo facial. Se não houver uma lesão completa, o tratamento fisioterapêutico certamente apresentará respostas extremamente positivas. O sucesso do tratamento depende da atuação em equipe, objetivando o melhor ganho funcional com o início precoce das terapias. A Fisioterapia deve ser iniciada já no pós operatório imediato e pode ser realizada tanto nos casos das paralisias transitórias quanto permanentes. Exercícios Os exercícios devem ser realizados para facilitar, inibir, fortalecer e relaxar grupos musculares. Podem ser utilizados exercícios de mímica facial, em frente ao espelho, alongamentos de toda a região da face e pescoço e movimentar toda articulação temporomandibular. Pode ser necessária a desativação de trigger points, áreas de tensão advindas do processo cirúrgico, e manobras que favoreçam o relaxamento de toda essa região, principalmente da hemiface não comprometida, que estará tensionada devido à sobrecarga compensatória. Crioterapia Consiste na utilização do gelo e /ou compressas geladas para estimular a musculatura paralisada, no sentido correto da fibra muscular, a fim de que o sistema nervoso central capte as vias de controle motor. A crioterapia oferece bons resultados na paralisia facial. Para os pacientes que referem parestesias, sensação de formigamento associados a diminuição da sensibilidade tátil e /ou dolorosa, podem ser utilizados estímulos sensoriais através de diferentes texturas na parte dessensibilizada (macia, dura, áspera, fofa, fina, grossa, quente, fria, seca, molhada, etc.). 18 Kinesio Taping A bandagem elástica promove a estimulação constante e duradoura dos receptores especializados e das terminações nervosas livres, favorecendo a contração muscular de forma eficaz devido à repetição constante do estímulo, ou seja, promove a alteração do comportamento das unidades motoras dos músculos, aumentando a excitação neural por meio das forças mecânicas impostas pela elasticidade e força reativa da bandagem. Eletroestimulação A eletroterapia é a modalidade que utiliza o auxílio de correntes elétricas, por meio de eletrodos de superfície e canetas estimuladoras, para favorecer as estruturas neuromusculares nos movimentos requeridos. A estimulação elétrica é recomendada após o início da paralisia, pode ser aplicada durante as seis primeiras semanas. Aplicações diárias da eletroterapia aumentam as chances de êxito. O tratamento deve ser associado aos exercícios. Mucosite A mucosite oral é uma complicação comum e dose- limitante do tratamento oncológico. A mucosite grave pode tornar necessária a alteração ou até mesmo a interrupção do tratamento com sérias consequências na resposta tumoral e sobrevida do paciente, aumentando o risco de infecção local ou sistêmica. As lesões aparecem mais comumente na mucosa não- queratinizada. Os sinais e os sintomas variam desde um leve desconforto até lesões ulcerativas graves, comprometendo a nutrição e a ingestão hídrica do paciente. 19 Laser O laser de baixa intensidade vem sendo utilizado como forma de tratamento/cicatrização da mucosite oral e tem obtido respostas positivas do ponto de vista clínico e funcional. O tratamento com o laser age estimulando a atividade celular, conduzindo à liberação de fatores de crescimento por macrófagos, proliferação de queratinócitos, aumento da população e degranulação de mastócitos e angiogênese. Esses efeitos podem levar a uma aceleração no processo de cicatrização de feridas devido, em parte, à redução na duração da inflamação aguda, resultando numa reparação mais rápida. Estudos mostram bons resultados no uso do laser de baixa potência He-Ne (632,8nm, 60mW, 2J/cm2) aplicado diariamente, antes de cada sessão de radioterapia, durante sete semanas. O laser é uma técnica simples e não-traumática para a prevenção e o tratamento da mucosite de várias origens, sendo capaz de reduzir a gravidade e a duração da mucosite oral associada à radioterapia. Seus resultados mostraram uma redução da dor e uma melhora na habilidade de ingestão. CÂNCER DE PULMÃO O QUE É? O câncer de pulmão é o tipo mais comum de tumor maligno e a principal causa de morte por câncer entre homens e mulheres. Em 90% dos casos diagnosticados, está associado ao consumo de derivados do tabaco. Em geral, tem origem nas células que revestem os brônquios e partes do pulmão, como os bronquíolos e alvéolos, e, se não tratado precocemente, pode se disseminar para outras partes do corpo. Existem dois tipos principais de câncer de pulmão: pequenas células e não pequenas células, o mais comum, respondendo por 85% dos casos. Entre os tumores de pequenas células, destaca-se o carcinoma indiferenciado de pequenas células, que se subdivide em três subtipos: linfocitóide (oatcell, de rápido crescimento, grande capacidade de disseminação e invasão cerebral), intermediário e combinado. Já os tumores de não pequenas células são compostos de três tipos diferentes: o carcinoma epidermóide (de 25 a 30% dos casos, começam nessas células que revestem o interior das vias aéreas), o adenocarcinoma (40% dos casos, tem início nos alvéolos 20 e crescimento lento) e o carcinoma de grandes células (10 a 15% dos casos, surge em qualquer parte do pulmão e tende a crescer e se disseminar rapidamente). Além desses tipos, outros tumores que podem atingir os pulmões são os tumores carcinoides (menos de 5% dos casos), os carcinomas adenoides císticos, os linfomas e os sarcomas. O pulmão também pode ser acometido por metástases de cânceres originados em outros órgãos, como pâncreas, mama, rim ou pele. Nesse caso, os tumores são tratados como o câncer do local de origem. O câncer de pulmão ocorre principalmente em pessoas mais velhas. Cerca de 2 em cada 3 pessoas com diagnóstico de câncer de pulmão têm mais de 65 anos, e menos de 2% dos casos são diagnosticados em pessoas com menos de 45 anos. A idade média no momento do diagnóstico é de 70 anos. Existem vários tipos diferentes de câncer de pulmão, divididos em dois grandes grupos: Câncer de células não-pequenas São os mais comuns e constituídos por três subtipos: carcinomas de células escamosas, adenocarcinomas e carcinomas de grandes células. Câncer de pequenas células São mais raros e têm comportamento mais agressivo. O câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil (sem contar o câncer de pele não melanoma). É o primeiro em todo o mundo desde 1985, tanto em incidência quanto em mortalidade. Cerca de 13% de todos os casos novos de câncer são de pulmão. A última estimativa mundial (2012) apontou incidência de 1,8 milhão de casos novos, sendo 1,24 milhão em homens e 583 mil em mulheres. 21 A taxa de incidência vem diminuindo desde meados da década de 1980 entre homens e desde meados dos anos 2000 entre as mulheres. Essa diferença deve-se aos padrões de adesão e cessação do tabagismo constatados nos diferentes sexos. No Brasil, a doença foi responsável por 26.498 mortes em 2015. No fim do século XX, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis. O tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são importantes fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão. Em cerca de 85% dos casos diagnosticados, o câncer de pulmão está associado ao consumo de derivados de tabaco. O cigarro é, de longe, o mais importante fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão. A taxa de mortalidade de 2011 para 2015 diminuiu 3,8% ao ano em homens e, 2,3% ao ano em mulheres, devido à redução na prevalência do tabagismo. A taxa de sobrevida relativa em cinco anos para câncer de pulmão é de 18% (15% para homens e 21% para mulheres). Apenas 16% dos cânceres são diagnosticados em estágio inicial (câncer localizado), para o qual a taxa de sobrevida de cinco anos é de 56%. SINAIS E SINTOMAS A maioria dos cânceres de pulmão em geral não provoca sintomas nas fases iniciais. Em fases mais avançadas, os sintomas mais frequentes são: tosse com expectoração mucosa ou sangue, dor no peito, rouquidão, perda de apetite e de peso, falta de ar, fadiga, sangramento pelas vias respiratórias, infecções e ocorrência repetida de pneumonia. Quando há metástase para outros órgãos, podem surgir dor óssea, alterações no sistema nervoso, icterícia e nódulos próximos à superfície do corpo. Alguns tumores causam um grupo de sintomas muito específicos, chamados de síndromes: na síndrome de Horner, pode haver dor intensa no ombro, ptose palpebral (queda de uma pálpebra), miose (constrição da pupila), enoftalmia (afundamento do olho) e anidrose (transpiração diminuída do lado afetado da face); na síndrome da Veia Cava Superior, os sintomas são inchaço no rosto, no pescoço, nos braços e na parte superior do tórax, dores de cabeça, tontura e alteração na 22 consciência; nas síndromes paraneoplásicas, pode ocorrer hipercalcemia, crescimento excessivo de alguns ossos, coágulos de sangue e ginecomastia. Algumas das síndromes associadas ao câncer de pulmão de pequenas células são: síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético, cujos sintomas incluem fadiga, perda de apetite, fraqueza muscular, cãibras, náuseas, vômitos, agitação e confusão; síndrome de Cushing, que provoca ganho de peso, fraqueza, sonolência, retenção de líquidos, pressão arterial elevada e diabetes; síndrome de Lambert-Eaton, em que há enfraquecimento dos músculos dos quadris e dos ombros e, mais raramente, disfunção cerebelar, provocando tontura, alterações visuais e da fala e paralisia. DIAGNÓSTICO Raio-X do tórax, complementado por tomografia computadorizada são os exames iniciais para investigar uma suspeita de câncer de pulmão. Em pacientes assintomáticos sob risco de câncer de pulmão ou com sintomas precoces sugestivos (emagrecimento, tosse persistente, padrão de tosse diferente do habitual) a realização do Raio-X de tórax é de grande valor. A broncoscopia (endoscopia respiratória) deve ser feita para avaliar a árvore traquebrônquica e, eventualmente, permitir a biópsia (retirada de pedacinhos do tumor com uma agulha para exame). É fundamental obter um diagnóstico de certeza pela patologia. Uma vez obtida a confirmação da doença, é feito o estadiamento, que avalia o estágio de evolução, ou seja, verifica se a doença está restrita ao pulmão ou disseminada para outros órgãos. O estadiamento é feito por meio de vários exames, como biópsia pulmonar guiada por tomografia, biópsia por broncoscopia, tomografia de tórax, ressonância nuclear, PET-CT, cintilografia óssea, mediastinoscopia, ecobroncoscopia, entre outros. TRATAMENTOS O tratamento do câncer de pulmão requer a participação de um grupo multidisciplinar, formado por oncologista, cirurgião torácico, pneumologista, radioterapeuta, radiologista intervencionista, médico nuclear, enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista e assistente social. 23 Para o adequado planejamento do tratamento, é necessário fazer o diagnóstico histológico e o estadiamento para definir se a doença está localizada no pulmão ou se existem focos em outros órgãos. Para os pacientes com doença localizada, e, particularmente, sem linfonodo (gânglio) aumentado (íngua) no mediastino (região entre os dois pulmões), o tratamento é cirúrgico, seguido ou não de quimioterapia e/ou radioterapia. Para aqueles com doença localizada no pulmão e nos linfonodos, o tratamento é feito com radioterapia e quimioterapia ao mesmo tempo. Em pacientes que apresentam metástases a distância, o tratamento é com quimioterapia ou, em casos selecionados, com medicação baseada em terapia-alvo. Portanto, o tratamento do câncer de pulmão depende do tipo histológico e do estágio da doença, podendo ser tratado com cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, e/ou modalidades combinadas. Modalidades de tratamento Cirurgia A cirurgia, quando possível, consiste na retirada do tumor com uma margem de segurança, além da remoção dos linfonodos próximos ao pulmão e localizados no mediastino. É o tratamento de escolha por proporcionar melhores resultados e controle da doença. Cerca de 20% dos casos são passiveis de tratamento cirúrgico. Porém, na grande maioria (80-90% dos casos) a cirurgia não é possível na ocasião do diagnóstico, devido à extensão da doença (estágio avançado) ou à condição clínica debilitada do paciente. As cirurgias para tratamento do câncer de pulmão podem ser: Segmentectomia e ressecção em cunha: Quando se retira uma parte pequena do pulmão (somente o segmento ou parte do segmento que envolve o tumor), reservada para pacientes com tumores pequenos e que não suportam cirurgias maiores por apresentarem idade ou condições clínicas e/ou respiratórias limitadas. Lobectomia: É a cirurgia de escolha para o tratamento do câncer de pulmão. Retira-se todo o lobo pulmonar (grupo de segmentos), onde o tumor está situado. É o mais adequado por remover toda a doença de forma anatômica. 24 Pneumectomia: É a retirada de um pulmão inteiro (suas indicações são limitadas e restritas). Procedimento com morbidade maior e não tolerado por alguns pacientes. Quimioterapia: O tratamento quimioterápico visa a destruir as células cancerígenas, assim como reduzir o crescimento do tumor ou amenizar os sintomas da doença. Pode apresentar efeitos colaterais indesejáveis, não sendo tolerada por todos os pacientes. Radioterapia: Utiliza radiação para destruir as células cancerígenas. Pode ser utilizada antes ou após a cirurgia. Também pode ocasionar uma série de efeitos colaterais (como pneumonite e esofagite). Terapia-alvo: Trata-se de uma nova forma de tratamento de câncer, frequentemente usada em pacientes cujo tumor tenha determinadas características moleculares (genéticas). Essas medicações têm sido reservadas para o tratamento de doenças avançadas. Novos estudos estão em andamento para selecionar o grupo de pacientes que melhor se beneficiará deste tratamento. EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES Principais complicações do câncer de pulmão: tosse, derrame pleural maligno, atelectasia, dispneia e síndrome de pancoast. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO Tosse Diversas patologias podem evoluir para a tosse. Nos pacientes com câncer a Tosse pode ser acompanhada de rouquidão, secreção pulmonar ou ainda presença de sangue no escarro. A Tosse pode ser classificada em seca ou irritativa (ausência de secreção nas vias aéreas) ou úmida (com secreção), sendo que esta pode ainda ser subdividida em Produtiva (quando o paciente consegue mobilizar e eliminar a secreção através da expectoração ou deglutição) e Improdutiva (existência de secreção nas vias aéreas mas o paciente não consegue eliminar). 25 Fisioterapia Respiratória A Fisioterapia dispõe de recursos manuais e mecânicos para o tratamento da tosse: Manobras de higiene brônquica: drenagem postural; percussão; vibração manual; vibrocompressão; aceleração do fluxo expiratório (AFE); terapia expiratória manual passiva (TEMP); tosse assistida; aspiração traqueobrônquica; ZEEP (Zero End Expiratory Pressure); recrutamento alveolar. Dispneia A dispneia “falta de ar” é uma condição vivenciada pela maioria dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão, principalmente naqueles em que o câncer encontra-se avançado. O paciente com dispneia apresentará uma respiração desconfortável com uma falta de ar leve, moderada ou intensa. Nos pacientes com câncer, a dispneia pode ser provocada pelo próprio tumor que pode estar causando alguma obstrução. A ansiedade dos pacientes também pode provocar a dispneia. Outras causas incluem: broncoespasmo, hipoxemia, derrame pleural, pneumonias, anemias, estresse e processos inflamatórios. Exercícios Respiratórios Exercícios de controle da respiração auxiliam o paciente no momento da crise de dispneia, principalmente aliviando a ansiedade. É importante orientar quanto ao gasto energético, para que se diminua a demanda metabólica. Técnicas de relaxamento são benéficas no controle da ansiedade e dos aspectos emocionais relacionados à dispneia. Alongamentos da musculatura respiratória aliviam a tensão muscular ocasionada pelo desconforto respiratório. 26 Oxigenoterapia Quando ocorre a queda da saturação para menos de 85% em ar ambiente, durante o repouso, a oxigenoterapia é indicada, podendo se valer de recursos como ventilação não- invasiva por pressão positiva intermitente (VNPPI), CPAP (pressão positiva contínua) ou BiPAP (pressão positiva com níveis alternados). Atelectasia A Atelectasia é uma complicação bastante comum em pacientes acamados e principalmente nos pacientes com câncer de pulmão, caracteriza-se pelo fechamento parcial ou total dos alvéolos, como resultado da diminuição da capacidade funcional residual, da respiração superficial e dos movimentos ativos e mudanças de decúbito. A atelectasia pode levar a hipoxemia e ao aumento de secreção, e pode ser prevenida com mudanças de decúbitos, incentivo da atividade voluntária e aumento da profundidade da respiração. Reexpansão Pulmonar O tratamento fisioterápico dependerá da avaliação do paciente, e principalmente da ausculta pulmonar. A fisioterapia respiratória é essencial no tratamento do quadro de atelectasia, utilizando-se de técnicas e manobras eficazes de expansão pulmonar. A expansão pulmonar consiste na dilatação volumétrica dos pulmões, isto ocorre em cada inspiração à medida que o fluxo aéreo entra nas vias aéreas, e insufla os pulmões. A reexpansão pulmonar é realizada manual e/ou mecanicamente em áreas ou zonas pulmonares que não estejam dilatando fisiologicamente. Exemplos de técnicas de reexpansão pulmonar: manobras de compressão e descompressão torácica, manobras de redirecionamento de fluxo, padrões ventilatórios, inspirômetros de incentivo, VNI (Ventilação não invasiva), EPAP (Pressão Positiva Expiratória nas Vias Aérea), CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas). 27 Derrame Pleural Maligno O Derrame Pleural Maligno pode aparecer em aproximadamente 7% dos pacientes com diagnóstico de câncer de pulmão. Por definição, derrame pleural maligno é aquele no qual se detecta a presença de células neoplásicas malignas no líquido pleural ou na pleura parietal. Estes derrames pleurais são exsudatos sero-sanguinolentos e são, comumente, associados com adenocarcinomas. Nem todos os derrames pleurais, em pacientes com neoplasia de pulmão, são devidos a metástases pleurais, outras causas são: obstrução linfática, pneumonite pós-obstrutiva ou atelectasia e infarto pulmonar. A Fisioterapia pode contribuir com manobras e técnicas específicas que facilitem a reexpansão pulmonar e diminuam os sintomas do Derrame Pleural. Reexpansão Pulmonar As técnicas de reexpansão pulmonar têm uma fundamentação teórica consistente quando se trata de sua aplicação em pacientes acometidos por derrame pleural, já que ocorre um aumento no líquido pleural fazendo com que diminua a expansibilidade dos pulmões e, algumas vezes, até mesmo da caixa torácica, causando assim, uma diminuição na ventilação dos alvéolos, ou seja, uma hipoventilação alveolar. O tratamento fisioterápico dependerá da avaliação do paciente, e principalmente da ausculta pulmonar. A fisioterapia respiratória é essencial no tratamento no quadro do Derrame Pleural Maligno, utilizando-se técnicas e manobras eficazes de expansão pulmonar. A expansão pulmonar consiste na dilatação volumétrica dos pulmões, isto ocorre em cada inspiração, à medida que o fluxo aéreo entra nas vias aéreas e insufla os pulmões. A reexpansão pulmonar é realizada manual e/ou mecanicamente em áreas ou zonas pulmonares que não estejam dilatando fisiologicamente. Exemplos de técnicas de reexpansão pulmonar: manobras de compressão e descompressão torácica, manobras de redirecionamento de fluxo, padrões ventilatórios, inspirômetros de incentivo, VNI (Ventilação não invasiva), EPAP (Pressão Positiva Expiratória nas Vias Aérea), CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas). 28 Síndrome de Pancoast A Síndrome de Pancoast é causada por carcinoma de não pequenas células localizado no sulco pulmonar superior. Os principais sinais e sintomas são dor neuropática com perda de força em ombro e braço, ao longo da distribuição do oitavo nervo cervical e atrofia dos músculos da mão. Com o aumento da lesão o canal espinhal e a medula também poderão ser acometidos. A dor pode se irradiar até a região de cabeça e pescoço ou no sentido descendente na região medial da escápula, axila, parte anterior do tórax ou membro homolateral e as vezes em longo da distribuição do nervo ulnar. Fisioterapia Pré e Pós Operatória Quando a indicação para a Síndrome de Pancoast é cirúrgica, a Fisioterapia deve atuar desde a fase pré operatória com orientações, profilaxia respiratória, circulatória, manutenção da função pulmonar e motora até a fase pós operatória com prevenção e/ou tratamento de complicações respiratórias e motoras, realização de manobras de reexpansão pulmonar, higiene brônquica se necessário, alívio da dor e prevenção da limitação de amplitude de movimento. CÂNCER DE PÂNCREAS O QUE É? O pâncreas é responsável não só pela produção de suco gástrico como também é responsável pela produção de hormônios, como a insulina. O carcinoma ductal do pâncreas é originado das células que recobrem os ductos pancreáticos por onde o suco pancreático é conduzido até ser secretado no duodeno. Este é o tipo mais comum e também o mais agressivo de câncer de pâncreas. Outros tipos, como os tumores neuro-endócrinos, são menos agressivos e mais raros. A agressividade do câncer de pâncreas vêm de suas habituais disseminações linfática (acometendo gânglios linfáticos ao redor da lesão) e também hematogênica (disseminação de células tumorais para órgãos à distância através da corrente sanguínea). 29 O câncer de pâncreas apresenta alta taxa de mortalidade por ser agressivo e de difícil detecção, sendo em geral diagnosticado quando a doença já se encontra em estágio avançado. As células exócrinas e endócrinas do pâncreas formam tipos diversos de tumores, com fatores de risco, causas e sintomas distintos. Por isso, são diagnosticados por meio de exames diferentes e tratados de forma diversa. Os tumores exócrinos são o tipo mais comum de câncer de pâncreas. O subtipo mais frequente é o adenocarcinoma, respondendo por 95% dos casos. Ele começa normalmente nos dutos pancreáticos, mas pode se desenvolver nas células que produzem as enzimas pancreáticas. Outros subtipos, menos comuns, incluem carcinomas adenoescamosos, carcinomas de células escamosas, carcinoma indiferenciado de células gigantes, carcinomas de células em anel de sinete, carcinomas indiferenciados, neoplasia pseudopapilar sólida e carcinoma da ampola de Vater. Já os tumores endócrinos são raros, sendo responsáveis por menos de 4% de todos os cânceres de pâncreas. Um dos principais subtipos é o tumor funcional, que corresponde à metade dos cânceres endócrinos e produz hormônios liberados na corrente sanguínea, sendo identificado de acordo com o tipo de célula que produz o hormônio. Os tumores que não produzem hormônios são chamados de não funcionais e são mais comuns que os funcionais. Mais raro são os tumores carcinoides, que produzem serotonina (ver mais sobre este grupo em câncer neuroendócrino). O câncer de pâncreas mais comum é do tipo adenocarcinoma (que se origina no tecido glandular), correspondendo a 90% dos casos diagnosticados. A maioria dos casos afeta o lado direito do órgão (a cabeça). As outras partes do pâncreas são corpo (centro) e cauda (lado esquerdo). Pelo fato de ser de difícil detecção e ter comportamento agressivo, o câncer de pâncreas apresenta alta taxa de mortalidade, por conta do diagnóstico tardio. No Brasil, é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes causadas pela doença. Raro antes dos 30 anos, torna-se mais comum a partir dos 60. Segundo a União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), os casos de câncer de pâncreas aumentam com o avanço da idade: de 10/100.000 habitantes entre 40 e 50 anos para 116/100.000 habitantes entre 80 e 85 anos. A incidência é mais significativa no sexo masculino. 30 Os principais fatores de risco para carcinoma ductal de pâncreas são tabagismo (fumo) e história de pancreatite crônica (geralmente por consumo prolongado de álcool). SINAIS E SINTOMAS Os sintomas variam de acordo com a região do pâncreas onde está localizado o tumor. Os que se desenvolvem na cabeça do órgão provocam icterícia (pele e olhos amarelados), aumento do nível de glicose no sangue, causado pela deficiência na produção de insulina, e, em estágios mais avançados, dor na região das costas, que vai aumentando conforme o tumor cresce. Também ocorrem perda de apetite e de peso, fraqueza, diarréia, tontura, incapacidade de digerir alimentos gordurosos (detectada por fezes pálidas, volumosas e gordurosas), náuseas, vômitos, dor abdominal (mais intensa após as refeições), aumento da vesícula biliar, formação de coágulo sanguíneo nas veias da perna, coceiras na pele e anormalidades no tecido adiposo. Nos tumores endócrinos, os sintomas são provocados pelo excesso de hormônios liberados na corrente sanguínea. Os tumores que produzem gastrina causam úlceras, cujos sintomas são dor, náuseas, diminuição do apetite, sangramento, anemia, cansaço, falta de ar, diarreia e perda de peso. Os que produzem glucagon (hormônio que aumenta os níveis de açúcar no sangue) provocam diabetes, diarreia, perda de peso, desnutrição e eritema necrolítico migratório (erupção na pele de aspecto avermelhado que provoca inflamação). Os produtores de insulina podem levar à hipoglicemia, cujos sintomas são confusão, fraqueza, sudorese, taquicardia, convulsões e até mesmo coma. Os tumores que produzem somatostatina causam diabetes, diarreia, dor abdominal, náusea, falta de apetite e icterícia. Aqueles que produzem peptídeo intestinal vasoativo causam diarreia, baixos níveis sanguíneos de potássio, baixos níveis de ácido no estômago e níveis elevados de glicose no sangue. Os tumores que produzem polipeptídeo pancreáticos causam dor abdominal, aumento do fígado e diarreia aquosa. Já os carcinoides, que produzem serotonina, tem como sintomas rubor, diarreia, respiração ofegante e aumento da frequência cardíaca. Os tumores não funcionais, que não produzem hormônios, têm sintomas similares aos dos cânceres exócrinos. 31 DIAGNÓSTICO Por causa da falta de sintomas nos estágios iniciais e da localização do pâncreas, atrás de outros órgãos dentro da cavidade abdominal, esse tipo de câncer é difícil de ser diagnosticado precocemente. Em geral, a doença é descoberta quando já se disseminou para outros órgãos. Se forem detectados sinais e sintomas que sugerem a presença de câncer de pâncreas após o levantamento do histórico pessoal e familiar do paciente e o exame físico (com foco no abdome), são solicitados exames complementares para confirmar o diagnóstico. Entre eles estão exames de sangue, incluindo a dosagem do antígeno carbohidrato Ca 19.9, fezes e urina, ultrassonografia abdominal (convencional ou endoscópica), tomografia computadorizada, ressonância nuclear de vias biliares e da região do pâncreas, e biópsia de tecido do órgão. TRATAMENTOS Se descoberto na sua fase inicial, o câncer de pâncreas tem chances de cura. A cirurgia para retirada do tumor é uma das opções de tratamento nesses casos. A radioterapia e a quimioterapia podem ser utilizadas para reduzir o tamanho do tumor e aliviar os sintomas. Nos casos em que há metástases para outras partes do corpo, é possível a colocação de endoprótese como tratamento paliativo. Existem 2 tipos de cirurgia utilizados para o câncer de pâncreas: Cirurgia potencialmente curativa. É realizada quando os resultados dos exames sugerem que é possível remover todo o tumor. Cirurgia paliativa. Realizada se os exames de imagem mostram que a doença está disseminada. Esta cirurgia é realizada para aliviar os sintomas da doença ou prevenir determinadas complicações, como um ducto biliar bloqueado ou obstrução intestinal. Mas, não tem objetivo curativo. Estadiamento por laparoscopia Para determinar o melhor tipo de cirurgia a ser realizado, é importante saber o estadiamento da doença. Como pode ser difícil fazer o estadiamento do câncer de pâncreas com precisão apenas com exames de imagem, às vezes, a laparoscopia é feita inicialmente para determinar a extensão do tumor e se ele pode ser ressecado cirurgicamente. 32 Nessa técnica, o cirurgião faz algumas incisões no abdome onde insere os instrumentos necessários para o procedimento. A biópsia do tumor e áreas anormais podem mostrar até onde a doença se disseminou. Cirurgia potencialmente curativa Alguns estudos mostraram que a remoção de apenas uma parte do tumor não aumenta a sobrevida, de modo que a cirurgia potencialmente curativa é realizada apenas se for possível remover todo o tumor. Mesmo assim, esta é uma das cirurgias mais difíceis de ser realizada, devido as possíveis complicações e à recuperação pós-cirúrgica lenta. A equipe médica junto com o paciente devem avaliar os potenciais benefícios e riscos antes de optarem pela cirurgia. Cerca de 20% dos cânceres de pâncreas parecem estar confinados ao pâncreas, no momento do diagnóstico. Mesmo assim, nem todos estes são realmente operáveis. Muitas vezes, apenas após o início da cirurgia é que o cirurgião constata que o tumor cresceu demais para ser completamente removido. Quando isso acontece, a cirurgia é interrompida ou o cirurgião decide continuar o procedimento com o objetivo de aliviar ou prevenir sintomas. Isso porque a cirurgia planejada dificilmente curaria a doença, além de poder levar a importantes efeitos colaterais e, ainda prolongar o tempo de recuperação no pós-cirúrgico, o que poderia atrasar o início de outros tratamentos. A cirurgia é a única chance real para curar o câncer de pâncreas, mas nem sempre leva à cura. Mesmo que todo o tumor visível seja removido, algumas células cancerígenas remanescentes já se disseminaram para outras partes do corpo. Essas células podem, eventualmente, se transformarem em novos tumores, que podem ser mais difíceis de serem tratados. A cirurgia curativa está indicada para o tratamento de tumores localizados na cabeça do pâncreas. Como esses tumores se encontram perto do conduto biliar, alguns provocam icterícia e podem ser diagnosticados mais precocemente para serem completamente removidos. Cirurgias para outras partes do pâncreas são descritas abaixo, e são realizadas, se possível, para retirar todo o tumor: Duodenopancreatectomia (Cirurgia de Whipple). Esta é a cirurgia mais comum para remover o câncer da cabeça do pâncreas. Nesse procedimento é 33 retirada a cabeça do pâncreas e, às vezes o corpo. Também são removidos intestino delgado, parte do canal biliar, linfonodos próximos ao pâncreas e às vezes parte do estômago. O restante do ducto biliar é ligado ao intestino delgado, para que as enzinas biliares e digestivas possam continuar chegando ao órgão. As possíveis complicações cirúrgicas decorrentes deste procedimento incluem vazamento entre as conexões dos órgãos envolvidos na cirurgia, infecções, hemorragia, alterações gástricas, perda de peso, problemas intestinais e diabetes. Pancreatectomia distal. Esta cirurgia remove apenas a cauda do pâncreas ou a cauda e uma porção do corpo do pâncreas. O baço também é normalmente removido. Essa técnica é utilizada no tratamento de tumores encontrados na cauda e corpo do pâncreas. Essa técnica raramente é utilizada para tratar o câncer de pâncreas, porque geralmente muitos desses tumores já estão disseminados quando diagnosticados. Pancreatectomia total. Esse procedimento retira todo o pâncreas, assim como a vesícula biliar, parte do estômago e do intestino delgado e o baço. Essa cirurgia pode ser uma opção se o tumor se disseminou pelo pâncreas, mas ainda pode ser removido. Atualmente, esse tipo de cirurgia é usada com menos frequência do que as outras cirurgias porque não parece mais ser uma vantagem a remoção de todo o pâncreas, além de apresentar grandes efeitos colaterais. É possível viver sem o pâncreas. Mas quando o pâncreas inteiro é removido, os pacientes ficam sem quaisquer células que produzem insulina e outros hormônios, que ajudam a manter níveis seguros de açúcar no sangue. Esses pacientes desenvolvem diabetes, que pode ser difícil de controlar por se tornarem dependentes de insulina. Os pacientes que fazem essa cirurgia também passam a fazer uso de comprimidos de enzimas pancreáticas para ajudar na digestão de determinados alimentos. Cirurgia paliativa Se o câncer se disseminou qualquer tipo de cirurgia a ser considerada é destinada a aliviar ou prevenir os sintomas. Como o câncer de pâncreas pode progredir rapidamente, a maioria dos médicos não indica uma grande cirurgia para tratamento paliativo, especialmente para os pacientes com a saúde debilitada. 34 Os tumores que crescem na cabeça do pâncreas podem bloquear o ducto biliar, podendo provocar problemas digestivos e dores, uma vez que a bile não consegue chegar ao intestino. Os produtos químicos biliares também se acumulam no organismo provocando icterícia, náuseas, vômitos e outros problemas. Existem duas opções para aliviar a obstrução do ducto biliar: Colocação de stent. A abordagem mais comum para permeabilizar o ducto biliar bloqueado não envolve uma cirurgia real. Em vez disso, um stent é colocado no conduto para mantê-lo aberto. Isso geralmente é feito através de um endoscópio, com o paciente sedado. Muitas vezes, esse procedimento é parte de uma colangiopancreatografia endoscópica retrógrada. O stent, que é geralmente metálico, ajuda a manter o ducto biliar aberto e resiste à compressão dos tumores circundantes. Os stents também podem ser colocados antes da cirurgia para diminuir os níveis de bilirrubina e consequentemente a icterícia antes do pâncreas ser removido. Cirurgia de bypass. Outra opção para o ducto biliar obstruído, em pacientes com bom estado de saúde geral, é a cirurgia para redirecionar o fluxo da bílis a partir do ducto biliar comum diretamente para o intestino delgado. A colocação de um stent é muitas vezes mais fácil e a recuperação mais rápida. Por essa razão é realizada com mais frequência do que a cirurgia de bypass. Mas, a cirurgia pode ter algumas vantagens, como: Pode proporcionar um alívio mais duradouro do que o stent, que precisa ser higienizado ou substituído. Pode ser uma opção se, por alguma razão, o stent não pode ser colocado. Durante a cirurgia, o cirurgião pode seccionar os nervos que inervam o pâncreas ou injetar álcool, o que pode reduzir ou eliminar qualquer dor provocada pela doença. Quimioterapia A quimioterapia utiliza medicamentos anticancerígenos para destruir as células tumorais por via intravenosa ou por via oral. Por ser um tratamento sistêmico, a quimioterapia atinge não somente as células cancerígenas senão também as células sadias do organismo. 35 A quimioterapia geralmente faz parte do tratamento do câncer de pâncreas e pode ser usada em qualquer estágio da doença: Tratamento neoadjuvante. É administrada antes da cirurgia para tentar reduzir o tamanho do tumor, para que ele possa ser removido com uma cirurgia menos extensa. Tratamento adjuvante. É administrada após a cirurgia para destruir as células cancerígenas remanescentes para diminuir a chance da recidiva. Tratamento de metástases. É administrada na doença avançada na qual os tumores não podem ser completamente removidos cirurgicamente. Quando a quimioterapia é administrada junto com a radioterapia é conhecida como quimiorradiação e potencializa a radioterapia, entretanto pode apresentar mais efeitos colaterais. Na maioria dos casos (especialmente como tratamento adjuvante ou neoadjuvante), a quimioterapia é mais eficaz quando administrada em combinações de dois ou mais medicamentos. Para os pacientes que apresentam um bom estado de saúde geralmente são administrados dois ou mais medicamentos simultaneamente. Para os pacientes que não apresentam um bom estado geral de saúde para receber tratamentos combinados, um único medicamento, geralmente gemcitabina, 5-FU ou capecitabina, é administrado. Os medicamentos mais comuns usados para a quimioterapia adjuvante e neoadjuvante incluem: Gemcitabina; 5-fluorouracilo (5-FU); Oxaliplatina; Paclitaxel ligado à albumina; Capecitabina; Cisplatina e Irinotecano. Quimioterapia para câncer de pâncreas avançado: Gemcitabina; 5- fluorouracil ou Capecitabina; Irinotecano ou irinotecano lipossomal; Agentes de platina: cisplatina e oxaliplatina e Taxanos: paclitaxel, docetaxel e paclitaxel ligado a albumina. A quimioterapia é administrada em ciclos, com cada período de tratamento seguido por um período de descanso, para permitir que o corpo possa se recuperar. Cada ciclo de quimioterapia dura em geral algumas semanas. A quimioterapia adjuvante e neoadjuvante é frequentemente administrada por um período total de 3 a 6 meses, dependendo dos medicamentos utilizados. A duração do tratamento para o câncer de pâncreas avançado é baseado na resposta do tratamento e nos efeitos colaterais que o paciente possa estar apresentando. 36 Radioterapia A radioterapia utiliza radiações ionizantes para destruir ou inibir o crescimento das células cancerígenas que formam um tumor. Pode ser útil no tratamento de alguns tipos de câncer de pâncreas. A radioterapia pode ser utilizada em pacientes com câncer de pâncreas em diferentes situações: A radioterapia pode ser administrada após a cirurgia (tratamento adjuvante) para diminuir a chance da recidiva. Normalmente, a radioterapia é administrada junto com a quimioterapia, sendo denominada quimiorradiação ou quimioradioterapia. Para tumores ressecáveis limítrofes, a radioterapia pode ser administrada junto com a quimioterapia antes da cirurgia (tratamento neoadjuvante) para reduzir o tumor e facilitar a retirada cirúrgica. A radioterapia combinada com a quimioterapia pode ser usada como parte do tratamento principal em pacientes cujos tumores se desenvolveram além do pâncreas e não podem ser removidos cirurgicamente (tumores localmente avançados/irressecáveis). Algumas vezes é administrada para aliviar sintomas como a dor em pacientes com câncer de pâncreas avançado ou naqueles que não podem realizar outros tratamentos, como a cirurgia. O tipo de radiação mais usado para tratar o câncer de pâncreas é a radioterapia por feixe externo. A radioterapia consiste em liberar uma determinada dose de radiação em um alvo, geralmente fracionada em 5 sessões por semana durante certo período de tempo. Terapia Alvo Terapia alvo é um tipo de tratamento do câncer que usa drogas ou outras substâncias para identificar e atacar as células cancerígenas com poucos danos às células normais. Esses medicamentos alvo agem quando os quimioterápicos padrões não respondem e geralmente têm efeitos colaterais diferentes. Erlotinibe. É um medicamento que tem como alvo uma proteína na superfície das células cancerígenas, denominada EGFR, que normalmente estimula essas células a crescerem e se desenvolverem. Os pacientes com câncer de pâncreas 37 recebem erlotinib combinado com gemcitabina. Alguns pacientes podem se beneficiar mais dessa combinação do que outros. Imunoterapia A imunoterapia é o uso de medicamentos para estimular o sistema imunológico de uma pessoa a reconhecer e destruir as células cancerígenas de forma mais eficaz. Certos tipos de imunoterapia podem ser usados no tratamento do câncer de pâncreas. Inibidores do controle imunológico Uma função importante do sistema imunológico consiste na sua capacidade de atacar as células normais e anormais do corpo. Para fazer isso, ele usa pontos de verificação – as chamadas moléculas de controle imunológico em células imunológicas que precisam ser ativadas (ou desativadas) para iniciar uma resposta imunológica. As células cancerígenas, às vezes, usam esses pontos de controle para evitar serem atacadas pelo sistema imunológico. Esses medicamentos se mostraram úteis contra muitos tipos de câncer nos últimos anos. Os medicamentos denominados inibidores do controle imunológico podem ser usados para pacientes cujas células cancerígenas pancreáticas são positivas para alterações genéticas específicas, como um alto nível de instabilidade de microssatélites (MSI-H) ou alterações em um dos genes de reparo de incompatibilidade (MMR). As alterações nos genes MSI ou MMR (ou ambos) são frequentemente vistas em pacientes com síndrome de Lynch. Os medicamentos são usados para pacientes cujo câncer volta a crescer após a quimioterapia. Eles também podem ser usados para tratar pacientes cujo tumor não pode ser removido cirurgicamente, recidivado após o tratamento, ou que se disseminou para outros órgãos. Inibidor de PD-1 Pembrolizumab. É um medicamento que tem como alvo a PD-1, uma proteína do ponto de controle das células do sistema imunológico denominadas células T. Ao bloquear a PD-1, esse medicamento aumenta a resposta imunológica contra as células cancerígenas do pâncreas e muitas vezes pode reduzir os tumores. Este medicamento é administrado por infusão intravenosa, a cada 2 ou 3 semanas. 38 Ablação ou Embolização Esses tratamentos consistem em diferentes maneiras de destruir os tumores, em vez de removê-los cirurgicamente. Às vezes são utilizados no tratamento do câncer de pâncreas disseminado, especialmente para o fígado. Entretanto, esses tratamentos isolados não curam a doença. São utilizados para prevenir ou aliviar os sintomas do câncer, e muitas vezes usados junto com outros tipos de tratamentos. Tratamentos ablativos A ablação refere-se a tratamentos que destroem os tumores, geralmente com calor ou frio extremos. Este tipo de tratamento geralmente não requer internação. Existem diferentes tipos de tratamentos ablativos: Ablação por radiofrequência. Esse procedimento utiliza ondas de rádio para aquecer e destruir as células cancerígenas. Esse tratamento é utilizado principalmente para pequenos tumores. Termoterapia por microondas. Nesse procedimento, as microondas são utilizadas para aquecer e destruir as células cancerígenas. Ablação por etanol. Também conhecida como injeção percutânea de etanol destrói as células cancerígenas injetando álcool concentrado diretamente no tumor. A agulha é inserida na pele guiada por ultrassonografia ou tomografia computadorizada. Criocirurgia. Nesse procedimento, uma sonda é inserida no tumor congelando o tecido com nitrogênio líquido ou dióxido de carbono líquido. A área congelada é destruída. Essa técnica é também conhecida como crioablação. O procedimento é realizado sob anestesia geral. Embolização Durante a embolização, substâncias são injetadas na artéria para bloquear o fluxo sanguíneo para as células cancerígenas, obstruindo o fornecimento de sangue ao tumor destruindo-as. Isso pode ser usado para tumores maior do fígado. Existem 3 tipos principais de embolização: 39 Embolização arterial (Embolização transarterial). Nesse procedimento, um cateter é inserido na artéria, que alimenta o tumor, através de uma pequena incisão na parte interna da perna. O fluxo sanguíneo é bloqueado (ou reduzido) pela injeção de materiais que conectam a artéria. A maioria das células saudáveis do fígado não será afetada porque recebe seu suprimento de sangue de um vaso sanguíneo diferente (veia porta). Quimioembolização. Essa abordagem, também conhecida como quimioembolização transarterial combina a embolização com quimioterapia. Esse procedimento é realizado utilizando pequenas esferas que liberam o medicamento quimioterápico durante a embolização. A administração da quimioterapia também pode ser realizada diretamente na artéria, através do cateter. Radioembolização. Essa técnica combina a embolização com radioterapia. O procedimento consiste da injeção de pequenas esferas radioativas (microesferas) na artéria hepática. Uma vez colocadas as esferas se alojam nos vasos sanguíneos próximos ao tumor, liberando pequenas quantidades de radiação diretamente no tumor por alguns dias. EFEITOS COLATERAIS/COMPLICAÇÕES Os efeitos colaterais da terapia alvo do erlotinibe incluem erupção cutânea, diarreia, perda de apetite e cansaço. Efeitos colaterais da embolização: Os possíveis efeitos colaterais após a embolização incluem dor abdominal, febre, náuseas, infecções e formação de coágulos nos vasos sanguíneos próximos. Complicações mais graves são raras, mas podem ocorrer. Efeitos colaterais da ablação: Os possíveis efeitos colaterais após a terapia de ablação podem incluir dor abdominal, infecção e hemorragia interna. Alguns dos efeitos colaterais comuns da radioterapia incluem: Alterações na pele; Náuseas e vômitos; Diarreia; Fadiga; Falta de apetite; Perda de peso; Diminuição das taxas sanguíneas e Infecção. 40 Os quimioterápicos não destroem apenas as células cancerígenas, danificando também algumas células normais, o que pode levar a diversos efeitos colaterais. Esses efeitos dependem do tipo de medicamento utilizado, dose administrada e tempo de tratamento, podendo incluir: Náuseas e vômitos; Perda de apetite; Perda de cabelo; Inflamações na boca; Diarreia ou constipação; Infecção, devido a diminuição dos glóbulos brancos; Hematomas ou hemorragia, devido a diminuição das plaquetas e Fadiga, devido a diminuição dos glóbulos vermelhos. Estes efeitos colaterais são geralmente de curto prazo e desaparecem após o término do tratamento. Se ocorrerem efeitos colaterais graves, a quimioterapia pode ter que ser reduzida ou suspensa por um período de tempo. Alguns medicamentos quimioterápicos podem provocar outros efeitos colaterais, por exemplo, Os medicamentos como cisplatina, oxaliplatina e paclitaxel podem danificar nervos,
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