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3. Espécies Tributárias

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Professor Doutor Flávio Galvão
QUADRO SINÓTICO
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
1. Natureza Jurídica dos Tributos. Espécies Tributárias: Impostos
1.1. Art. 4º do CTN: hipótese de incidência e base de cálculo
	Art. 4º. A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação.
· Importância na Interpretação das normas jurídicas de direito tributário.
· Reconhecimento do objeto da relação jurídica tributária.
· Conceito de hipótese de incidência e base de cálculo.
1.2. Irrelevância: denominação e destino: Inc. I e II do art. 4º do CTN
	Art. 4º. A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:.
I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei.
II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.
OBS: O STF (RE nº 138.284) deixa evidente a orientação jurisprudencial para a compreensão da natureza jurídica das Contribuições previstas no art. 149 da Constituição de 1988. Conforme o Acórdão, as Contribuições previstas no art. 149 são tributos, cuja espécie é definida pela destinação dos recursos de sua arrecadação. Portanto, deve o intérprete do CTN analisar com restrições o inciso II, do art. 4º do CTN, no tocante às contribuições do art. 149.
OBS: Sobre a definição do regime jurídico da espécie tributária contribuições previstas no art. 149 da CF nós nos ocuparemos quando do estudo do aspecto material da hipótese de incidência deste tributo mais a frente.
2. Classificação das espécies tributárias
	2.1. Imposto: art. 145, I da CF
· Conceito: art. 16 do CTN: trata-se de tributo cuja obrigação ao contribuinte independe de uma contraprestação estatal; por isso, o imposto faz parte da categoria de tributos não-vinculados. Sua natureza jurídica será revelada por um fato-signo de riqueza, ou seja, nenhum tipo de imposto pode levar em consideração algum dado da realidade que não revele a riqueza do contribuinte.
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
· Tributo não vinculado
· Não vinculação de receita: art. 167, IV da CF
	Art. 167. São vedados:
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os artigos 158 e 159, a destinação de recursos para ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos artigos 198, §2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165,§8º, bem como o disposto no §4º deste artigo.
	Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
§ 6 º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Art. 80. Compõem o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza:   (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)  (Vide Emenda Constitucional nº 67, de 2010)
II - a parcela do produto da arrecadação correspondente a um adicional de cinco pontos percentuais na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, ou do imposto que vier a substituí-lo, incidente sobre produtos supérfluos e aplicável até a extinção do Fundo;  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)
III - o produto da arrecadação do imposto de que trata o art. 153, inciso VII, da Constituição;   (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 2000)
· Classificação dos Impostos:
· a) Pessoais: são aqueles cuja H.I. revela uma das condições pessoais no tocante a sua riqueza do contribuinte. Levam em conta as qualidades individuais do contribuinte que denotam a capacidade contributiva para a dosagem do aspecto quantitativo do tributo. Exemplo: IR; 
· b) Reais: são aqueles que não levam em consideração as condições pessoais do contribuinte, mas, sim, sinais de riqueza de características objetivas como, por exemplo, a propriedade de bens imóveis. Exemplo: IPTU, ITR, ITBI; 
· c) Diretos: são tributos incidentes na cadeia econômica e que são suportados pelo contribuinte sujeito passivo sem repasse no preço dos produtos ou mercadorias. Exemplos: IRPJ, ISS, IOF; 
· d) Indiretos: são aqueles que não suportados pelo contribuinte sujeito passivo, do ponto de vista econômico, eis que ocorre o repasse do tributo no preço das mercadorias ou produtos ao consumidor final. Exemplos: ICMS e IPI.
2.2. Imposto de competência residual: art. 154, I
	Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
· Competência Privativa da União
· Lei Complementar
· Imposto Novo
· Não-cumulativo
2.3. Imposto extraordinário de guerra: art. 154, II, da CF/art. 76 do CTN
	Art. 154. A União poderá instituir:
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
CTN
Art. 76. Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir, temporariamente, impostos extraordinários compreendidos ou não entre os referidos nesta Lei, suprimidos, gradativamente, no prazo máximo de cinco anos, contados da celebração da paz.
· Competência Privativa da União
· Lei Ordinária
· Imposto vinculado. Atender as despesas de Guerra
· Bitributação Permitida Constitucionalmente
· Supressão em Cinco Anos
· Não Atende ao Princípio da Anterioridade
2.4. Classificação dos Imposto segundo CTN:
· Impostos que gravam o comércio exterior: II e IE
· Impostos sobre o Patrimônio e a Renda: IRPF; IRPJ; ITR; IGF; IPVA e IPTU
· Impostos sobre a transmissão, circulação e produção: IPI; ITCMD; ICMS; ITBI e ISS
· Impostos Extraordinários
· Imposto de Competência Residual
3. Espécies Tributárias: Taxas
· Conceito: art. 145, II da CF c.c. o arts. 77, 78, 79 e 80 do CTN
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
CTN
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitandoou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público.
3.1. Taxas em razão da prestação de serviço efetiva ou potencial de serviços públicos prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição
· Tributo vinculado a uma contraprestação estatal.
· A hipótese de incidência das taxas revela um comportamento do ente público (ação estatal) no sentido de prestar serviço público ou efetivo poder de polícia.
· Competência comum. Coerência com a competência para prestar o serviço ou fiscalizar. Proibição de Municípios instituir taxas de fiscalização sobre as importações de mercadorias, por exemplo.
· Conceito de serviços públicos. Designação da lei. O serviço público que será remunerado por taxa é o de utilização compulsória, efetivo ou potencial, como, por exemplo, o serviço de coleta de lixo e o serviço de coleta de esgoto, em face do respeito às normas de saúde pública. 
· Submetidos ao mesmo regime de cobrança de taxas é a prestação de serviços públicos de utilização relativamente facultativa, onde o cidadão não está obrigado a utilizar tais serviços, mas, ao precisar exercer algum direito vai necessitar se valer do serviço público, tais como o serviço público de emissão de passaporte, o serviço público judicial (taxa judiciária). 
OBS: CUIDADO. SERVIÇOS PÚBLICOS DE UTILIZAÇÃO FACULTATIVA. NÃO INCIDÊNCIA DE TAXAS.
· Serviços públicos específicos e divisíveis. Serviços públicos específicos são aqueles prestados pelo ente estatal em caráter de exclusividade fruto de sua atuação em sociedade visando o bem estar coletivo. Serviço público que permita identificar o sujeito passivo ou o usuário.
· Serviços públicos divisíveis são aqueles prestados em caráter individualizado e usufruído separadamente em unidades autônomas pelos contribuintes.
· Serviços públicos universais: não incidência. Serviços de iluminação pública (Súmula 670 do STF); serviços de segurança pública; limpeza e conservação de logradouros; asfaltamento de ruas.
· Serviços públicos efetivos e potenciais.
· Base de cálculo: § 2º do art. 145 da CF e Parágrafo Único do art. 77 do CTN: custo na prestação dos serviços.
	Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
CTN
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. 
OBS: Taxa do Lixo. Extinção da cobrança no Município de São Paulo pela Lei nº 14.125, de 29.12.05. CUIDADO: ainda é cobrada a taxa de recolhimento do lixo dos hospitais no Município de São Paulo. Constitucionalidade. Súmula Vinculante 29 (STF).
OBS: Súmula Vinculante 29 STF: É constitucional a adoção, no cálculo do valor da taxa, de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja identidade entre uma e outra. 
Exemplos da Jurisprudência: Taxa de Coleta de Lixo tomando por base de cálculo o tamanho dos imóveis (metragem) e a base de cálculo das Taxas relativas às Custas Processuais e Emolumentos Judiciais concernentes aos serviços notariais e registrais de baixa e registro, tendo como parâmetro o valor atribuído ao valor da causa ou condenação. Limite: Súmula 667 do STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa.
			3.2. Taxas em razão do exercício regular do poder de
 polícia
· Tributo vinculado
· Competência comum
· Conceito de poder de polícia: art. 78 do CTN. Qualquer disciplina ou limitações de direitos individuais veiculadas por Lei poderá dar ensejo a tributação por taxa na prestação do poder de polícia. 
	Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
· É o que acontece com as limitações urbanísticas do direito de construir, com Taxa de Alvará (Funcionamento).
· Taxa de Fiscalização e Anúncio.
· Taxa de Fiscalização de Títulos Valores Mobiliários, instituída pela Lei nº 7.940/1989. 
· A Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (Lei nº 10.165/2000)
· Efetividade. Não se pode cobrar taxa pelo exercício do poder de polícia potencial, ou seja, a fiscalização ainda em implementação ou por simples amostragem. A Súmula 157 do STJ : É ilegítima a cobrança de taxa, pelo Município, na renovação de licença para localização de estabelecimento comercial ou industrial. Trata-se de exigência de efetivo poder de polícia de caráter cíclico, ou seja, deve existir a ação fiscalizadora concreta como exigência da taxa renovável.
· Base de cálculo. É o custo na prestação deste poder de polícia. OBS: Súmula Vinculante n. 29 do STF.
3.3. Diferenças entre Taxa e Preço Público
· Conceito de preço público. O conceito jurídico de preço público vincula-se a remuneração pela prestação de serviço público de caráter facultativo ou prestação de serviço público prestado em regime de concessão. Nesse sentido, o preço público não é espécie tributária, constituindo-se em instituto de direito administrativo regido por este regime jurídico. A jurisprudência confirma este entendimento por meio da edição da Súmula do STF 545:
Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e tem sua cobrança condicionada a prévia autorização orçamentária, em relação a lei que as instituiu.
· O preço público decorre de uma atividade exercida pelo Estado como se fosse um particular, sem estar investido de sua soberania.
· A taxa decorre de prestação de serviço público e poder de polícia que não pode ser transferido ao particular. O preço público decorre de remuneração por atividadeque pode ser transferida ao particular.
· A taxa advém de obrigação prevista em lei. O preço público decorre de acordo de vontades.
· A taxa visa cobrir o custo pela prestação do serviço ou do poder de polícia realizado. A cobrança de preço público visa o lucro.
OBS: CUIDADO. PEDÁGIO. Modalidade de remuneração pela prestação de serviços de conservação de rodovias. Se o pedágio é cobrado pelo Poder Público e este é que diretamente presta o serviço de conservação das rodovias estamos diante uma taxa. Posição da Jurisprudência definida neste caso pelo STF no RE nº 181.475-RS. Contudo, se o pedágio é cobrado sob o regime de concessão de serviço público, ou seja, se o particular prestar o serviço de conservação da rodovia, por meio de concessão do serviço público, estará se remunerando por meio de preço público, em razão do princípio inafastável de direito administrativo que trata o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão de serviços públicos, que não se coaduna com o regime jurídico de direito tributário previsto na CF de 1988, como, por exemplo, o respeito ao princípio da anterioridade tributária para o aumento de tributos.
· Tarifas. Modalidade de preço público cobrado pelas concessionárias prestadoras de serviços públicos, tais como, de fornecimento de energia elétrica particular; fornecimento de água; prestação de serviços de telefonia fixa e móvel.
· Cobrança pelo Uso da Água: Lei nº12.183, de 29.12.2005 do Estado de São Paulo. Taxa ou tarifa?
4. Espécies Tributárias: Contribuições de Melhoria e Empréstimos Compulsórios
4.1. Contribuição de Melhoria: art. 145, III c.c. os arts. 81 e 82 do CTN
	Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
CTN
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo.
· Conceito de contribuição de melhoria: tributo que tem por hipótese de incidência um elo intermediário que liga o obrigado ao Estado por conta de uma atuação indireta do poder público.
· Regime Jurídico: art. 81 do CTN. Competência Comum
	Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
· Obra pública. Não faz parte do núcleo conceitual do tributo a reforma ou manutenção de uma obra pública existente.
· Tributo vinculado indiretamente a uma atuação estatal, eis que a hipótese de incidência do tributo é a valorização do imóvel beneficiado por obra pública. Diferença com as taxas.
· Base de cálculo; é a valorização do imóvel sofrida pela realização da obra pública, cujo limite individual não poderá exceder a 3% do maior valor fiscal do imóvel, que corresponde ao valor venal do imóvel aferido para fins de cobrança do IPTU, do ITBI ou do ITR, conforme o art. 12 do Decreto-lei nº 195/1967.
· Requisito Limite Geral. Impossibilidade de arrecadação do tributo maior que o custo total da obra.
· A cobrança do tributo somente ocorrerá após o término da obra.
· A cobrança do tributo será somente efetuada uma única vez por obra executada.
· Definição da área abrangida pela obra pública; definição do fator de absorção da valorização imobiliária e do processo administrativo de impugnação devem ser definidos por meio de lei.
5. Empréstimo Compulsório: art. 148, I e II da CF
	Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
· Competência da União e instituída por meio de lei complementar.
· Conceito: art. 15 do CTN.
	Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios:
I - guerra externa, ou sua iminência;
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis;
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.
· Requisitos essências para a sua instituição: a) calamidade pública; b) guerra externa ou sua iminência e c) investimento público de caráter urgente e relevante.
· As calamidades públicas são eventos naturais (tempestades, desmoronamentos, incêndios), ou sociais tão significativos que exigem despesas não previstas pela União.
· A guerra externa ou sua iminência se caracteriza pela participação do País em beligerância militar externa (jamais interna), que acarrete despesas públicas extraordinárias não previstas pela União.
· O investimento público de caráter urgente e relevante é aquele previsto nos termos do art. 12, § 4º, da lei nº 4.320/1964, tais como obras, construções de estradas, prédios públicos, açudes, melhorias etc., que não tenham previsão orçamentária da União para serem feitos e de realização imprescindível ao desenvolvimento nacional beneficiando toda a população brasileira.
Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas:
§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de emprêsas que não sejam de caráter comercial ou financeiro.
· Não recepção pela Constituição de 88 do inciso III, do art. 15 do CTN, com a finalidade de atribuir função extrafiscal ao empréstimo compulsório. Portanto, não se admite pela Carta Magna de 88, que o empréstimo compulsório possa assumir a feição de conjuntura que exija absorção temporária de poder aquisitivo. Ex: Plano Collor de 1990. Inconstitucionalidade
· Espécie tributária autônoma? Não
· Hipótese de incidência híbrida. A Lei Complementar irá assumir a feição de imposto, taxa, contribuição de melhoria ou contribuições do art. 149 da CF.
·Norma jurídica tributária e administrativa. Imprescindível devolução do tributo e em dinheiro. Parágrafo único do art. 15 do CTN.
· Vinculação constitucional da receita obtida pelo empréstimo compulsório aos requisitos essenciais para a sua criação.
· Empréstimo compulsório e imposto extraordinário de guerra: correlação e bis in idem constitucionalmente permitido.
· Aplicação do princípio da anterioridade tributária. O empréstimo compulsório decorrente de guerra externa ou sua iminência ou para cobrir despesas decorrentes de calamidade pública não obedece ao princípio da anterioridade tributária, ou seja, a lei complementar terá vigência e eficácia imediata.
· Contudo, com relação ao empréstimo compulsório decorrente de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional deverá ser obedecido os dois critérios da anterioridade tributária: a anual e a nonagesimal.
6. Espécies Tributárias: Contribuições do Art. 149 da CF
6.1. Contribuições Especiais: Art. 149 da CF
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesses das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e II, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1° - os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos da União. 
Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
· Critério Finalístico contido na Constituição e na Lei Tributária.
· Destinação do produto da arrecadação à realização dos fins determinados na Constituição e na Lei.
· Referibilidade indireta ao sujeito passivo submetido ao pagamento da contribuição social. 
· As contribuições especiais são tributos e são compostas pelas exações cuja tônica não está nem no objetivo de custear as funções gerais e indivisíveis do Estado (como ocorre com os impostos) nem numa utilidade divisível produzida pelo Estado e fruível pelo indivíduo (como ocorre com os tributos conhecidos como taxa, pedágio e contribuição de melhoria, que reunimos no segundo grupo). 
· A característica peculiar do regime jurídico deste terceiro grupo de exações está na destinação a determinada atividade, exercitável por entidade estatal ou paraestatal, ou por entidade não estatal reconhecida pelo Estado como necessária ou útil à realização de uma função de interesse público.
· Nesse grupo se incluem as exações previstas no art. 149 da Constituição, ou seja:
a) Contribuições sociais;
b) Contribuições de intervenção no domínio econômico;
c) Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas
d) Contribuição referida no art. 149-A da Constituição (acrescido pela EC n. 39/2002), destinada ao custeio do serviço de iluminação pública (COSIP).
· No tocante a espécie tributária as contribuições especiais são tributos vinculados a uma atividade estatal, situadas, porém, em posição intermediária entre impostos e taxas.
· Esta espécie tributária está mais próxima dos impostos, eis que a hipótese de incidência e base de cálculo revelam um fato signo de riqueza do contribuinte (completa desvinculação), do que das taxas (total vinculação), eis que não pressupõe uma atuação estatal específica e divisível relativa ao contribuinte. 
· Existiria, assim, uma referibilidade indireta, de uma atuação estatal relacionada a um grupo determinado; o fato gerador pode até se assemelhar bastante ao dos impostos, mas só estará completo o regime jurídico constitucional das contribuições diante de uma atuação estatal indireta relativa ao grupo no qual se situa o contribuinte, traço diferenciador das contribuições. 
6.2. Contribuições e Princípios Constitucionais Tributários
· Princípio da Legalidade. Instituição e Majoração por meio de Lei Ordinária.
OBS: Nova Contribuição Social (Art. 195, §4º), necessidade de Lei Complementar
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
(...)
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
OBS: CIDE-COMBUSTÍVEIS. Redução e restabelecimento de alíquotas, por meio de Decreto: Art. 177, §4º, I, “b”, da CF.
Art. 177. Constituem monopólio da União:
(...)
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
(...)
I - a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
(...)
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
· Princípio da Anterioridade. Obediência ao regime jurídico geral da anterioridade, ou seja, criação e majoração das contribuições deve ser obedecida regra da anterioridade anual e da anterioridade nonagesimal.
OBS: CIDE-COMBUSTÍVEIS. Se aplica unicamente a regra da anterioridade nonagesimal, para redução e estabelecimento de alíquotas.
OBS: Contribuições Sociais. Obedece unicamente a regra da anterioridade nonagesimal, conforme o §6º, do Art. 195, da CF.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
(...)
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
· Princípio da Capacidade Contributiva. Previsão do Art. 195, §9º.
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
· Princípio da Vedação ao Confisco. Proibição de desproporção entre a cobrança da contribuição e a atuação do Estado, ou quando inexistir a atuação do Estado nas finalidades que se propõe na Constituição e na Lei.
· Imunidades Aplicáveis. As entidades beneficentes de assistência social sem fins lucrativas não serão atingidas pelas Contribuições Sociais, na previsão no Art. 195, §7º, da CF, bem como, as contribuições sociais e CIDE não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação, conforme o Art. 149, §2º, Inciso I, da CF.
6.3. Contribuições Sociais: art. 149, 1ª parte da CF.
	Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
· Competência exclusiva da União
OBS: Existe a possibilidade de instituição de uma Contribuição para os Estados-membros, Distrito Federal eMunicípios, para o custeio do sistema de previdência de seus servidores públicos, conforme o §1º, do Art. 149, da CF.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.   (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
6.3.1. Contribuições Sociais Gerais
OBS: Contribuições que se destinam a outras atividades do Estado, fora do campo de atuação da Seguridade Social (saúde, previdência e assistência social) e incidem sobre uma única base econômica do contribuinte.
· Salário-Educação: art. 212, §5º. Custeia o ensino fundamental público e pago por todas as empresas privadas.
OBS: Súmula 732 do STF: é constitucional a cobrança da contribuição do salário-educação, seja sob a Carta de 1969, seja sob a Constituição Federal de 1988 e no regime da Lei 9.424/96.
	Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensaio.
§ 5º - O ensino fundamental público terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação recolhida, pelas empresas, na forma da lei.
· Classificam-se, ainda, como contribuições da espécie aquelas aludidas no artigo 240 da Constituição Federal, que estabelece ressalvou a cobrança, a par do disposto no artigo 195 da CF, das então existentes contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical. 
· São as chamadas contribuições destinadas a entidades privadas (Sistema "S"). Trata-se de tributo exigido de pessoas privadas (empregadores) relativamente a fatos distintos de atividade estatal, destinados a entidades privadas (SENAI, SESI, SESC, SENAC, SENAR, SEST, SENAT, etc)
Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical.
· Empresas prestadoras de serviços e de consultoria, como por exemplo, as Bancas Jurídicas, estão vinculadas ao SESC e SENAC, desde que comprovem não estarem vinculadas a outro serviço social prestado aos trabalhadores do segmento econômico, conforme a Súmula 499 do STJ: "As empresas prestadoras de serviços  estão  sujeitas às contribuições ao Sesc e Senac, salvo se integradas noutro serviço social".
 
· Contribuições Sociais Gerais da Lei Complementar nº 110/2001. Contribuições destinadas a complementar a atualização monetária a que tinham os trabalhadores em razão dos expurgos inflacionários das contas vinculadas do FGTS, referentes aos planos econômicos Collor, Bresser e Verão
OBS: O FGTS não tem natureza tributária. Posicionamento jurisprudencial do STF RE 120.189.
6.3.2. Contribuições Sociais de Seguridade Social
· Art. 195 da CF.
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
· Do empregador: art. 195, I: 
· Contribuição do Pró-labore, Autônomos, Administradores e Avulsos, art. 195, I, a
· Contribuição sobre Folha de Salários, art. 195, I, a
· Contribuição ao PIS, Art. 195, I, b
· Contribuição ao PIS na importação de mercadorias e produtos: art. 195, IV
· Contribuição ao COFINS: art. 195, I, b
· COFINS na importação de mercadorias e produtos: art. 195, IV· CSLL – Contribuição sobre o Lucro: art. 195, I, c
· SAT: Art. 7º, Inciso XXVIII, art. 201, I c.c. o §10 do art. 201, todos da CF
	
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei:
I- cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada.
C.C.
Art. 201 § 10 – Lei determinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado.
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· Estabelece ainda o § 8° do artigo 195 da Constituição Federal a contribuição social para a seguridade social devida pelo produtor, parceiro, meeiro ou arrendatário rural, bem como o pescador artesanal e respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, cobrada mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da respectiva produção.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
· Do empregado: art. 195, II. Descontada diretamente em folha, conforme o salário e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201.
9.4. Contribuição e Intervenção no Domínio Econômico –
 CIDE
· Tributo eminentemente de caráter extrafiscal, onde a União exerce o seu papel de interferência na economia, regulando o mercado, influindo na oferta de bens e de sua demanda, conforme as normas de direito econômico e concorrencial previstos na CF de 88.
· A instituição de contribuição de intervenção é possível quando ocorra:
(i) efetiva intervenção do Estado no domínio econômico, nos limites das possibilidades constitucionalmente previstas para tanto;
(ii) em atividade originariamente reservada ao setor privado ou que tenha a este sido transferida por autorização, concessão ou permissão;
(iii) e que cause um gasto excepcional do Estado ou benefício especial a determinado grupo de indivíduos, componentes do setor objeto da intervenção efetuada.
· Sem estabelecer as respectivas hipóteses de incidência possíveis e, bem assim, os aspectos a elas inerentes, o mencionado dispositivo deixa "em aberto" ao legislador infraconstitucional a possibilidade de estabelecer o aspecto material das CIDEs que vierem a ser criadas, estabelecendo restrição apenas quanto à observância do disposto nos artigos 146, III e 150, I e III, da Magna Carta.
· Apenas o § 2.º do art. 149, introduzido pela Emenda Constitucional 33/2001, restringiu em certa medida a esfera de alcance para a instituição dessa exação pela União, eis que, antes de seu advento detinha a União, nesse campo, verdadeira "carta em branco", com possibilidades quase ilimitadas para a criação das CIDEs, a vista da textura aberta dos termos e expressões encontrados no referido artigo 149 da CF.
· A base de cálculo da CIDE pode ser o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação, ou ainda, no caso de importação o valor aduaneiro.
· A CIDE pode incidir sobre as importações de produtos e serviços, conforme o inciso II, do § 2º, do art. 149.
· Vedação ao legislador federal para instituir a CIDE no tocante às competências privativas dos Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, eis que não podem tributar as hipóteses de incidência específicas aos respectivos entes políticos.
· Contribuição do IAA. Exemplo histórico.
· CIDE Combustíveis: Lei nº 10.336/01. Incidente sobre a importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível, cuja finalidade é: a) subsidiar preços e transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; b) financiar projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás e c) financiar programas de infraestrutura de transportes.
· Contribuição do Sebrae. Jurisprudência do STF Recurso Extraordinário nº. 396.266.
· CIDE de Transferência de Tecnologia: Lei nº. 10.168 de 30.12.2000. Com a finalidade de estimular o desenvolvimento tecnológico brasileiro, mediante programas de pesquisa científica e tecnológica cooperativa entre universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo. É incidente sobre os valores pagos ou creditados pelas pessoas jurídicas remetidos a cada mês, a residentes ou domiciliados no exterior, a título de remuneração decorrente de licença de uso ou adquirente de conhecimentos tecnológicos, bem como de contratos que envolvam transferência de tecnologia.
	
· O Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante, devido pelos usuários dos serviços de transporte marítimo, que tem a finalidade de atender ao encargo de intervenção da União no apoio ao desenvolvimento da marinha mercante e da indústria de construção e reparação naval brasileira, cuja hipótese de incidência é a operação de descarregamento da embarcação em porto brasileiro.
· Contribuição ao INCRA, devida pelas empresas privadas, sob percentual incidente sobre folha de salários, destinada a promoção da reforma agrária e de colonização. Súmula nº 516 do STJ: a contribuição de intervenção no domínio econômico para o INCRA, devida pelos empregadores rurais e urbanos, não foi extinta pelas Leis n.s 7.787/1989, 8.212/1991 e 8.213/1991, não podendo ser compensada com a Contribuição ao INSS.
9.5. Contribuição no interesse de categorias profissionais ou econômicas – CICP
· São tributos de competência exclusiva da União Federal, regulados pela Lei nº 12.514/2011, que destinam-se a custear as pessoas jurídicas de direito público ou privado que têm por escopo fiscalizar e regular o exercício de determinadas profissões previstas em Lei, bem como representar, coletiva ou individualmente, categorias profissionais dos trabalhadores ou econômicas dos empregadores, defendendo seus interesses. 
· São exemplos destas espécies as contribuições que os advogados pagam à Ordem dos Advogados do Brasil, as contribuições que os médicos pagam ao Conselho Regional de Medicina, as contribuições que os contabilistas pagam ao Conselho Regional de Contabilidade, além de outras com iguais características.
· É elemento essencial, nesta espécie de contribuição, identificar a existência de um grupo profissional, em relação ao qual a finalidade constitucional autorizadora da instituição da contribuição se relaciona, notadamente o interesse público a regulação e disciplina das profissões estabelecidas em Lei. 
· Se não há um grupo profissional ao qual a finalidade se refira, faltará um elemento do modelo constitucional das contribuições.
· O sujeito passivo deve participar efetivamente de uma categoria profissional, que se submete ao controle, registro e fiscalização das entidades reguladoras, pessoas jurídicas de direito público (autarquias), na condição de arrecadadores do tributo
· Neste sentido é interessante destacar a posição de Américo Lacombe, citado por José Maurício Conti, segundo a qual os Conselhos e Ordens fiscalizadoras do exercício das diversas profissões, nada mais são do que autarquias criadas pela União, com a finalidade precípua de exercer poder de polícia mediante a fiscalização das diversas profissões, concluindo-se, daí, que os valores das anuidades exigidaspelas mencionadas autarquias nada mais são do que taxas de polícia.
· Entendimento semelhante esposa Roque Carrazza, citado por José Eduardo Soares de Melo, que observa que os Conselhos profissionais praticam atos de polícia, já que deliberam sobre inscrições em seus quadros, decidem sobre assuntos relacionados à ética profissional, aplicam penalidades, aferem a habilitação profissional, todas estas atividades caracterizadoras de autêntico poder estatal de polícia, razão pela qual teriam ditas contribuições a natureza de taxa de polícia.
· A seu turno temos, como subespécie dessa contribuição a Contribuição Sindical (Patronal e dos Tabalhadores), com fundamento no Art. 8º, Inciso IV da Constituição Federal, c.c. o art. 578 a 610 da CLT.
· Essa contribuição era recolhida anualmente, equivalente a um dia de trabalho para os empregados, impondo aos empregadores o dever de retê-las dos seus empregados e repassar o montante a Caixa Econômica Federal, independentemente de sua filiação ao Sindicato de sua categoria.
· Com efeito, com a reforma da CLT, promovida pela Lei nº 13.467/2017, restou estabelecido a facultatividade da cobrança da contribuição sindical, a depender da manifestação de vontade do trabalhador de querer filiar-se ao sindicato. 
· O Supremo Tribunal Federal na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 5794 declarou a constitucionalidade da referida alteração da legislação trabalhista, concluindo que não se pode admitir que a contribuição sindical seja imposta a trabalhadores e empregadores quando a Constituição determina que ninguém é obrigado a se filiar ou a se manter filiado a uma entidade sindical. Além disso, os Ministros do STF concordaram que o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical não ofende a Constituição.
· Com esta decisão do STF cremos que a contribuição sindical não mais se compadece da natureza jurídica de tributo, tal qual a contribuição confederativa, pois a necessidade de manifestação de vontade do trabalhador exclui a perspectiva de enquadramento ao art. 3º, do CTN.
· Por outro lado, a Contribuição Confederativa, prevista no Art. 8º, inciso IV, da CF, não é tributo, pois depende da vontade do trabalhador se filiar ao Sindicato de sua categoria, que a paga para a manutenção do sistema confederativo de representação de sua categoria.
· Súmula nº 666 do STF e Súmula Vinculante nº 40 do STF: A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.
Art. 578 - As contribuições devidas aos Sindicatos pelos que participem das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação do "imposto sindical", pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida neste Capítulo.      (Vide Decreto-Lei nº 229, de 1967)         (Vide Lei nº 11.648, de 2008)
Art. 579 - A contribuição sindical é devida por todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591.       (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)       (Vide Lei nº 11.648, de 2008)
9.6. Contribuição de iluminação pública: art. 149-A da CF.
	Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.
Lei Municipal nº. 13.479 de 30.12.02 e Decreto Municipal nº. 43.143/03
Histórico Jurisprudencial. Súmula 670 do STF: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
Aplicação dos princípios constitucionais da legalidade, irretroatividade e anterioridade, este por seu turno, dentro do critério geral, obedecendo-se a anterioridade anual e nonagesimal.
Constitucionalidade chancelada pelo STF, com repercussão geral no RE 573.675.
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