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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA GOIANO CAMPUS MORRINHOS CURSO DE BACHARELADO EM AGRONOMIA BIOQUÍMICA – 3º PERÍODO PROF.ª. DR.ª. CARLA DE MOURA MARTINS CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE PROTEÍNAS MORRINHOS – GO 2019 Guilherme Augusto Matias Nunes João Vitor Gomes Paulino Carvalho Leonardo Eleutério da Costa Mariana Assunção da Silva CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE PROTEÍNAS Relatório apresentado ao Curso de Bacharelado em Agronomia, do Instituto Federal Goiano – Campus Morrinhos (GO), como exigência parcial para aprovação na disciplina de Bioquímica (3º Período), ministrada pela Prof.ª. Dr.ª. Carla de Moura Martins. Morrinhos – GO 2019 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1 2 OBJETIVO ............................................................................................................................... 2 3 MATERIAIS & REAGENTES ............................................................................................... 2 3.1 Materiais ................................................................................................................................. 2 3.2 Reagentes ................................................................................................................................ 3 4 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS ............................................................................. 3 4.1 Reação de Coloração – Coloração por biureto ...................................................................... 3 4.2 Reação de Precipitação – Precipitação por adição de sais neutros ....................................... 3 4.3 Reação de Precipitação – Precipitação por ácidos fortes ...................................................... 3 4.4 Reação de Precipitação – Precipitação por ação do calor (desnaturação) ........................... 4 4.5 Reação de Precipitação – Precipitação por solventes orgânicos ........................................... 4 5 RESULTADOS & DISCUSSÃO ............................................................................................. 4 5.1 Reação de Coloração – Coloração por biureto / Ensaio 1 e 2 ............................................... 4 5.2 Reação de Precipitação – Precipitação por adição de sais neutros / Ensaio 3 ..................... 5 5.3 Reação de Precipitação – Precipitação por ácidos fortes / Ensaio 4 ..................................... 6 5.4 Reação de Precipitação – Precipitação por ação do calor (desnaturação) / Ensaio 5 .......... 6 5.5 Reação de Precipitação – Precipitação por solventes orgânicos / Ensaio 6A e 6E ............... 7 6 QUESTIONÁRIO .................................................................................................................... 9 7 CONSIRAÇÕES FINAIS ...................................................................................................... 10 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 10 1 1 INTRODUÇÃO As proteínas, cujo nome vem da palavra grega protos, que significa “a primeira” ou a “mais importante”, são as biomoléculas mais abundantes nos seres vivos, estando presentes em todas as partes de uma célula. Não bastasse isso, as proteínas assumem uma diversidade de funções biológicas, com propriedades e atividades fantasticamente distintas, como em músculos, cabelos, unhas, penas de pássaros, anticorpos e uma série de outros exemplos, cada qual exibindo um papel biológico característico. As proteínas também ocorrem em grande variedade, milhares de diferentes tipos, desde peptídeos de tamanho relativamente pequeno até enormes polímeros com pesos moleculares na faixa de milhões, podem ser encontrados em uma única célula. (NELSON; COX, 2014). Suas funções vão desde catálise de reações químicas, transporte de outras moléculas, transmissão de impulsos nervosos, proteção imunitária e até mesmo função hormonal, entre outras. A alimentação humana deve incluir proteínas que são encontradas em carne, peixe, ovo, leite e derivados, entre outros. As unidades constituintes fundamentais das proteínas são os aminoácidos. Estes, por sua vez, são moléculas orgânicas que possuem ligadas ao mesmo átomo de carbono (denominado de carbono α) um átomo de hidrogênio, um grupo amino, um grupo carboxílico e uma cadeia lateral R (característica para cada aminoácido). Essa cadeia é o que difere os aminoácidos em estrutura, tamanho e propriedade físico-química (FRANSCISCO Jr.; FRANSCISCO, 2006). A caracterização de proteínas envolve reações específicas com determinados reativos, os quais originam precipitados ou substâncias coloridas que absorvem luz na região visível, permitindo a sua quantificação. Dentre os métodos utilizados, situa-se o método do biureto, que é baseado na reação do sulfato de cobre em meio alcalino (reativo do biureto), com proteínas e peptídeos. O nome do método provém do fato de que a ureia aquecida dará reação positiva, com desprendimento de amônia. O reativo de biureto é uma solução de sulfato de cobre (CuSO4) e tartarato duplo de sódio e potássio (KNaC4H4O6) que ao reagir com os íons cúpricos, forma um produto de coloração violáceo, como mostra a Figura 01 abaixo. Esse reativo é utilizado na identificação de compostos proteicos, pois as ligações existentes na molécula de biureto são semelhantes às ligações peptídicas na formação de proteínas. Dependendo da complexidade da proteína ou do peptídeo em questão, a cor do produto da reação (presença do biureto) varia substancialmente. Proteínas, normalmente, geram coloração 2 violeta, peptídeos dão coloração rosa. Quanto maior for a quantidade de proteínas no meio, maior será a intensidade de cor. Figura 01 – Esquematização da reação da Proteína com o reagente de biureto. Fonte: (BERG et. al., 2008). Evidentemente, além do método de reação de coloração existem outros métodos de caracterização de proteínas, como reações de precipitação de proteínas por adições de sais neutros, reações de precipitação de proteínas por ácidos fortes e reações de precipitação das proteínas por solventes orgânicos e é o que será abordado e discutido ao longo deste relatório. 2 OBJETIVO Caracterizar a presença de proteínas através de diferentes ensaios. 3 MATERIAIS & REAGENTES 3.1 Materiais Tubos de ensaio; Estante para tubo de ensaio; Pipetas de 1 mL, 2 mL, 5 mL e 10 mL; Peras ou pipetadores; Espátula; Pinça de madeira; Conta-gotas; Caneta esferográfica e Banho-maria. 3 3.2 Reagentes Solução de proteína; Solução saturada de sulfato de sódio; Solução de NaOH 2,5 mol/L; Solução de sulfato de cobre 1%; Ácido nítrico concentrado; Água destilada; Etanol 95%; Acetona e Cloreto de sódio sólido. 4 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS 4.1 Reação de Coloração – Coloração por biureto Em um tubo de ensaio devidamente identificado, TUBO 1, adicionou-se 1 mL de proteína + 5 gotas de NaOH 2,5 mol/L e 3 gotas de sulfato de cobre 1%. Agitou-se o tubo, observou-se e registrou-se o resultado obtido para futuras considerações. Em um tubo de ensaio devidamente identificado, TUBO 2, adicionou-se 1 mL de água destilada + 5 gotas de NaOH 2,5 mol/L e 3 gotas de sulfato de cobre 1%. Agitou-se o tubo, observou-se e registrou-se o resultado obtido para futuras considerações. 4.2 Reação de Precipitação – Precipitação por adição de sais neutros Em um tubo de ensaio devidamente identificado, TUBO 3, adicionou-se 2 mL da solução de proteína + 2 mL da solução de sulfato desódio. Agitou-se o tubo, observou-se e registrou-se o resultado obtido para futuras considerações. 4.3 Reação de Precipitação – Precipitação por ácidos fortes Em um tubo de ensaio devidamente identificado, TUBO 4, adicionou-se 1 mL da solução de proteína + 0,5 mL de ácido nítrico concentrado. Agitou-se o tubo, observou-se e registrou-se o resultado obtido para futuras considerações. 4 4.4 Reação de Precipitação – Precipitação por ação do calor (desnaturação) Em um tubo de ensaio devidamente identificado, TUBO 5, adicionou-se 5 mL da solução de proteína. Após, levou-se o mesmo tubo para banho-maria fervente por aproximadamente 5 minutos. Observou-se e registrou-se o resultado obtido para futuras considerações. 4.5 Reação de Precipitação – Precipitação por solventes orgânicos Em dois tubos de ensaio devidamente identificados, TUBO 6E e 6E, adicionou- se 2 mL da solução de proteína + 4 mL de etanol gelado. Agitou-se e adicionou-se em um dos tubos uma pequena quantidade de NaCl sólido sob agitação. Adicionou-se em seguida, ao mesmo tubo ao qual foi adicionado o NaCl, 6 mL de água destilada e observou-se e registrou-se o resultado obtido para futuras considerações. Em dois novos tubos de ensaio devidamente identificados, TUBO 6A e 6A, foram realizados os mesmos procedimentos descritos acima, substituindo o etanol pela acetona. Os resultados obtidos em ambos os procedimentos foram registrados para comparação e considerações. 5 RESULTADOS & DISCUSSÃO 5.1 Reação de Coloração – Coloração por biureto / Ensaio 1 e 2 A caracterização de proteínas utilizando o método de biureto ocorre devido à interação do cobre com os grupos amidas das ligações peptídicas, originando um complexo de cor violeta, como mostrou a Figura 01. Desta forma, nos devidos ensaios, Tubo 01 e 02, foram observados: Tubo 01 – A reação foi positiva, resultando em uma coloração roxa. Isso porque o ovo é uma proteína de cadeia longa que apresenta ligação peptídica. Tubo 02 – A reação foi negativa, pois a água não tem proteínas na sua composição resultando numa coloração azul, provinda do sulfato de cobre. A Figura 02 a seguir ilustra o resultado experimental obtido. 5 Figura 02 – Reação de coloração por biureto. Fonte: Os autores (2019). 5.2 Reação de Precipitação – Precipitação por adição de sais neutros / Ensaio 3 Quando sais neutros são adicionados em solução, ocorre um aumento da força iônica do sistema (NELSON; COX, 2014). Portanto, quando se adicionou pequenas quantidades de sal ao ensaio – Tubo 03 – de uma solução contendo proteínas, as cargas provenientes da dissociação do sal passaram a interagir com as moléculas proteicas, diminuindo a interação entre elas. Consequentemente, houve um aumento da solubilidade da proteína no meio aquoso. As interações proteína-proteína, favorece a solubilidade das mesmas, ocorrendo o "salting-in". A precipitação de proteínas pela alta concentração de sais é um processo muito importante para a separação de misturas complexas de proteínas, uma vez que a concentração de sal necessária para precipitação é diferente para cada proteína. A Figura 03 abaixo ilustra o resultado experimental obtido para este ensaio. Figura 03 – Reação de precipitação com a adição de sal neutro. Fonte: Os autores (2019). 6 5.3 Reação de Precipitação – Precipitação por ácidos fortes / Ensaio 4 Os cátions de metais pesados como Hg2+, Pb2+, Cu2+, Fe2+, Cd2+ e Zn2+ formam precipitados insolúveis de proteínas. Essa precipitação é mais intensa quando o pH está acima do ponto isoelétrico (pI). Isso porque, acima do pI, a carga líquida sobre a proteína é negativa favorecendo a interação com os cátions provenientes do sal (SOUZA; NEVES, 2011). A precipitação abaixo do ponto isoelétrico pode ser feita através da adição de ácidos fortes. Quando a proteína está abaixo do pI, a carga líquida total da molécula é positiva. Isso facilita a interação da molécula com os ânions provenientes de ácidos como o tunguístico, fosfotunguístico e pírico. A Figura 04, logo abaixo, ilustra o resultado experimental obtido para o ensaio do Tubo 04. Figura 04 – Reação de precipitação por ácido forte. Fonte: Os autores (2019). 5.4 Reação de Precipitação – Precipitação por ação do calor (desnaturação) / Ensaio 5 Segundo Nelson e Cox (2014), as proteínas possuem uma estrutura tridimensional bem definida, da qual dependem fundamentalmente suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Essa estrutura é relativamente sensível à ação do calor, que causa desorganização das cadeias peptídicas, tendo como consequência alteração em suas conformações. Esse fenômeno recebe o nome de desnaturação, e altera as estruturas quaternária, terciária e secundária da proteína sem afetar sua estrutura primária. 7 Portando, como a desnaturação promoverá alterações na estrutura física das proteínas, consequentemente haverá a diminuição da solubilidade da mesma, levando à sua precipitação. Essa precipitação é máxima no ponto isoelétrico da proteína e pode sofrer alterações pela adição de sais. A Figura 05, que se segue abaixo, ilustra o resultado experimental obtido para este ensaio. Figura 05 – Reação de precipitação por ação do calor. Fonte: Os autores (2019). 5.5 Reação de Precipitação – Precipitação por solventes orgânicos / Ensaio 6A e 6E De acordo com Marzzoco e Torres (2015), a solubilidade das proteínas em solventes orgânicos é menor do que em água. Isso acontece porque a capacidade de interação com as partículas de soluto é diferente para cada solvente. A grandeza que mede a capacidade de interação do solvente com o soluto é denominada constante dielétrica. A água apresenta constante dielétrica 80, bastante elevada. Isso significa que em uma solução contendo, exclusivamente, água e moléculas proteicas teremos interações água-proteína e interações proteína-proteína. Nesse caso, podemos afirmar com certeza que o primeiro tipo de interação prevalecerá sobre o segundo porque a água possui grande capacidade de separação das partículas do soluto, por apresentar constante dielétrica elevada. Para os solventes orgânicos a situação é um pouco diferente. Como esse tipo de solvente apresenta valor de constante dielétrica bem inferior à da água, a interação proteína-proteína "vence" o poder de solvatação da água (interação água-proteína), assim proteína precipita. A precipitação por solventes orgânicos depende muito da temperatura. 8 Os solventes orgânicos, quando utilizados a temperaturas baixas, são bastante úteis na separação de misturas de proteínas. A temperaturas mais elevadas esses solventes podem levar à desnaturação por rompimento das pontes de hidrogênio e estabelecimento de interações apolares, importantes na manutenção da conformação proteica. Em prática usou-se dois solventes orgânicos, a acetona e o etanol, e as observações feitas ao se comparar os tubos aos quais foram adicionados NaCl com os tubos aos quais não houve adição de NaCl, é que houve maior precipitação nos ensaios aos quais houve a adição do sal. A adição de cloreto de sódio torna a precipitação maior por causa do efeito salting-out no meio, já que o solvente tenderá a solubilizar primeiro o sal presente, tornando as interações proteína-proteína mais intensas, havendo assim maior quantidade de proteína precipitada, em ambos os casos. As Figuras 06 e 07 abaixo ilustram os resultados experimentais obtidos para estes ensaios, nos quais os tubos à esquerda contém cloreto de sódio e os tubos à direita somente proteína + solvente orgânico. Figura 06 – Reação de precipitação por solvente orgânico / Acetona. Fonte: Os autores (2019). 9 Figura 07 – Reação de precipitação por solvente orgânico / Etanol. Fonte: Os autores (2019). 6 QUESTIONÁRIO Qual a proteínapresente na clara do ovo e quais as suas propriedades ótimas de pH e solvente? A albumina, ou ovoalbumina, é a principal proteína presente na clara de ovos de aves. A clara do ovo consiste em uma mistura de proteínas muito diferentes entre si, nas quais a mais importante é a ovoalbumina, na qual apresenta como principal propriedade a sua solubilidade em água, em soluções fracamente ácidas ou alcalinas, em soluções saturadas de sulfatos e coagulam pela ação de calor. Qual o efeito do álcool sobre a proteína na presença e na ausência do eletrólito (NaCl – cloreto de sódio)? Na presença do eletrólito, ou seja, do cloreto de sódio, o álcool tornará a precipitação maior por causa do efeito salting-out, já que o mesmo tenderá a solubilizar primeiro o sal presente, tornando as interações proteína-proteína mais intensas, havendo assim maior quantidade de proteína precipitada. Já na ausência do eletrólito ocorrerá uma menor precipitação por não acontecer o efeito salting-out, o que tornará as interações proteína-proteína menos intensas, havendo assim menor quantidade de proteína precipitada. 10 7 CONSIRAÇÕES FINAIS As proteínas é a mais importante das macromoléculas do organismo humano. Portanto, para químicos e biólogos é de muita importância saber características e propriedades reacionais das mesmas para estudos e aplicações destes saberes na carreira profissional. Logo o objetivo da prática foi concluído com sucesso, pois a partir da realização desta prática foi possível realizar alguns testes e notar algumas características seja por meio de alterações de coloração, precipitação e solubilidade, permitindo assim os graduandos fazerem reflexões e comprovações sobre a teoria de referência adotada. REFERÊNCIAS BERG, J.M.; TYMOCZKO, J.L. e STRYER, L. Bioquímica. Trad. A.J.M.S. Moreira. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. FRANCISCO Jr., W.E.F. e FRANCISCO, W. Proteínas: hidrólise, precipitação e um tema para o ensino de química. Química Nova na Escola, n. 24, p. 12-16, 2006. MARZZOCO, A.; TORRES, B.B. Bioquímica Básica, 4ª ed., Ed. Guanabara Koogan, 2015. NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios De Bioquímica De Lehninger. 6ª.ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2014. SOUZA, K. A. F. D.; NEVES, V. A. Experimentos de bioquímica. Propriedades Gerais das Proteínas. 200?. Disponível em: <http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/praticas_proteinas/precipitacao_protei nas.htm> Acesso em: 11/05/2019. http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/praticas_proteinas/precipitacao_proteinas.htm http://www.fcfar.unesp.br/alimentos/bioquimica/praticas_proteinas/precipitacao_proteinas.htm
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