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CASO CONCRETO 9 - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL 
 
 
 
 
 
 
 
PARTIDO PROGRESSISTA, com representação no Congresso Nacional, 
representado por seu Presidente xxxxxxxxx, inscrito no CNPJ nºXXXXXXXXXXXXXX, com sede 
na XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, por seu advogado devidamente constituído pela procuração 
anexa, com endereço profissional situado na XXXXXXXXXXXXXXX, onde recebe notificações e 
intimações, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 103, § 2º, 
da CRFB/88, e Lei nº 9.868/99, propor, 
 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO 
 
com base no artigo 103, §2º, da CRFB/88 e n a Lei nº 9.868/99, por omissão do EXMO. SR. 
GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINA em face do descumprimento e da falta de 
emissão de norma regulamentadora do disposto no artigo 37, X, , da Constituição Federal, 
esperando que seja recebida e seguindo as formalidades de estilo, seja distribuída e ao final 
declarada a mora do Poder competente, que inviabiliza a aplicação da norma constitucional, 
conforme será demonstrado ao longo da presente petição, nos termos e motivos que passa a 
expor. 
 
I - DA LEGITIMIDADE 
 
A legitimidade ativa do partido político para a propositura da presente encontra 
assento no artigo 103, VIII, da CRFB/88, e conforme pacificado por esta corte, segundo o 
Ministro Celso de Mello, independe de pertinência temática, os partidos políticos têm 
legitimidade para ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade, independentemente 
da matéria versada na norma atacada. O reconhecimento da legitimidade ativa das 
agremiações partidárias para a instauração de controle normativo abstrato, sem as restrições 
decorrentes do vínculo de pertinência, constitui natural derivação da própria natureza e dos 
fins institucionais, que justificam a existência em nosso sistema normativo, dos partidos 
políticos. Portanto, o Requerente por ser considerado Autor Neutro e Universal encontra-se 
dispensado de demonstrar Pertinência Temática. 
 
II - DA COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
 
Na forma do artigo 102, I, CRFB/88 é de competência originária do STF o 
processamento e julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão. É certo 
que frente a omissão legislativa federal que se discute no caso em questão, a competência 
originária do Supremo Tribunal Federal resta evidenciada. 
 
III - DO CABIMENTO 
 
A competência legislativa dos Órgãos Estatais é um poder-dever, porquanto o 
princípio fundamental do Estado de Direito Republicano exige que o poder político deve ser 
exercido para a realização não de interesses particulares, mas do bem comum do povo (res 
publica). 
Segue-se daí que toda competência dos órgãos públicos, em lugar de simples 
faculdade ou direito subjetivo, representa incontestavelmente um poder-dever. Assim, ao 
dispor a Constituição da República que o Legislativo, o Executivo e o Judiciário são Poderes 
da União, independentes e harmônicos entre si (artigo 2°), reforça o princípio que se acaba de 
lembrar, pois quando os órgãos estatais constitucionalmente dotados de competência 
exclusiva deixam de exercer seus pode res-deveres, o Estado de Direito desaparece. 
Sabe-se ser imprescindível, para o cabimento da ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão a existência de um direito previsto na Constituição Federal 
que não possa ser exercido por ausência de lei especifica e, no caso em tela, tal direito, pode 
ser encontrado no artigo 37, X da CRFB/1988. 
 
IV - DOS FATOS E FUNDAMENTOS 
 
Trata-se de ação declaratória de inconstitucionalidade por omissão, proposta 
pelo Partido Progressista com representação no Congresso Nacional, considerando o 
descumprimento e da falta de emissão de norma regulamentadora do disposto no artigo 37, 
X, da Constituição Federal, o qual prevê a revisão geral anual dos servidores públicos, na 
mesma data e com índices idênticos, para reajuste anual dos servidores públicos do Estado 
de Santa Catarina. 
É nítida a omissão do Governador do Estado de Santa Catarina, do dever de 
encaminhar ao Poder Legislativo projeto de lei que regulamente a revisão geral anual, na 
mesma data e sem distinção de índices, da remuneração dos servidores públicos dessa 
unidade da Federação, conforme o disposto no art. 37, X, da Constituição Federal. 
Cabe salientar que a última revisão remuneratória ocorrida nesse Estado-
membro se deu com a edição da Lei XXXXXXX, de 10/10/2003, assim os servidores acumulam, 
desde então, sucessivas perdas salariais geradas pela inflação, e mesmo após decorrido todo 
esse tempo, não há qualquer sinal de que o Executivo Estadual pretenda cumprir o ditame 
ora destacado. 
Assim, configurado o comportamento omissivo do Chefe do Poder Executivo 
catarinense, corroborado tanto pelos reajustes pontuais concedidos a determinadas carreiras 
estaduais como pela ausência, nas leis orçamentárias dos últimos anos, de dotações visando 
restituir as perdas salariais dos servidores, pretende a presente ação para ver declarada a 
omissão, tendo em vista a inexistência de norma regulamentadora do art. 37, X, da Carta 
Magna, pretendendo-se também o estabelecimento do prazo de trinta dias para que o Exmo. 
Sr. Governador do Estado de Santa Catarina encaminhe ao Poder Legislativo projeto de lei 
específico, destinado a fixar ou manter a periodicidade máxima de 12 meses para reajuste dos 
vencimentos. 
Ademais, a omissão perpetrada pelo Excelentíssimo Sr. Governador afronta 
também, ainda que indiretamente, os preceitos constitucionais estribados no artigo 6º, caput, 
da CRFB, direitos sociais do cidadão como educação, saúde, lazer etc, não apenas para per si, 
mas também para sua família, pois a ausência de reajuste priva diretamente o servidor do 
exercício de tais direitos, considerando a baixa do poder aquisitivo. 
Por fim, e não menos importante, cabe ressaltar que se esta a incorrer em crime 
de responsabilidade, posto que tal omissão atenta contra o cumprimento da Constituição 
Federal, situação que se enquadra no artigo 85, inciso, VII, da CRFB/88, pelo que deve ser 
reconhecida e declarada a inconstitucionalidade por omissão. 
 
V - DO PEDIDO 
 
Pelo exposto, requer a Vossa Excelência: 
 
a) Procedência do pedido para que seja declarada a mora legislativa do Exmo. Sr. 
Governador do Estado de Santa Catarina, na elaboração da Lei espeífica do artigo 37, 
X, CRFB/88; 
b) A notificação do Exmo. Sr. Governador do E stado..., para que como órgão/autoridade 
responsável pela elaboração da Lei, manifeste-se, querendo, no prazo legal; 
c) A notificação, caso Vossa Excelência entenda pertinente, do Exmo. Sr. Advogado-
Geral da União para se manifestar sobre o mérito da presente ação, no prazo de 15 
(quinze) dias, nos termos do artigo 12-E, § 2º, da Lei nº 9.868/99; 
d) A oitiva do Exmo. Sr. Procurador Geral da República para que emita o seu parecer, nos 
termos do artigo 12-E, § 3º, da Lei nº 9.868/99; 
 
 
Protesta ainda pela produção de todos os meios de prova em direito admitidos 
na forma do artigo 14, parágrafo único, da Lei 9.868/99, em especial documental (em anexo 
cópia das decisões judiciais). 
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais) para fins meramente 
procedimentais. 
 
Nestes termos, 
Pede e espera deferimento. 
 
Local, ___ de _______________ de ________. 
 
 
 
ADVOGADO 
OAB/XXXXXXX

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