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APRESENTAÇÃO ORAL - ANTIMICROBIANOS / RESISTÊNCIA / BACTERIOLOGIA CLÍNICA [499] AVALIAÇÃO DA AÇÃO SINÉRGICA DO MEROPENEM E FOSFOMICINA CONTRA PSEUDOMONAS AERUGINOSA E ANÁLISE FARMACODINÂMICA POR SIMULAÇÃO DE MONTE CARLO JAMES ALBIERO *1 ; JOSMAR MAZUCHELI 1 ; SILVANA MARTINS CAPARROZ-ASSEF 1 ; JULIANA PIMENTA DOS REIS PEREIRA BARROS 1 ; FLORISTHER ELAINE CARRARA-MARRONE 2 ; DANIELLE ROSANI SHINOHARA 1 ; MARIA CRISTINA BRONHARO TOGNIM 1 1.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ, MARINGÁ, PR, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA, LONDRINA, PR, BRASIL. Resumo: Introdução: Pseudomonas aeruginosa é um dos principais patógenos causadores de infecções hospitalares com altas taxas de morbimortalidade, e o reduzido arsenal antimicrobiano para combatê-la faz da terapia combinada uma opção viável, devendo ser melhor investigada. Objetivo: Avaliar a ação sinérgica do meropenem (MP) com fosfomicina (FO) contra isolados de P. aeruginosa e o alcance farmacodinâmico. Método: Um total de 19 isolados clínicos de P. aeruginosa de diferentes clusters sendo 10 produtoras de Metalo β-lactamases (MβL) foram incluídas no estudo. Os isolados clínicos foram testados pelo método de checkerboard para determinação de sinergismo in vitro entre MP e FO. Os efeitos das combinações dos fármacos foram classificados como: sinergismo (ΣIFI ≤ 0,5), aditivo ou indiferente (ΣIFI 0,5 - <4) e antagonismo (ΣIFI ≥ 4). A farmacodinâmica do MP e FO foi descrita pela razão da porcentagem de tempo do fármaco livre sobre a CIM (%ƒT>CIM), e considerados adequados valores ≥ 40% e 70%, respectivamente. Foram avaliados esquemas de MP [1 g a cada 8 h (q8h), 1,5 g a cada 6 h (q6h) e 2 g q8h], e FO (4 g q8h, 6 g q6h e 8 g q8h), infundidos (inf) em 0,5 h ou 3 h. para uma população de 10.000 pacientes virtuais gerada por simulação de Monte Carlo através do programa NONMEN v.7.2, sendo consideradas adequadas probabilidade de atingir o alvo (PTA) ≥ 90%. Resultados: Dos 19 isolados avaliados, 15 foram sinérgicos, 4 indiferentes e nenhum demonstrou antagonismo à combinação MP- FO. Para ambos antimicrobianos houve uma importante redução da CIM após a combinação, sendo que 7 dos 13 resistentes ao MP e todos os resistentes a FO (4) tornaram-se sensíveis. Dos 10 isolados MβL, 5 tornaram-se sensíveis ao MP quando combinados à FO. A análise farmacodinâmica evidenciou que MP 1.5g q6h inf 3 h alcançou PTA adequada contra CIM = 4 µg/mL, atingindo 31,6% dos isolados quando usado puro e ampliando a cobertura para 68,4% quando combinado com FO. A FO 6g q6h inf 3h combinada com MP apresentou a melhor performance atingindo PTA adequada em 68,4% dos isolados após sua combinação. Conclusão: Os dados de sinergismo obtidos para os isolados de P. aeruginosa, inclusive produtores de MβL, associado às análises farmacodinâmicas nos permite sugerir que esquemas combinados e otimizados de MP e FO ampliam a ação farmacodinâmica, podendo ser uma alternativa viável no combate das infecções causadas por P. aeruginosa multirresistentes. Palavras-chave: Pseudomonas aeruginosa; terapia combinada; farmacodinâmica - ANTIMICROBIANOS / RESISTÊNCIA / BACTERIOLOGIA CLÍNICA [677] AVALIAÇÃO FARMACODINÂMICA DE LINEZOLIDA ATRAVÉS DA SIMULAÇÃO DE MONTE CARLO CONTRA STAPHYLOCOCCUS SPP ISOLADOS EM UM HOSPITAL ENSINO FRANCIELE VIANA FABRI*1; JAMES ALBIERO1; JOSMAR MAZUCHELI1; MIRIAN NICÉA ZARPELLON2; ELISABETH EYKO AOKI2; MÁRCIA MARIA DOS ANJOS1; SILVANA MARTINS CAPARROZ-ASSEF1; MARIA CRISTINA BRONHARO TOGNIM1 1.UEM, MARINGA, PR, BRASIL; 2.HOSPITAL UNVERSITÁRIO DE MARINGÁ, MARINGA, PR, BRASIL. Resumo: Introdução: Linezolida (LZD) tem sido uma importante opção para o tratamento de infecções causadas por bactérias gram-positivas (BGP) especialmente àquelas do gênero Staphylococcus resistentes à oxacilina. Entretanto a facilidade de sua utilização em relação à vancomicina tem aumentado sua indicação de maneira a acelerar o processo de resistência destas bactérias a este importante fármaco. A otimização do uso de LZD através de parâmetros farmacocinéticos e farmacodinâmicos (PK/PD) pode assegurar a dose ideal e reduzir os riscos do desenvolvimento resistência. Objetivo: Avaliar a probabilidade do alcance do sucesso terapêutico de LZD através da simulação de Monte Carlo (SMC) e comparar esta cobertura à concentração inibitória mínina (CIM) de LZD contra Staphylococcus spp isoladas em um hospital ensino ao longo de seis anos (2011 à 2016). Metodologia: Foram incluídas 1004 amostras clínicas sendo 578 de Staphylococcus aureus e 426 Staphylococcus epidermidis. As CIMs de LZD foram obtidas no sistema automatizado Phoenix BDTM e interpretadas conforme preconizado pelo Clinical and Laboratory Standards Institute 2016. O índice PD de área sob a curva pela CIM (ASC/CIM) para LZD foi avaliado no regime posológico de 0,6g q12h por SMC. A probabilidade de atingir o alvo (PTA) ≥ 0,9 foi considerada adequada e valores de ASC/CIM obtidos entre 80 e 120 foram considerados ideais. Os cálculos foram realizados com CIM entre 0,5 a 8 µg/mL. Resultados: A análise PD demonstrou que apenas para CIMs de 0,5 e 1µg/mL houve alcance da PTA adequada com ASC/CIM entre 80 e 120. No ano de 2011 entre os isolados clínicos de S. aureus, 66% apresentaram CIM = 1µg/mL demonstrando que LZD poderia cobrir adequadamente a maioria dos isolados, porém a partir do ano de 2014 apenas 13% ou menos mostrou CIM ≤ 1µg/mL. A CIM50 de LZD para S. aureus em 2011 era igual a 1µg/mL e aumentou para 2µg/mL em 2014; a CIM90 passou de 2 para 4µg/mL no mesmo período. Já para epidermidis, as CIMs para LZD sempre foram elevadas com CIM90 sendo mantida em 4µg/mL durante os seis anos do estudo. Conclusão: Verificou-se importante elevação na CIM de LZD ao longo dos anos, principalmente para S.aureus, distanciando-se cada vez mais das PTAs adequadas no regime de dosagem convencional de LZD. Esses dados são preocupantes, pois este importante fármaco pode perder sua eficácia para o tratamento das infecções por BGP com CIM elevados limitando seu uso como opção terapêutica. Palavras-chave: Farmacodinâmica; linezolida; staphylococcus spp - ANTIMICROBIANOS / RESISTÊNCIA / BACTERIOLOGIA CLÍNICA [1004] COBERTURA FARMACODINÂMICA DAS QUINOLONAS PARA ESCHERICHIA COLI URINÁRIA: PODEMOS TRATAR AMOSTRAS RESISTENTES? ANA CRISTINA DOS SANTOS MACHADO*1; JAMES ALBIERO1; JOSMAR MAZUCHELI1; RAFAEL RENATO BRONDANI MOREIRA1; LUIZA CAMILA DA SILVA1; MONICA DE SOUZA FERREIRA DE MATTOS1; MARIA CRISTINA BRONHARO TOGNIM1 1.UEM, CAMPO MOURAO, PR, BRASIL. Resumo: Introdução: Ciprofloxacino (CIPRO) e Levofloxacino (LEVO) são fluoroquinolonas amplamente utilizadas no tratamento de infecções do trato urinário (ITU) causadas principalmente por Escherichia coli (E. coli). Baseado nos critérios de sensibilidade dos comitês nacionais e internacionais verifica-se que a resistência as fluoroquinolonas em E. coli aumentou ao longo do tempo, limitando o uso terapêutico. Objetivo: avaliar a Cobertura Farmacodinâmica (PD) alcançada na urina por LEVO e CIPRO e verificar a evolução da concentração inibitória mínima (CIM) desses fármacos contra isolados urinários de E. coli. Metodologia: Foram analisados 870 isolados de E. coli coletados entre 2011-2016 de pacientes com ITU internados em um hospital ensino. O sistema automatizado Phoenix-BD® foi utilizado para a identificação e determinação da CIM. A interpretação de sensibilidade seguiu os pontos de corte (PC) estabelecidos pelos comitês CLSI (Cipro ≤1 e ≥4 µg/mL, Levo ≤2 e ≥8 µg/mL) e BrCAST (Cipro ≤0,25 e >0,5µg/mL, Levo ≤0,5 e >1µg/mL). A análise PD foi realizada em programa R por Simulação de Monte Carlo. A área sob a curva (ASC) na urina dos esquemas orais de LEVO (0,5g a cada 24h [q24h] e 0,75g e 1g q24h), e CIPRO (0,25g, 0,5g q12h e 0,5 q8h) foi estimada por modelo de um compartimento,sendo considerado adequada probabilidade de atingir o alvo (PTA) ≥0,9 e a ASC/CIM ≥125. Resultados: As taxas de resistência para CIPRO foram elevadas tanto para os PC do BrCAST (31,9 a 46,6%) quanto do CLSI (19,83 a 38%) que levam em consideração o nível sérico. Entretanto a análise PD na urina demonstrou que estes isolados categorizados como resistentes poderiam ser tratados com CIPRO atingindo PTA adequada até CIM de 8μg/mL para regimes de 0,25g, 0,5g q12h e CIM 16 μg/mL para regimes de 0,5 q8h. Em relação a LEVO, baseados no PC do CLSI verificou-se um importante aumento no percentual de isolados resistentes entre 2011 (11,9%) e 2016 (38%), porém a análise PD urinária demonstrou que haveria cobertura para estes isolados até a CIM 4μg/mL nos regimes 0,5g q24h e CIM 8μg/mL nos regimes de 0,75g e 1g q24h. Conclusões: A análise PD demonstrou que a concentração urinária de LEVO e CIPRO atingiu PTAs adequadas para CIMs até 4 vezes maiores do que o PC determinado pelos comitês que estabelecem critérios de sensibilidade. Sugerimos que esses PC sejam revistos uma vez que infecções urinárias causadas por isolados considerados resistentes ainda poderiam obter sucesso terapêutico com estes fármacos. Palavras-chave: Escherichia coli; asc urinária; pontos de corte - ANTIMICROBIANOS / RESISTÊNCIA / BACTERIOLOGIA CLÍNICA [459] DERIVADOS DE TETRAHIDROPIRIDINAS COMO INIBIDORES DO MECANISMO DE EFLUXO EM MYCOBACTERIUM ABSCESSUS IVY BASTOS RAMIS*1; JÚLIA SILVEIRA VIANNA1; DANIELA FERNANDES RAMOS1; ANDREA VON GROLL1; NILO ZANATTA2; PEDRO EDUARDO ALMEIDA DA SILVA1 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE, RIO GRANDE, RS, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, SANTA MARIA, RS, BRASIL. Resumo: Introdução: O efluxo é um importante mecanismo de resistência bacteriana aos antimicrobianos. Neste contexto, a introdução de um adjuvante inibidor de efluxo na terapia de doenças infecciosas é uma promissora alternativa para restaurar a eficácia de um antimicrobiano. Substâncias orgânicas como as piridinas atuam como agentes de transferência de prótons, e alguns derivados de tetrahidropiridinas (THP) têm exibido atividade inibidora de efluxo em Mycobacterium tuberculosis e Escherichia coli. Objetivo: Este estudo avaliou 6 derivados de THP como inibidores do mecanismo de efluxo em Mycobacterium abscessus. Metodologia: A linhagem utilizada foi M. abscessus subsp. abscessus (ATCC 19977). O fator de modulação (FM) dos inibidores de efluxo (IE) foi calculado a partir da concentração inibitória mínima (CIM) de amicacina (AMI), ciprofloxacina (CIP) e claritromicina (CLA) na presença e ausência de concentração subinibitória (½ dos CIMs) dos inibidores clásssicos, verapamil (VP), cianeto de carbonilo m-clorofenil hidrazona (CCCP) e clorpromazina (CPZ), e dos derivados de THP: NUNM1, NUNM2, NUNM3, NUNM4, NUNM5, NUNM6. Além disso, avaliou-se a cinética de acumulação intracelular do substrato fluorimétrico (brometo de etídio - BrEt), detectando e quantificando a atividade do mecanismo de efluxo, na presença e ausência de glicose, a partir da qual se determinou a fluorescência final relativa (FFR). O FM reflete a redução dos valores de CIM das drogas na presença dos IEs, sendo considerado significativo quando FM ≥ 4. Resultados: Na presença dos clássicos IEs VP e CCCP, a CIM da AMI e da CLA foi reduzida em 4 vezes (FM=4). Já na presença dos derivados de THP, apenas o NUNM1 apresentou FM significativo, ao reduzir a CIM de AMI, CIP e CLA, em 4, 4, e 8 vezes, respectivamente. Ao avaliar a acumulação do BrEt na presença dos IES clássicos e do derivado NUNM1, pela técnica de fluorometria, NUNM1 apresentou a maior efeito na acumulação do BrEt (FFR sem glicose = 3,2), seguido pelo IE clássico VP (FFR sem glicose = 2,2). Conclusão: Neste estudo é possível destacar NUNM1 como um potencial candidato a inibidor do mecanismo de efluxo em M. abscessus. Pode-se inferir que as mudanças e a posição dos radicais inseridos na estrutura atividade deste derivado foram determinantes para atividade inibitória desta molécula. Palavras-chave: Efluxo; micobactérias; inibidores - ANTIMICROBIANOS / RESISTÊNCIA / BACTERIOLOGIA CLÍNICA [976] EMERGÊNCIA DE A. BAUMANNII ST 216 E 464, A. PITTII ST 63 E A. NOSOCOMIALIS ST 71 E 433 PRODUTORES DE NDM-1 EM UM ÚNICO HOSPITAL DE REFERÊNCIA MATERNO-INFANTIL NO ESTADO DO PARÁ. DANIELLE BRASILIENSE*1; IGOR ALEXANDRE MAGALHÃES1; YAN CORRÊA RODRIGUES1; REBECA SALDANHA FONSECA1; ANA JUDITH PIRES GARCIA QUARESMA1; CINTYA DE OLIVEIRA SOUZA1 1.INSTITUTO EVANDRO CHAGAS, ANANINDEUA, PA, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: A disseminação de bactérias Gram-negativas produtoras de New Delhi metalo-β-lactamase 1 (NDM-1) tem aumentado e se tornado um grave problema de saúde pública. Acinetobacter baumannii e não-baumannii têm sido descritos carreando esta carbapenemase em diversos países. No Brasil estes casos ainda são esporádicos. Neste trabalho nós relatamos a emergência de três espécies de Acinetobacter produtoras de NDM-1 em um único hospital no norte do país. OBJETIVO: Caracterizar os isolados de Acinetobacter produtores de NDM-1 em um hospital de referência materno infantil na cidade de Belém-Pará. METODOLOGIA: os isolados de Acinetobacter foram triados para carbapenemases por PCR (OXA-23, OXA-24, OXA-58, OXA-143, KPC, IMP, VIM, SPM e NDM). Os positivos para NDM foram caracterizados quanto ao perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos, sequenciamento do gene rpoB para identificação das espécies, genotipagem por REP- PCR e MLST de acordo com Instituto Pasteur. RESULTADO: Sete isolados de Acinetobacter foram positivos para detecção do gene blaNDM, seis de sangue total e um de ferida operatória. Apresentaram o mesmo perfil de suscetibilidade aos antimicrobianos, com resistência a ceftazidima (≥ 256), cefepima (≥ 256), ticarcilina ácido clavulânico (≥ 256), piperacilina tazobactam (≥ 128), imipenem (≥ 32) e meropenem (≥ 32) e suscetibilidade a amicacina, ciprofloxacina, gentamicina, tigeciclina e polimixina. O sequenciamento parcial do gene rpoB surpreendentemente revelou três espécies distintas: três isolados de A. baumannii, três A. nosocomialis e um A. pittii. A tipagem por rep-PCR revelou que dois isolados de A. baumannii pertencem a um mesmo clone (>97% simil.) e ao mesmo ST (216) e o terceiro isolado pertence ao ST 464. Os três isolados de A. nosocomialis apresentaram perfis de rep-PCR diferentes, relevando origens clonais distintas e pertencem aos STs 433, 71 e um novo ST. A. pittii revelou ST 63. Estes sequence types são diferentes dos descritos em outros isolados de Acinetobacter produtores de NDM no Brasil. Em conclusão, apresentamos a emergência e disseminação de NDM em diferentes espécies de Acinetobacter em um hospital no norte do país. No nosso conhecimento, este é o primeiro relato de A. nosocomialis produtor de NDM-1 no Brasil, enfatizando a relevância de Acinetobacter não- baumannii como potencial agente de infecções relacionadas à saúde e reservatório de genes de resistência aos antimicrobianos. Palavras-chave: Acinetobacter ; ndm-1; mlst PÔSTER ELETRÔNICO - ANTIMICROBIANOS / RESISTÊNCIA / BACTERIOLOGIA CLÍNICA [997] ALCANCE FARMACODINÂMICO DO CIPROFLOXACINO E LEVOFLOXACINO EM INFECÇÕES SISTÊMICAS E URINÁRIA: OS BREAKPOINTS DO CLSI E EUCAST ESTÃO ADEQUADOS? ANA CRISTINA DOS SANTOS MACHADO*1; JAMES ALBIERO1; JOSMAR MAZUCHELI1; BRUNO BURANELLO COSTA1; ANA PAULA MONTEMEZZO DE FARIAS1; CINTIA WERNER MOTTER1; MARIA CRISTINA BRONHARO TOGNIM1 1.UEM, CAMPO MOURAO, PR, BRASIL. Resumo: Introdução: Existe uma grande diferença entre as concentrações sérica e urinária atingidas por levofloxacino (Levo) e ciprofloxacino (Cipro), entretanto, Clinical and laboratory Standart Institute (CLSI) e European Committee on Antimicrobial Susceptibility Testing (EUCAST) definemapenas breakpoints padronizados e únicos, sem diferenciar se o isolado foi recuperado em infecção urinária ou em outro sitio. Objetivo: Evidenciar a diferença no alcance farmacodinâmico do Levo e Cipro nos sítios sanguíneo e urinário. Metodologia: A análise farmacodinâmica foi realizada por simulação de Monte Carlo no programa estatístico R, gerando uma população virtual de 10.000 pacientes com idade 53,3 ± 10,6; peso 75,8 ± 23,9; clearance de creatinina (CLcr) 90-120mL/min. A área sob a curva (ASC) sanguínea e urinária formada pelos esquemas orais de levo [0,5 g a cada 24horas (q24h); 0,75 g q24h e 1 g q24h], e cipro [0,25 g a cada 12 horas (q12h); 0,5 g q12h; 0,5 g a cada 8 horas (q8h)] foram estimadas por modelo de um compartimento retirados de estudos já publicados. Os breakpoints de Levo e Cipro para enterobactérias definidos pelo CLSI (Cipro ≤1 e ≥4 µg/mL, Levo ≤2 e ≥8 µg/mL) e EUCAST (Cipro ≤0,25 e >0,5 µg/mL, Levo ≤ 0,5 e >1 µg/mL), a probabilidade de atingir o alvo (PTA) ≥ 0,9 e a razão da área sob a curva do fármaco pela concentração inibitória mínima (ASC/CIM) de ≥ 125, foram considerados adequados. Resultados: Em relação a Levo, o esquema de 0,5g em 24h alcançou PTA adequada no sangue para CIM 0,12 µg/mL e na urina para CIM 4 µg/mL. Para esquemas de 0,75g e 1g em 24h houve cobertura adequada no sangue para CIM 0,25 µg/mL e na urina para CIM 8 µg/mL, ou seja, na urina a cobertura foi ampliada em cinco vezes para qualquer um dos esquemas propostos. Em relação aos esquemas de Cipro (0,25g q12h; 0,5 g q12h; 0,5g q8h) foram alcançadas PTAs séricas para CIMs (0,06; 0,12; 0,12 µg/mL), e PTAs na urina em CIMs (8, 8, 16 µg/mL), respectivamente, representando uma cobertura sete vezes maior. Conclusão: A cobertura farmacodinâmica do Levo e Cipro na urina maior que a alcançada no sangue, e a importância dessas quinolonas para o tratamento das infecções urinárias, que são frequentes na população, sugerem a definição de breakpoints de sensibilidade distintos para os microrganismos isolados nestes diferentes sítios de infecção. Palavras-chave: Asc urinária; quinolonas; índice farmacodinâmico - ANTIMICROBIANOS / RESISTÊNCIA / BACTERIOLOGIA CLÍNICA [432] ANÁLISE DA IMPLANTAÇÃO DO PROTOCOLO DE SEPSE EM UM HOSPITAL PRIVADO EM CURITIBA FERNANDA ARNS DE CASTRO*1; VIVIANE MARIA DE CARVALHO HESSEL DIAS1; ANDRÉ LUIZ PARMEGIANI DE OLIVEIRA1; ANDREA CAVALI DA COSTA MEIRA1; FERNANDA FÁTIMA RICCI1; ÉRICA WROBLESKI1; LUCIANE ZANETTI1 1.HNSG, CURITIBA, PR, BRASIL. Resumo: Introdução: Sepse é um conjunto de manifestações graves produzidas por uma infecção. Responsável por 25% da ocupação de leitos em UTI no Brasil e importante causa de óbito hospitalar tardia. Uma das estratégias recomendadas pelo Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), a fim de identificar e manejar casos de Sepse é implantar um protocolo gerenciado, que na instituição onde o estudo foi realizado está implantado desde outubro de 2014. Metodologia: Entre 2015 e 2017 acompanhou-se prospectivamente 518 pacientes incluídos em Protocolo de Sepse, de origem comunitária e hospitalar. Para definição dos casos foi utilizada a classificação do ILAS em vigência na época: sinais de síndrome da resposta inflamatória sistêmica e disfunção orgânica. O intervalo de tempo de acompanhamento foi divido em dois períodos, sendo período 1 (P1) do primeiro trimestre de 2015 ao primeiro trimestre de 2016 (283 pacientes) e período 2 (P2) do segundo trimestre de 2016 ao primeiro trimestre de 2017 (235 pacientes). Foram analisados idade, tempo de realização do antibiótico a partir da identificação do caso e mortalidade até 28 dias do diagnóstico da sepse. Estatisticamente utilizou-se o Teste T de Student. Resultados: Entre 518 pacientes, 249 eram sepse grave ou choque séptico (48%). A média da mortalidade no P1 foi de 35% contra 28% no P2, com diferença estatisticamente significativa (p=0,029). Em relação à idade média não houve diferença (57 e 58 anos respectivamente (p=0,44). Em relação ao tempo para a administração do antibiótico durante o P1 a média era 2 horas e 10 minutos e no P2 este intervalo caiu para 1 hora e 9 minutos com diferença estatisticamente significativa (p=0,0019). Ainda, entre P1 e P2 o percentual de casos de sepse em relação a sepse grave e choque séptico foi de 47% (133/283) para 58% (136/235) demostrando amadurecimento da equipe assistencial no reconhecimento precoce da síndrome, no entanto não foi estatisticamente significativo (p=0,15). Conclusão: Os resultados confirmam que o protocolo de Sepse apresentou melhora significativa em relação ao tempo para realização do antibiótico e mortalidade dos casos incluídos. Palavras-chave: Sepse; protocolo de sepse; mortalidade - ANTIMICROBIANOS / RESISTÊNCIA / BACTERIOLOGIA CLÍNICA [1001] CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DO PLASMÍDEO CARREADOR DO GENE BLAOXA-253 EM ISOLADOS DE ACINETOBACTER BAUMANNII (ACB) DURANTE UM SURTO EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NO PARANÁ ADRIANA PEREIRA DE MATOS*1; RODRIGO CAYÔ DA SILVA1; ANA PAULA STRELING1; CAROLINA SILVA NODARI1; SUELEN BALERO DE PAULA2; FLORISTHER ELAINE CARRARA-MARRONE2; ANA TERESA RIBEIRO DE VASCONCELOS3; ANA CRISTINA GALES4; LUIZ GONZAGA PAULA DE ALMEIDA5 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SãO PAULO - UNIFESP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA - UEL, LONDRINA, PR, BRASIL; 3.LABORATÓRIO NACIONAL DE COMPUTAÇÃO CIENTÍFICA - LNCC, PETRÓPOLIS, RJ, BRASIL; 4.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP, SÃO PAULO, SP, BRASIL; 5.. Resumo: Introdução: A produção da CHDL OXA-143 e suas variantes, OXA-231 e OXA-253, são importantes mecanismos de resistência aos carbapenens em Acb no Brasil. Objetivo: Caracterizar o contexto genético do gene blaOXA-253 em isolados de Acb causadores de um surto em um hospital universitário (HU) do estado do Paraná. Metodologia: Cinco isolados de Acb resistentes aos carbapenens foram obtidos de pacientes internados no HU em fevereiro/2014. A identificação foi realizada pelo MALDI-TOF MS e confirmada pelo sequenciamento do rpoB. A detecção de carbapenemases foi confirmada por PCR/sequenciamento e o teste de sensibilidade foi realizado por microdiluição em caldo. PFGE e MLST foram realizados para análise da clonalidade e ancestralidade. O pool de plasmídeos foi extraído utilizando o Mini Prep Extraction Kit® e quantificado no fluorômetro Qubit® 3.0. As bibliotecas foram construídas utilizando Illumina® TruSeq Nano DNA LT Library Preparation Kit - SetA gerando fragmentos de ~550 pb, e o sequenciamento foi realizado na plataforma Illumina® MiSeq 2x300 bp no modo paired-end. As sequências foram submetidas à montagem utilizando os softwares Newbler 3.0 e Ray 2.3.1. Para anotação automática foi utilizada a plataforma SABIA/LNCC, e para validação manual foram utilizados os softwares NCBI Blast, UniProt, ISFinder e ResFinder 2.1. A circularização dos plasmídeos e a análise in silico dos grupos de replicase (AbGR) foram realizadas no programa Snap Gene®. Resultados: Todos os isolados foram identificados como Acb, relacionados clonalmente, e incluídos no ST25. Resistência à ampicilina/sulbactam (CIMs, 8/4-64/32 µg/mL), ceftazidima (CIMs, 16 µg/mL), ceftriaxona (CIMs, 16-32 µg/mL), cefepime (CIMs, 64 µg/mL), imipenem (CIMs, 32 µg/mL), meropenem (CIMs, 64 µg/mL), amicacina (CIMs, 64-128µg/mL), gentamicina (CIMs, 512 µg/mL) e ciprofloxacino (CIMs, 64 µg/mL) foi observada. Somente minociclina (CIMs, 4 µg/mL), tigeciclina (CIMs, 2 µg/mL) e polimixina B (CIMs, 0,25-1µg/mL) foram ativos contra os isolados. O sequenciamento total dos plasmídeos demonstrou a presença de um plasmídeo nomeado pAb86 (13.453 pb, 14 ORFs e conteúdo G+C=36,79%) carreador dos genes de resistência blaOXA-253, mphE e msrE, sistema de toxina/antitoxina (brnT/brnA), replicase (rep), mobilização (mob e trbI). A resolvase tnpRfoi encontrada; porém, o plasmídeo foi considerado como não tipável. Conclusão: Este é o primeiro relato do gene blaOXA-253, inserido em um novo contexto genético, em Acb no Paraná. Palavras-chave: Bacilo gram-negativo não fermentador; carbapenemase; multirresistência - ANTIMICROBIANOS / RESISTÊNCIA / BACTERIOLOGIA CLÍNICA [1086] ESTUDO DE VIGILÂNCIA PARA RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA EM BACTÉRIAS GRAM-NEGATIVAS CAUSADORAS DE INFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA (ICS): ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS, CLÍNICOS E MICROBIOLÓGICOS HELENA FERREIRA LEAL*1; JAILTON AZEVEDO1; GIULYANA EVELYN OLIVEIRA DA SILVA2; ANGELICA MARIA DE LIMA AMORIM2; LARISSA RANGEL CABRAL DE ROMA2; IANICK SOUTO MARTINS3; EDILANE GOUVEIA4; ANA VERENA MENDES5; MARCIO OLIVEIRA5; MARIA GORETH BARBERINO5; MITERMAYER GALVÃO DOS REIS1; JOICE NEVES REIS PEDREIRA2 1.INSTITUTO DE PESQUISAS GONÇALO MONIZ -FIOCRUZ, SALVADOR, BA, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, SALVADOR, BA, BRASIL; 3.UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, NITEROI, RJ, BRASIL; 4.HOSPITAL DA BAHIA, SALVADOR, BA, BRASIL; 5.HOSPITAL SÃO RAFAEL, SALVADOR, BA, BRASIL. Resumo: Introdução: As ICS são uma das mais prevalentes no ambiente hospitalar e possuem elevadas taxas de morbi-mortalidade. O isolamento de Gram-negativos multirresistentes (MDR) em ICS é considerado uma tendência nos últimos anos, implicando a redução do arsenal terapêutico e aumentando o impacto clínico dessas enfermidades. Dentre as preocupações relacionadas à resistência, destacam-se a produção de enzimas β- lactamases de espectro ampliado e carbapenemases. Objetivos: Descrever o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos e identificar genes de resistência em bactérias Gram-negativas causadoras de ICS em um hospital localizado na cidade de Salvador- BA. Método: Foi realizado um estudo prospectivo, no qual dados clínicos foram coletados através da revisão de prontuários. Micro-organismos foram identificados pelo MALDI-TOF-MS (bioMeriéux); o perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos foi determinado pelo sistema VITEK-2 (bioMeriéux); e a pesquisa de genes de resistência foi realizada através de reações em cadeia da polimerase. Resultados: Foram incluídos no estudo 143 pacientes, dos quais 61,53% (n=88) foram do sexo masculino. A faixa etária mais acometida foi a dos >60 anos, representando 51,04% (n=73) dos casos, e 28.70% (n=41) das infecções foram causadas por patógenos MDR. Foram recuperados 170 isolados bacterianos, dos quais E. coli e K.pneumoniae foram as espécies mais frequentes, ambas representando (50/170) dos casos. K.pneumoniae possuiu a prevâlencia mais elevada de resistência, com 52,0% às cefalosporinas e 10,0% aos carbapenemas, e foi a espécie microbiana com maior prevalência de genes de resistência 37/50 (74,0%). Dentre os genes pesquisados, o bla SHV (n=42) foi mais frequente, seguido por bla TEM (n=37); bla OXA-1 e bla CTX-M-1 (n=22); bla KPC (n=5); bla CTX-M-9 (n=4); bla CTX-M-2, bla VIM, bla GES, bla OXA-48, bla NDM e bla OXA-23 (n=1). Conclusões: O presente estudo descreveu o perfil resistência de bactérias Gram- negativas causadoras de ICS em Salvador pela primeira vez. Os dados aqui apresentados demonstram que SHV, TEM, OXA-1 e CTX-M-1 são variantes enzimáticas predominantes, enquanto CTX-M-9, CTX-M-2, KPC, VIM, GES, OXA-48, NDM e OXA-23 caracterizam-se como enzimas emergentes. As presentes observações corroboram para a compreensão da disseminação da resistência microbiana e constituem-se como um primeiro passo para futuros estudos de caráter multicêntrico, visando evitar a ampla disseminação destes genes de resistência na região. Palavras-chave: Bacteremia; resistência microbiana; bactérias gram-negativas multidroga resistentes - ANTIMICROBIANOS / RESISTÊNCIA / BACTERIOLOGIA CLÍNICA [1070] FREQUÊNCIA DE KPC E PERFIL DE SENSIBILIDADE À POLIMIXINA B E TIGECICLINA EM ENTEROBACTÉRIAS RESISTENTES AOS CARBAPENÊMICOS EM DOIS HOSPITAIS DE PORTO ALEGRE - RS CEZAR VINICIUS WURDIG RICHE*1; LISIANE DA LUZ ROCHA2; DANIELA DA SILVA OLIVEIRA2; LAURA ANTOCHEVIS2; MARCELLE DUARTE ALVES2; DAIANE FREITAS DE OLIVEIRA3; PATRICIA FERNANDES4; CÍCERO ARMÍDIO GOMES DIAS1; JORGE SAMPAIO5; DENUSA WILTGEN4 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 2.LABORATÓRIO WEIMANN - GRUPO FLEURY, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 3.HOSPITAL ERNESTO DORNELLES, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 4.HOSPITAL MOINHOS DE VENTO, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL; 5.GRUPO FLEURY, PORTO ALEGRE, RS, BRASIL. Resumo: Introdução: A detecção de Enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos (ERC), principalmente as produtoras de Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), é de grande importância para ajuste precoce de terapia antimicrobiana e para fins epidemiológicos. A polimixina B é o principal antimicrobiano para o tratamento de infecções causadas por enterobactérias produtoras de KPC. Porém, índices de resistência à polimixina B estão aumentando nestes isolados. Objetivo: Avaliar a frequência de KPC e perfil de sensibilidade à polimixina B e à tigeciclina em ERC. Metodologia: Foram avaliados isolados do período de janeiro a dezembro de 2015, provenientes de dois hospitais terciários privados de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A identificação foi realizada utilizando o sistema Vitek® 2. Para a detecção do mecanismo de resistência foi utilizada a metodologia descrita na ―Nota Técnica da ANVISA Nº 01/2013‖ para Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae. Para todas as demais enterobactérias a presença do gene blaKPC foi avaliada por PCR em tempo real. Para avaliação da sensibilidade à polimixina B e à tigeciclina foi utilizado o método de microdiluição em caldo não automatizada com caldo Mueller-Hinton, conforme os critérios estabelecidos pelo EUCAST. Resultados: Durante o período analisado foram detectados 586 isolados clínicos de ERC, dos quais 68% (399) foram produtores de KPC – dentre estes o microrganismo mais frequente foi a K. pneumoniae (84%), seguido de C. freundii (5,0%), E. cloace (4,0%), S. marcescens (4,0%), e K. oxytoca (3,0%). Foi detectada a maior frequência da enzima KPC em isolados de swab retal, totalizando 59% (234) dos casos. Já em isolados clínicos foram detectados em 41% (155) das amostras. Apenas nos isolados clínicos foram avaliados as CIM de polimixina B e tigeciclina. Para polimixina B 21% (33/155) foram classificados como resistentes (CIM > 2,0µg/ml) e para tigeciclina 11,7% (10/85) foram classificados como resistentes (CIM > 2,0µg/ml). Conclusões: A produção de KPC foi o principal mecanismo de resistência em ERC, sendo K. pneumoniae a espécie mais frequentemente detectada. Nos isolados clínicos de ERC foi observada uma elevada taxa de resistência à polimixina B, o que indica a necessidade de terapia combinada no tratamento empírico das infecções causadas por ERC. A taxa de sensibilidade à tigeciclina de 88,3% subsidia seu uso empírico em terapia combinada no tratamento das infecções causadas por ERC. Palavras-chave: Enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos; polimiina b; tigeciclina - ANTIMICROBIANOS / RESISTÊNCIA / BACTERIOLOGIA CLÍNICA [333] GENES MCR-1 E BLACTX-M PLASMIDIAL DA ESCHERICHIA COLI CODIFICADORES DE RESISTÊNCIA A COLISTINA JOÃO PAULO FERREIRA*1 1.ASCES-UNITA, CATENDE, PE, BRASIL. Resumo: Introdução: A Escherichia coli é uma bactéria Gram-negativa na forma de bastonete, e anaeróbia facultativa. Seu habitat primário é o trato gastrintestinal de humanos e outros animais endotérmicos. É considerada um indicador de qualidade de água e alimentos através da análise de coliformes fecais e tem grande relevância clínica: subdividindo-se E.coli Enteropatogênica ,E.coli Enterohemorrágica,E.coli Enteroagregativa, E.coli Enteroinvasiva,E.coli Enterotoxinogênica nome dado a um grupo de bactériasque habita o intestino dos referidos animais. Grande parte da população desse grupo é formada pela Escherichia coli e, dessa forma, sua presença sugere a possibilidade de haver, naquele local, micro-organismos intestinais capazes de provocar doenças. Objetivo: ressaltar os genes que codificam resistência a Colistina, tendo essa bactéria grande interesse clinico. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão da literatura sendo avaliados artigos científicos publicados nos anos de 2002 a 2015 em revistas indexadas nas seguintes bases de dados SCIELO, Pub Med e Science direct. Desenvolvimento: A descoberta recente de um gene de resistência à colistina transmitido por plasmídeo, mcr-1 emergindo uma necessidade de novos fármacos O gene foi encontrado principalmente em Escherichia coli, mas também foi identificado em outros membros das Enterobacteriaceae em amostras humanas, segundo o estudo Médico Militar Nacional Walter Reed foram testados para Resistência à colistina por Etest. foi relatada a presença de mcr-1 em um tipo de E. coli cultivada de um paciente com uma infecção do trato urinário (UTI) A cepa foi resistente à colistina, mas permaneceu suscetível a vários outros agentes, incluindo amicacina, piperacilina- tazobactam, todos os carbapenem e nitrofurantoína ,outra cepa foi identificada onde o teste de susceptibilidade indicou um fenótipo ESBL .A colistina foi confirmada por microdiluição de caldo, e mcr-1 foi detectado por PCR em tempo real .O sequenciamento do genoma completo (WGS) de MRSN 388634 foi realizado utilizando um sistema PacBio RS II e um sequenciador de bancada MiSeq , MRSN 388634 foi identificado um tipo atipico dessa bacteria abrigando s genes carbapenemase blaKPC-3 e blaCTX-M-55 .MRSN 388634 transportou 15 genes de resistência a antibióticos, que foram abrigados em dois plasmídeos, mas sem carbapenemases.Conclusão : conclui-se que o carater dessa expressao genica e fundamental para compreensao da resistencia dessa bacteria a colistina Palavras-chave: Resistência ; e.coli ; genes - ANTIMICROBIANOS / RESISTÊNCIA / BACTERIOLOGIA CLÍNICA [547] GESTÃO DO USO DE ANTIMICROBIANOS EM UTI: ESTUDO FARMACOECONOMICO DE CUSTO-BENEFÍCIO DA PROCALCITONINA CARLA FERNANDES*1; LEANDRO CARDINAL1; ANNE KAROLLYNE LEITE1; MAYARA AYUMI KOJIMA1; MARCELO MENDONÇA1; JOÃO G HOULY1; GUILHERME H FURTADO2 1.HOSPITAL SANTA PAULA, SAO PAULO, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - EPM, SAO PAULO, SP, BRASIL. Resumo: Introdução: O uso inadequado e excessivo de antibióticos contribui significativamente para aumento das taxas de resistência bacteriana, riscos de eventos adversos e custos. Dentre as estratégias recomendadas para diminuir o uso desnecessário de antibióticos tem se destacado a procalcitonina (PCT), um biomarcador que aumenta em infecções bacterianas e diminui quando os pacientes se curam da infecção. Assim, a procalcitonina pode ser utilizada para apoiar a tomada de decisão clínica para descontinuação da terapia. Objetivo: Analisar o benefício clínico e econômico dos pacientes que realizaram o exame de procalcitonina em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Metodologia: Realizado estudo coorte em hospital privado, em São Paulo/SP. Foram incluídos todos os pacientes ≥18 anos, internado em UTI que realizaram o exame de procalcitonina no período de junho a dezembro/2016. As variáveis analisadas foram: gênero, idade, foco da infecção, agente infeccioso isolado e SAPS-3. Pacientes com PCT <0,5µg/L foram sinalizados pelo farmacêutico clínico para descontinuação da antibioticoterapia conforme protocolo institucional. Foi comparado o tempo de antibioticoterapia utilizado e estimado para quantificar o tempo de redução do uso de antimicrobianos e medir o impacto econômico da prática de descontinuar a antibioticoterapia. Taxa de reinfecção foi avaliada. O estudo foi aprovado pelo Comitê Local de Ética em Pesquisa (1461631). Resultados: 157 pacientes realizaram o exame de PCT, destes, 127 pacientes apresentaram PCT <0,5µg/L, representando 81% dos pacientes. Sendo que 38 (30%) pacientes tiveram o antimicrobiano descontinuado após o resultado da procalcitonina <0,5µg/L. A média de idade dos pacientes foi de 68 ± 28 anos, 50% do gênero feminino, os principais focos infecciosos foram infecção do trato respiratório (68%) e infecção do trato urinário (16%). A redução do tempo de uso de antibióticos foi de 5,1 ± 2,2 dias, com redução de custo de R$ 100.699,36. Houve um caso de reinfecção. Conclusão: A inclusão do exame de procalcitonina na prática clínica e atuação ativa do farmacêutico clínico em um programa de Antimicrobial Stewardship demonstrou ser uma estratégia que impactou na redução da exposição dos pacientes aos antimicrobianos e custos associados. Palavras-chave: Antimicrobial stewardship; procalcitonina; uti - ANTIMICROBIANOS / RESISTÊNCIA / BACTERIOLOGIA CLÍNICA [669] INIBIDORES DO MECANISMO DE EFLUXO COMO ADJUVANTES DE ANTIMICROBIANOS USADOS PARA TRATAR INFECÇÕES COM MYCOBACTERIUM ABSCESSUS JÚLIA SILVEIRA VIANNA*1; IVY BASTOS RAMIS1; FABIA PEIXOTO SILVA1; DANIELA FERNANDES RAMOS1; ANDREA VON GROLL1; PEDRO EDUARDO ALMEIDA DA SILVA1 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE RIO GRANDE, RIO GRANDE, RS, BRASIL. Resumo: Introdução: O tratamento de infecções causadas por Mycobacterium abscessus geralmente é realizado com a administração de antimicrobianos (ATMs), como amicacina (AMI), ciprofloxacino (CIP) e claritromicina (CLA). Apesar de ter sido demonstardo que o M. abscessus apresenta altos níveis de resistência intrínseca aos ATMs, os mecanismos envolvidos nesta resistência ainda são pouco compreendidos. O efluxo é um dos mecanismos possivelmente envolvidos nesta resistência. Objetivo: Este estudo avaliou clássicos inibidores do mecanismo de efluxo como adjuvantes de ATMs utilizados no tratamento de infecções por M. abscessus. Metodologia: Foi utilizada a cepa padrão M. abscessus subsp. abscessus (ATCC 19997) e um isolado clínico M. abscessus subsp bolletii (AT 52). O Fator de Modulação (FM) dos inibidores de efluxo (IE) foi calculado a partir da concentração inibitória mínima (CIM) de AMI, CIP e CLA na presença e ausência de concentração subinibitória (1/2 das CIMs) dos IEs verapamil (VP), reserpina (RSP), cianeto de carbonil m-clorofenil hidrazona (CCCP) e clorpromazina (CPZ). Além disso, avaliou-se a cinética de acumulação intracelular do substrato fluorimétrico brometo de etídeo (BrEt), detecatando e quantificando a atividade do mecanismo de efluxo, na presença e ausência de glicose, a partir da qual se determinou a fluorescência final relativa (FFR). Resultados: A cepa ATCC 19997 foi sensivel a AMI e CLA enquanto na presença dos inibidores VP e CCCP, apresentou redução de 4 vezes do valor do CIM (FM=4). Já, o isolado AT 52, que foi resistente a CIP e CLA, na presença de CCCP, a CIM de CIP e CLA foi reduzida em 4 vezes (FM=4). Além disso, a RSP também reduziu 4 vezes (FM=4) a CIM da CIP. Através da técnica de fluorimetria, o IE que apresentou maior acumulação do BrEt para as cepas ATCC 19997 e AT 52 foi o VP, com RRF sem glicose igual a 2,2 e 1,7, respectivamente. Conclusão: Esta demostração preliminar mostrou o papel do efluxo na susceptibilidade antimicrobiana em linhagens de M. abscessus. A diferença de atividade dos IEs indica maior ou menos especificidade pelas diferentes bombas de efluxo. Por fim, este estudo indica o VP como um potencial inibidor do mecanismo de efluxo, despentando uma perspectiva de associar um adjuvante no difícil tratamento de infecções causadas pelo M. abscessus. Palavras-chave: Mycobacterium abscessus; fluorimetria; efluxo PÔSTER ELETRÔNICO - ANTIMICROBIANOS / RESISTÊNCIA / BACTERIOLOGIA CLÍNICA [434] ANTIMICROBIAL STEWARDSHIP: ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO CLÍNICO PARA GARANTIR A EFICÁCIA E SEGURANÇA DO USO DE ANTIMICROBIANOSLEANDRO CARDINAL*1; CARLA FERNANDES1; RAMY MARINO1; MARCELO MENDONÇA1; JOÃO G HOULY1; GUILHERME H FURTADO2 1.HOSPITAL SANTA PAULA, SAO PAULO, SP, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - EPM, SAO PAULO, SP, BRASIL. Resumo: Introdução: O farmacêutico clínico contribui para a segurança do paciente e uso racional de medicamentos, os resultados alcançados com suas intervenções podem reduzir as taxas de mortalidade, custos e tempo de internação. Programas Antimicrobial Stewardship que dispõem de farmacêuticos têm sido associados a maior adesão às práticas recomendadas na terapia antimicrobiana quando comparados aos programas sem a participação deste profissional. Objetivo: Avaliar os resultados da atuação do farmacêutico clínico na terapia antimicrobiana de pacientes internados. Metodologia: Foi realizado um estudo unicêntrico, observacional, descritivo e transversal em um hospital privado de nível terciário, com capacidade para 200 leitos, sendo 50 de unidades de terapia intensiva (UTI), em São Paulo (SP). Foram quantificadas e analisadas as intervenções farmacêuticas relacionadas à terapia antimicrobiana realizadas durante as visitas multidisciplinares e análises das prescrições médicas, no período de janeiro a dezembro de 2016. As intervenções farmacêuticas foram classificadas de acordo com as categorias de intervenção farmacêutica padronizadas pelo serviço de Farmácia Clínica da instituição. O estudo foi aprovado pelo Comitê Local de Ética em Pesquisa (1461631). Resultados: Foram realizadas 2330 intervenções farmacêuticas (média de 194/mês), das quais 777 (33%) foram para pacientes internados em unidades de internação e 1553 (67%), em UTI. Deste total, foram 1031 (44%) intervenções relacionadas a ajuste de dose conforme função renal, função hepática ou doseamento sérico; 667 (29%) para ajuste de dose e frequência conforme indicação clínica; 309 (13%) relacionadas ao tempo de duração da terapia antimicrobiana; 32 (1%) por duplicidade terapêutica; 98 (5%) para indicação de antibioticoprofilaxia cirúrgica e 183 (8%) para suspensão de antibioticoprofilaxia devido ao tempo de duração. A taxa de aceitação das intervenções pelos prescritores foi de 98%. Conclusão: A atuação do farmacêutico clínico pode contribuir para a segurança e otimização da terapia antimicrobiana dos pacientes internados, principalmente dos pacientes críticos, cujas condições clínicas inspiram avaliações mais detalhadas dos aspectos farmacotécnicos, farmacocinéticos e farmacodinâmicos dos antimicrobianos prescritos. Palavras-chave: Antimicrobianos; farmácia clínica; antimicrobial stewardship - INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE [851] AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS EM TRÊS UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL PRIVADO DE MINAS GERAIS ANDRE LUIZ SILVA ALVIM*1; BRAULIO ROBERTO GONCALVES MARINHO2; CARLOS ERNESTO FERREIRA STARLING1 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL; 2.UNIBH, BELO HORIZONTE, MG, BRASIL. Resumo: Objetivo: avaliar as práticas de higienização das mãos de três Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital privado de Minas Gerais. Metodologia: estudo descritivo, do tipo coorte realizado em três UTIs de um hospital privado de Belo Horizonte no período de janeiro a dezembro de 2016. Foram realizadas 1.100 observações pelos profissionais do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) em relação aos cinco momentos para higienização das mãos (HM) recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O consumo de insumos para higiene de mãos foi avaliado por meio de indicadores do Núcleo de Segurança do Paciente. Utilizou-se para análise de dados a técnica de estatística descritiva (frequência) e coeficiente de correlação de Pearson. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (62480416.1.0000.5126). Resultados: a maior adesão às práticas de HM foi entre enfermeiros (45,65%) e a menor, técnicos de enfermagem (34%). Em relação às ações frente às oportunidades de higiene de mãos destacaram-se baixa frequência ―antes da realização de procedimento asséptico‖ (6,3%) e ―após risco de exposição a fluidos corporais‖ (6,5%). Os profissionais da equipe multidisciplinar realizaram a técnica de HM com maior frequência ―após o contato com o paciente‖ (42,1%) e ―após o contato com áreas próximas ao paciente‖ (32,5%). Destacou-se que a taxa de adesão total variou de 27,3 a 88,2%, com média de 47% (dp: 16,8). Em relação ao uso de sabonete líquido e preparação alcoólica para HM encontrou-se, respectivamente, um indicador de consumo de 32 e 47 ml/paciente-dia. Houve correlação positiva entre o consumo de preparação alcoólica e a taxa de adesão aos cinco momentos recomendados pela OMS (r^2=0,49, p=0,01). Conclusão: os profissionais da equipe multidisciplinar obtiveram baixa adesão aos momentos que precedem o contato com o paciente e após o risco de exposição a fluidos corporais. O consumo de preparação alcoólica e sabonete líquido permaneceram acima do recomendado pela OMS, sendo 20 ml/paciente-dia. Neste estudo, observou-se correlação positiva entre o consumo de álcool para HM e a taxa de adesão aos cinco momentos recomendados pela OMS. Palavras-chave: Lavagem de mãos ; infecção hospitalar; monitoramento - INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE [254] ESTRATÉGIA PARA REDUÇÃO DOS RISCOS DE TRAQUEOBRONQUITE EM UMA UTI DE RECIFE-PE FERNANDA KAROLINE MACEDO NASCIMENTO DE FARIAS*1; DEMETRIUS MONTENEGRO1; NATHALIA GABRIELLA CATÃO FERREIRA VERÇOSA LEITE1; CIBELLE SOARES SATURNINO1; MILLENA RAPHAELA DA SILVA PINHEIRO1 1.RHP, RECIFE, PE, BRASIL. Resumo: Traqueobronquite (TQB) é uma infecção comumente adquirida na unidade de terapia intensiva (UTI) que ocorre com uma incidência que varia de 1,4 a 19%. Esta infecção é considerada um processo intermediário entre a colonização e a pneumonia associada à ventilação mecânica. A definição mais aceita inclui os critérios: febre >38º C sem outra causa, secreções traqueais purulentas, cultura de aspirado traqueal positivo (≥105UFC/mL) e ausência de novos infiltrados à radiografia do tórax. O Real Hospital Português de Pernambuco, é o maior centro hospitalar do Nordeste, oferece a população 135 leitos de UTI adulto, divididos em 08 UTI's. Nos meses de Setembro a Dezembro/16 notou-se um aumento no número de casos de TQB na UTI especial (18 leitos) que tem a característica de ser uma UTI humanizada em que os pacientes ficam acompanhados pelos familiares. Essa unidade apresenta uma taxa de ocupação média de 88,8%, com tempo médio de permanência de 16,11 dias. O percentual de pacientes em uso de traqueostomia nesse período foi de 71,44% e tempo médio de troca do traqueóstomo foi de 58,48 dias. No período em questão foi observado um aumento desse evento infeccioso em cerca de 70% (03 casos de maio a agosto/16 e 10 casos de setembro a dezembro/16), quando foi elaborado um plano de ação para reduzir o risco de ocorrência deste evento. O objetivo do trabalho é descrever as medidas utilizadas nesta UTI para diminuir a incidência de TQB. Após reunião com equipe multidisciplinar, foram definidas algumas ações: implementou-se rotina de troca mensal da cânula de traqueóstomo com elaboração de um documento para o procedimento e criação de rotina escrita (com evidência da realização) para higienização diária da endocânula do traqueóstomo, padronização da higiene oral dos pacientes, vigilância na manutenção da pressão do cuff, com mensuração rotineira e registro em prontuário, sendo incorporada no bundle de prevenção de infecção respiratória. Resultados: Após o início das ações, o número de casos de TQB diminuiu em 90%. Houve redução do tempo médio de permanência desses pacientes na UTI em 05 dias, e o tempo médio de troca do traqueóstomo passou a 35,32 dias. Conclusão: ocorrerá a ampliaçãodessas medidas para as outras unidades do hospital, onde teremos um número maior de casos para avaliar o real impacto, mas de forma preliminar concluímos que houve uma redução importante na incidência de TQB, no tempo de permanência dos pacientes na unidade e na troca do traqueóstomo. Palavras-chave: Traqueobronquite; uti; bundle - ANTIMICROBIANOS / RESISTÊNCIA / BACTERIOLOGIA CLÍNICA [1043] ISOLAMENTO DE AMOSTRAS DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS PROVENIENTES DE BACTEREMIAS EM PACIENTES HEMODIALÍTICOS EM ALTAS CONCENTRAÇÕES DE VANCOMICINA MARALISI COUTINHO BARBOSA*1; MICHEL PENEDO DA VITÓRIA1; RICARDO PINTO SCHUENCK1; KÊNIA VALÉRIA DOS SANTOS1; ANA PAULA FERREIRA NUNES1 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO, VITÓRIA, ES, BRASIL. Resumo: Infecções são a segunda causa de mortalidade de pacientes hemodialíticos. A vancomicina (VC) é o fármaco mais utilizado contra bacteremias por Staphylococcus aureus. A concentração sérica mínima (CSM) eficaz da VC contra S. aureus varia de 10-20 μg/mL. Estudos demonstraram que uma CSM ≤10μg/mL está associada à falhas terapêuticas e pode promover o surgimento de cepas de S. aureus com fenótipo de resistência intermediaria à VC. A implicância clínica e prevalência desse fenótipo ainda não estão bem elucidadas. O objetivo deste estudo foi a seleção de subpopulações com capacidade de crescerem em altas concentrações de VC de 49 amostras de S. aureus isoladas de bacteremias de pacientes hemodialíticos. As subpopulações de S. aureus foram obtidas em ensaio de pressão seletiva onde 10 8 UFC/mL de uma amostra foi inoculada em caldo BHI contendo 0,5 μg/mL de VC. Após 24h de incubação a 37ºC, 1 mL desta suspensão foi inoculada em caldo BHI contendo 1 μg/mL VC, assim sucessivamente até a concentração de 16 μg/mL. As amostras selecionadas nesse ensaio foram denominadas derivadas enquanto as originais de parentais. A concentração mínima inibitória (CMI) para VC foi determinada pela microdiluição em caldo. Análise do perfil autolítico foi realizada nas derivadas isoladas em 16 μg/mL de VC para verificar possíveis alterações de espessamento da parede celular. As amostras de S. aureus Mu50 e Mu3 foram usadas como referência para os testes. Dezessete (35%) amostras cresceram até a concentração de 4 μg/mL, 8 (16%) amostras em 6 μg/mL, 9 (18%) amostras em 12 μg/mL e 15 (31%) amostras em 16 μg/mL de VC. A CMI das amostras parentais variou entre <0,5 e 1 μg/mL de VC e das derivadas <0,5 a 2,0 μg/mL. Em 25 (51%) amostras a CMI das amostras parental e derivada foram iguais, em 21 (43%) amostras houve aumento da CMI da derivada em relação a sua parental e em três (6%) amostras derivadas houve diminuição na CMI em relação a parental. Sete (70%) amostras derivadas apresentaram atividade autolítica menor que suas parentais e em três (30%) amostras não houve diferença. Todas as amostras foram capazes de crescer em altas concentrações de VC indicando uma adaptação fisiológica relativamente rápida sugerindo provável mecanismo de tolerância. A CMI não parece ser bom preditor da capacidade de S. aureus em crescer em altas concentrações de VC. Palavras-chave: Staphylococcus aureus; vancomicina; hvisa - ANTIMICROBIANOS / RESISTÊNCIA / BACTERIOLOGIA CLÍNICA [603] MUTAÇÕES PONTUAIS ASSOCIADAS A RESISTÊNCIA A CLARITROMICINA E LEVOFLOXACINO EM PACIENTES INFECTADOS POR HELICOBACTER PYLORI NO EXTREMO SUL DO BRASIL JÚLIA SILVEIRA VIANNA*1; IVY BASTOS RAMIS1; DANIELA FERNANDES RAMOS1; OTAVIO LEITE GASTAL2; RENATO AZEVEDO SILVA2; PEDRO EDUARDO ALMEIDA DA SILVA1 1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE RIO GRANDE, RIO GRANDE, RS, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE CATOLICA DE PELOTAS, PELOTAS, RS, BRASIL. Resumo: Introdução: A resistência do Helicobacter pylori aos antimicrobianos está, principalmente relacionada a SNPs (polimorfismo de nucleotídeo único) nos genes que codificam os alvos dos antimicrobianos (ATMs). A claritromicina (CLA) está entre os ATMs recomendados como tratamento de primeira escolha, e apresenta como principal mecanismo de resistência a aquisição de mutações na região 23S rRNA. O levofloxacino (LVX), faz parte do tratamento de segunda linha, e a resistência bacteriana está associada a mutações no gene gyrA. Objetivo: Este estudo buscou determinar a frequência de SNPs relacionados a resistência de H. pylori a CLA e LVX. Metodologia: Foram analisadas 80 amostras de biópsia gastrica provenientes de pacientes infectados por H. pylori, coletadas por endoscopia digestiva alta, no Hospital Universitário São Francisco de Paula, na cidade de Pelotaas, RS. A presença de mutações pontuais na região 23S rRNA e no gyrA, foi avaliada por PCR-RFLP e sequenciamento, respectivamente. Resultados: Os SNPs relacionados a resistência a CLA, foram identificados em 8,7% (7/80) das amostras e envolveram mutações nas posições A2143G em 85,7% (6/7), e A2142G em 14,3% (1/7). Em relação ao LVX, foram observados 22,5% (18/80) de SNPs em gyrA, sendo que 83,3% (15/18) identificados no codon 87 e 16,7% (3/18) no codon 91. Foi observada assoiação estatisticamente significativa entre os pacientes resistentes a pelo menos um dos ATMs testados com idade superior a 45 anos (p=0,024). Conclusão: Neste estudo foi encontrada uma frequência de SNPs relacionados a resistência semelhante a detectada anteriormente em outras regiões do Brasil. O elevado consumo, nesta região, de CLA e LVX, para o tratamento de outras infecções poderia explicar por que a resistência é maior em individuos mais velhos, dada a probabilidade cumulativa de exposição a estes ATMs, Portanto, é fundamental monitorar as taxas de resistência as drogas de escolha na terapia para H. pylori. Além disso, o conhecimento das bases moleculares associadas a resistência antimicrobiana poderá servir como ferramenta para o desenvolvimento de uma plataforma de diagnóstico molecular para a detecção da resistência, servindo como importante suporte para a clínica médica, uma vez que a infecção pelo H. pylori é altamente prevalente no extremo sul do Brasil e está associada ao desenvolvimento de doenças gastricas, como a úlcera péptica e o câncer gastrico. Palavras-chave: Helicobacter pylori; resistência; mutações - INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE [741] SURTO DE KLEBSIELLA PNEUMONIAE RESISTENTE A CARBAPENÊMICOS E A COLISTINA EM UTI DE HOSPITAL GERAL VERÔNICA FRANÇA ROCHA*1; THIAGO PEREIRA CAVALCANTI1; GABRIELA TAISSA TEIXEIRA OLIVEIRA1; AIDA RAMOS PEREIRA1; DAYANA ARAUJO OLIVEIRA1; BRIANE MONTENEGRO SANTANA1; LEILA CRISTINA NASCIMENTO MOURA1; MARIA DA CONCEIÇÃO NEVES TEIXEIRA1; MARIANA FREIRE RODAMILANS1; EUCLIMEIRE SILVA NEVES1 1.HOSPITAL GERAL ROBERTO SANTOS, SALVADOR, BA, BRASIL. Resumo: INTRODUÇÃO: Surtos de K. pneumoniae resistentes a carbapenêmicos (KPC) e a colistina foram detectados em diversos centros de saúde. O Hospital Geral Roberto Santos é uma unidade terciária com 640 leitos localizada em Salvador, Bahia. Uma das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) de 20 leitos apresentou surto de KPC resistente a colistina. OBJETIVO: Descrevemos as medidas de controle de surto de KPC resistente a colistina realizadas pelo serviço de controle de infecção hospitalar (SCIH). METODOLOGIA: Após detecção do 1º caso, todos os pacientes foram isolados e implementado swab de vigilância semanal. Coorte-geográfica criada na semi-intensiva para os casos e, posteriormente, outra foi construída em enfermaria. Cerca de 300 colchões danificados da UTI e do hospital foram descartados. Disponibilizadas 6 torres de álcool gel, além de campanha de higienização das mãos e de retirada de adornos. Realizado treinamento em higienização do ambiente pelas enfermeiras do SCIH para funcionários da higienização. Até adequação do processo, o leito da UTI foi higienizado 3 vezes após cada alta, por equipes diferentes. Enfermeiras do SCIHsupervisionaram a limpeza terminal do leito e semanal do setor. O produto da higienização foi modificado de hipoclorito de sódio para derivado amônio de 5ª geração. As cortinas dos leitos retiradas e substituídas por biombos. Reforma na unidade com restauração de mobílias pela manutenção. Descartado excesso de insumos não-limpáveis e reduzido o armazenamento de materiais. Pranchetas e capas de prontuários trocados. Reduzido o número estagiários. Infectologistas do SCIH realizaram visitas para orientar o tratamento dos casos e controlar uso de antibióticos. RESULTADO: De 31/10/2016 até 30/04/2017 foram 32 casos, sendo 28 colonizações e 4 infecções. As culturas eram identificadas pelo Vtek-2 e muitas submetidas ao E-test de colistina. Todas as cepas KPC possuíam mic colistina>16 µg/ml e 100% era sensível a amicacina (mic 4-8 µg/ml). Dezembro/2016 apresentou o maior número de casos, com total de 9 colonizações, seguido de redução progressiva até o mês de abril/2017 que registrou 2 casos, sendo 1 de infecção. A taxa de mortalidade dos casos de infecção foi de 100% . O tratamento utilizado foi a associação de carbapenêmicos e amicacina. CONCLUSÃO: Atividades integradas do SCIH com diversos setores do hospital podem auxiliar no controle de surtos de bactérias multirresistentes, reduzindo não-conformidades do ambiente e dos processos de trabalho. Palavras-chave: Surto mdr; kpc colistina resistente; uti - ANTIMICROBIANOS / RESISTÊNCIA / BACTERIOLOGIA CLÍNICA [168] VIRULÊNCIA E CLONALIDADE DE PSEUDOMONAS AERUGINOSA ISOLADAS DE PACIENTES HOSPITALIZADOS EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL E PEDIÁTRICA DE UM HOSPITAL DE ENSINO EM BELÉM, PARÁ. YAN CORRÊA RODRIGUES*1; ARTHUR HENRIQUE PINTO MACIEL2; ISMARI PERINI FURLANETO1; MARÍLIA LIMA CONCEIÇÃO2; ELISETH COSTA OLIVEIRA DE MATOS3; KARLA VALÉRIA BATISTA LIMA2 1.PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA NA AMAZÔNIA, UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL; 2.SEÇÃO DE BACTERIOLOGIA E MICOLOGIA, INSTITUTO EVANDRO CHAGAS, ANANINDEUA, PA, BRASIL; 3.DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA, UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ, BELÉM, PA, BRASIL. Resumo: Pseudomonas aeruginosa é um patógeno oportunista causador diferentes tipos de infecções. Seu amplo arsenal de virulência, com destaque ao sistema de secreção do tipo III (T3SS), têm contribuído para o aumento das taxas morbidade, mortalidade e custos para tratamento. A aplicação de métodos moleculares auxiliam na compreensão da dinâmica de transmissão e infecção por micro-organismos de alto grau de patogenicidade. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo detectar a presença de genes de virulência relacionados ao T3SS, bem como a relação clonal de P. aeruginosa isoladas de pacientes hospitalizados em UTI neonatal e pediátrica de um hospital de ensino em Belém, Pará. Um total de 42 isolados de P. aeruginosa recuperados de pacientes hospitalizados nas UTI neonatal e pediátrica da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, obtidos no período de 2010 a 2013 a partir de diversos sítios de infecção, foram incluídos no estudo. A detecção dos genes de virulência relacionados ao T3SS (exoS, exoU, exoT e exoY) foi realizada pela técnica de reação em cadeia mediada pela polimerase (PCR) e a avaliação da clonalidade através de rep-PCR no Sistema DiversiLab®. Testes de independência (G/Exato de Fisher) foram aplicados para verificar a associação entre a presença dos genes de virulência e as e as diferentes UTI e sítios de isolamento, sendo considerados significativos valores de p ≤ 0.05. Dos 42 isolados, 23 (54.8%) foram recuperados de pacientes hospitalizados na UTI neonatal e 19 (45.2%) na UTI pediátrica. Quanto aos sítios de infecção, 22 (52.4%) foram isolados de corrente sanguínea, oito do trato respiratório (19.0%) e 12 de outros sítios de infecção (28.6%). Os genes do T3SS foram detectados nas seguintes frequências: exoS (42/42, 100%), exoU (23/42, 54.8%), exoT (30/42, 69.0%) e exoY (31/42, 73.8%). O gene exoT foi detectado com frequência significativamente maior na UTI pediátrica (p=0.0372) e o gene exoU em amostras de diversos sítios de infecção (p=0.0055). Quanto a clonalidade, foram identificados 34 padrões, sendo 30 únicos. O padrão P1 compreendeu dois isolados recuperados na UTI neonatal; os padrões P10 e P15 compreenderam ambos dois isolados recuperados na UTI pediátrica; o padrão P20 compreendeu seis isolados, sendo cinco recuperados na UTI neonatal e um recuperado na UTI pediátrica. Os resultados indicam alto potencial de virulência das cepas de P. aeruginosa isoladas nas UTI do local de estudo, bem como a transmissão destas entre as UTI. Palavras-chave: Virulência; clonalidade; hospital de ensino PÔSTER ELETRÔNICO - ARBOVIROSES [690] ALTERAÇÕES TERATOGÊNICAS EM FETO DE MACACA MULATTA GESTANTES INFECTADAS COM A CEPA ESPÍRITO SANTO DO VÍRUS ZIKA NOEMI ROVARIS GARDINALI*1; TATIANA KUGELMEIER2; CARLOS OTÁVIO VIANNA3; ANNE LOUISE PARADA FARIA3; DEBORA ROCHA RENNA3; RENATO SÉRGIO MARCHEVSKY1; JAQUELINE MENDES DE OLIVEIRA3; MÁRCIO PINTO DE CASTRO3; MARCELO ALVES PINTO3 1.FIOCRUZ/BIOMANGUINHOS, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 2.FIOCRUZ/ICTB, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL; 3.FIOCRUZ/IOC, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. Resumo: A rápida disseminação do vírus Zika (ZIKV) nas Américas é considerada pela OMS uma das mais graves emergências de saúde pública. O ZIKV, pertencente à família Flaviviridae, é um arbovírus transmitido por mosquitos do gênero Aedes e se encontra disseminado no Brasil. Recentemente, o ZIKV tem sido associado a casos de microcefalia em fetos cujas mães tenham sido infectadas com o vírus durantea gestação. O presente estudo teve como objetivo investigar os aspectos virológicos e as consequências clínicas da transmissão vertical do ZIKV em macacas rhesus (Macaca mulatta) gestantes infectadas com a cepa brasileira circulante. Foram selecionadas duas macacas gestantes, AB68 e AD14, soronegativas para ZIKV, dengue e febre amarela. As macacas foram inoculadas aos 78º (AB68) e 51º (AD14) dias gestacionais com 10 7 PFU/ml da cepa Espírito Santo pela via subcutânea. A infecção viral foi monitorada pela detecção do RNA viral no soro e urina por RT-qPCR, de anticorpos neutralizantes no soro por PRNT, e do desenvolvimento fetal por ultrassonografia. O vírus foi detectado aos 2º e 8º dias após a inoculação (dpi) no soro e entre o 5º e 7º dpi na urina da macaca AB68. A macaca AD14 apresentou uma viremia mais curta, detectada nos dias 2 e 4 após a infecção, porém o genoma viral não foi detectado na urina. Nas duas macacas, anticorpos neutralizantes foram detectados no 4º dpi, atingiram o pico aos 12 dpi e se mantiveram elevados até o final do experimento, 4 meses após a infecção. Durante a fase virêmica, as macacas não apresentaram febre e conjuntivite, embora áreas exantemáticas tenham sido observadas em ambas. O feto da macaca AB68 apresentou alterações teratogênicas neurológicas desde o 18º dpi (aos 69 dias gestacionais) e continuaram sendo observadas ao longo da gestação. Após o nascimento por parto natural, o animal foi eutanasiado em função das graves alterações presentes. O feto da macaca AD14 não apresentou alterações morfológicas ao longo da gestação e também foi eutanasiado após o nascimento. Embora o genoma viral do ZIKV não tenha sido detectado em nenhum dos tecidos analisados após a necropsia dos fetos, ambos obtiveram altos títulos de anticorpos neutralizantes. O presente estudo demonstrou que a infecção pela cepa Espírito Santo do ZIKV em macacas gestantes com quadro clínico brando pode resultar em alterações neurológicas fetais. Análises imunopatológicas estão sendo realizadas para investigar as diferenças observadas nas macacas avaliadas. Palavras-chave: Zika vírus; macaca mulatta; alterações teratogênicas - ARBOVIROSES [425]CÉLULAS MUSCULARES ESQUELÉTICAS DE EMBRIÃO DE GALINHA PRODUZEM VÍRUS VACINAL DA FEBRE AMARELA APÓS INFECÇÃO EXPERIMENTAL YULI RODRIGUES MAIA DE SOUZA*1; PEDRO PAULO DE ABREU MANSO1; BARBARA CRISTINA EUZEBIO PEREIRA DIAS DE OLIVEIRA1; MÁRCIA ANDREIA BARGE LOUÇÃO TERRA1; THALITA PASCHOAL SILVA1; IEDA PEREIRA RIBEIRO1; LIDIANE MENEZES SOUZA RAPHAEL1; MYRNA CRISTINA BONALDO1; MARCELO PELAJO MACHADO1 1.INSTITUTO OSWALDO CRUZ/FIOCRUZ, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. Resumo: Introdução: A Febre Amarela (FA) é uma doença infecciosa associada a um flavivirus que acomete populações das regiões subsaariana da África e tropical da América do Sul. A melhor forma da prevenção é através da vacinação em massa das pessoas que residem ou trabalham em áreas onde a doença é endêmica. A produção da vacina é feita pela inoculação do vírus vacinal - FA 17DD – em ovos embrionados de galinha. Recentemente, nosso grupo descreveu quais órgãos e tecidos destes embriões são responsáveis pela biossíntese de partículas virais e o tecido muscular esquelético se mostrou o principal sítio de replicação viral neste modelo (Manso et al. PLoS NTD 9(9): e0004064 e Manso et al. PLoS One 11 (5): e0155041). Objetivo: Continuando essa investigação, o presente trabalho teve como objetivo caracterizar fenotipicamente as células musculares esqueléticas infectadas pelo FA- 17DD para determinar a fase da diferenciação celular mais produtiva em termos de infecção e produção viral in vitro. Metodologia: Culturas primárias de células musculares obtidas de embriões de galinha com 11 dias de desenvolvimento foram infectadas com vírus FA-17DD no momento do plaqueamento e após 5, 24 e 120 horas de cultivo. Em cada uma destas condições, as células foram fixadas depois de 24, 48 e 72 horas de infecção e submetidas a imunofluorescência indireta para detecção de Pax 7, miosina e proteínas do vírus da febre amarela, para posterior leitura em microscópio confocal a laser. O extrato das células foi submetido a técnica de nested-PCR utilizando primers específicos para detecção dos RNAs genômico e intermediário replicativo e o sobrenadante das culturas foi coletado para quantificação viral por PFU. Resultados: As células musculares esqueléticas de embriões de galinha foram susceptíveis à infecção em todos os estágios de diferenciação celular, tendo sido positivas para a detecção de proteínas virais desde células comprometidas com a linhagem miogênica (Pax 7 +) a fibras totalmente diferenciadas (miosina +). Além disso, a infecção neste sistema foi confirmada pela detecção do RNA genômico e do intermediário replicativo, sugerindo que há replicação viral, e o PFU constatou a permissividade da cultura uma vez que foram produzidas partículas virais infecciosas. Conclusão: Estes resultados contribuem para o entendimento da produção de vírus FA17DD em embriões e abrem novas possibilidades para o desenvolvimento de métodos alternativos à vacina baseados em cultura de células. Palavras-chave: Febre amarela ; 17dd; células musculares - ARBOVIROSES [457] EFEITOS ADVERSOS COM O USO DE PARACETAMOL E DIPIRONA NO MANEJO DA FEBRE EM CASOS DE DENGUE MÔNICA BAUMGARDT BAY*1; IARA MARQUES DE MEDEIROS1; NATÁLIA DANIELE NUNES DE MEDEIROS1; OCTÁVIO SABOIA DANTAS1; KAROLINE DUARTE REGO1; CECÍLIA GURGEL LIMA1; DYEGO LEANDRO BEZERRA DE SOUZA1 1.UFRN, NATAL, RN, BRASIL. Resumo: Introdução: A dengue é doença endêmica no Brasil e em mais de 100 países. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a utilização do paracetamol para o controle da dor e febre em pacientes com dengue, porém essa medicação apresenta potencial hepatotóxico. A dipirona é prescrita em alguns locais para manejo desses sintomas, embora apresente potencial mielotóxico. Objetivo: Avaliar o uso de paracetamol e/ou dipirona no manejo da febre na dengue, considerando seus potenciais efeitos adversos. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática, conduzida de acordo com o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). As bases de dados Cochrane, PubMed, Scopus, Web of Science, MedCarib, LILACS, SciELO, PAHO, WHOLIS, IBECS e CUMED foram pesquisadas com a chave de busca "dengue" and ("paracetamol" or "acetaminophen" or "dipyrone" or "metamizole"). Foram incluídos ensaios clínicos, estudos de coorte e de caso-controle, sem restrição de idioma. As variáveis analisadas foram título do estudo, autor, revista e ano de publicação, tamanho amostral, desenho e local do estudo, população, idade média dos participantes, critério diagnóstico utilizado, critérios de exclusão, drogas usadas, dose medicamentosa utilizada e desfecho(s). Resultados: Foram encontrados 273 artigos. Após a exclusão dos duplicados restaram 94 para análise. Destes, 35 foram excluídos após a análise do título e 50 após a leitura do resumo, por se tratarem de relatos de caso, artigos de revisão ou não abordarem a terapia medicamentosa com paracetamol e/ou dipirona na dengue. Nove artigos foram lidos na íntegra, sendo seis incluídos na análise final, um ensaio clínico randomizado (ECR), um ensaio aberto, dois estudos de coorte prospectiva e dois estudos de coorte retrospectiva. Em apenas um estudo de coorte prospectiva (Colombia, 2005) que avaliou 110 pacientes, dipirona foi associada a plaquetopenia, quando utilizada nos primeiros 4 dias de doença. Os dois estudos retrospectivos (Martinica, 2010 e Guiana Francesa, 2016) associaram o uso de paracetamol com hepatite fulminante e elevação de transaminases, respectivamente. O ECR realizado na Venezuela em 2015, comparou diretamente paracetamol com dipirona em 79 crianças com dengue com sinais de alarme. Não houve diferença significativa nos valores do hemograma e transaminases entre os grupos. Conclusões: Apesar dos poucos estudos, o uso de dipirona em pacientes com dengue parece ser uma alternativa segura. Palavras-chave: Dengue; paracetamol; eventos adversos - ARBOVIROSES [199] GEORREFERENCIAMENTO DOS VETORES (AEDES AEGYPTI E AE. ALBOPICTUS) RESPONSÁVEIS PELA TRANSMISSÃO DE ARBOVIROSES E SUA CORRELAÇÃO COM OS DADOS METEOROLÓGICOS NO QUARTO DISTRITO (XERÉM) DE DUQUE DE CAXIAS, RJ. VIVIANE CAMARA MANIERO*1; LIGIA MARA CAMARGO COELHO2; DÉBORA ALMEIDA DIAS DE SOUZA2; PAULO SERGIO CERQUEIRA RANGEL2; FABIANA BATALHA KNACKFUSS2; CRISTIANE DA CRUZ LAMAS2; SERGIAN VIANNA CARDOZO2 1.UNIGRANRIO, NILOPOLIS, RJ, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE UNIGRANRIO, RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL. Resumo: Introdução Dengue (DEN), Chikungunya (CHIK) e Zika vírus (ZIKV) atualmente são importantes arbovírus em circulação no Brasil. Segundo os dados de 2015, Duque de Caxias (DC) se encontra em estado de risco e alerta para estas viroses, pela identificação de alta prevalência dos vetores. Objetivo Georreferenciar os vetores no quarto distrito de DC (Xerém), RJ e determinar o risco de transmissão de arboviroses de acordo com os índices meteorológicos observados. Metodologia Com a utilização da inovação tecnológica de Monitoramento Estratégico e Controle Epidêmico (MECE) foram visitadas 2.902 residências de um total de 8.000 localizadas em áreas urbanizadas de Xerém, sendo 1462 em março e 1440 em junho de 2015. Durante as visitas mensais foram coletadas, respectivamente, um total de 920 e 197 fases imaturas dos referidos vetores, sendo 712 de Ae. aegypti e 405 de Ae. albopictus. A identificação das fases imaturas foi realizada seguindo a chave dicotômica de Consoli & Lourenço-de-Oliveira (1994), para posterior determinação do Índice de Infestação Predial (IIP). Além disso, os endereços dos locais onde foram encontradas as fases imaturas foram georreferenciados através das ferramentas de domínio público disponibilizadas pelo Google, o My Maps e o Google Earth. Resultados O IIP para Ae. aegypti em março foi de 11,8% e para Ae. albopictus, 8,1%.Em junho, houve uma sensível redução deste IIP para 2,0% e 1,3%, respectivamente. Março de 2015 foi considerado chuvoso em Xerém, pela constância de precipitação (16 dias) com temperatura média 25,1oC (máx. 31oC; mín. 20oC), com um acúmulo mensal de 240mm. Em junho foram observados apenas três picos de precipitação acima de 28mm, com um acúmulo mensal de 160mm, com temperatura média 20,8oC (máx. 31oC; mín. 13oC). O georreferenciamento das fases imaturas, demonstrou as espécies de Ae. aegypti e Ae. albopictus representadas em um mapa da região estudada. O geoprocessamento dos depósitos onde foram encontradas as fases imaturas demonstrou que os incluídos no grupo B (pequenos depósitos móveis) e D (depósitos passíveis de remoção) foram os mais observados. Conclusões Os dados apontam para uma correlação positiva entre os índices de precipitação e temperatura com a proliferação das fases imaturas destes vetores e ratificam a necessidade de intensificação de ações de combate nos períodos chuvosos do ano. É importante ressaltar a presença de Ae. albopictus na área urbana estudada, vetor secundário para DEN, mas primário para CHIK. Palavras-chave: Aedes aegypti; aedes albopictus; arboviroses - ARBOVIROSES [996] INFORMATIZAÇÃO DAS NOTIFICAÇÕES E DO PROTOCOLO CLÍNICO DE ATENDIMENTO DOS CASOS SUSPEITOS DE DENGUE EM UPAS DE FORTALEZA/CE: REDUÇÃO DE CUSTOS E DE MORTALIDADE MATHEUS ALVES DE LIMA MOTA*1; BREITNER GOMES CHAVES1; ANA KARINE GIRÃO LIMA1 1.ISGH - INSTITUTO DE SAÚDE E GESTÃO HOSPITALAR, FORTALEZA, CE, BRASIL. Resumo: Introdução: Em 2015, houve epidemia da doença em Fortaleza, com 11.631 casos confirmados atendidos em 9 UPAs, com 15 óbitos (1,28 a cada 1.000 casos confirmados). Trata-se de doenças de notificação compulsória e os enfermeiros dedicam parte do seu tempo ao preenchimento das notificações. Nas UPAs de Fortaleza, foram notificados 13.631 casos em 2015, correspondendo a 908h de trabalho de Enfermagem e R$ 19.519,00 de salário. Objetivo: Descrever ações implantadas em UPAs de Fortaleza para garantir uniformidade no atendimento e otimizar as notificações dos casos suspeitos de dengue. Metodologia: A partir da revisão de 100 prontuários de pacientes com suspeita de dengue atendidos nas UPAs do município, foram identificadas ações em desacordo com o Protocolo do Ministério da Saúde em 80% dos casos. Foram implementadas medidas baseadas no mesmo protocolo: criação de fluxograma de atendimento; padronização de hidratação oral na emergência para pacientes do grupo B; treinamentos para identificação precoce de sinais de alarme para a equipe assistencial. Em seguida, o fluxograma foi informatizado e automatizado a partir do atendimento médico, com início em 01/01/2016. A ação consiste em sequência de perguntas sobre quadro clínico e exame físico, necessárias para classificar em grupo A, B, C ou D. Ao final, o sistema informa o grupo, sugerindo conduta: solicitação de exames, prescrição de hidratação e indicação de observação ou internação. Em relação às notificações, foi criado sistema automatizado, que capta todas as informações do cadastro e atendimento médico, gerando ficha de notificação em arquivo pdf, sem necessidade de impressão para envio. Resultados: Em 2016, as 9 UPAs tiveram 15.266 casos confirmados de dengue, com 5 óbitos (0,32 a cada 1000 casos confirmados), uma redução de 75% em relação a 2015. Dos 15.413 protocolos abertos em 2016, 62% eram do grupo A, 27% do B, 10% do C e 1% do D. Em 2015, 43% das notificações de dengue de Fortaleza eram das UPAs. Em 2016, o percentual passou para 74,7%, quando foram realizadas 35.899 notificações pelo sistema, poupando 2.394h de trabalho de Enfermagem e economizando R$ 51.407,36, além de R$ 5.858,71 com impressos, totalizando economia anual de R$57.266,07. Conclusão: A partir da automatização das notificações e do processo de atendimento dos pacientes com dengue, é possível reduzir mortalidade, aumentar segurança e qualidade no atendimento, otimizar o trabalho da Enfermagem e reduzir custos com notificação. Palavras-chave: Dengue; arbovirose; upa - ARBOVIROSES [821] MICROCEFALIA: SUBNOTIFICAÇÃO EM ALAGOAS E NO NORDESTE BRASILEIRO LAÍS VIRGÍNIA DE LIMA SILVA*1; MARION DE ALMEIDA CAVALCANTE MELO1; CARLOS HENRIQUE SILVA DE MELO1; CRISTIANE MONTEIRO DA CRUZ1 1.CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC, MACEIO, AL, BRASIL. Resumo: No ano de 2015, foi observado um aumento expressivo no nascimento de crianças com microcefalia, inicialmente no estado de Pernambuco e, posteriormente, em outros estados da região Nordeste (NE), como Alagoas (AL). Estudos desenvolvidos no Brasil detectaram o ZIKV no líquido amniótico de 2 gestantes da Paraíba cujos fetos foram confirmados com microcefalia através do ultrassom. Indicando, assim, uma possível associação do aumento da incidência de microcefalia em recém-nascidos com a chegada do ZIKV, tornando-se um problema de saúde pública. É uma anomalia congênita caracterizada pelo inadequado desenvolvimento cerebral, que resulta em alterações motoras e cognitivas de acordo com o grau de acometimento. O presente trabalho objetiva a análise e a comparação de dados sobre o padrão epidemiológico da microcefalia em AL e a região NE, através de um estudo transverso retrospectivo a partir de boletins epidemiológicos (BE) fornecidos pela Secretaria de Vigilância em Saúde, no período compreendido entre 2015 e 2017, totalizando 73 boletins, dos quais 6 foram específicos para Microcefalia (8,22% do total). Foram utilizados os 6 BE, que possuíam dados de casos suspeitos notificados e incidência em AL e NE. As semanas epidemiológicas (SE) de 46 de 2015 a 49 de 2016 foram consideradas para este estudo. E a partir da análise dos BE, no intervalo correspondido entre a SE 46 de 2015 e a SE 49 de 2016, observou-se que AL apresentou um aumento expressivo no número de notificações de casos suspeitos de Microcefalia. O número de casos na semana 46 de 2015 foi 739 (100%) na região NE, dos quais 10 (1,35% no total do NE) correspondiam à AL. Já na semana 49 de 2016 foram 2.608 (100%) casos no NE, dos quais 129 (4,95% no total do NE) correspondiam à AL, que inicialmente ocupava a 6ª colocação geral e passou a ocupar a 7ª colocação em relação aos demais estados do NE. É uma temática ainda recente, na qual estão sendo realizados estudos com o fito de identificar se os casos de microcefalia são uma consequência direta da ação do ZIKV durante o período gestacional. Observa-se a carência de notificação revelando a realidade atual do estado de AL. Dessa forma, é fundamental que a suspeita de microcefalia seja notificada de forma adequada nos casos em que haja relação com o vírus da Zika e sobretudo necessita-se da criação de subsídios voltados à atenção em saúde, permitindo uma melhor orientação dos profissionais e o conhecimento mais abrangente da doença. Palavras-chave: Microcefalia; alagoas; aspectos epidemiológicos - ARBOVIROSES [710] NOTIFICAÇÃO NÃO-COMPULSÓRIA DE ZIKAVÍRUS COMPROMETE O TRATAMENTO DA POPULAÇÃO EM ALAGOAS E NO NORDESTE BRASILEIRO LAÍS VIRGÍNIA DE LIMA SILVA*1; CARLOS HENRIQUE SILVA DE MELO1; MARION DE ALMEIDA CAVALCANTE MELO1; CRISTIANE MONTEIRO DA CRUZ1 1.CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC, MACEIO, AL, BRASIL. Resumo: O Brasil (BR) apresenta elevados índices de flavoviroses devido ao seu clima tropical e a integração do campo com a cidade corroborando com a transmissão de patologias interespécies e intraespécies. O primeiro relato de ZIKV no BR ocorreu em 2015, confirmado pelo Laboratório Nacional de Referência do BR na Bahia. A Zika é uma doença viral aguda, transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus que apresenta como manifestações clínicas exantema maculopalpular pruriginoso, febre intermitente e hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido.
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