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Aluno: Francisco Nicácio do Nascimento – Estácio de Sá Alexandrino-Natal/RN DIREITO PROCESSUAL PENAL II - CCJ0041 Título Caso Concreto 1 Descrição Na tentativa de identificar a autoria de vários arrombamentos em residências agrupadas em região de veraneio, a polícia detém um suspeito, que perambulava pelas redondezas. Após alguns solavancos e tortura físico-psicológica, o suspeito, de apelido Alfredinho, acabou por admitir a autoria de alguns dos crimes, inclusive de um roubo praticado mediante sevícia consubstanciada em beliscões e cusparadas na cara da pessoa moradora. Além de admitir a autoria, Alfredinho delatou um comparsa, alcunhado Chumbinho, que foi logo localizado e indiciado no inquérito policial instaurado. A vítima do roubo, na delegacia, reconheceu os meliantes, notadamente Chumbinho como aquele que mais a agrediu, apesar de ter ele mudado o corte de cabelo e raspado um ralo cavanhaque. Deflagrada a ação penal, o advogado dos imputados impetrou habeas corpus, com o propósito de trancar a persecução criminal, ao argumento de ilicitude da prova de autoria. Solucione a questão, fundamentadamente, com referência necessária aos princípios constitucionais pertinentes. O Art. 5ª, LVI, da CF/88 e do art. 157 do CPP, que proíbem a utilização das provas ilícitas nos processos são pautadas pelo os Princípio da Vedação de prova ilícita, do devido processo legal e da dignidade da pessoa humana. As provas obtidas são ilícitas e, ilícitas por derivação. Há razão para o pedido do habeas corpus, que deverá ser concedido aos acusados, tendo em vista, que as provas obtidas foram mediante tortura, conforme prever o art. 1º, I “ a” da lei 9.4 55/97 (lei de tortura) e nesse caso será inválido esse processo por não respeitar todas as características formais no procedimento adotado no ato interrogatório dos acusados. Desta forma, aduzimos que a prisão de Alfredinho e seu comparsa não deveria ter acontecido, pois os mesmos não se encontram em nenhuma das modalidades de flagrante delito, não existe contra eles nenhum mandado de prisão preventiva ou temporária. Portanto, o habeas corpus é a medida cabível a ser adotado pela defesa, com vistas aos seguintes princípios: - No primeiro momento será mencionado o Principio da Dignidade da Pessoa Humana, pois Alfredinho sofreu tortura físico-psicológica e este principio consagrado no nosso ordenamento veda qualquer tipo de tortura; - No segundo momento será arguido o Princípio da Inexigibilidade de autoincriminação, visto que Alfredinho foi forçado pelos policiais a confessar tal crime e este principio assegura que ninguém pode ser compelido a produzir provas contra si mesmo; - No terceiro momento o Principio da Inadmissibilidade das Provas Obtidas por Meios Ilícitos, ou seja, a tortura sofrida por Alfredinho resultou na confissão de um crime e na delação de seu comparsa, configurando-se prova ilícita e derivada da ilícita (teoria dos frutos da arvore envenenada) – De acordo com o art. 157, CPP garante a vedação de tais provas, devendo ser desentranhadas dos autos. Exercício Suplementar (OAB FGV 2010.2) Em uma briga de bar, Joaquim feriu Pedro com uma faca, causando lhe sérias lesões no ombro direito. O promotor de justiça ofereceu denúncia contra Joaquim, imputando-lhe a prática do crime de lesão corporal grave contra Pedro, e arrolou duas testemunhas que presenciaram o fato. A defesa, por sua vez, arrolou outras duas testemunhas que também presenciaram o fato. Na audiência de instrução, as testemunhas de defesa afirmaram que Pedro tinha apontado uma arma de fogo para Joaquim, que, por sua vez, agrediu Pedro com a faca apenas para desarmá-lo. Já as testemunhas de acusação disseram que não viram nenhuma arma de fogo em poder de Pedro. Nas alegações orais, o Ministério Público pediu a condenação do réu, sustentando que a legítima defesa não havia ficado provada. A Defesa pediu a absolvição do réu, alegando que o mesmo agira em legítima defesa. No momento de prolatar a sentença, o juiz constatou que remanescia fundada dúvida sobre se Joaquim agrediu Pedro em situação de legítima defesa. Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta. (A) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. Assim, como o juiz não se convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu. (B) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da acusação. Assim, como o juiz não se convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu. (C) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. No caso, como o juiz ficou em dúvida sobre a ocorrência de legítima defesa, deve absolver o réu. (D) Permanecendo qualquer dúvida no espírito do juiz, ela está impedido de proferir a sentença. A lei obriga o juiz a esgotar todas as diligências que estiverem ao seu alcance para dirimir dúvidas, sob pena de nulidade da sentença que vier a ser prolatada.
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