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Direito das Famílias Prof. Ardala Corso AUTORIDADE PARENTAL Direito de guarda e convivência ART. 21, ECA: O pátrio poder poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009 ART. 1.631 CC: Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade. Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo. Fora do casamento também (ou quando nunca houve casamento) Decorre da existência do filho, portanto, permanece o poder familiar. EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR Rol taxativo ART. 1.635 CC: Extingue-se o poder familiar: I - pela morte dos pais ou do filho; II - pela emancipação, nos termos do art. 5o, parágrafo único; III - pela maioridade; IV - pela adoção; V - por decisão judicial, na forma do artigo 1.638. SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR Rol exemplificativo ART. 1.637 CC: Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando convenha. Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão. PERDA DO PODER FAMILIAR Destituição - Rol taxativo ART. 1.638 CC: Perderá por ato judicial o poder familiar o pai ou a mãe que: I - castigar imoderadamente o filho; II - deixar o filho em abandono; III - praticar atos contrários à moral e aos bons costumes; IV - incidir, reiteradamente, nas faltas previstas no artigo antecedente. V - entregar de forma irregular o filho a terceiros para fins de adoção. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) Parágrafo único. Perderá também por ato judicial o poder familiar aquele que: (Incluído pela Lei nº 13.715, de 2018) I – praticar contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar: (Incluído pela Lei nº 13.715, de 2018) a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher; (Incluído pela Lei nº 13.715, de 2018) b) estupro ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão; (Incluído pela Lei nº 13.715, de 2018) II – praticar contra filho, filha ou outro descendente: (Incluído pela Lei nº 13.715, de 2018) a) homicídio, feminicídio ou lesão corporal de natureza grave ou seguida de morte, quando se tratar de crime doloso envolvendo violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher; (Incluído pela Lei nº 13.715, de 2018) b) estupro, estupro de vulnerável ou outro crime contra a dignidade sexual sujeito à pena de reclusão. (Incluído pela Lei nº 13.715, de 2018) ABANDONO AFETIVO GERA DEVER DE INDENIZAR? Se existiu afeto um dia, talvez. Corre no cível indenizatória. DIREITO A CONVIVÊNCIA E PROTEÇÃO DOS FILHOS Direito à convivência do filho de pais separados Guarda ou direito à convivência? Um vai ter a residência fixa, enquanto outro vai ter o direito de convivência. ART. 1.586 CC: Havendo motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular de maneira diferente da estabelecida nos artigos antecedentes a situação deles para com os pais. → Guarda compartilhada (é a regra) - nome da ação: ação de regulamentação de convivência/ação de regulação da guarda - Lei n. 13.058/2014: institui a obrigatoriedade de compartilhar informações do filho; - Plenitude da autoridade parental; - Não se confunde com a guarda alternada, onde o filho mora um pouco na casa de cada um; - Igualdade de decisões em relação aos filhos; - Residência em cidades diversas: não deve ser empecilho; - Pensão alimentícia: assistência material (ambos tem deveres e obrigações): não precisa fixar alimentos nem visitas, mas via de regra, há a fixação. - Sentença não faz coisa julgada material: pode ser alterada a qualquer momento, desde que haja nova causa de pedir e/ou provas de fatos novos. ART. 1.584 CC: A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: (Redação dada pela Lei nº 11.698, de 2008). I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar; (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). § 1o Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda compartilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e as sanções pelo descumprimento de suas cláusulas. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). § 2o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, será aplicada, sempre que possível, a guarda compartilhada. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). § 2o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) § 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). § 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão equilibrada do tempo com o pai e com a mãe. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) § 4o A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda, unilateral ou compartilhada, poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor, inclusive quanto ao número de horas de convivência com o filho. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). § 4o A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda unilateral ou compartilhada poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) § 5o Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda à pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados,de preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). § 5o Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) § 6o Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar informações a qualquer dos genitores sobre os filhos destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por dia pelo não atendimento da solicitação. (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014) → Guarda Unilateral (restrita) 1) Quando um dos genitores não desejar morar com a criança; 2) Em atenção as necessidades específicas dos filhos; 3) Quando ambos os pais não tem condição (guarda vai para os avós). * O genitor guardião tem poder de decisão sem a concordância do outro. DIREITO DE VISITAS Não há previsão legal (direito de companhia) ART. 227 CF: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. - Não pode ser imposto ao filho que o repele; - Direito de convivência dos parentes (da família extensa = visitação avoenga, tios etc); - Dever de cumprimento de visitação. ALIENAÇÃO PARENTAL Lei n. 12.318/2010 Visa evitar a autoridade parental de um dos genitores. Rol exemplificativo ART. 2º DA LEI: Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de terceiros: I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; II - dificultar o exercício da autoridade parental; III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. FALSAS MEMÓRIAS Consiste na implantação de falsas memórias, comumente utilizado como um sinônimo de alienação parental Onde aparece no direito de família: - Ação de divórcio: disputa pela guarda dos filhos e regulação de visitas; - Alimentos: na partilha de bens Alienação parental pode partir de ambos os genitores em ações de divórcio. Negativa de convivência é sempre indício de alienação parental? Não. A criança pode ser vítima de abuso e alienação parental. Os atos de alienação parental podem ser muito sutis e quase imperceptíveis, mas suficientes para despertar na criança o conflito de lealdade. O reconhecimento judicial da prática de alienação parental sempre leva a perda da guarda pelo genitor alienador? Não ART. 6º DA LEI: Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso: I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado; III - estipular multa ao alienador; IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão; VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente; VII - declarar a suspensão da autoridade parental. Parágrafo único. Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização ou obstrução à convivência familiar, o juiz também poderá inverter a obrigação de levar para ou retirar a criança ou adolescente da residência do genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência familiar. Como comprovar a prática de alienação parental? a) ART. 5º da Lei; b) ART. 4º, §1º da Lei 13.431/17; c) ART. 381/CPC. Cabe prisão? Não. Maria Berenice acha que sim. POSTURA DO ADVOGADO: postura colaborativa voltada para a criança. Mediação de conflitos. UNIÃO ESTÁVEL CF/88 = 1ª aparição. Antes da lei do divórcio, era concubinato. 1) Conceito: entidade familiar constituída por duas pessoas com intuito de constituir uma família, com aparência de um casamento. Estado de fato que ganha consequências jurídicas. 2) Requisitos comuns do casamento - art. 1.723 CC a) Publicidade e ostentabilidade: todos devem saber b) Afetividade c) Estabilidade: união que seja reconhecida como estável d) Escopo de constituir família: união de vidas e/ou filhos * Fidelidade não é requisito da União Estável 3) Requisito exclusivo da União Estável: more uxório Convivência sobre o mesmo teto? Estado de casado - segundo os costumes maritais. 4) Impedimentos - mesmos do casamento (1.521 CC) ART. 1.521 CC: Não podem casar: I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. 5) Início da União Estável - prova - escritura pública (iuris tantum) Pode servir de prova: contas, contrato de aluguel de imóvel, testemunhas. REsp n. 534.411/STJ 6) Direitos e deveres → lealdade, respeito e assistência ART. 1.694 CC: Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. 7) Regime de bens → REGIME LEGAL: comunhão parcial. Posso adotar outro regime, no entanto, através da escritura pública. Não se aplica o regime da separação obrigatória. 8) Conversão em casamento - art. 226, §3º da CF/88 (não produz efeitos retroativos). Basta pedido no cartório (art. 1.525 CC). Reconhecidos existentes os requisitosdo 1521, sai a certidão na hora, sem necessidade de solenidade. ART. 226, CF: A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. § 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. 9) Extinção: separação de fato 10) Uniões paralelas - três correntes: 1) ilícita, sem repercussão, não gera direito nenhum; 2) sociedade de fato, regida pelas regras do direito empresarial (1 é família, outra é sociedade); 3) idênticas às uniões, que geram efeitos jurídicos entre as partes REsp n. 979.562/STJ: rateio da pensão previdenciária REsp n. 883.168/STJ: não reconhece união paralela 11) União estável putativa - art. 1.723, §1º CC i) Impedidos que acham que existe união estável (irmãos) b) Boa-fé de ambos: os efeitos da UE existem até a sentença; c) Má-fé de um: em relação ao que está de má-fé, não gera efeitos, sendo regido pelas regras da sociedade de fato. Para o de boa-fé, até a sentença surtem efeitos da UE. Contrato de convivência: prova robusta de que não é UE. Instrumento particular assinado por 2 testemunhas e com firma reconhecida. OU escritura pública. O que é vedado: - Regimes diversos para um dos cônjuges; - Exclusão da administração dos bens; - Exclusão dos deveres (assistência, fidelidade); - VIolação de direito personalíssimo O que pode? - Pactuar o reconhecimento de filho; - Animais e guarda. Contrato de namoro: para que não exista repercussão patrimonial. Pode ser namoro qualificado (teste de casamento) ou simples (não há coabitação) - Declaratória no tabelionato de notas; - Não existe tempo mínimo; - Necessariamente ter em mente que não é prova cabal. Quotas antes → se constituída na constância do casamento a empresa, 50% para cada um do valor de cada quota; Quota depois → se antes, tem direito a 50% sobre o acréscimo que essas quotas tiveram ao longo da constância do casamento. Tem direito a meação, não às quotas. FILIAÇÃO Vínculo pode ser: a) biológico ou b) socioafetivo. Relação de parentesco entre 2 ou mais pessoas, onde 1 delas tem autoridade parental e outra se submete a autoridade parental. 1) Conceito: é relação de parentesco entre 2 ou mais pessoas, onde uma delas detém autoridade parental e outra se submete a essa autoridade. esse vínculo pode ter origem biológica ou socioafetiva. 2) Igualdade da filiação: art. 1.596 CC - princípio da igualdade 3) Filiação socioafetiva - requisitos: 1) comportamento social típico (ñ cumulativos): a) Nome b) Trato c) Fama 2) convivência familiar duradoura; 3) relação de afetividade 4) Reconhecimento voluntário - Provimento n. 66/2017 CNJ 5) Multiplicidade e filiação: caso paradigma STF 898.060 - Tema 622: a paternidade declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica. 6) Direitos e deveres dos pais socioafetivos: autoridade parental compartilhada (guarda deve ser compartilhada) - alimentos devidos pelos dois, se não tiver condição um, ver binômio necessidade/possibilidade Adoção: deixa de existir vínculo jurídico com a família biológica - não posso impugnar. É vedada ação de promoção de investigação de paternidade. Nome pode dos dois. ART. 48 ECA: O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) ALIMENTOS Valores, bens, qualquer forma de assistência que vise suprir as necessidades (viver/lazer/educação) 1) Natureza: podem ser - in natura (plano de saúde/escola/etc) - in pecúnia; - intuito familiar (1 valor total para toda família); - intuito personae (1 valor per capita) 2) Previsão legal: a) CF - princípio da solidariedade; b) CC/02 - art. 206, §2º e 1694 a 1710; c) ECA - art. 22; d) Estatuto do idoso - lei 10741, arts. 11 a 14; e) Lei de alimentos - lei 5.478/68 3) Características: a) indisponíveis; b) irrenunciáveis; c) irrepetíveis (não são devolvíveis); d) incompensáveis; e) impenhoráveis; f) personalíssimos. 4) Titular dos alimentos: alimentando a) Obrigação alimentar entre pais e filhos: i) Oriundo da autoridade parental (até 18 anos) ii) Oriundo do parentesco (enquanto houver necessidade e possibilidade); b) Obrigação alimentar entre ex-cônjuges e ex-companheiros: i) Princípio da solidariedade 5) Devedor de alimentos: alimentante a) Quem pode ser? (reciprocamente) i) Ascendente; ii) Descendente; iii) Irmãos. 6) Obrigação é subsidiária: tenho que seguir a ordem ART. 1696 CC: O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros. ART. 1697 CC: Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais. (GERMANOS) OBRIGAÇÃO ALIMENTAR DOS AVÓS: subsidiária - REsp n. 119.336 EXCEÇÃO A REGRA DA NÃO-SOLIDARIEDADE: Obrigação alimentar aos idosos. Art. 12 do Estatuto do Idoso. 7) Modalidades: a) Transitórios; b) Gravídicos - REsp n. 1.629.423 podem ser convertidos em definitivos; c) Provisórios (devidos desde a fixação - alteração tem efeito “ex nunc”); d) Provisionais - devidos antes do reconhecimento da paternidade; e) Compensatórios (indenização) - compensa queda no padrão de vida em decorrência do divórcio, só pode porque entende-se ser indenização pois alimentos são incompensáveis; f) Definitivos: i) Aumento: retroage à citação, efeito ex tunc; ii) Redução: efeito “ex nunc” 8) Requisitos: binômio: necessidade (de quem pede) x possibilidade (de quem paga) a) Quando as necessidades são presumidas? i) Filhos menores; ii) Cônjuge que não exercia atividade remunerada. b) Outro requisito jurisprudencial: proporcionalidade x razoabilidade; c) Quanto deve pagar? ART. 1694 CC: Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. § 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. § 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia. ART. 1703 CC: Para a manutenção dos filhos, os cônjuges separados judicialmente contribuirão na proporção de seus recursos. 9) Fixação dos alimentos: a) Percentual dos rendimentos (qdo há rendimentos fixos); b) Salário mínimo 0 alimentante sem rendimentos fixos; c) Hospedagem e sustento; d) Ausência de comprovação - sinais exteriores de riqueza. i) A sentença que fixa alimentos faz coisa julgada formal e não material. 10) Revisão dos alimentos: a)Fixação em salários mínimos possibilita a revisão permanente; b) Não faz coisa julgada material; c) A constituição de nova família não conduz a exoneração, mas autoriza a revisão; d) O devedor de alimentos não pode causar a incapacidade - juiz pode analisar de acordo com a renda anterior. 11) Extinção da verba alimentar (quando cessa): a) Com a morte do alimentante ou do alimentado; b) Quando cessa a necessidade; c) Quando o alimentando constituir novo matrimônio ou união estável. As dívidas alimentares passam aos sucessores, no limite da herança. ART. 1997 CC: A herança responde pelo pagamento das dívidas do falecido; mas, feita a partilha, só respondem os herdeiros, cada qual em proporção da parte que na herança lhe coube. ART. 1699 CC: Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do encargo. ART. 1704 CC - culpa pela separação, não discuto mais culpa em divórcio Se não trabalho, necessidade é presumida. Até os 18 anos - alimentos por poder familiar Após os 18 anos - alimentos pelo parentesco Avós sempre responsabilidade subsidiária - União estável não é nula, se há impedimento. Ela é inexistente (plano da existência) - De comum acordo, posso alterar a partilha (extrajudicial ou judicial) Direito das Sucessões 1) Conceito - causa mortis (em razão da morte) - princípio do saisine (1784, CC): universo patrimonial do de cujus - a posse vai para o herdeiro ou legatário. Posse ≠ Propriedade 2) Espólio - massa patrimonial do de cujus (autor da herança). Bens, dívidas etc. 3) Lugar da sucessão (1785, CC) - lugar do último domicílio do de cujus. 4) Espécie de sucessores a) Quanto à fonte (origem): i) Legítimo (1786, CC) ii) Testamentário - disposição de última vontade do de cujus b) Quando aos efeitos: i) A título universal (herdeiro): na totalidade da herança ii) A título singular (legatário): determinados bens definidos em testamento (obrigatório existir testamento) c) Em relação aos herdeiros: i) Legítimo ii) Testamentário/legatário iii) Necessário (1845, CC) - garantido em lei. Ascendente, descendente e cônjuge. É obrigado preservar a legítima (50% indisponível) 5) Princípio da indivisibilidade da herança (1791, CC): até ser feita a partilha, é indivisível, feito registro em condomínio. 6) Renúncia: ato pelo qual o herdeiro manifesta interesse de demitir-se da função (1806, CC). Deve ser feita por meio de instrumento público ou termo nos autos do inventário. a) Pressupostos: i) Capacidade civil ii) Anuência do cônjuge (salvo regime da separação universal) iii) Não prejudicar credores (certidões negativas cível e protestos) b) Efeitos: i) Exclusão do renunciante - desde a abertura da sucessão ii) A parte do renunciante acresce a dos outros herdeiros de mesma classe, e sendo o único dessa para o próximo subsequente (1810, CC) iii) Proibição de sucessão por direito de representação (1811, CC) - Quando não tem herdeiro em mesma linha, a renúncia não se aplica. Só se tem herdeiro na mesma linha. Se todos da mesma linha renunciam, os descendentes herdam. 7) Cessão de direitos hereditários (1793 - 1795, CC) - pode ser onerosa ou gratuita. Não precisa de autorização do juiz. Deve ser na universalidade. É a transferência do herdeiro legítimo para terceiro, do seu quinhão. Só pode ocorrer após a abertura da sucessão. Antes é pacto corvina - contrato nulo. 8) Exclusão da sucessão (1814, CC) - atinge qualquer dos herdeiros a) Indignidade - só decorre da lei (homicídio, calúnia e fraude de cujus) - Efeitos retroagem à abertura da sucessão: frutos/recebe restituição das despesas; - Filho do sucessor não é atingido. b) Deserção/Deserdação - herdeiro necessário, sempre por testamento (só) Ato unilateral de cujus x herdeiro necessário - disposição testamentária. Decorre das causas previstas em lei = taxativo: art. 1962, 1963 e 1814, CC. Preciso de ação judicial para reconhecimento da cláusula de deserdação. Efeitos pessoais: não se transmite aos herdeiros do deserdado. c) Direito de Representação - quando alguém é chamado a suceder o lugar de outro (1851, CC) Sucessão pode ser: a) Por direito próprio - herdeiro mais próximo definido em lei b) Por representação - quando alguém é chamado a suceder no lugar de outro (1851, CC) Requisitos da sucessão por representação: - Que o representado tenha falecido antes; - Que o representante seja descendente do representado (NUNCA NA LINHA ASCENDENTE); - Que o representante tenha legitimidade para herdar; - Na linha colateral ocorre em favor dos filhos dos irmãos; - Só ocorre na linha reta descendente, nunca ascendente. 9) Ordem de vocação hereditária - ordem de chamamento dos herdeiros (1829, CC) - Feita por classes - Os mais próximos excluem os mais remotos. - Sempre concorrem com o cônjuge. I. Descendentes concorrem com o cônjuge; II. Na falta de descendentes, ascendentes concorrem com o cônjuge; III. Cônjuge; IV. Colaterais. 1. Concorrência Sucessória Ver RExt 646.721 e 878.694 ART. 1829, CC: A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: (Vide Recurso Extraordinário nº 646.721) (Vide Recurso Extraordinário nº 878.694) http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=4100069 http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=4100069 http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?incidente=4744004 I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge sobrevivente; IV - aos colaterais. ART. 1835, CC: Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau. Estirpe = por representação ART. 1832, CC: Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer. Comunhão Universal - não tem concorrência - Não concorre com os descendentes. ART. 1831, CC - Direito real de habitação ART. 1838, CC - Em qualquer regime de bens, não havendo descendentes ou ascendentes, o cônjuge herda a integralidade do patrimônio. ART. 1833, CC - Os mais próximos excluem os mais remotos. - Na comunhão universal, o cônjuge é somente meeiro, não herdeiro. Não há herança para cônjuge nesse regime. Só meação. ART. 1857, I, CC - Preservar a legítima http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1640 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm#art1829 Comunhão Parcial com Bens Particulares Cônjuge é só meeira nos bens comuns, não é herdeira. Só é herdeira nos bens particulares. Onde tem meação, não tem herança. Comunhão Parcial Sem Bens Particulares (1832, CC) Separação Total de Bens 2 opções: - Separação convencional - Separação obrigatóriaART. 1832, CC - ¼ da herança é assegurada somente em caso de filho comum. Separação Convencional de Bens Na separação convencional de bens só tenho herança, não meação. Na separação obrigatória, só tenho meação, sem concorrência. Separação Obrigatória de Bens Não concorre com descendente. ART. 1836, CC - Na ausência de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes. §1º §2º ART. 1837, CC ART. 1852, CC - Não existe direito de representação na linha ascendente. Só reta descendente. ART. 1838, CC - ausência de asc./desc. = tudo pro cônjuge ART. 1839, CC - na ausência de cônjuge/asc./desc. = colaterais até o quarto grau ART. 1841, CC - irmãos unilaterais recebem ½ do que os bilaterais (germanos) ART. 1844, CC - se não tiver ninguém, herança é jacente/vacante - tudo para o Município Sucessão dos Colaterais SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA 1) Conceito - arts. 1857 e 1858, CC Manifestação de última vontade do de cujus de ordem patrimonial e pessoal (pode reconhecer filiação no testamento) 2) Características - Revogável (mediante novo testamento - o reconhecimento de filiação não é revogado); - Negócio Jurídico causa mortis; - Ato personalíssimo; - Gratuito (sem exigir contraprestação); - Ato solene (se a forma não for cumprida, é nulo) 3) Capacidade para testar - arts. 1860 e 1861, CC: quem não pode? Incapazes e aqueles que, no momento do ato não tiver discernimento. 4) Modalidades de testamento - arts. 1862 a 1886, CC a) Público - tabelionato + 2 testemunhas b) Cerrado - escrito pelo testador (só surge eficácia quando registra no tabelionato + 2 testemunhas) c) Particular - escrito e assinado pelo testador + 3 testemunhas (deve ser levado ao juízo para ser reconhecido); d) Codicilo - disposição de pequeno valor. Não precisa de testemunha. Posso reconhecer filiação tb. 5) Rompimento do testamento - art. 1973, CC: a superveniência de herdeiro necessário rompe o testamento. Quando o testador, no momento do testamento, tinha herdeiro necessário e não sabia. 6) Preservação da legítima - art. 1857 CC §1º - 50% do patrimônio não posso testar. ART. 1609, III CC - testamento é revogável, salvo na parte em que reconhece filiação.
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