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Introdução à Técnica Dietética Curso de Nutrição Estácio OBJETIVOS DA AULA Saber a respeito das características dos alimentos; Conhecer as fases da Técnica Dietética Definir Técnica Dietética bem como seus objetivos; Definição : Técnica Dietética “Estudo dos procedimentos para tornar possível a utilização dos alimentos, visando a preservação do valor nutritivo e a obtenção dos caracteres sensoriais desejados”. (Philippi, 2006) “É a disciplina que, baseada em ciências exatas, estuda as operações às quais são submetidos os alimentos depois de cuidadosa seleção e modificações que estes sofrem durante os processos culinários e de preparação para o consumo.” (Ornelllas, 2007) “Disciplina que sistematiza os conhecimentos sobre a composição, as propriedades e modificações dos alimentos resultantes do processamento culinário e sua aplicação na atenção dietética.” (Vieira, 2012) OBJETIVOS DA TÉCNICA DIETÉTICA Dietético Digestivo Nutritivo Higiênico Sensorial Operacional Econômico Ambientais Dietético: Consiste em adequar a forma de preparo dos alimentos da dieta às necessidades fisiopatológicas do indivíduo ou da população. Ex. Dieta pastosa, dieta líquida OBJETIVOS DA TÉCNICA DIETÉTICA Digestivo - Alimento : representa uma fonte de nutrientes * Consumidos ao natural (cru) * Cocção Estrutura, estado físico e composição química Ex: Frutas - Remoção da casca/ espremê-las ( sucos) EX: Batata, carnes, feijão – Cocção – comestíveis/ digeríveis OBJETIVOS DA TÉCNICA DIETÉTICA Digestivo - A disgestibilidade do alimento depende também da capacidade de digestão do organismo. *Imaturo : crianças ( Antecipar os processos digestivos na cozinha) Ex: Liquidificar/ amassar *Desgastado : idoso Consiste em modificar os alimentos por meio de processos culinários a fim de facilitar a digestão . OBJETIVOS DA TÉCNICA DIETÉTICA Nutritivo - Cozinha doméstica = empírica (baseado na experiência e na observação): agradar - Cozinha dietética = aplica os conhecimentos científico: Preservar os nutrientes Consiste em selecionar os melhores métodos de preparo de alimentos para a otimização e conservação máxima do seu valor nutritivo. A preservação dos nutrientes : seleção, compra, armazenamento e consumo. Ex: Suco de laranja e salada de fruta OBJETIVOS DA TÉCNICA DIETÉTICA Higiênico - Fonte segura de produção - Ferver, lavar, soluções cloradas.... - Perecíveis (alimentos frescos): mesmo adquiridos em boas condições, decompõem naturalmente. Consiste em prevenir a ação de fatores externos que possam prejudicar a qualidade dos alimentos e, ao mesmo tempo, prolongar sua vida útil. OBJETIVOS DA TÉCNICA DIETÉTICA Sensorial - Apetitosos e aceitáveis - Características sensoriais Consiste em apresentar o alimento de forma que desperte todos os sentidos, não apenas o paladar, pois cada alimento possui suas próprias características sensoriais (aparência, cor, odor, sabor, consistência ou textura) que podem ser preservadas, ressaltadas ou modificadas por meio de adequadas técnicas culinárias. Os alimentos precisam estar sensorialmente atraentes, para que sejam bem aceitos e consumidos. OBJETIVOS DA TÉCNICA DIETÉTICA Operacional Consiste em preparar e organizar espaços físicos, materiais, equipamentos e utensílios; planejar os cardápios e capacitar o pessoal selecionado para o trabalho. OBJETIVOS DA TÉCNICA DIETÉTICA Econômico - Planejamento dos cardápios - Compras racionais: safra e disponibilidade no mercado - Per capita - Armazenamento correto - Pré-preparo sem desperdício - Técnicas culinárias : Preservar o valor nutricional Melhorar a aceitação do alimento Consiste em escolher as técnicas a serem empregadas no preparo de alimentos, considerando os custos e os recursos humanos materiais e financeiros disponíveis. OBJETIVOS DA TÉCNICA DIETÉTICA Ambientais -Seleção de técnicas de produção : aproveitamento integral do alimento – redução dos resíduos( redução de poluentes para o meio ambiente) -Economia de gás/ água OBJETIVOS DA TÉCNICA DIETÉTICA * Características físicas - aspecto, cor, aroma, sabor, consistência * Estado físico - emulsão, líquido, sólido, * Características biológicas - ação de fermentos, bactérias, enzimas – novo sabor e aroma Ex: leite transformando em iogurte/queijo * Características química - Nutrientes; cocção da carne em calor úmido (purinas) * Características físico-químicas - solubilidade, hidrólise, hidratação, gelatinização, coagulação CARACTERÍSTICAS DOS ALIMENTOS ✔ Físicos - dissolução, subdivisão, união ✔ Químicos - cocção, reação com ácido , ação de enzimas. ✔ Biológicos - fermentos, bactérias, fungos FATORES QUE MODIFICAM OS ALIMENTOS Objetivos: -Melhorar as características sensoriais Aparência, aroma, sabor e textura - Permitir o aproveitamento dos alimentos Cozinhar feijão e arroz - Tornar os alimentos de mais fácil digestão - Aumentar a absorção dos nutrientes Melhorar a biodisponibilidade PREPARO DOS ALIMENTOS 1. Seleção/ Aquisição 2. Pré – preparo 3. Preparo / Cocção 4. Conservação FASES DA TÉCNICA DIETÉTICA 1. Seleção/Aquisição: Início da elaboração de qualquer preparação - Características aceitáveis de cada alimento; - Estabelecer padrões que atendam à finalidade do alimento; - Estabelecer as quantidades que devem ser compradas (per capita, número de comensais, tipo de distribuição, fator de correção e fator de cocção). FASES DA TÉCNICA DIETÉTICA 2. Pré-preparo: Operações preliminares à cocção: limpeza (limpar, lavar, desinfetar) divisão (picar, moer, triturar) ou mistura FASES DA TÉCNICA DIETÉTICA Pica, rala, mói, mistura e corta em fatias Mistura e bate Subdivide, fraciona e mistura 2. Pré-preparo: * Métodos de União - misturar: ingredientes facilmente miscíveis (pouco esforço e tempo) Ex: farinha e açúcar, café com leite - bater: Quando se deseja unir sustâncias dificilmente miscíveis (mais trabalho) Ex: manteiga e açúcar, claras em neve - amassar, sovar (massas, movimentos bruscos) Ex: água à farinha de trigo – glúten FASES DA TÉCNICA DIETÉTICA *Misturar: unir dois ou mais ingredientes facilmente misturáveis, empregando-se energia mecânica. Ex.: bolo, salada de frutas. *Bater: unir dois ou mais ingredientes de difícil mistura. Neste caso há necessidade de movimento mais rápido, que pode ser feito manualmente ou com batedeira. Ex.: claras em neve, gema de ovo e óleo. *Amassar, sovar: durante o preparo de massas, é importante amassá- la bem, para que todos os ingredientes unam-se de maneira uniforme, garantindo assim, o desenvolvimento do glúten. Para massa em grandes quantidades, é necessária a utilização de equipamentos mecânicos. Ex.: farinha de trigo e gordura. União dos alimentos 3. Preparo/cocção Depois das operações preliminares de pré-preparo, alguns alimentos estão prontos para serem submetidos a diferentes processos de cocção, que conferem a ele, características novas, modificando suas características sensoriais e, às vezes, suas composições químicas, por ação do calor. FASES DA TÉCNICA DIETÉTICA PROCESSOS BÁSICOS DE COCÇÃO Formas de transmissão de calor Convecção: Transmissão de calor pelo deslocamento de moléculas aquecidas (líquidos) que se tornam menos densas e sobem à superfície do líquido, substituindo-se pelas mais frias e mais densas que descem ao fundo da panelaEx: cozimento de arroz, feijão, sopas, ou seja, alimentos preparados com algum líquido. Formas de transmissão de calor Condução: Transmissão de calor de uma molécula a outra por contato Ex.: uso de panelas, chapas, assadeiras, formas, entre outros. - metais ( Ex. bife chapeado) Formas de transmissão de calor Irradiação: Transmissão de calor pelo ar através do vácuo em forma de ondas ou partículas. Ex: micro-ondas Cocção Objetivos da cocção dos alimentos: - Manter ou melhorar o valor nutritivo; - Aumentar a digestibilidade; -Aumentar a palatabilidade, diminuindo, acentuando ou alterando a cor, o sabor, a textura ou a consistência dos alimentos; -Inibir o crescimento de organismos patogênicos. Os processos de cocção podem ser divididos em: CALOR ÚMIDO E CALOR SECO Cocção – Calor úmido Calor úmido – Uso da água ou outro líquido como meio de cocção MÉTODOS USADOS - água em ebulição (100ºC) - fervura a fogo lento (< 95ºC) - cocção à vapor - cocção à vapor sob pressão Cocção – Calor úmido A cocção por calor úmido pode acontecer por meio de líquido quente ou vapor. É uma cocção lenta, na qual o vapor reidrata o alimento, abrandando as fibras: Cocção em líquido: consiste em cozinhar os alimentos em água. Os tipos de cocção em que se emprega o calor úmido são: - Fervura em fogo lento (< 95ºC) : é uma cocção de longa duração, com líquido suficiente para cobrir o alimento. Ideal para carnes mais duras ou alimentos que necessitam de cocção prolongada, a fim de adquirir sabor. Ex.: doces e carnes duras. - Fervura em ebulição: consiste em cozinhar os alimentos, em água abundante, a uma temperatura de 100º C. Ex.: caldos, leguminosas secas ( feijão, grão de pico) e legumes. Cocção – Calor úmido Cocção à vapor: Consiste em cozinhar por meio do vapor que envolve o alimento. Vantagem – Realça a aparência dos alimentos Reduz as perdas de nutrientes Sem pressão: utiliza-se um recipiente com orifícios no fundo, colocado sobre outro recipiente com líquido em ebulição. Os alimentos são dispostos sobre os orifícios e, assim, são cozidos pelo vapor do líquido em ebulição. Sob pressão: cocção em panelas especiais, vedadas com tampa, possibilitando a formação de pressão dentro do utensílio. Quanto maior for a pressão, mais rápido o cozimento. Ex. Feijão, carnes mais duras. Cocção – Calor seco Calor seco : - Meio indireto: aquecimento ao ar livre (grelha / espeto), ar confinado (forno), gordura (imersão em fritura) - Meio direto: chapa, micro-ondas Desidratação do alimento Cocção – Calor seco Calor seco com gordura: consiste em transmitir calor, de forma indireta, ao alimento, por meio de gordura. Os métodos são: Saltear: consiste em submeter pequenas quantidades de alimentos em pouca gordura, bem quente, mantendo a frigideira em constante movimento para que os alimentos não grudem no fundo. Ex.: Batata sauté. Frigir: colocar os alimentos em pouca gordura, bem quente, sem movimentar o recipiente de cocção. Ex.: ovos. Fritar com gordura/ imersão: colocar os alimentos em gordura suficiente, em temperatura elevada. Ex.: Bife à milanesa, batata frita. Cocção – Calor seco Calor seco sem gordura: consiste na aplicação apenas de ar seco, sem adição de gordura. A aplicação desta forma de calor pode ser realizada por meio indireto ou direto. Os métodos de cocção por calor seco sem gordura são: Assar no forno: aplicação de ar quente e calor indireto; Assar no espeto: aplicação de ar quente e calor indireto. É possível utilizar o forno (espeto gira dentro do forno) ou a churrasqueira, cuja fonte de calor é produzida por carvão, lenha ou eletricidade; Grelhar: método que consiste em preparar os alimentos por exposição ao calor seco e forte, utilizando-se grelha (método direto). Para grelhar, são utilizadas chapas aquecidas que transferem calor ao alimento por meio direto. Cocção – Calor Misto A cocção é realizada em duas etapas; inicia-se com calor seco em gordura, para formar uma camada protetora em volta do alimento, e impedir a saída dos sucos; posteriormente, submete-se o alimento a calor úmido, adicionando-se pequenas quantidades de líquido. Brasear: o alimento é dourado em pequena quantidade de gordura; em seguida, acrescenta-se o líquido, mantendo-se o ponto de fervura, até que o alimento fique macio. Ex.: Carne de panela. Refogar: o alimento é frito em pouca gordura e termina de cozinhar no vapor, que se desprende na cocção. Pode-se acrescentar uma pequena quantidade de líquido. Ex.: cebola, chuchu, abobrinha, arroz. Ensopar: o alimento é refogado em gordura quente; em seguida, acrescenta-se líquido suficiente para cozinhar, até que o alimento esteja macio e o molho encorpado. Ex.: frango com batata. FASES DA TÉCNICA DIETÉTICA 4. Conservação Tem por finalidade manter a qualidade da preparação até que seja distribuída e consumida. ✔ Tipos: Depende do alimento - pelo frio - pelo calor - desidratação - pelo vácuo - pela adição de substâncias
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