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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM SISTEMATIZAÇÃO DO CUIDAR II EXAME FÍSICO DA CABEÇA, FACE E PESCOÇO Profa. Dra. Jennara Candido do Nascimento FORTALEZA-CE 2016.1 http://portal.estacio.br/ ASPECTOS ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS O Crânio é uma caixa que protege o cérebro e os órgãos dos sentidos. É composto por sete ossos do crânio e catorze ossos da face (craniofaciais). Crânio: 2 ossos frontais; 2 parietais, 2 temporais, e 1 occipital; Face: osso frontal, nasal, zigomático, etmoide, lacrimal, esfenoide, maxilar e a mandíbula. 2 ASPECTOS ANATÔMICOS E FISIOLÓGICOS 3 AVALIANDO O CRÂNIO Deve ser observado: Tamanho (varia de acordo com a idade e o biotipo) Investigar alterações como micro e macrocefalia. Hidrocefalia (aumento de líquido cefalorraquidiano). Presença de nódulos, depressões ou protuberâncias anormais. Acromegalia (aumento do maxilar e ossos faciais causado pela secreção excessiva de hormônio do crescimento). 4 ALTERRAÇÕES DO CRÂNIO 5 Macrocefalia Microcefalia Macrocefalia AVALIANDO O CRÂNIO Atenção! Os ossos do crânio, com protuberâncias normais, são o osso frontal, os ossos parietais, o osso occipital e apófise mastoide atrás de cada orelha. Outros pontos investigados: • Presença de cistos sebáceos, tumores ósseos, hematomas, nódulos de couro cabeludo, características do cabelo, presença de parasita, higiene, etc. 6 AVALIANDO A FACE Observe a expressão facial e sua relação com o comportamento ou humor relatado; Observe a simetria das sobrancelhas, fissuras palpebrais, sulcos nasolabiais e os cantos da boca; Observe algumas estruturas faciais anormais: Exoftalmias Pigmentação da pele Edema Assimetria 7 ACHADOS ANORMAIS - FACE 8 Exoftalmia Edema Edema Assimetria AVALIANDO A FACE Movimentos involuntários (tiques); Fácies – conjunto de alterações na expressão da face que caracteriza uma doença; Normal - Hipocrática – Renal - Leonina Adenoideana - Parkinsoniana - Basedowiana Mixedematosa – Acromegálica- Cushingóide Mongolóide - Depressão - Pseudobulbar Paralisia facial periférica - Miastênica Deficiente mental - Etílica -Esclerodérmica 9 HIPOCRÁTICA Olhos fundos, parados, inexpressíveis, palidez cutânea 10 RENAL Edema periorbitário, palidez cutânea, equimose, hematomas Edema periorbitário Rosto pálido e edemaciado Lábios edemaciados LEONINA Sugestiva de hanseníase, pele espessa, supercílios e sobrancelhas caem 11 ADENOIDEANA Nariz pequeno e afilado, boca entreaberta. Comum em portadores de hipertrofia de adenóide. PARKINSONIANA Expressão de espanto, fronte enrugada, olhar fixo, supercílios elevados. 12 BASEDOWIANA Exoftalmia, aspecto de espanto e ansiedade. MIXEDEMATOSA Rosto arredondado, nariz grosso, pele seca, apatia e desânimo. 13 ACROMEGALIA Proeminência das maças do rosto, desenvolvimento do maxilar. Aumento do nariz, lábios , orelhas pés e mãos. CUSHINGÓIDE Rosto arredondado, acne, hirsutismo, obesidade central. 14 MONGOLOIDE Olhos oblíquos, bem distantes um do outro, rosto redondo, boca entreaberta, implantação baixa da orelha. MIASTÊNICA Ptose palpebral bilateral. 15 ESCLERODÉRMICA Pele se assemelha a um pergaminho. Repuxamento dos lábios, afinamento do nariz e imobilização das pálpebras . AVALIANDO O OLHO Inclui a avaliação da acuidade visual, dos campos visuais, dos movimentos extraoculares e das estruturas internas e externas do olho; O exame dos olhos pode revelar afecções locais ou manifestações oculares de doenças sistêmicas (ex. hipertireoidismo - exoftalmia); 16 17 ANATOMIA DO OLHO ESTRUTURAS EXTERNAS ESTRUTURAS INTERNAS 18 ESTRUTURAS DO OLHO INVESTIGAR: Dificuldade de visão (diminuição da acuidade visual, ofuscamento, pontos cegos); Dor; Estrabismo, diplopia; Hiperemia, edema; Lacrimejamento, secreção; História pregressa de problemas oculares; Glaucoma; Uso de óculos ou lente de contato; Comportamentos de autocuidado. 19 AVALIANDO PALPEBRAS E CÍLIOS Avaliar o fechamento e abertura das pálpebras; Identificar se há alteração na mobilidade e presença de movimentos conjugados, além de edema palpebral; Identificar processos inflamatórios das glândulas de Zeis ou dos folículos pilosos (hordéolos/terçol); Região superciliar e ciliar: observar a simetria, presença e as distribuição dos pelos; Madarose: Ausência de pelos (parcial, difusa ou total). 20 21 AVALIANDO GLOBO OCULAR São alinhados normalmente sem saliências ou aparência afundada; Tem aparência úmida e brilhante. Inúmeros vasos sanguíneos normalmente são visualizados através da conjuntiva transparente; Identificar se há protrusão (exoftalmia) unilateral (tumores) ou bilateralmente (hipertireoidismo); Identificar se há enoftalmia (afundamento do globo ocular – Ex. desidratação grave); Identificar, também, desvios, como no estrabismo, ou movimentos involuntários, como o nistagmo. 22 AVALIANDO A CONJUNTIVA São claras e apresentam a cor normal da estrutura: Rosa sobre as pálpebras inferiores; Branca sobre a esclera; Observe qualquer mudança de cor, edema ou lesões; Pode tornar-se pálida (anemias), amarelada (icterícia), hiperemiada (conjuntivite); 23 24 Durante o exame: tracione as pálpebras para baixo e para cima. Observe: coloração, congestão ou presença de secreção mucopurulenta e hemorragia subconjuntival. AVALIANDO A ESCLERÓTICA/ESCLERA Corresponde à porção do globo ocular que está exposta ao redor da íris; É de coloração branca como a porcelana; Variações: Placas de pigmento marrom (Negros); Coloração amarelo forte (Hepatite ou obstrução dos ductos biliares); Vermelho vivo (Hemorragias) • Pesquisar outros achados: Sensibilidade, presença de corpos estranhos, lesões, secreções... 25 26 AVALIANDO A PUPILA E ÍRIS Pupilas: devem ser esféricas, negras e isocóricas (mesmo diâmetro para ambos os olhos); Seu tamanho varia de acordo com a exposição à luz e o foco do olhar; Em adultos, elas têm, em repouso, de 3 a 5 mm de tamanho; Íris: normalmente tem uma forma redonda regular e uma coloração uniforme. 27 AVALIANDO A PUPILA E ÍRIS • Fique atento para estes achados! Irite: processo inflamatório comum da íris; Heterocromia parcial ou total da íris - Síndrome de Waardenburg. Discoria: Condição em que a pupila apresenta alteração em sua forma. Pode ocorrer por mal formações congênitas, neurossífilis, entre outros; 28 29 ALTERAÇÕES DA PUPILA E ÍRIS DISCORIA IRITE CATARATA HETEROCROMIA 30 ACUIDADE VISUAL Definição: É a capacidade do olho para detectar os detalhes de uma imagem. Ao testar a acuidade visual avalia-se a visão de longe, de perto, periférica e de cores (WILKINSON; LEUVEN, 2010). Esta medida é de grande importância, pois permite esclarecer se a queixa de perda ou de diminuição de visão é procedente ou não (PORTO, 2009); A tabela de Snellen é a medida mais usual e precisa para a determinação da acuidade visual. 31 ESCALAS PARA AVALIAÇÃO DA ACUIDADE VISUAL 32 AVALIANDO NARIZ Apresenta formas variáveis no tamanho e na conformação das pirâmides, conforme as características das raças e constituição corporal. Inspeção Externa: Identificar forma, tamanho, pele, cor e presença de deformidades ou inflamação; Observar a presença de sensibilidade, massas ou desvio; No exame dos seios paranasais palpar as áreas frontais daface e maxilar. 33 ANORMALIDADES 34 NARIZ EM CELA RINOFIMA 35 P A L P A Ç Ã O D O S S E IO S P A R A N A SA IS DIGITOPRESSÃO DOS SEIOS FRONTAIS DIGITOPRESSÃO DOS SEIOS MAXILARES DIGITOPRESSÃO DOS SEIOS ETMOIDAIS EXAME OTORRINOLARINGOLÓGICO Visualiza-se os lábios, dentes, gengivas, face interna da bochechas, língua, assoalho da boca e as glândulas salivares. Observe: 1. Número de dentes: 32 dentes 2. Estado dos dentes e uso de prótese dentária; 3. Cuidados com a higiene oral; Palpe as glândulas salivares: Parótida Submandibular Sublingual 36 AVALIANDO LÁBIOS Inspeção Externa: Coloração: Palidez ou cianose; Forma: Lábio leporino; Textura: Edema; Flexibilidade: Tremor; Lesões: Herpes labial, lesões ulcerosas; 37 Herpes Labial Lábio Leporino Carcinoma Labial AVALIANDO MUCOSA ORAL Material: Lanterna, abaixador de língua e luva; Identificar: Coloração: Mucosa róseo-avermelhada; Lesões: Estomatite, Candidíase oral, lesões ulcerosas, queilite; 38 Estomatite Quelose Candidíase oral AVALIANDO LÍNGUA Observe-a em três momentos: 1. Na posição de repouso; 2. Colocada para fora da boca; 3. Tocando o céu da boca com a ponta; Avaliar: Posição, tamanho, cor, umidade, superfície, textura, movimentos e presença de lesões; Achado esperado: coloração róseo-avermelhada, levemente úmida, superfície rugosa com proeminências papilares e presença de sulcos; 39 40 ANORMALIDADES Língua Saburrosa Língua Pilosa Língua Framboesa Língua Escrotal Macroglossia Língua Geográfica EXAME OTORRINOLARINGOLÓGICO Rinoscopia: Inspeção das fossas nasais efetuado geralmente com o auxílio do espéculo nasal; Visualizar o vestíbulo e o septo nasal; Resultado esperado: a mucosa normal é úmida, rosada e de superfície lisa; 41 EXAME OTORRINOLARINGOLÓGICO Otoscopia: Inspeção do conduto auditivo, realizado com um otoscópio; Visualizar o estado da pele, dos pelos, presença ou de cerúmen ou descamação; Membrana timpânica: Brilhante, translúcida, com cor cinza-perolada; O tímpano é plano, levemente retraído para dentro em seu centro e vibra quando o paciente faz a manobra de Valsava ou tapa o nariz enquanto deglute 42 EXAME OTORRINOLARINGOLÓGICO Principais problemas associados: Otites, excesso de cerúmen, corpos estranhos, otorreia, perfuração da membrana timpânica, descamação, lesões. 43 EXAME DO PESCOÇO Simetria: A posição da cabeça é na linha média; os músculos acessórios do pescoço são simétricos; Movimento: Pesquisar possíveis limitações de movimento e/ou dor associada; Artrite Cervical Meningite Tétano Torcicolo 44 EXAME DOS LINFONODOS Linfadenopatia: É uma doença dos linfonodos com aumento de mais de 1cm, na vigência de infecção, alergia ou neoplasia; Condições associadas: Infecção aguda: os linfonodos são bilaterais, aumentados, quentes, dolorosos e firmes, mas livremente móveis; Inflamação crônica: os linfonodos estão agregados (ex. tuberculose); 45 EXAME DOS LINFONODOS Linfonodos cancerígenos: são duros, unilaterais, não dolorosos e fixos; Linfonodos em pessoas com HIV: os linfonodos são aumentados, firmes, não dolorosos e móveis. A linfadenopatia occipital é comum; Um único linfonodo supraclavicular esquerdo, aumentado, não duro, pode indicar uma neoplasia no tórax ou abdome. Linfonodos discretos que aparecem gradualmente, associados a rubor e sem dor, ocorrem com o linfoma de Hodgkin; 46 47 Avalie o gânglio supraclavicular, pedindo ao paciente que encurve os membros e cotovelos para a frente. Se existirem gânglios palpáveis, registre localização, tamanho, formato, delimitação, mobilidade, consistência e sensibilidade; Com frequência, podem-se palpar os gânglios cervicais em pessoas normais, embora essa possibilidade diminua com a idade; 48 AVALIANDO A TRAQUEIA Fica normalmente na linha média; Palpe-a para detectar desvios; Coloque o indicador sobre a traqueia, na chanfradura esternal, e deslize-o para um lado e para o outro – o espaço deve ser simétrico; 49 AVALIANDO A TIREOIDE Identificar aumentos ou tumoração nodular; É de difícil palpação no adulto normal; Coloque um foco (caso necessário) para fornecer iluminação tangencial ao pescoço e destacar qualquer possível aumento de volume; Ofereça um copo d’água à pessoa e inspecione o pescoço enquanto ela engole; O tecido tireoidiano desloca-se para cima com a deglutição. 50 51 EXAMINANDO A GLÂNDULA TIREOIDE Examinador posicionado atrás do paciente; Peça que ele(a) sente-se de forma ereta, dobre a cabeça discretamente para frente e para a direita; Curve os dedos da mão direita entre a traqueia e o músculo esternocleidomastóide, afastando-o um pouco, e peça ao paciente para tomar um gole d’água; A tireoide se move sob os dedos, enquanto o paciente engole; Inverta o procedimento para pesquisar o lado esquerdo. Investigar: aumento, consistência, simetria e presença de nódulos nos lóbulos. REFERÊNCIAS 1. BARROS, A. L. B. L & Col. Anamnese e exame físico. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. 2. CHAVES, L. C; POSSO, M.B.S (Org.). Avaliação física em enfermagem. Barueri(SP): Manole, 2012. 3. JARVIS, C. Guia de exame físico para a enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 4. PORTO, C. C. Semiologia médica. 7ª.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. 5. POTER, P.; PERRY, A. G. Fundamentos de enfermagem. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 6. WILKINSON, J. M.; LEUVEN, K. V. Fundamentos de enfermagem: teoria, conceitos e aplicações. v.1. Seção 3. Cap 19. Levantamento de saúde: realizando exame físico. São Paulo: Roca, 2010. p.445-446. 52 53
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