Buscar

HERNIA 6

Prévia do material em texto

FACULDADE FASERRA 
 
Pós Graduação em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia em ênfase em Terapia Manual 
 
 
SAYANNE GOMES BRAGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A APLICAÇÃO DA MOBILIZAÇÃO NEURAL PELO FISIOTERAPEUTA NO 
TRATAMENTO DE HÉRNIA DE DISCO LOMBAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manaus 
2017 
 
SAYANNE GOMES BRAGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A APLICAÇÃO DA MOBILIZAÇÃO NEURAL PELO FISIOTERAPEUTA NO 
TRATAMENTO DE HÉRNIA DE DISCO LOMBAR. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manaus 
2017 
Trabalho Conclusão de Curso apresentado à 
Pós Graduação em Reabilitação em Ortopedia 
e Traumatologia com ênfase em Terapia 
Manual, Faculdade Faserra, como pré requisito 
para a obtenção do título de Especialista, sob a 
Orientação do Professor(a): Flaviano Lopes 
Gonçalves de Souza. 
 
 
 
A aplicação da mobilização neural pelo fisioterapeuta no tratamento de 
hérnia de disco lombar 
 
 
Sayanne Gomes Braga1 
Sayanne.braga@hotmail.com 
 Flaviano Lopes Gonçalves de Souza 2 
 
Pós-graduação em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual 
Faculdade Faserra 
 
 
 
Resumo 
 
Esta revisão da literatura teve como objetivo verificar o efeito que surte a mobilização neural 
(MN) aplicada pelo fisioterapeuta, no tratamento da hérnia discal na coluna lombar. A 
mobilização neural é uma técnica relativamente nova que procura manter ou restaurar o 
movimento e a elasticidade do sistema nervoso, e é uma opção de tratamento para pacientes 
com distúrbios neurais, que utiliza técnicas específicas que promove não só o retorno das suas 
funções normais, mas também das estruturas musculoesqueléticas que recebem sua inervação. 
Hérnia de disco é uma protrusão do núcleo pulposo, a saída de uma parte do disco 
intervertebral do seu local natural; que pode comprimir uma ou várias raízes nervosas levando 
a uma alteração no funcionamento nervoso e dando lugar a sintomatologia radicular sensitivo-
motora. No Brasil, as lombalgias que muitas vezes são causadas por hérnia discal lombar 
(HDL) se tornaram a 1ª causa de pagamento de auxílio-doença e a 3ª causa de aposentadoria 
por invalidez. A metodologia de pesquisa deste trabalho foi a busca de artigos originais sobre 
a realização da MN aplicada no tratamento de hérnia de disco lombar. Os trabalhos foram 
obtidos através de pesquisas na Biblioteca da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) 
através do tema MN e HDL em publicações entre os anos 2003/2016 e; em conceituados 
bancos de dados como: Pubmed, Scielo, Bireme e PEDro, no período compreendido entre 
2006/2017 em inglês e português. Os indivíduos que, durante o trabalho, realizam rotação ou 
flexão do tronco carregam materiais pesados ou se submetem a fortes vibrações no corpo, 
aumentam as chances de desenvolver lesões nos discos intervertebrais e, consequentemente, 
uma hérnia de disco lombar. Esse tipo de lesão tem uma alta incidência de causa de lombalgia 
e lombociatalgia, principalmente as localizadas no espaço intervertebral A Mobilização do 
Sistema Nervoso (MSN) ou Mobilização Neural (MN) vem sendo utilizada pela fisioterapia 
para restaurar o movimento e a elasticidade do SN, promovendo o retorno às suas funções 
normais e; desta forma, amenizando ou eliminando a dor. A MN aplicada corretamente pelo 
fisioterapeuta, de forma que os nervos deslizem e diminua a restrição dos tecidos adjacentes às 
áreas nervosas e consequentemente a tensão neural adversa traz ganho de amplitude de 
movimento e melhora o quadro álgico no tratamento da HDL 
 
 
Palavras-chave: Mobilização Neural, Hérnia de disco lombar, Fisioterapia 
 
 
 
 
 
 
 
--------------------------------------------------------------------------------------------_________________________________________ 
1 Pós-graduanda em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em terapias manuais 
2 Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória 
 
 
 1 
 
 
1. Introdução 
 
É um conjunto de órgãos responsáveis pela coordenação e integração dos demais sistemas 
orgânicos, relacionado o organismo com as variações do meio externo e controlando o 
funcionamento visceral. O Sistema nervoso pode ser classificado de várias formas, sendo a 
classificação mais comum aquela que divide o sistema nervoso em: a) sistema nervoso central 
(SNC), aquele que está contido no interior do chamado “estojo axial” (canal vertebral e crânio), 
ou seja, o encéfalo e a medula espinhal; b) sistema nervoso periférico (SNP), aquele que é 
encontrado fora deste estojo ósseo, que se relaciona com o esqueleto apendicular, sendo os 
nervos (axônios) e gânglios (formações de corpos neuronais ganglionares dispersas em regiões 
do corpo ou mesmo dispostas ao longo da coluna vertebral, como os gânglios sensitivos). No 
entanto podemos dividir o sistema nervoso funcionalmente em somático ou de vida de relação, 
que lembra o sistema nervoso que atua em todas as relações que são percebidas por nossa 
consciência; e em visceral ou vegetativo aquele interage de forma inconsciente, no controle e na 
percepção do meio interno e vísceras. Tanto o somático quanto o vegetativo, possuem 
componentes aferentes (sensitivos) e eferentes (motores).O Sistema Nervoso (SN) é o condutor 
de impulsos elétricos que causa movimentos mecânicos. Em locais onde houver compressão do 
tecido Nervoso, haverá uma tensão mecânica adversa, afetando sua mobilidade global e sua 
habilidade para transmitir tensão. A ligação entre a função Mecânica e a função Fisiológica do 
SN foi reunida em um só termo denominado Neurodinâmica (ND). Havendo normalidade ND 
(homeostasia), há normalidade entre as propriedades mecânicas e fisiológicas. Quando esta 
normalidade está alterada, ocorre o que se denomina como Tensão Neural Adversa (TNA), 
gerando uma resposta mecânica e fisiológica anormal1. 
A área inervada por um nervo lesado é completamente afetada, havendo diminuição do fluxo 
axoplasmático (movimentos de substâncias solúveis nutritivas que vão do pericário à terminação 
axônica), má distribuição da tensão e alteração da microcirculação sanguínea2. 
Assim, a coluna protege a medula espinhal, serve de pivô para suporte e mobilidade da cabeça, 
permite movimentos entre as diversas partes do tronco e dá fixação a numerosos músculos. 
Entretanto, sua função principal é suportar o peso da maior parte do corpo e transmiti-lo, através 
da articulação sacro-ilíaca, para os ossos do quadril. A coluna vertebral constitui o eixo ósseo do 
corpo, conferindo resistência, mas também a flexibilidade necessária à movimentação do tronco. 
Ela é formada por quatro curvaturas fisiológicas que são a lordose cervical, cifose dorsal, 
lordose lombar e cifose sacral, sendo constituída por sete vértebras cervicais, doze vértebras 
dorsais, cinco vértebras lombares, cinco sacrais e quatro coccígeas1,2. 
A palavra Hérnia (protrusão) significa deslocar-se, projetar-se, havendo, geralmente, a ruptura 
 
 
 2 
 
do anel fibroso e gerando compressão do SN. Além da possibilidade de predisposição genética, 
diversos fatores de risco têm sido relacionados ao surgimento desta disfunção e alguns são 
relacionados aos hábitos de carregar muito peso, dirigir, fumar, manter posturas inadequadas, 
bem como relativo ao processo natural de envelhecimento e aos distúrbios emocionais que 
podem exercer influência no limiar da dor. O maior índice de relatos sobre surgimento da hérnia 
discal lombar (HDL) está entre as vértebras L4-L5 e L5–S11. 
A Mobilização do Sistema Nervoso (MSN) ou Mobilização Neural (MN) vem sendo utilizada 
pela fisioterapia para restaurar o movimento e a elasticidade do SN, promovendo o retorno às 
suas funções normais e; desta forma, amenizando ou eliminando a dor. As síndromes 
compressivas como a HDL e a TNA são exemplos dessas disfunções.O restabelecimento de sua 
biomecânica e fisiologia, adequadas, por meio do movimento ou por tensão, permite recuperar a 
função normal do SN, bem como das estruturas comprometidas 3,4. 
A Fisioterapia, ciência que busca reestabelecer o movimento comprometido pela HDL é 
fundamental na recuperação do quadro de comprometimento das atividades da vida diária. A 
MN fornece recursos para recuperar a qualidade de vida e amenizar o sofrimento causado por 
esta patologia, sendo fonte constante de estudos. Esta pesquisa teve como objetivo analisar a 
eficácia da técnica de MSN para o tratamento do quadro álgico existente na HDL, consultando-
se conceituados autores que já estudaram e aplicaram esta técnica. 
 
2. Fundamentação Teórica 
 
2.1 Hérnia de Disco Lombar 
 
Hérnia de disco é uma protrusão do núcleo pulposo, ou seja, a saída de uma parte do disco 
intervertebral do seu local natural; que pode comprimir uma ou várias raízes nervosas levando a 
uma alteração no funcionamento nervoso e dando lugar a sintomatologia radicular sensitivo-
motora No SNC, existem as chamadas substâncias cinzenta e branca. A substância cinzenta é 
formada pelos corpos dos neurônios e a branca, por seus prolongamentos. Com exceção do 
bulbo e da medula, a substância cinzenta ocorre mais externamente e a substância branca, mais 
internamente. A unidade funcional e estrutural do sistema nervoso é o neurônio ou célula 
nervosa. São os neurônios que fazem a ligação entre as células receptoras dos diversos órgãos 
sensoriais e as células efetoras, nomeadamente músculos e glândulas1,7. 
 Os neurônios são células muito especializadas que apresentam um ou mais prolongamentos, ao 
longo dos quais se desloca um sinal elétrico. Podem ser classificados, com base no sentido em 
que conduzem impulsos relativamente ao sistema nervoso central, em: neurônios sensoriais ou 
 
 
 3 
 
aferentes (transmitem impulsos do exterior para o sistema nervoso central); neurônios motores 
ou eferentes (os que transmitem impulsos do sistema nervoso central para o exterior) e em 
neurônios de conexão (conduzem impulsos entre os outros dois tipos de neurônios)7. 
Os neurônios são compostos basicamente por três estruturas: corpo celular, dendritos e axônio. 
Após o nascimento, geralmente não se dividem e os que morrem, seja naturalmente ou por 
efeitos de toxinas ou traumatismos, jamais serão substituídos. As células gliais (neuróglia) que 
são as células que ocupam os espaços entre os neurônios, com função de sustentação, 
revestimento, modulação da atividade neuronal mantém sua capacidade de mitose. A estrutura 
básica de um neurônio é formada por: corpo celular ou pericário que; contém núcleo e 
citoplasma e onde estão contidos ribossomos, retículo endoplasmático granular e agranular e 
aparelho de Golgi. O centro metabólico do neurônio tem como função sintetizar todas as 
proteínas neuronais e realizar a maioria dos processos de degradação e renovação de 
constituintes celulares. Do corpo celular partem prolongamentos: dendritos (que assim como o 
pericário, recebem estímulos) e axônios. Os dendritos são geralmente curtos e possuem os 
mesmos constituintes citoplasmáticos do pericário, traduzindo os estímulos recebidos em 
alterações do potencial de repouso da membrana, que envolvem entrada e saída de determinados 
íons, causando pequenas despolarizações (excitatória) ou hiperpolarizações (inibitória). Os 
potenciais gerados nos dendritos se propagam em direção ao corpo e, neste, em direção ao cone 
de implantação do axônio7. 
O axônio possui prolongamento longo e fino originado do corpo ou de um dendrito principal, a 
partir de uma região denominada cone de implantação. Possui membrana plasmática (axolema) e 
citoplasma (axoplasma). O axônio é capaz de gerar alteração de potencial de membrana 
(despolarização de grande amplitude) denominada potencial de ação ou impulso nervoso, e 
conduzi-lo até a terminação axônica, local onde ocorre a comunicação com outros axônios ou 
células efetuadoras. O local onde é gerado o impulso é chamado zona de gatilho. Esta 
especialização de membrana é devido à presença de canais de sódio e potássio, que ficam 
fechados no potencial de repouso, mas que se abrem quando despolarizações os atingem. 7. 
No Brasil, as lombalgias que muitas vezes são causadas por HDL se tornaram a 1ª causa de 
pagamento de auxílio-doença e a 3ª causa de aposentadoria por invalidez. Os indivíduos que, 
durante o trabalho, realizam rotação ou flexão do tronco carregam materiais pesados ou se 
submetem a fortes vibrações no corpo, aumentam as chances de desenvolver lesões nos discos 
intervertebrais e, consequentemente, uma hérnia de disco lombar. Esse tipo de lesão tem uma 
alta incidência de causa de lombalgia e lombociatalgia, principalmente as localizadas no espaço 
intervertebral L4-L51,5,6. Aproximadamente 90% ocorrem no nível de L4-L5 e L5-S1; sendo que 
 
 
 4 
 
o disco L4-L5 geralmente comprime a quinta raiz nervosa lombar; e o disco L5-S1, a primeira 
raiz nervosa do sacro7. 
A coluna vertebral é composta por unidades funcionais suprajacentes e cada uma delas é 
formada por duas vértebras adjacentes, separadas por um disco intervertebral. O disco 
intervertebral é uma estrutura hidrodinâmica, que possui um núcleo envolto por um anel fibroso. 
O núcleo é denominado núcleo pulposo, sendo constituído por proteoglicanos e uma rede de 
fibrilas de colágeno tipo II; já o anel fibroso, é composto por fibras de colágeno. O núcleo 
pulposo, que ocupa cerca de metade da área da superfície do disco, suporta a carga vertical, 
enquanto o anel fibroso suporta a carga tangencial. De acordo com o comportamento do disco 
intervertebral e as forças que atuam sobre ele, são dois os movimentos que mais comprometem a 
integridade do mesmo, a compressão axial e a flexão anterior. E observando a localização da 
hérnia lombar, esta pode ser classificada em: medial, póstero-lateral, foraminal e extraforaminal; 
sendo que devido a fatores mecânicos, a maior pressão intradiscal localiza-se nos quadrantes 
póstero-laterais do disco7. 
A hérnia de disco surge quando o núcleo do disco intervertebral migra de seu local, no centro do 
disco para a periferia, em direção ao canal medular ou nos espaços por onde saem as raízes 
nervosas, levando à compressão dessas raízes. Estas lesões, conforme a localização em que se 
estabelecem, causam os sintomas dolorosos característicos da hérnia. Uma dor aguda, em 
queimação ou em pontada, que se irradia para a parte lateral ou posterior da perna até abaixo do 
joelho. A dor varia também com a mudança de posição. A posição de decúbito lateral, associada 
à flexão de quadril, alivia a dor ciática de L5-S1. A pressão no disco intervertebral aumenta na 
posição sentada e inclinada, e diminui na posição de pé (ortostatismo) ou deitada, explicando por 
que a maioria dos pacientes sente alívio na postura ortostática ou deitada5,6. 
Para se avaliar a hérnia de disco podemos utilizar os testes com os quais se tensiona toda a 
cadeia nervosa, como Slump Test8 ou o teste da elevação da perna estendida (SLR)9. O SLR é 
realizado com o paciente em decúbito dorsal: posiciona-se a coluna cervical em flexão mantida, 
e então se eleva o membro inferior em questão gerando flexão de quadril, até o limite de 
tolerância do indivíduo. A técnica consiste em mobilizar estas raízes nervosas com suspeita de 
serem a fonte de dor5. 
O quadro clássico de hérnia de disco lombar é uma dor de início agudo na região da coluna 
lombar e que vai se irradiar em direção a perna, até chegar ao pé. Além da dor, o paciente pode 
se queixar de formigamento e falta de força na perna afetada. Este quadro é conhecido como 
lombociatalgia, pois a dor é referida ao longo do trajeto do nervo ciático7. 
O quadro clínico típico de uma hérnia discal inclui lombalgia inicial, que pode evoluir para 
lombociatalgia (em geral, após uma semana) e persistircomo dor ciática pura, mas devido às 
 
 
 5 
 
inúmeras possibilidades de apresentação de formas agudas ou crônicas, deve-se estar atento a 
formas atípicas de apresentação e preparado para fazer um apurado diagnósticodiferencial. 
Apesar de ser a principal causa de dor ciática, outras possibilidades como: tumores ou infecções 
devem ser afastadas. O tratamento da hérnia discal lombar evoluiu muito nos últimos tempos, 
das ressecções transdurais para a abordagem convencional, seguida de microcirurgia até a 
cirurgia endoscópica e percutânea. Esta patologia (HDL) é a condição que mais leva à cirurgia 
de coluna, homens relativamente jovens com idade em média de 40 anos de 1,4,5,6. 
O que é importante enfatizar segundo Valle et al. (2010) é que a história natural da dor ciática 
causada por HDL é de resolução acentuada dos sintomas em torno de quatro até seis semanas. 
Por essa razão é que o tratamento inicial deve ser sempre conservador, explicando ao paciente 
que o processo tem um curso favorável6. 
 
 
2.2 Mobilização Neural do Sistema Nervoso 
 
 
A mobilização neural (MN) pode ser conceituada como um conjunto de técnicas que tem como 
objetivo impor ao sistema nervoso maior tensão, mediante determinadas posturas para que, em 
seguida, sejam aplicados movimentos lentos e rítmicos direcionados aos nervos periféricos e à 
medula espinhal, proporcionando melhora na condutibilidade do impulso nervoso10. 
Segundo Oliveira (2010)3 os tecidos nervosos movem-se em direções diferentes, dependendo do 
local onde o estresse é aplicado. A direção do movimento varia, dependendo do local onde o 
movimento é iniciado. O mecanismo de adaptação do sistema nervoso ao movimento varia entre 
as diferentes áreas devido ao suprimento sanguíneo, a quantidade de tecido conjuntivo e; 
também ao número de fascículos do tecido nervoso. Conforme esta variação, existem pontos que 
não se movem ou o movimento é ínfimo, sendo chamados pontos de tensão. Estas áreas são C6, 
cotovelo, ombro, T6, L4 e o joelho3. 
As técnicas podem ser utilizadas como método diagnóstico, através de manobras irritativas ou 
que tencionem o tecido nervoso. A MN pode também ser aplicada como método terapêutico, 
objetivando a redução da TNA. Desta maneira irá contribuir para uma melhor resolução do 
quadro sintomático e álgico, pois, melhorando-se a neurodinâmica e restabelecendo-se o fluxo 
axoplasmático será restabelecida a homeostasia dos tecidos nervosos3,4. 
Nota-se que o processo de interação entre os neurônios não é fixo, mesmo após o 
desenvolvimento corporal e maturação iniciais. Ao contrário, devido à plasticidade entre as 
conexões sinápticas e à ação variável de substâncias transmissoras e moduladoras, o cérebro 
 
 
 6 
 
deve ser entendido como um conjunto de sistemas funcionais dinâmicos e com amplas 
potencialidades de reajuste e até de recuperação1,5. 
A principal característica biomecânica dos nervos é sua capacidade de deslizar, seja em conjunto 
com as estruturas circundantes ou sozinhos. Caso os nervos estejam com seus movimentos 
restritos, em relação à interface mecânica, poderão ser produzidos sinais da TNA nos mesmos 
durante os testes para aferir a tensão neural. As principais características da TNA são: 
diminuição da amplitude de movimento (ADM) e reprodução de diversas formas de 
sintomatologia causadas por patologias que compressoras como as hérnias de disco da coluna 
vertebral1,11. 
A literatura, no entanto, mostra que a dor é inespecífica em 85% dos casos, uma vez que, sendo 
cada tecido inervado e; desta forma todos eles podem ser fonte de dor: discos, ligamentos, 
articulação sacroilíaca, músculos e estruturas nervosas10. 
 
3. Metodologia 
 
 
A metodologia de pesquisa deste trabalho foi a busca de artigos originais sobre a realização da 
MN aplicada no tratamento de hérnia de disco lombar. Os trabalhos foram obtidos através de 
pesquisas na Biblioteca da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) através do tema MN e 
HDL em publicações entre os anos 2003/2016 e; em conceituados bancos de dados como: 
Pubmed, Scielo, Bireme e PEDro, no período compreendido entre 2006/2017, restritos às línguas 
Inglesa e Portuguesa. Os critérios de inclusão foram artigos que apresentassem no título MB ou 
HDL e os de exclusão foram os trabalhos publicados que não traziam informações pertinentes à 
pesquisa, no decorrer do artigo científico. Foram encontrados 25 artigos que abordavam o tema 
MB ou HDL e; foram selecionados por serem compatíveis com a pesquisa 11 artigos. 
 
4. Resultados e Discussão 
 
Este estudo analisou vários trabalhos publicados sobre hérnia discal lombar e mobilização 
neural. Os autores que estudaram especificamente a MN concordam que a técnica resulta 
positivamente reduzindo a TNA e ganhando ADM1,2,3,5. 
A capacidade dos músculos de contrair e relaxar com o mínimo de resistência em todas as suas 
amplitudes de movimento depende, além dos impulsos motores provenientes do sistema nervoso, 
de três fatores: a elasticidade e a completa extensibilidade dos músculos, amplitude completa das 
articulações e um sistema nervoso livremente móvel e extensível (14). Uma lesão nervosa 
 
 
 7 
 
implica alterações das propriedades mecânicas e fisiológicas do SN que, por sua vez, sustentam 
ou agravam a lesão. O tratamento de mobilização do sistema nervoso foi desenvolvido, e continua 
evoluindo, baseado em observações clínicas e pesquisas experimentais. Embora a técnica de mobilização neural não 
seja amplamente conhecida, essa ideia de aplicar um tratamento mecânico para o tecido neural não é nova. 
Princípios e métodos do alongamento neural já existiam desde 1800 e, progressivamente, foram se aperfeiçoando 
tanto na teoria quanto na aplicação clínica1. 
Conforme Oliveira (2010)3 a MN aplicada para mobilizar os nervos, traz um resultado positivo e 
é eficaz quando aplicada pelo fisioterapeuta no tratamento da HDL. Ressalta-se que não funciona 
como o esperado quando aplicado nos pontos de tensão, As técnicas podem ser utilizadas como 
método diagnóstico, através de manobras irritativas ou que tencionem o tecido nervoso. A MN 
pode também ser aplicada como método terapêutico, objetivando a redução da TNA. Desta 
maneira irá contribuir para uma melhor resolução do quadro sintomático e álgico, pois, 
melhorando-se a neurodinâmica e restabelecendo-se o fluxo axoplasmático será restabelecida a 
homeostasia dos tecidos nervosos3,4. 
Segundo Vasconcelos et al. (2011) que realizou uma pesquisa aplicando-se a MB no cotovelo, de 
uma amostra composta por 60 voluntários, houve um ganho de 12,11° de ADM em extensão do 
cotovelo, sendo a técnica válida para cada local do corpóreo. 
Comprova-se, através dos estudos dos autores que a MN é eficaz no tratamento da HDL. 
 
 
 5. Conclusão 
 
A MN aplicada corretamente pelo fisioterapeuta, de forma que os nervos deslizem e diminua a 
restrição dos tecidos adjacentes às áreas nervosas e consequentemente a TNA traz ganho de 
ADM e melhora o quadro álgico no tratamento da HDL. é eficaz quando aplicada pelo 
fisioterapeuta no tratamento da HDL. Ressalta-se que não funciona como o esperado quando 
aplicado nos pontos de tensão, As técnicas podem ser utilizadas como método diagnóstico, 
através de manobras irritativas ou que tencionem o tecido nervoso. A MN pode também ser 
aplicada como método terapêutico, objetivando a redução da TNA. Desta maneira irá contribuir 
para uma melhor resolução do quadro sintomático e álgicoé eficaz quando aplicada pelo 
fisioterapeuta no tratamento da HDL. Ressalta-se que não funciona como o esperado quando 
aplicado nos pontos de tensão, As técnicas podem ser utilizadas como método diagnóstico, 
através de manobras irritativas ou que tencionem o tecido nervoso. A MN pode também ser 
aplicada como método terapêutico, objetivando a redução da TNA. Desta maneira irá contribuir 
para uma melhor resolução do quadrosintomático e álgicoé eficaz quando aplicada pelo 
fisioterapeuta no tratamento da HDL. 
 
 
 8 
 
 
 
 
 6. Referências 
 
 
1. Barbosa AP, Leal SS. Análise da eficácia da mobilização neural do nervo isquiático 
sobreganho de ADM. Rev. Conscientiae Saúde, 2015. Acesso em 01/12/2016: 
http://www.redalyc.org/pdf/929/92943569015.pdf 
 
2. Monnerat E, Pereira JS. A influência da técnica de mobilização neural na dor e incapacidade 
da hérnia de disco lombar: estudo de caso. Rev. Ter. man., 2010. Acesso em 05/12/2016: 
http://bases.bireme.br/cgi-
bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextA
ction=lnk&exprSearch=597445&indexSearch=ID 
 
 
3. Oliveira HFJ, Teixeira AH. Mobilização do Sistema Nervoso: avaliação e tratamento. Rev. 
Fis. em Mov., 2007. Acesso em 05/12/2016: 
www2.pucpr.br/reol/index.php/RFM/pdf/?dd1=1594 
 
4. Ellis R, Hing W. Neural Mobilization: a systematic review of randomized controlled trials 
with na analysis of therapeutic efficacy. US National Library of Medicine, 2008. Acesso em 
06/12/2016: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2565076/ 
 
5. Lima MO, Vasconcelos TB, Arcanjo GN, Soares RJ. A eficiência da Mobilização Neural na 
reabilitação da lombalgia: uma revisão de literatura. Rev. Bras. Ciên. Saúde, 2012. Disponível 
em: http://seer.uscs.edu.br/index.php/revista_ciencias_saude/article/viewFile/1390/1197 
 
6. Viallle LR, Vialle EM, Henao JES, Giraldo G. Hérnia discal lombar. Rev. Bras. Ortopedia, 
2010. Acesso em 17/01/2017: http://www.scielo.br/pdf/rbort/v45n1/v45n1a04.pdf 
 
7. Grudtner ACL, Silva AG da. Intervenção fisioterapêutica em um paciente com hérnia de 
disco. Um estudo de caso. Revista Dig. Buenos Aires, 2009. Acesso em 
17/01/2017:http://www.efdeportes.com/efd128/intervencao-fisioterapeutica-em-um-paciente-
com-hernia-lombar.htm 
 
8. Butler DS. Mobilização do sistema nervoso. Barueri: Manole; 2003. 
 
 
 9 
http://www.redalyc.org/pdf/929/92943569015.pdf
http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=597445&indexSearch=ID
http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=597445&indexSearch=ID
http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=597445&indexSearch=ID
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2565076/
http://www.scielo.br/pdf/rbort/v45n1/v45n1a04.pdf
 
 
9. Makofsky HW. Coluna Vertebral – Terapia Manual. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 
2006. 
 
10. Machado GF, Bigolin SE. Estudo comparativo de casos entre mobilização neural e um 
programa de alongamento muscular em lombálgicos crônicos. Rev. Fisioterapia e Mov., 2010. 
Acesso em 12/02/2017: file:///C:/Users/123/Downloads/rfm-4308%20(1).pdf 
 
11. Vasconcelos DA, Lins RCLF, Dantas EHM. Avaliação da Mobilização Neural sobre o 
ganho de amplitude de movimento. Revista Fisioterapia em Movimento, 2011. Acesso 
20/03/2017: http://www.scielo.br/pdf/fm/v24n4/10.pdf 
 
 
 
 10 
file:///C:/Users/123/Downloads/rfm-4308%20(1).pdf

Continue navegando