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Razão e Fé da harmonia a separação. _36068f053f13d15892386e5f0163f2b0

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Aula 7 – Razão e fé: da harmonia à separação.
Humanidade e Transcendência
Dois excessos: excluir a razão e só admitir a razão.
(Blaise Pascal)
A ciência pode explicar-nos o mundo, mas não pode proporcionar-nos nenhum sentido. E, sem sentido, não conseguimos viver. 
Nós precisamos confiar em algo que dê realmente sentido à nossa vida.
(Anselm Grun).
Apresentação
A compreensão das relações entre fé e ciência exige a colocação de pano de fundo histórico e não apenas conceitual.
No cenário da história do saber e da busca humana de compreensão do cosmos e da vida, descobrem-se os caminhos e os atalhos de aproximação – ou de afastamento – entre ciência e fé. 
Objetivos da aula de hoje
Nos propomos fazer uma análise histórica das relações entre ciência e fé, desde os primórdios da civilização, passando pela Idade Média e pela Modernidade. 
A tônica principal está na polaridade que se estabelece entre os conceitos de unidade e de separação. 
Até o início da Era Moderna pode-se verificar um contínuo empenho para construir pontes que interliguem os territórios da fé e da ciência. 
A partir da Modernidade, contudo, estabelece-se o que se poderia chamar de NOVO PARADIGMA CIENTÍFICO, antes jamais percebido, a partir do qual tais pontes são destruídas. 
A compreensão deste e de outros aspectos históricos é importante para o tema o qual estamos nos ocupando durante todo o nosso curso. 
Conteúdos a serem vivenciados:
1 – A unidade da razão com a fé entre os povos primitivos. – Pg. 62
2 – A unidade entre razão e fé no pensamento grego – Pg. 63
3 – A relação entre razão e fé no mundo bíblico – Pg.64-66.
4 – A filosofia Cristã – Pg. 66-68.
5 – Pensamento moderno: novo paradigma – Pg. 68.
6 – A autonomia da Ciência – Pg. 68
7 – Do teocentrismo ao antropocentrismo – Pg. 69 -72.
8 – A confirmação do novo paradigma – Pg. 72.
9 – Do antropocentrismo ao cosmocentrismo – Pg. 73 
A unidade da Razão com a fé entre os povos primitivos. 
Algumas pessoas, influenciadas pelo positivismo de Augusto Conte, acreditam que a ciência é o tipo de conhecimento mais elevado, resultante do progresso no modo de compreender o mundo.
A fé, a filosofia e outras formas de saber seriam imperfeições , modos primitivos de explicar o mundo.
Essa crença levaria a supor que existe profunda separação, entre os conhecimentos do tipo científico e as outras formas de conhecimento.
Mas será mesmo assim?
A história mostra outra realidade. Em todas as épocas, ao invés de separação , sempre houve estreita relação entre razão, ciência e religião. 
Entre elas não há hierarquia sem sombreamento, mas mútua cooperação e entrosamento. 
Em consequência, a opinião positivista de que a religião representa forma primitiva de conhecimento, que deu origem à ciência, como formas mais elaborada, parece simples equivoco. 
Se assim é, deveríamos então perguntar-nos: onde foi que nos perdemos? 
Em que encruzilhada da história deixamos para trás essa tradição profundamente humanizadora que constitui a integração das diferentes formas de conhecimento?
Sem dúvida, o respeito das comunidades primitivas pelo sagrado pode ensinar-nos a “reestimar o seu valor como portador de algo divino em seu coração”. 
A unidade entre razão e fé no pensamento grego.
Na Grécia antiga, onde nasceram a ciência e a filosofia ocidental, a religião não depende da ciência nem lhe é submissa. 
O pensamento grego não considera a religião como simples embrião da ciência, mas com campo do conhecimento com vida própria e em pleno desenvolvimento. 
A própria filosofia nasceu da religião, conservando marcas do sagrado nos vários caminhos em que se desenvolveu, dos gregos até nossos dias. 
Depreende-se daqui que, na antiga Grécia, berço do nosso pensamento ocidental, são cultivadas relações de cooperação entre as diferentes formas de conhecimento, incluindo a ciência, a filosofia e a religião. 
Mesmo a aparente frieza racional da filosofia não impede sua abertura à dimensão sagrada da vida, uma vez que o “trabalho filosófico [...] permanece aberto ao sobrenatural. 
A relação entre razão e fé no mundo bíblico
Ao lado da tradição grega, a cultura judaica também tem muito que dizer sobre a relação entre os diversos tipos de conhecimento. 
O mundo bíblico nos propõe “ a convicção de que existe unidade profunda e indivisível entre o conhecimento da razão e o da fé. 
O olhar atento à tradição espiritual do Antigo Testamento revela a grande unidade entre a visão da fé e a do conhecimento.
Na primeiras páginas da Bíblia , no centro do relato da criação do homem e da mulher no Jardim do Éden, encontra-se a referência à “árvore do conhecimento” (Gn 2, 16-17).
O escritor bíblico está convencido de que Deus se revela e de que o texto que ele escreve não depende de sua vontade humana, mas desta revelação de Deus.
Na revelação, entra o elemento decisivo da fé. É o acreditar em algo que, mesmo ao não se ver com clareza total, tem sentido e por isso serve de iluminação para a vida. 
Também no Novo Testamento encontramos sintonia e unidade entre a fé e o conhecimento. 
No pensamento de São Paulo pode-se encontrar o melhor exemplo do empenho para a aproximação da fé com o conhecimento filosófico. 
Seu judaísmo nativo estava em diálogo com a cultura do mundo grego e romano e, por isso, sua teologia, “foi decisivamente moldada por este diálogo”
Na sua viagem missionária a Atenas, dirigiu-se aos cidadãos e disse-lhes: “... Atenienses, vejo que sois, em tudo, os mais religiosos dos homens. Percorrendo a vossa cidade e examinando os vossos monumentos sagrados, até encontrei um altar com esta inscrição: ´Ao Deus desconhecido´. Pois bem, o que venerais sem conhecer é que eu vos anuncio”.
Na atitude de Paulo, aprendemos a abertura ao diálogo, que implica tolerância e acolhimento do outro, como ressalta Martim Buber. 
A filosofia Cristã
A expressão do cristianismo, ao longo da história, em muito contribuiu para o surgimento da denominada FILOSOFIA CRISTÃ. 
Ela representa a atitude de abertura e ampliação do diálogo entre a fé cristã e a cultura greco-romana.
Tal diálogo não quer simplesmente nivelar as diferenças, mas avançar em busca da verdade. 
É assim que nasce o humanismo cristão, como esforço em prol da integração da fé com a racionalidade. 
Dois momentos marcaram o desenvolvimento da filosofia cristã. 
Ao primeiro deu-se o nome de PATRISTICA, por representar o pensamento dos padres da Igreja.
O segundo denominou-se ESCOLÁSTICA, porque surgiu no contexto das escolas medievais, precursoras das antigas universidades. 
Pensamento Moderno: Novo Paradigma.
A evolução histórica e cultural assinala diferentes modos de ver e compreender a realidade.
Conforme George Johnson, “a partir do nosso ponto de observação neste pequeno planeta, construímos um universo inteiro”.
Quando se muda o ponto de observação, mudam-se não apenas nossas teorias, mas o próprio mundo. 
23
Foi isso precisamente o que ocorreu no início da Modernidade, quando Galileu inaugurou novo modo de fazer ciência, não mais pela especulação, ou pela simples contemplação racional, sem necessidade de experiência prática, mas pelo chamado MÉTODO CIENTÍFICO apoiado na experimentação. 
Na expressão de Thomas Kuhn, a ciência de Galileu e, depois dele, a de Newton inscrevem-se no novo paradigma. 
Os paradigmas nascem e se consolidam nos períodos de revolução científica, que “representam mudanças de concepções de mundo”. 
Desse modo, por exemplo, a concepção de que a Terra era plana passou a ser questionada pelas novas observações. 
ESTAVA NASCENDO, ASSIM, O NOVO PARADIGMA. 
A autonomia da ciência.
Até o fim da Idade Média, o saber filosófico era considerado o melhor instrumento da razão para o acesso ao mundo. A parti da Modernidade, verifica-se progressivo movimento de AUTONOMIA da ciência e de sua separação da filosofia. 
Como nós a compreendemos hoje, a ciência é recente: nasceu precisamente a partir do que a história chama de PERÍODOMODERNO, há pouco mais de 400 anos. 
Isso é muito pouco em relação aos 10 mil anos aproximados de história e os muitos milhares de anos do surgimento do HOMO SAPIENS.
A marca principal do nascimento da ciência moderna foi a SECULARIZAÇÃO: trata-se do movimento que desloca o eixo de atenção das coisas sagradas para as coisas do mundo. 
Do teocentrismo ao
 antropocentrismo
Para recuperar o diálogo entre ciência e religião, rompido a partir da Modernidade, é preciso compreender o pensamento moderno. 
Enquanto a Idade Média via todo as coisas sob as lentes da religião cristã, a Modernidade vai substituir estas lentes do “sagrado” pelas do “humanismo”.
Isso não ocorreu por acaso, mas foi obra de consequências históricas bem precisas. 
Quais são os acontecimentos que levaram a esse desfecho? 
A seguir, serão analisados alguns dos componentes históricos que explicam o surgimento do PARADIGMA MODERNO.
A Reforma Protestante.
Martinho Lutero, que foi padre da ordem de Santo Agostinho, pregava um cristianismo puro contra um impuro. 
Na sua concepção, a Igreja medieval havia-se distanciado dos verdadeiros princípios do Evangelho. 
Tornara-se um instituição que maculava o ideal cristão com a venda das indulgências, os excessos da inquisição, os desvios morais do clero, os interesses políticos e econômicos que influenciavam a vida da Igreja 
Fim do feudalismo 
e surgimento do capitalismo.
Do ponto de vista econômico e social, o fim do feudalismo, modo de produção que dominou praticamente toda a Idade Média, foi fator que contribuiu para a mudança de mentalidade.
O sistema feudal estava alicerçado na posse da terra e a Igreja também tinha bastante influência neste campo, pois muita autoridades eclesiásticas eram também grandes senhores feudais. 
Com o surgimento do capitalismo mercantil, favorecido pelos grandes descobrimentos e pela expansão do domínio marítimo , ficou relativizado o poder dos senhores feudais, seja no âmbito político, seja no econômico e social e, por consequência, também naquele da Igreja.
Novo modelo de ciência 
e de pensamento.
Traço histórico mais importante desse período foi o desenvolvimento de nova concepção científica e filosófica, a partir dos avanços trazidos pela pesquisa nas ciências naturais e pelo humanismo.
A ciência moderna, assim ,estabelece nova aliança, não mais com o pensamento religioso, mas com o antropológico e secular. 
A confirmação 
do novo paradigma
O novo modelo de racionalidade, proposto na Modernidade, reafirma-se de duas maneiras: do ponto de vista filosófico, com o trabalho de Descartes, e sob a ótica científica, a partir do empenho de Newton.
Com René Descartes, a Modernidade passa a fazer a leitura dos CRITÉRIOS DE VERDADE do conhecimento humano.
Em seu DISCURSO DO MÉTODO, o filósofo mostra como as antigas certezas devem ser postas de lado, a fim de evitar que a razão se engane, e é preciso descobrir novo acesso à verdade, não mais pelo dogma, mas pela DÚVIDA METÓDICA. 
A RAZÃO, por si mesma, tem condições de chegar à verdade a partir de suas próprias regras de funcionamento.
O COGITO, ERGO SUM, penso, logo existo, de Descartes, é a declaração da autonomia da razão diante de qualquer outra estrutura, mesmo a religião, que vise a estabelecer a verdade. 
O pensamento deste filósofo está ainda permeado por concepção de fundo religioso; para ele, por exemplo, é Deus quem garante que as ideias da mente não sejam enganosas. 
A partir de então, o pensamento filosófico torna-se cada vez mais distante da teologia. 
Do ponto de vista científico, a Modernidade tem sua grande expressão na obra de Isaac Newton.
Mas ele, como se verá, não partilha a ideia de separação entre fé e ciência. 
Nota-se, progressivamente, o distanciamento do discurso científico do religioso. 
A ciência moderna, com efeito, limitou-se a compreender a Deus, em relação à natureza, como um “divino relojoeiro”. 
Em síntese, pode-se afirmar que a Modernidade exclui a fé do âmbito do conhecimento válido: diga-se, de passagem, conhecimento experimental.
Passa-se do teocentrismo medieval para o antropocentrismo moderno, dando à razão a tarefa única de explicar a dimensão material da vida humana. 
Do Antropocentrismo
ao Cosmocentrismo
A tendência antropocêntrica, que colocou o homem no centro das atenções do pensamento ocidental, convive, atualmente, com novas interpretações de largo interesse para a compreensão de nosso tema.
Cito, por exemplo, a crescente preocupação com o desequilíbrio dos recursos naturais e do meio ambiente, o que tem gerado reflexão ecológica assaz consistente. 
Tal reflexão te por fundamento uma visão holística da realidade: preocupação com a integração ecológica e atitude de respeito ao ecossistema, compreendido como casa da humanidade.

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