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VASCONCELOS, CELSO DOS SANTOS

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VASCONCELOS ,CELSO DOS SANTOS
Avaliação – Celso dos S. Vasconcellos é aqui um resumo e um incentivo à leitura do original: Avaliação – Concepção Dialética-libertadora do Processo de Avaliação Escolar, uma das importantes obras que costumam cair em concursos públicos. Mas, atenção, nada é melhor que sua leitura completa,  como fiz.
“A avaliação é, na prática, um entulho contra o qual se esboroam muitos esforços para pôr um pouco de dignidade no processo escolar. Ele foi erigido, junto com outros baluartes (como o conteúdo do livro didático e o papelório da burocracia) para que pareça impossível realizar qualquer mudança na escola”.
Assim começa o prefácio de Danilo Gandin para o livro de Celso Vasconcellos. Pois é esse o tom da obra. Com os pés na realidade da sociedade e da sala de aula, o autor demonstra os absurdos que estão por traz da avaliação escolar tradicional. Ao mesmo tempo aponta caminhos e ações.
Conteúdos Desse Artigo [Ocultar]
· 1 Introdução
· 2 I – Lógica do Absurdo. Teses sobre a Avaliação Pervertida ou sobre a Perversão da Avaliação
· 2.1 Do Caos aos Cosmos
· 3 II – Questão Metodológica
· 3.1 1 – Possibilidade
· 3.2 2 – Perspectiva do Trabalho em Avaliação – Celso dos S. Vasconcellos
· 3.3 3 – Método de Trabalho
· 4 III – ANÁLISE DO PROBLEMA. 1ª. Parte (Avaliação – Celso dos S. Vasconcellos)
· 4.1 1 – O problema da Avaliação Escolar
· 4.2 2 – Análise do Problema na sua Totalidade
· 4.3 3 – Mediação entre o Problema Geral e o Particular
· 5 IV – Finalidade da Avaliação. 2a. Parte (Avaliação – Celso dos S. Vasconcellos)
· 5.1 1 – Sentido da Avaliação
· 5.2 2 – Representação para a prática pedagógica
· 6 IV – Em Busca de Algumas Alternativas. 3a. Parte (Avaliação – Celso dos S. Vasconcellos)
· 6.1 1ª. Linha de Ação: Alterar a Metodologia de Trabalho em Sala de Aula.
· 6.2 2ª. Linha de Ação: Diminuir a Ênfase na Avaliação Classificatória
· 6.3 3ª. Linha de Ação: Redimensionar o Conteúdo da Avaliação
· 6.4 4ª. Linha de Ação: Alterar a Postura Diante dos Resultados da Avaliação
· 6.5 5ª.  Linha de Ação: Trabalhar na Conscientização da Comunidade Educativa
Introdução
A partir de notícias sobre violência e suicídios envolvendo estudantes e professores, além de dados sobre reprovação no Ensino Fundamental, Vasconcellos analisa essas questões comparando resultados das redes pública e privada.
Para ele, a reprovação menor na rede privada não é questão de qualidade e sim de fatores como:
– Seleção econômica (valor da mensalidade);
– Exames de seleção (vestibulinhos);
– Fácil acesso do aluno a informações fora da escola (jornais, revistas, tv por assinatura, internet, viagens);
– Apoio dos pais, com aulas de reforço, psicopedagogos, transferência de escola;
– Postura do professor, muitas vezes diferenciada, em termos de estímulo e confiança no potencial dos alunos.
Mas é fato, afirma o autor, que os índices de aproveitamento estão bem abaixo dos desejados, tanto nas escolas públicas quanto nas privadas. “De qualquer forma, o verdadeiro sentido da reprovação se manifesta no fato de que, mesmo no interior da escola particular, o segmento social que é atingido por ela com maior incidência é justamente o dos menos favorecidos”.
Há ainda, para além dos prejuízos pessoais e sociais, o desperdício de bilhões de reais, causados pelas evasões e repetências. Portanto, o problema da Avaliação é de todo o sistema educacional, sujeito a imposições de valores desumanos da sociedade como o utilitarismo, a competição, o consumismo, a alienação, a marginalização e que aparecem na sala de aula.
I – Lógica do Absurdo. Teses sobre a Avaliação Pervertida ou sobre a Perversão da Avaliação
Do Caos aos Cosmos
“No princípio era o caos. Um dia o professor descobriu que podia mandar o aluno para fora da sala, que a instituição cuidava de ameaçá-lo com a expulsão. Mais tarde um pouco descobriu que tinha em mãos uma arma muito mais poderosa: a nota. Começou a usá-la então para conseguir a ordem no caos. O caos se fez cosmos, o maldito cosmos da nota”.
Ainda na parte introdutória, o autor descreve vinte e sete “lógicas” absurdas a respeito da avaliação, presentes no sistema escolar:
1. Valorizar muito a nota
2. Montar todo um clima de tensão em torno das provas
3. Não mudar o sistema de avaliação por pressão dos pais e de alguns professores
4. Transferência dos alunos que não se adequam
5. Não dar nota alta no início do ano para usá-la como controle
6. No quarto bimestre o aluno tirar somente a nota necessária para a aprovação
7. Ser professor “durão” e só valorizar a resposta certa
8. O medo, nervosismo, “branco” dos alunos, visto como um problema deles e da família
9. Falar que o importante é o aprendizado e não a nota, mas ao mesmo tempo criar todo um aparato em torno das notas
10. O aluno entender que só precisa estudar antes das provas, pois os professores explicam tudo certinho
11. O aluno estudar somente na véspera das provas, pois elas exigem que se decore e se reproduza
12. Desejar boa sorte, já que as questões são arbitrárias e irrelevantes
13. Os alunos fazerem bagunça para segurar o professor
14. Uso da “cola”, já que as provas exigem apenas nomes, datas, classificações
15. Avaliar sem ouvir o avaliado
16. O aluno adular o professor, já que este não aceita críticas
17. A profecia auto-realizante do fracasso dos alunos das classes populares
18. O aluno pouco falar e pouco escrever para errar pouco
19. Preparar para provas com questionários
20. Os pais se interessarem apenas pelo diploma e por isso não questionarem a escola
21. Os filhos desejarem tirar nota para ganhar presente ou evitar a surra dos pais
22. Os professores avaliarem apenas em ocasiões especiais, assim também são avaliados
23. Distribuir notas ao final do ano para evitar chateações como recuperação ou justificar as reprovas
24. A escola receber crianças curiosas e vivas e torná-las obedientes, indiferentes, passivas
25. Desejar a volta do castigo físico
26. Ter receio de mudar o sistema de avaliação
27. Um certo ministro da educação querendo mudar o sistema de avaliação teve que voltar atrás devido à resistência daqueles que ficariam desorientados sem a presença das notas.
Por essas questões desconcertantes, é necessário colocar a avaliação em questão, para poder transformá-la.
II – Questão Metodológica
Colocados os problemas, o que fazer? Um dos limites na formação dos professores, segundo o livro Avaliação – Celso dos S. Vasconcellos, é que, embora a concepção teórica adequada: avaliação contínua, diagnóstica, abrangente, relacionada aos objetivos etc, na prática, falta a crítica à realidade concreta e clareza do que fazer.
1 – Possibilidade
Antes de mais nada é preciso evitar dois equívocos:
– Voluntarismo: achar que se cada um fizer sua parte o problema se resolve;
– Determinismo: achar que não dá para fazer nada enquanto não mudar o sistema.
A opção de Avaliação – Celso dos S. Vasconcellos é o enfoque dialético. Analisar a realidade e as possibilidades. E cita Marx: É o homem que faz a história, mas sob as condições que herdou e não que escolheu.
2 – Perspectiva do Trabalho em Avaliação – Celso dos S. Vasconcellos
Esse trabalho procura inicialmente despertar o querer mudar para possibilitar um desequilíbrio, um acordar e tomada de consciência. Em seguida apresenta subsídios para os que querem mudar.
A mudança deverá se dar a partir de passos pequenos na escola, na comunidade, no sistema de ensino, na sociedade e na política.
3 – Método de Trabalho
Para enfrentar o problema da avaliação é necessária a análise crítica. Ir para além da aparência, com procedimento metodológico na perspectiva dialética-libertadora, compreendendo os elementos:
– Partir da Prática
– Refletir sobre a Prática*
– Transformar a Prática
* A Reflexão sobre a prática deve ser feita em três dimensões:
– Onde estamos (o que está sendo);
– Para onde queremos ir (como deveria ser);
– O que fazer (o que fazer para vir-a-ser).
O processo e conhecimento da realidade em questão se dará num movimento de Síncrese (percepção inicial), Análise (captação do movimento real) e Síntese(compreensão do real nas suas determinações, contradições etc).
A ação deve ter sentido para quem a executa. Por isso deve ser entendida como um processo que se constrói passo a passo e não como algo dado, pronto.
III – ANÁLISE DO PROBLEMA. 1ª. Parte (Avaliação – Celso dos S. Vasconcellos)
1 – O problema da Avaliação Escolar
Para Vasconcellos, as respostas mais comuns para o problema da avaliação, centradas nos alunos (desinteresse, imaturidade, pobreza etc), nas famílias (trabalho, analfabetismo etc), em questões técnicas ou estruturais, são sim problemas a serem equacionados, mas o problema de fundo é outro:
“Entendemos que o grande entrave da avaliação é o seu uso como instrumento de controle, de inculcação ideológica e de discriminação social”
A avaliação que deveria ser um instrumento de acompanhamento do processo educacional, acabou tornando-se o objetivo deste processo.
2 – Análise do Problema na sua Totalidade
O sofrimento dos alunos com o processo avaliativo faz parte de “uma complexa cadeia de relações de reprodução das estruturas dominantes”. E o professor, geralmente não tem consciência de que é um agente desse jogo de autoritarismo, discriminação e dominação social.
A reprovação, tal qual conhecemos, surgiu a partir da formação dos estados nacionais e da afirmação da burguesia industrial. Era necessária uma escola que ao mesmo tempo preparasse o futuro trabalhador, dócil, obediente, disciplinado e que se submetesse à escola como uma promessa de recompensa. Mas sempre com a reprovação como decorrência natural de diferenças individuais, cada um sendo responsável pelo seu fracasso.
A avaliação tem também um papel político, no sentido de relações de exercício de poder. A classe dominante, para manter-se no poder não usa a toda hora de um aparelho de repressão, já que pode lançar mão da inculcação ideológica, para que cada um reconheça seu lugar e sua incompetência, ao ponto de os dominados até colaborarem com seu dominador.
O papel da escola, sua função real e oculta é mergulhar os desfavorecidos na humilhação, criando um autoconceito negativo, para que não renunciem a uma atitude de humildade. Portanto, o problema central da avaliação é seu uso como instrumento de discriminação e seleção social.
Claro que a escola não é a responsável pela organização social excludente. Apenas a reforça.
3 – Mediação entre o Problema Geral e o Particular
Embora o problema da avaliação envolva responsabilidades de vários níveis, desde o próprio aluno, sua família, problemas estruturais, o sistema educacional e o vestibular, entre outros, é no professor que reside a maior responsabilidade.
O professor participa, mesmo inconscientemente, da distorção da avaliação. Ele não faz somente o que deseja ou o que sua consciência diz. Participa de um processo de alienação imposta a todo cidadão.
Mas se é algo que pese, também lhe dá o poder de mudança mesmo que limitado, mas real. Vale lembrar que ele não pode fazer tudo como deseja, pois está submetido a uma hierarquia do sistema educacional.
Precisamos ser ajudados a encarar o que realmente é nossa prática de avaliação na realidade, independentemente de nossa consciência e de nossa vontade.
Mas, como o professor participa da distorção do sentido da avaliação? Dando destaque a ela, usando-a como instrumento de pressão e controle de comportamento; usando a avaliação-reprovação como instrumento de discriminação social: para “selecionar” os que têm “capacidade”.
E por que o professor acaba agindo assim?
Por necessidade, por ingenuidade, por convicção, por comodidade, por pressão.
1. Necessidade de controle, pois a sociedade lhe confiou uma tarefa para a qual ele está “habilitado e autorizado”. Porém, os alunos “não vêm significado e nem se sentem mobilizados com aquilo que o professor propõe”. Então, o desinteresse e indisciplina dos alunos passa a ser reprimido com a ameaça da avaliação e da nota. Há uma distorção do sentido da avaliação de “formação” para o “medo”. Perde-se a oportunidade de ir a fundo no problema (relação escola-sociedade, processo de construção de conhecimento).
2. Ingenuidade, também deforma o papel da avaliação. Quando mesmo não usando explicitamente a avaliação como ameaça, o professor o faz por não questionar essa prática, geralmente já assimilada pelos alunos.
3. Por convicção, por achar que a tensão da avaliação faz parte da preparação para a vida ou para o vestibular. Ou por considerar que há a necessidade de uma seleção social entre aptos e inaptos.
4. Por comodidade, quando se considera muito trabalhoso querer mudar, ainda mais pelo salário que recebe.
5. Por pressão, quando mesmo já tendo certa consciência, o professor se sente cobrado a manter a avaliação tradicional, pelos colegas, pelo vestibular, pelos pais ou mesmo pelos alunos.
O problema da avaliação não é de ordem técnica e sim política. Seu uso autoritário e disciplinar. No sentido pedagógico, a solução do problema da avaliação está muito mais ligada à proposta de trabalho do professor e da escola e à metodologia de trabalho em sala de aula.
“A avaliação, portanto, acaba desempenhando, na prática, um papel mais político que pedagógico, ou seja, não é usada como recurso metodológico de reorientação do processo de ensino-aprendizagem, mas sim como instrumento de poder, de controle, tanto por parte do sistema social, como pela escola, pelo professor, quanto pelos próprios pais.
IV – Finalidade da Avaliação. 2a. Parte (Avaliação – Celso dos S. Vasconcellos)
A grande questão é:
Comprometida como está com o sistema, não seria melhor eliminá-la? Seria possível? Seria desejável? A questão é a existência da avaliação ou a avaliação que se vem fazendo?
1 – Sentido da Avaliação
Antes de mais nada é preciso distinguir avaliação de nota.
“Avaliação é um processo abrangente da existência humana, que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos”.
A nota “é uma exigência formal do sistema educacional”. Se for abolida a nota, ainda assim, “haverá necessidade de continuar existindo avaliação, para acompanhar o desenvolvimento dos educandos e ajudá-los em eventuais dificuldades”.
Avaliação X Prova
Pode-se atribuir nota sem ser prova e avaliar sem ser por nota.
Devido à insistente prática de “detetive”, ou “policial”, assumida pelo professor que procura pelos alunos que não são capazes, para que recebam nota baixa e sejam reprovados, fica notória a pedagogia comportamentalista, baseada no esforço-recompensa, no prêmio-castigo.
Tal prática provoca uma alienação na relação pedagógica, “na medida em que tanto o aluno como o professor passam a ficar mais preocupados com a nota que com a aprendizagem”.
Muitas respostas podem ser dadas para a pergunta “avaliar para que? ” Avaliar para dar nota, para medir, cumprir a lei, selecionar, etc. Ou avaliar para acompanhar o processo de construção do conhecimento do aluno, estabelecer um diálogo educador-educando-contexto de aprendizagem, avaliar para que o aluno aprenda mais e melhor …
A avaliação Escolar é uma questão política. Está relacionada ao poder, aos objetivos, às finalidades, aos interesses que estão em jogo no trabalho educativo.
Os objetivos da educação escolar, a concepção de homem e de sociedade que queremos formar, devem estar no Projeto Pedagógico, no planejamento, mas o grande erro é esquecer essa reflexão coletiva e não a colocar em prática.
Concepção de educação e sentido dado pelo professor à avaliação:
Professor Transmissor X Professor Educador
O conhecimento só tem sentido se ajudar a compreender o mundo e a nele intervir. Todos os alunos podem aprender. Portanto, o sentido maior da avaliação deve ser que os alunos aprendam mais e melhor.
2 – Representação para a prática pedagógica
Mudar a concepção de avaliação exige uma mudança de postura do professor, principalmente em sua ação. Investir energia não no controle do transmitido e sim na aprendizagem dos alunos.
A velha pergunta “comoensinar? ”, deve ser trocada para “como os alunos aprendem? ”. A concepção dialética de educação supera tanto o sujeito passivo da educação tradicional, quanto o sujeito ativo da educação nova, em direção ao sujeito interativo.
Diante das dificuldades na avaliação, a pergunta deve ser “por que meu aluno não está aprendendo? O que posso fazer?”.
Relação Pedagógica Desalienada da Nota
Considerando que todo ser humano é capaz de aprender, o “limite” é do aluno ou da escola? É Problema de Aprendizagem ou Problema de Ensinagem?
A mudança de mentalidade passa pela mudança de prática e o professor deve deslocar seu eixo de trabalho de “Fiscalizar/medir/julgar” para “Propiciar a Aprendizagem”, de todos os alunos. E citando Carraher, Vasconcellos acredita ser possível superar o fracasso escolar, que na verdade é um fracasso da escola em algumas incapacidades ao lidar com as crianças.
A nova concepção de avaliação, “dialética-libertadora”, proposta pelo autor, depende de uma mudança política e não unicamente técnica: uma avaliação a serviço da transformação, e não da reprodução.
IV – Em Busca de Algumas Alternativas. 3a. Parte (Avaliação – Celso dos S. Vasconcellos)
Na última parte do livro, Celso S. Vasconcellos apresenta um conjunto de cinco linhas de ação, alertando que se deve considerar o conjunto delas, articuladas aos princípios gerais da concepção dialética-libertadora da avaliação.
1ª. Linha de Ação: Alterar a Metodologia de Trabalho em Sala de Aula.
Não se pode conceber uma avaliação reflexiva, crítica, emancipatória, num processo de ensino passivo, repetitivo, alienante. Não usar a nota como instrumento de coerção. Mudar a lógica do estudar para passar em direção ao estudar para aprender.
2ª. Linha de Ação: Diminuir a Ênfase na Avaliação Classificatória
A avalição precisa acontecer como processo, portanto, contínua, nas atividades e trabalhos cotidianos, para ajudar o aluno a construir seu conhecimento. E não com rituais especiais, como uma “prova”, que serve apenas para classificar o aluno, pois dá muita ênfase à nota e promove uma ruptura com o processo de ensino-aprendizagem.
3ª. Linha de Ação: Redimensionar o Conteúdo da Avaliação
A avalição deve ser reflexiva, relacional, compreensiva e não de cunho decorativo. Além disso deve-se diversificar os tipos de questões: testes objetivos, V ou F, palavras cruzadas, completar, desenhos, enumerar, copiar do texto de acordo com critério, formar frases com palavras dadas, dissertação etc.
A avaliação sócio-afetiva (atitudes, valores, interesse, esforço, participação, relacionamento, criatividade, iniciativa, etc.) é muito importante, mas sem vinculá-la à nota.
4ª. Linha de Ação: Alterar a Postura Diante dos Resultados da Avaliação
Os resultados das avaliações devem ter uma utilidade prática: mudar o que precisa ser mudado, no ensino, na postura do aluno, ou na escola. Nesse sentido, o erro deve ser um indicativo de como o aluno está pensando e como pode ser ajudado. Deve-se evitar as “profecias auto-realizantes”, que criam estereótipos ou rótulos sobre alunos, “bons ou maus”, “fracos ou fortes”. Os conselhos de classe podem ser importantes estratégias de superação de problemas e devem ser feitos durante o ano, não apenas no final, e contar com a participação professores, alunos, pais, com enfoque no processo educativo, como instrumento de reflexão e ação. Já a recuperação, deve ser processual, com a preocupação de se recuperar a aprendizagem e não a nota.
5ª.  Linha de Ação: Trabalhar na Conscientização da Comunidade Educativa
Devem-se criar critérios comuns de avaliação na escola e eles precisam estar claros para todos os professores, alunos e pais. A família do aluno deve ser orientada sobre a importância de seu papel e sobre a necessária superação do caráter classificatório da avaliação. Finalmente, a avaliação deve levar à mudança de todo o sistema educacional, com uma Política Educacional que garanta mais escolas e melhor equipadas, mais vagas, mais verbas e melhor aplicadas, melhor formação e remuneração dos profissionais da Educação. Na Escola, uma gestão transparente e participativa, integrada com a comunidade, que favoreça a organização e participação dos estudantes através do Grêmio, Representantes de Classe, Grupo de Teatro, Clube de Ciências, de Vídeo, etc.
“A efetivação de uma Avaliação democrática na escola depende, em última instância, da democratização da sociedade, de tal forma que não se precise mais usar a escola como uma das instâncias de seleção social”.
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