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Estrutura dos Sólidos Cristalinos Profª. Drª Nice M.S.Kaminari Estruturas Cristalinas Por que estudar? As propriedades de alguns materiais estão diretamente associadas à sua estrutura cristalina Explica a diferença significativa nas propriedades de materiais cristalinos e não cristalinos de mesma composição 2 Estruturas Cristalinas Os materiais sólidos podem ser classificados em cristalinos ou não-cristalinos de acordo com a regularidade na qual os átomos ou íons se dispõem em relação à seus vizinhos. Material cristalino é aquele no qual os átomos encontram-se ordenados sobre longas distâncias atômicas formando uma estrutura tridimensional que se chama de rede cristalina Todos os metais, muitas cerâmicas e alguns polímeros formam estruturas cristalinas sob condições normais de solidificação 3 Estruturas Cristalinas Nos materiais não-cristalinos ou amorfos não existe ordem de longo alcance na disposição dos átomos As propriedades dos materiais sólidos cristalinos depende da estrutura cristalina, ou seja, da maneira na qual os átomos, moléculas ou íons estão espacialmente dispostos. Há um número grande de diferentes estruturas cristalinas, desde estruturas simples exibidas pelos metais até estruturas mais complexas exibidas pelos cerâmicos e polímeros 4 Célula Unitária (unidade básica repetitiva da estrutura tridimensional 5 Célula Unitária (unidade básica repetitiva da estrutura tridimensional) Célula Unitária Os átomos são representados como esferas rígidas 6 Estrutura Cristalina dos Metais Como a ligação metálica é não-direcional não há restrições quanto ao número e posições dos vizinhos mais próximos. Então, a estrutura cristalina dos metais têm geralmente um número grande de vizinhos e alto empacotamento atômico. Quatro são as estruturas cristalinas mais comuns em metais: Cúbica simples (CS), cúbica de corpo centrado (CCC), cúbica de face centrada (CFC) e hexagonal compacta (HC). 7 Estrutura Cristalina Dependendo da composição química ou do processo de fabricação os átomos na solidificação ou em tratamentos térmicos podem se arranjar de maneira ordenada (estrutura cristalina) ou desordenada (estrutura vítrea). 07/08/2013 8 Sistemas Cristalinos Uma das maneiras de dividir as estruturas cristalinas em grupos é aquela baseada na geometria da célula unitária. Considerando os eixos x, y e z, a geometria pode ser definida por seis parâmetros, que são: Os três comprimentos a, b e c; Os três ângulos formados entre os eixos (α, β e ) Estes parâmetros são referidos como parâmetros de rede. 9 Os 7 Sistemas Cristalinos 10 14 Redes de Bravais 12 Sistema Cúbico Os átomos podem ser agrupados dentro do sistema cúbico em 3 diferentes tipos de repetição Cúbico simples Cúbico de corpo centrado Cúbico de face centrada 14 Definições Fator de empacotamento atômico (FEA) – volume de átomos que ocupam o volume de uma célula FEA = Número de átomos x Volume dos átomos Volume da célula unitária Número de coordenação (NC) - corresponde ao número de átomos vizinhos mais próximos 15 FEA= Volume dos átomos numa célula atômica Volume total da célula unitária Sistema Cúbico Simples (CS) Estrutura formada por um átomo em cada vértice do cubo Metal que apresentam estrutura CS – césio Apenas 1/8 de cada átomo cai dentro da célula unitária, ou seja, a célula unitária contém apenas 1 átomo. fea = 0,52; NC = 6 ; a = 2R Essa é a razão que os metais não cristalizam na estrutura cúbica simples (devido ao baixo empacotamento atômico) 17 Sistema Cúbico de Face Centrada (CFC) Sistema Cúbico de Face Centrada (CFC) Sistema Cúbico de Corpo Centrado (CCC) Sistema hexagonal compacto (HC) 21 Sistema hexagonal compacto (HC) TABELA RESUMO PARA O SISTEMA CÚBICO 22 Raio atômico e Estrutura Cristalina de alguns metais 23 24 Empilhamento Ótimo Cálculo Da Densidade O conhecimento da estrutura cristalina permite o cálculo da densidade (): = nA VcNA n= número de átomos da célula unitária A= peso atômico Vc= Volume da célula unitária NA= Número de Avogadro (6,02 x 1023 átomos/mol) 25 EXEMPLO Cobre têm raio atômico de 0,128nm (1,28 Å), uma estrutura CFC, um peso atômico de 63,5 g/mol. Calcule a densidade do cobre. Resposta: 8,89 g/cm3 Valor da densidade medida= 8,94 g/cm3 26 Estrutura Cristalina Dos Materiais Cerâmicos Estruturas cristalinas compostas por íons eletricamente carregados, em vez de átomos; Duas características dos íons influenciam a estrutura dos cristal: O cristal deve ser eletricamente neutro Envolve os raios iônicos dos cátion e ânions 27 Estrutura Cristalina Dos Materiais Cerâmicos Uma vez que as cerâmicas são compostas por pelo menos dois elementos, as suas estruturas são em geral mais complexas do que as dos metais; 28 Estrutura Cristalina Dos Materiais Cerâmicos Cloreto de sódio NC – 6 Estrutura CFC dos ânions. Com um cátion situado no centro do cubo e outro localizado no centro de cada uma das 12 arestas 29 Estrutura Cristalina Dos Materiais Cerâmicos Estrutura da Cloreto de Césio NC – 8 Os ânions estão localizados em cada vértices de um cubo, enquanto o centro do cubo contém um único cátion 30 Estrutura Cristalina Dos Materiais Poliméricos » O estado cristalino pode existir em polímeros. Uma vez que a unidade básica é uma molécula e não átomos ou íons, torna-se muito complexo a representação de cristalinidade, a partir dos conceitos utilizados até agora. » Para os polímeros, Cristalinidade está relacionada à compactação das cadeias de moléculas, de forma a produzir um arranjo ordenado de átomos » As estruturas cristalinas podem ser especificadas em termos de célula unitária, o que é frequentemente complexo. 31 32 Estrutura Cristalina Dos Materiais Poliméricos » Os polímeros podem apresentar desde 95% de cristalinidade até estrutura completamente amorfa, ao contrário dos metais que são totalmente cristalinos e das Cerâmicas que ou são cristalinas ou são amorfas. Os polímeros semicristalinos são análogos a metais com duas fases. » Polímeros cristalinos são mais densos que os amorfos do mesmo material e mesmo peso molecular. O grau de cristalinidade pode ser estimado por medidas de densidade. » A cristalinidade depende do resfriamento a partir da fusão. Quanto mais complexas as estruturas dos monômeros (unidade básica de repetição dos polímeros) , mais difícil é a formação da cristalinidade –alinhamento das moléculas (o oposto é válido). 33 Estrutura dos Materiais Poliméricos Polietileno - estrutura ortorrômbica Cadeias dobradas 34 Polimorfismo ou Alotropia Alguns metais e não-metais podem ter mais de uma estrutura cristalina dependendo da temperatura e pressão. Esse fenômeno é conhecido como polimorfismo. Geralmente as transformações polimórficas são acompanhadas de mudanças na densidade e mudanças de outras propriedades físicas. 35 Exemplos de materiais que exibem Polimorfismo Ferro Titânio Carbono (grafite e diamente) SiC (chega ter 20 modificações cristalinas) Etc. 36 Alotropia do Ferro Na temperatura ambiente, o Ferro têm estrutura CCC, número de coordenação 8, fator de empacotamento de 0,68 e um raio atômico de 1,241Å. A 910°C, o Ferro passa para estrutura CFC, número de coordenação 12, fator de empacotamento de 0,74 e um raio atômico de 1,292Å. A 1394°C o ferro passa novamente para CCC. 37 Alotropia do Carbono 38 Cristalografia 39 Direções Cristalográficas 40x y z Planos Cristalográficos 42 Planos Cristalográficos 43 Densidade Atômica Planar Exemplo calcule DAP para o plano (110) em uma estrutura CFC 44 Densidade Atômica Linear 45
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