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Modificado po Prof. Camila Fukuda Elaborado por Profa.Priscila Praxedes Transformações de fases em metais e microestruturas - Conceitos básicos - Alterações microestruturais das ligas Fe-C e propriedades (curvas Temperatura-Tempo- Transformação). 2 3 O desenvolvimento de um conjunto de características mecânicas de um material resulta de uma transformação de fases. Ocorre em duas fases: NUCLEAÇÃO; CRESCIMENTO. Transformação de fases 4 NUCLEAÇÃO: Etapa de surgimento das partículas da nova fase. HOMOGÊNEA: núcleos surgem de maneira uniforme. HETEROGÊNEA: núcleos surgem nos contornos de grão, nas superfícies e nas impurezas . Transformação de fases 5 CRESCIMENTO: Etapa onde os núcleos formados aumentam de tamanho até que o equilíbrio seja atingido. Transformação de fases CINÉTICA DA TRANSFORMAÇÃO Microestruturalmente o processo acontece em etapas: 1-NUCLEAÇÃO: formação de partículas, ou núcleos de tamanhos submicroscópicas da nova fase nos sítios com imperfeições ou nos contornos de grãos. 2- CRESCIMENTO: aumento de tamanho dos núcleos. 3- FIM: acontece quando atinjo as condições de equilíbrio. ETAPAS SÃO DEPENDENTES DO TEMPO E O PROGRESSO DA REAÇÃO É DADO PELA ANÁLISE DE ALGUMA PP FÍSICA QUE SEJA CARACTERISTICA DA NOVA FASE OU PELO MICROSCÓPICO. 6 Transformação de fases 7 CINÉTICA DA TRANSFORMAÇÃO Transformação de fases COM DIFUSÃO oSem variação no número e composição de fases Ex: solidificação metal puro e transformação alotrópica oCom variação no número e composição de fases Ex: Transformação eutética, eutetóide... SEM DIFUSÃO oOcorre com formação de fase metaestável Ex: transformação martensítica 8 A maioria das transformações de fase no estado sólido não ocorre instantaneamente, ou seja, são dependentes do tempo Transformação de fases As Curvas TTT – Temperatura – Tempo - Transformação • São os diagramas Temperatura - Tempo – Transformação específicos para determinado aço de composição conhecida e que estabelecem a temperatura e o tempo em que ocorre uma determinada transformação • Nas ordenadas ficam as Taquecimento. As temperaturas máximas de interesse vão até a região da austenita (Fe γ-CFC) que em geral é a estrutura de partida dos tratamentos térmicos. E nas abcissas o tempo de transformação em escala logarítimica. • Associa as estruturas formadas no aço em questão em função da velocidade de resfriamento (considera o efeito cinético, a variável tempo) . 10 início final Curvas TTT • Analisando a reação eutetóide do aço: • Nesta transformação a austenita, com uma concentração de C intermediária, se transforma em ferrita com uma quantidade de C bem inferior e cementita com uma quantidade de C bem superior. • Esta estrutura é chamada de perlita. )%7,6()%022,0()%77,0( 3 pCCFepCpC toresfriamen 11 Diagramas de transformações isotérmicas 12 Diagramas de transformações isotérmicas PERLITA A dependência da T nessa transformação pode ser vista abaixo. 13 Diagramas de transformações isotérmicas Diagrama específico para a liga Fe-C com composição eutetóide. Cada nova composição necessário um novo diagrama. 14 Diagramas de transformações isotérmicas Perlita fina Perlita grosseira 8:1 FERRITA/ CEMENTITA 15 Diagramas de transformações isotérmicas A curva ABCD mostra a curva real de um TT. A razão entre as espessuras das camadas de ferrita e de perlita é de 8:1 e depende da T da transformação. T logo abaixo da Teutetóide perlita grosseira. Abaixo de 540 oC perlita fina Sua morfologia é diferente e depende da temperatura. - Resfriamentos próximos a Teutetóide perlita de maior tamanho de grão e com lamelas (das fases ferrita e cementita) de maior espessura e baixa dureza (Rockwell C 5 a 20) perlita grossa - Temperaturas menores menor é o tamanho de grão da perlita, maior é a dureza (Rockwell C 30 a 40) e menor é a espessura de lamela perlita fina. Isso ocorre devido as baixas taxas de nucleação e altas taxas de difusão próximas a Teutetoide, o que resulta em estruturas relativamente grosseiras. Ao reduzir-se a temperatura de transformação, aumenta-se gradativamente a taxa de nucleação e reduz-se a taxa de difusão, resultando em estruturas mais refinadas. 16 Perlita 17 Perlita Fina Perlita Grossa Perlita PERLITA 18 Perlita fina: 20-30 Rc Perlita grossa: 86-97 RB FERRITA • É a estrutura também advinda da austenita e é formada a temperaturas abaixo da formação de perlitas finas e só podem ser vistas na microscopia eletrônica. 19 • A formação da perlita e da bainita são competitivas entre si. • Matriz de ferrita com partículas alongadas de cementita. Bainita • BAINITA SUPERIOR entre 300 – 540°C. Assemelha-se a uma série de RIPAS PARALELAS (TIRAS FINAS E ESTREITAS), ou agulhas de FERRITAS. 20 • BAINITA INFERIOR entre 200 – 300°C. A ferrita assemelha-se na forma de PLACAS FINAS ao invés de ripas paralelas(TIRAS FINAS E ESTREITAS). Bainita 21 Perlita se forma acima da curvatura localizada no ponto N (540 – 727oC) Bainita formada entre 215- 540oC. Bainita Bainita superior Bainita inferior 22 BAINITA SUPERIOR BAINITA INFERIOR 23 Microestrutura da Bainita contendo finíssimas agulhas das fases 24 Ocorre em aços com microestruturas perlíticas e/ou bainíticas quando aquecidos até uma temperatura abaixo da eutetóide (700oC) por um tempo longo (18 a 24h). recozimento A estrutura se assemelha a partículas esféricas embutidas em uma matriz contínua de fase α. Ocorre por uma difusão adicional do carbono sem alterações na composição ou quantidades relativas das fases ferrita e cementita. Cementita Globulizada 25 Cementita Globulizada 26 - É uma solução sólida supersaturada de carbono (não se forma por difusão) ocorrendo quase que instantaneamente independente do tempo. Este processo evita a DIFUSÃO DO CARBONO. - Austenita é toda transformada em martensita ou fica na forma retida. -Forma-se sem difusão e por ser uma fase metaestável não aparece no diagrama. Martensita 27 - A austenita CFC desloca-se formando uma nova estrutura chamada de TCC (TETRAGONAL DE CORPO CENTRADO). - Alongamento da célula unitária onde os C são impurezas intersticiais e formam uma solução sólida supersaturada transformando-se rapidamente quando aquecidos AUSTENITA MARTENSITA TRANSFORMAÇÃO ALOTRÓPICA COM AUMENTO DE VOLUME, que leva à concentração de tensões Martensita 28 - Microestrutura: forma de agulhas (acicular). - É dura e frágil (dureza: 63-67 HRC – rockwell C). - Tem estrutura tetragonal cúbica (TCC) (é uma fase metaestável, por isso não aparece no diagrama) Martensita 29 - É obtida pelo reaquecimento da martensita (α + cementita) - A dureza diminui pois os carbetos precipitam. - Forma de agulhas MARTENSITA AUSTENITA RETIDA Martensita Revenida 30 Fotomicrografia de uma liga (69%Cu- 26%Zn-5%Al), mostrando as agulhas de martensita numa matriz de austenítica Martensita 31 Martensita no Ti Martensita no aço Fonte: COSTA, E., M.; Transformações de fases – PUC/RS Temperatura de austenitização +Fe3C Perlita Martensita -Como a martensita não envolve difusão, a sua formação ocorre instantaneamente (independente do tempo, por isso na curva TTT a mesma corresponde a uma reta). AS CURVAS TTT Ex 2: ALGUMAS CURVAS DE RESFRIAMENTO A TEMPERATURA CONSTANTE, PARA UM AÇO EUTETÓIDE, E AS RESPECTIVAS MICROESTRUTURAS FORMADAS PARA CADA UM DOS CASOS 33 Ex 2: ALGUMAS CURVAS DE RESFRIAMENTO CONTÍNUO, PARA UM AÇO EUTETÓIDE, E AS RESPECTIVAS MICROESTRUTURASFORMADAS PARA CADA UM DOS CASOS A (FORNO)= Perlita grossa B (AR)= Perlita + fina (+ dura que a anterior) C(AR SOPRADO)= Perlita + fina que a anterior D (ÓLEO)= Perlita + martensita E (ÁGUA)= Martensita 34 No resfriamento contínuo, as curvas TTT deslocam-se um pouco para a direita e para baixo 35 AUSTENITA Perlita ( + Fe3C) + a fase próeutetóide Bainita ( + Fe3C) Martensita (fase tetragonal) Martensita Revenida ( + Fe3C) Ferrita ou cementita Resf. lento Resf. moderado Resf. Rápido (Têmpera) reaquecimento TRANSFORMAÇÕES Exemplo 10.1 – Usando o diagrama de transf Usando o diagrama de transformação isotérmica para uma liga de ferro-carbono com composição eutetóide especifique a natureza da microestrutura final (em termos dos microconstituintes presentes e das porcentagens aproximadas) de uma pequena amostra que foi submetida aos tratamentos tempo-temperatura descritos a seguir. Em cada caso, considere que a amostra se encontra inicialmente a 760oC e que ela foi mantida nesta temperatura tempo suficiente para se obter uma estrutura completamente austenítica e homogênea. (a) Resfriamento rápido até 350oC, manutenção desta temperatura durante 104s e resfriamento até temperatura ambiente. (b) Resfriamento rápido até 250oC, manutenção desta temperatura por 100s e arrefecimento até a temperatura ambiente. (c) Resfriamento rápido até 650oC, manutenção desta temperatura por 20s, resfriamento até 400oC, manutenção durante 103s e arrefecimento até a temperatura ambiente. 36 37 FATORES QUE AFETAM A POSIÇÃO DAS CURVAS TTT NOS AÇOS •Teor de carbono •Tamanho do grão da austenita •Composição química (elementos de liga) 38 TEOR DE CARBONO •Quanto menor o teor de carbono (abaixo do eutetóide) mais difícil de se obter estrutura martensítica 39 TEOR DE CARBONO •Uma fase proeutetóide coexistirá com a perlita (ferrita ou cementita) 40 COMPOSIÇÃO QUÍMICA/ELEMENTOS DE LIGA Quanto maior o teor e o número dos elementos de liga, mais numerosas e complexas são as reações Todos os elementos de liga (exceto o Cobalto) deslocam as curvas para a direita, retardando as transformações Facilitam a formação da martensita *** Consequência: em determinados aços pode-se obter martensita mesmo com resfriamento lento 41 EFEITO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA/ELEMENTOS DE LIGA NAS CURVAS TTT 42 4340 – 0,40%C, 1,8%Ni, 0,25% Mo, 0,7%Mn TAMANHO DE GRÃO DA AUSTENITA Quanto maior o tamanho de grão mais para a direita deslocam-se as curvas TTT Tamanho de grão grande dificulta a formação da perlita, já que a mesma inicia-se no contorno de grão Então, tamanho de grão grande favorece a formação da martensita 43 A maioria dos TT envolve o resfriamento contínuo até a Tambiente. Os diagramas mudam para transformações que tem T em constante mudança. Desta forma as curvas TTT são deslocadas para tempos mais longos e T mais baixas Diagrama de Transformação por Resfriamento Contínuo 44 Diagrama de Transformação por Resfriamento Contínuo 45 TRATAMENTOS TÉRMICOS E CONTROLE DA MICROESTRUTURA •Finalidade: Alterar as microestruturas e como consequência as propriedades mecânicas das ligas metálicas 46 OBJETIVOS DOS TRATAMENTOS TÉRMICOS - Remoção de tensões internas - Aumento ou diminuição da dureza - Aumento da resistência mecânica - Melhora da ductilidade - Melhora da usinabilidade - Melhora da resistência ao desgaste - Melhora da resistência à corrosão - Melhora da resistência ao calor - Melhora das propriedades elétricas e magnéticas 47 PRINCIPAIS TRATAMENTOS TÉRMICOS DOS AÇOS • Recozimento • Normalização • Têmpera e revenido • Coalescimento ou esferoidização 48 RECOZIMENTO •Objetivos: - Remoção de tensões internas devido aos tratamentos mecânicos - Diminuir a dureza para melhorar a usinabilidade - Alterar as propriedades mecânicas como a resistência e ductilidade - Ajustar o tamanho de grão - Melhorar as propriedades elétricas e magnéticas - Produzir uma microestrutura definida 49 NORMALIZAÇÃO Objetivos: Refinar o grão Melhorar a uniformidade da microestrutra *** É usada antes da têmpera e revenido 50 TÊMPERA E REVENIDO Objetivos: Obter estrutura matensítica que promove: - Aumento na dureza - Aumento na resistência à tração - redução na tenacidade *** A têmpera gera tensões deve-se fazer revenido posteriormente 51 REVENIDO *** Sempre acompanha a têmpera Objetivos: - Alivia ou remove tensões - Corrige a dureza e a fragilidade, aumentando a dureza e a tenacidade 52 ESFEROIDIZAÇÃO OU COALESCIMENTO •Objetivo Produção de uma estrutura globular ou esferoidal de carbonetos no aço melhora a usinabilidade, especialmente dos aços alto carbono facilita a deformação a frio 53 54 • CALLISTER Jr., W. D. Materials Science and Engineering: an Introduction. Tradução de: LTC. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. • CHIAVERINI, V. Aços e ferros fundidos. Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais (ABM) 7ª Edição. São Paulo, 2008. • COSTA, E., M., Diagrama de Transformações – Departamento de Engenharia Mecânica PUC/RS. Aula adaptada. • REFERÊNCIAS
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