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DIREITO PROCESSUAL CIVIL o ORDEM DE PENHORA (art. 835) • Segue a lógica de MAIOR LIQUIDEZ dos bens; • A ordem do art. 835 não é absoluta, ou seja, eventual inobservância à ordem não gera nulidade; • Ex.: Em tese, um veículo tem mais liquidez que um imóvel, no entanto, em determinado caso concreto, pode ser mais útil penhorar um imóvel com boa localização ao invés de penhorar uma limousine • 1º: DINHEIRO em espécie/depósito/aplicação • A penhora em dinheiro possui ordem de preferência de caráter ABSOLUTO, conforme § 1º do art. 835 • Com essa interpretação literal, a súmula 417/STJ perdeu os seus efeitos. • Não há a fase de expropriação liquidação • BACENJUD – Bloqueio da quantia por ordem judicial ≠ penhora • O juiz não faz mais um requerimento ao gerente do banco, mas realiza o bloqueio • O Exequente REQUER e o juiz ORDENA O BLOQUEIO sem dar ciência prévia ao Executado (art. 854) • NÃO PODE OCORRER DE OFÍCIO!!! PENHORA AVALIAÇÃO EXPROPRIAÇÃO • O que o juiz ordena NÃO É A PENHORA! MAS SIM A INDISPONIBILIDADE, que possui natureza cautelar e precede aquela, que possui natureza executiva. • O juiz determinará, em 24h, o cancelamento de eventual indisponibilidade excessiva, que deverá ser cumprida em 24h • O Executado será intimado e, no prazo de 5 dias, provar eventual impenhorabilidade ou indisponibilidade excessiva remanescente (mini- impugnação, pois a cognição é LIMITADA à indisponibilidade) • ATENÇÃO! A alegação de fruto de trabalho só vale se esse for indisponibilizado no mesmo mês, pois, ocorrendo a “virada” de mês, perde a natureza de salario e se torna investimento. • REJEITADA OU NÃO APRESENTADA manifestação, CONVERSÃO EM PENHORA • A indisponibilidade por BACENJUD por não pode acontecer antes da citação da Execução autônoma, conforme entendimento majoritário (HÁ DIVERGÊNCIA) • O Executado pode substituir a penhora em dinheiro por fiança bancária OU seguro garantia judicial (§2º do art. 835) – Direito Subjetivo do Executado • 2º Títulos da dívida pública e 3º valores mobiliários com cotação • 4º veículos de via terrestre e 5º bens imóveis • 6º bens móveis em geral e 7º semoventes (cavalos, gado...) • 8º Navios e aeronaves • 9º ações e quotas da sociedade (novidade no CPC) • LTDA – sociedade com intuito personae, é possível! • De acordo com o art. 861 do CPC: • 1º, os sócios podem adquirir as cotas penhoradas (direito de preferência), visando manter a integridade da sociedade; • Para evitar a liquidação, a sociedade adquire as cotas – 2º cotas de tesouraria, não reduzindo o capital social; • Caso os sócios não queiram e não seja feita a aquisição pela sociedade, ocorrerá a 3º liquidação § Não se aplica à SA de capital aberto!; • Por fim, 4º poderá ser feito o leilão; • 10º percentual do faturamento da empresa devedora • ≠ da penhora da empresa, pois no caso do inciso X, não será realizada a penhora da empresa, mas do percentual mensal (que poderá oscilar), que será administrada por um 3º enquanto durar a execução; • É possível desde que (AgRg no AResp 518.189/SP): • Inexistam outros bens passíveis de garantia à execução OU sejam difíceis de alienação (SUBSIDIARIEDADE) – VIDE ART. 866, caput) • Seja nomeado um administrador (§2º do art. 866); • O percentual fixado não torne inviável o funcionamento da empresa (§ 1º do art. 866); • 11º Pedras e metais preciosos e 12º Direito aquisitivo de promessa de compra e venda e alienação fiduciária de garantia • No caso do XII, p.ex., o carro não será penhorado, mas sim o direito de adquirir um carro financiado; • 13º Penhora de outros direitos • NORMA DE ENCERRAMENTO, ou seja, rol exemplificativo; Ex.: • A penhora da empresa inclui-se nessa hipótese, quando também é nomeado um administrador até a total alienação da empresa; • Penhora de precatório; • Precatório não é dinheiro, portanto, pode ser recusada a sua substituição por bem penhorado (Súm. 406/STJ) • OU SEJA, TUDO pode ser penhorado! Desde que não esteja nos artigos 833/inalienáveis; o EXECUÇÃO DE CRÉDITO COM GARANTIA REAL E A PREFERÊNCIA DA PENHORA SOBRE O BEM DADO EM GARANTIA • Prevista no §3º do art. 835, que diz que a penhora recairá sobre um bem dado em garantia; • A responsabilidade patrimonial do terceiro que dá a garantia real está no limite do valor do bem, portanto, se o terceiro dá um bem em garantia, a penhora recairá somente sobre esse bem do patrimônio do terceiro e eventual valor remanescente deverá recair sobre o patrimônio do Executado ≠ fiança; o NÃO ocorrerá penhora quando todo o produto dessa recair sobre um valor que será absorvido somente pelas custas, ou seja, a penhora deverá ser ÚTIL (princípio da utilidade) à execução – art. 836; o Os bens não penhoráveis encontrados pelo Oficial de Justiça serão descriminados em certidão, tornando-se o Executado o depositário até posterior decisão do juiz (§§ 1º e 2º do art. 836); • Isso, pois, pode-se entender que determinado bem é penhorável, p.ex.: Determinada televisão; relógios... o PENHORA POR MEIO ELETRÔNICO • Plenamente possível, conforme preceitua o art. 837, podendo ser de dinheiro (BACENJUD); de veiculo (RENAJUD); imóvel (INFOJUD); o A penhora é feita por: • Auto: Pelo oficial de justiça ou Termo: Pelo escrivão do juízo (art. 838) • Conterá: • Data da penhora e local em que foi realizada • Dados do Exequente e Executado • Descrição dos bens penhorados • Nomeação do depositário (art. 840) § Se dinheiro: CEF ou BB § Se bens moveis ou imóveis: depositário • Depositário pode se recusar a ser depositário, por se tratar de um múnus público • O depositário pode ser qualquer das partes, a instituição financeira ou um terceiro nomeado; • Eventual inobservância dos requisitos do termo/auto de penhora é passível de nulidade RELATIVA; o APERFEIÇOAMENTO DA PENHORA • A penhora será considerada FEITA quando houver a apreensão e o depósito dos bens; • Em regra, lavra-se apenas um auto de penhora, caso haja mais de uma penhora, será necessário outro auto de penhora; • O DIREITO DE PREFÊNCIA DA PENHORA valerá a partir da apreensão e depósito do bem, independente de quando for apresentado o auto ao juízo! • A penhora ocorre NO LOCAL onde está o bem (art. 845) • CUIDADO! A penhora de bem imóvel ocorrerá com a LAVRATURA DO TERMO, pois não há possibilidade de apreender e depositar (§ 1º do art. 845) • Formalizada a penhora, o Executado será INTIMADO para se manifestar sobre eventual defeito da penhora (Por meio de impugnação ou embargos à execução) o REGIME DE BENS E PENHORA • Em regra, o cônjuge ou companheiro do Executado deverá ser intimado quando a penhora recair sobre imóvel ou direito real sobre imóvel, com exceção dos casados em SEPARAÇÃO ABOSLUTA (art. 842), pois os patrimônios não se confundem na separação absoluta; • Vide art. 790. IV, CPC • Possibilidade de o cônjuge opor embargos à execução E embargos de terceiro, pois esse irá defender a parte da meação do cônjuge (alegando eventual ilicitude, p.ex.), enquanto aquele vai visar atingir a relação processual/material do título executivo; • Vide S. 134 do STJ • ATENÇÃO! A copropriedade não se dá unicamente pelo casamento, assim, em eventual copropriedade, a penhora de bem indivisível recai sobre a QUOTA- PARTE do bem; • Poderá ser feita a alienação de bem em que haja copropriedade em que um coproprietário seja alheio à execução, desde que esse receba sua quota-parte pelo produto da alienação. Se o bem for indivisível, o coproprietário alheio à execução deverá receber, PELO MENOS, 50% da avaliação; Por tanto, o bem não poderá ser alienado se não cumprir esse requisito (Vide info 655 do STJ; • Vide art. 843, § 2º • Presunção de COMUNICABILIDADE da dívida, ou seja, o cônjuge doExecutado deve provar que não deve ser afetado pela execução • Ex.: REsp 874.273/RS O cônjuge do Executado prova que a dívida contraída não foi convertida em beneficio da entidade familiar – ÔNUS DA PROVA DE FATO NEGATIVO; • O coproprietário terá direito de preferência na aquisição do bem (§1º do art. 843) o EVITAR FRAUDE À EXECUÇÃO COM PENHORA/ARRESTO • Após a penhora/arresto, o Exequente deverá realizar a averbação no Registro competente (CRI/DETRAN, p.ex.) com a finalidade de presunção absoluta de conhecimento de terceiros sobre a penhora, INDEPENDENTE DE MANDADO JUDICIAL – Vide art. 844. CPC • Finalidade de PUBLICIZAR a penhora, não constituí-la; o MODIFICAÇÃO (qualitativa) DA PENHORA • O Executado pode modificar a penhora no prazo de 10 dias da intimação dela – PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE DA EXECUÇÃO; • Se houver solicitação de modificação de um bem MENOS líquido por um MAIS líquido, não há necessidade de respeitar o prazo de 10 dias (não há preclusão), pois essa alteração irá beneficiar a Execução; • Ou seja, NÃO HAVERÁ PRECLUSÃO, quando a modificação for para bem de classe superior -vide Art. 848, CPC! • No caso do art. 847 busca-se mudar a CLASSE do bem, desde que prove ser menos oneroso ao Executado e não cause dano ao Exequente; • Ex.: Escolher que o carro X substitua o carro Y; • Por modificação de penhora de mesma classe – HÁ PRECLUSÃO • Modificação de para classe inferior, pode ser feita a qualquer momento (NÃO HÁ PRECLUSÃO), desde que o Exequente aceite. • ATENÇÃO! Onde há somente cônjuge no § 4º do art. 847, leia-se CÔNJUGE e COMPANHEIRO – vide art. 790, IV • Se houver requerimento de modificação, a parte contrária deverá se manifestar no prazo de 3 dias (art. 853) • Possibilidade de requerer a substituição da penhora (art. 848): • Não respeitar a ordem legal; • Não incidir sobre os bens designados; • Não penhorados os bens do foro da execução; • Não penhorando bens livres, mas recair sobre bens já penhorados; • Quando recair sobre bens de baixa liquidez; • Quando a alienação fracassar; • Quando o Executado não indica valor ou omite informações; • Quando o Executado quiser substituir por FIANÇA BANCÁRIA ou SEGURO GARANTIA + 30% • ART. 835, § 2º = art. 848 do CPC - Equiparam-se a dinheiro • Havendo modificação – LAVRADO NOVO TERMO DE PENHORA, tendo em vista tratar de uma nova penhora (art. 849) o MODIFICAÇÃO (quantitativa) DA PENHORA • Poderá ocorrer aumento ou diminuição da penhora se houver modificação do valor de mercado NO CURSO DO PROCESSO (art. 850), inclusive DE OFÍCIO; • CUIDADO! ≠ do art. 874, tendo em vista que o art. 850 trata da alteração do valor do bem por conta do MERCADO no CURSO DO PROCESSO (o bem ATENDIA a execução), enquanto aquele trata da alteração do valor do bem por inequívoco erro/insuficiência de avaliação (o bem, a priori, não atendia a execução); o SEGUNDA PENHORA • Em regra, não ocorrerá, somente se 1. A primeira for ANULADA; 2. O produto da primeira NÃO FOR SUFICIENTE; 3. O Exequente DESISTIR da primeira, por conta de litígio sobre o bem penhorado – art. 851 – rol taxativo; • É possível novos Embargos á Execução para atingir aspectos FORMAIS (REsp 12.032/RS) o ALIENAÇÃO ANTECIPADA DOS BENS PENHORADOS • O Juiz poderá, DE OFÍCIO, determinar a alienação antecipada visando evitar depreciação ou deterioração do bem (carro, metais preciosos, p.ex., além de ser possível quando as partes manifestarem essa vontade (art. 852) o Eventual decisão proferida no processo de execução poderá ser atacada por Agravo de Instrumento (art. 1.015, parágrafo único); o PENHORAS EM ESPÉCIES (art. 854 – 869) • Dinheiro • Crédito • Quotas/ações • Empresa – Nomeação de administrador com plano de pagamento • Percentual de faturamento de empresa - Nomeação de administrador com plano de pagamento • Frutos de coisa móvel/imóvel - Nomeação de administrador com plano de pagamento • AVALIAÇÃO DO BEM PENHORADO o Ato sempre necessário ao prosseguimento da expropriação, pois, a alienação pressupõe uma avaliação anterior; o Será feita, em regra, pelo Oficial de Justiça (art. 870), mas não só por ele • É possível que a avaliação seja feita pelas partes, desde que não haja indícios de má-fé; • Pode ser feita pelo Executado (art. 847, §1º, V c/c 848, VII); • Outro servidor com capacidade para fazer a avaliação (STJ, MC 15.976/PR); • Perito, quando houver necessidade de um conhecimento técnico específico (parágrafo único do art. 870) o Não é possível assistente técnico na avaliação! o O juiz NÃO ESTÁ VINCULADO à avaliação do OJ; o A avaliação pode ser impugnada pelas partes; o Hipóteses de DISPENSA DA AVALIAÇÃO JUDICIAL (art. 870): • Uma das partes aceita a estimativa feita pela parte contrária; • Caso a parte contrária incorra em omissão: PRECLUSÃO • O juiz pode requerer a avalição judicial caso haja dúvida quando ao valor do bem (parágrafo único do art. 871) • Títulos/mercadorias com cotação em bolsa; • Veículos automotores o A avaliação terá dados descritivos do bem e seu atual estado; o É possível realizar o desmembramento de um imóvel, para que seja expropriado uma parte dele (§§ 1º e 2º do art. 870) o Possibilidade de NOVA avaliação (art. 873) • Quando a parte requerer de modo fundamentado com base em erro do avaliador; • Posterior modificação do valor do bem; • Fundada dúvida do Juiz; o REDUÇÃO E AMPLIAÇÃO DA PENHORA • Só pode ocorrer APÓS a avaliação (art. 874) • Independe da alteração do valor do bem no curso do processo, pois há incompatibilidade do objeto da penhora com a execução (penhora é pequena ou grande se comparada com o crédito do Exequente) • As partes podem, respeitando-se o contraditório, requerer o aumento ou a diminuição da penhora, caso essa seja inferior ou superior ao crédito da execução; • A substituição/reforço da penhora NÃO PODE SER REALIZADA DE OFÍCIO, mesmo quando há uma recusa do juiz pela avaliação. • Redução ou ampliação pode ser feito por SIMPLES PETIÇÃO, pois não se trata de avaliação/penhora errônea, que deve ser tratada em Embargos à Execução; o APÓS A AVALIAÇÃO, O JUIZ PASSARÁ À FASE DE EXPROPRIAÇÃO (art. 875, CPC) o PENHORA NO ROSTO DOS AUTOS • Ocorre quando o Executado de um processo é Exequente em outro, daí, a penhora recairá sobre um direito de crédito do Executado em que ele figura como Exequente. o PENHORA NO ROSTO DOS AUTOS • Ocorre quando o Executado de um processo é Exequente em outro, daí, a penhora recairá sobre um direito de crédito do Executado em que ele figura como Exequente. • EXPROPRIAÇÃO – ART. 876 e ss. o Pode ocorrer de 3 formas na seguinte ordem de preferência (art. 825): • Adjudicação (meio preferencial de expropriação) • Alienação • Por iniciativa particular • Por leilão eletrônico • Por leilão presencial • Apropriação de frutos e rendimentos o ADJUDICAÇÃO – 876 • É uma FACULDADE do Exequente; • Se dá pelo PREÇO DA AVALIAÇÃO; • Pode ocorrer desde a avaliação até o momento da alienação, ou seja, NÃO PRECLUI – vide art. 878; PENHORA AVALIAÇÃO EXPROPRIAÇÃO ADJUDICAÇÃO ALIENAÇÃO APROPRIAÇÃO DE FRUTOS E RENDIMENTOS INICIATIVA PARTICULAR LEILÃO • Contra a decisão que defere ou indefere a adjudicação cabe agravo de instrumento; • O Executado será intimado sobre o pedido de adjudicação; • Se o valor do bem adjudicado for superior ao crédito da execução, o Exequente deverá depositar a diferença, que ficará imediatamente à disposição do Executado (§ 4º, I do art. 876) • Se o valor do bem adjudicado for inferior ao crédito da execução, a execução prosseguirá pela diferença (§ 4º, I do art. 876). • A adjudicação poderá ser realizada não só pelo Executado – vide art. 876, § 5º. • Caso mais de uma pessoaqueira adjudicar, preferência será dada ao CAD (§6º do art. 876) • Adjudicação de ações de SA Fechada por Exequente alheio ao quadro societário – Antes, direito de preferência dos sócios (§ 7º do art. 876) • Após decidir questões, o juiz lavrará o auto de adjudicação (art. 877), que só poderá ser impugnado por meio de ação anulatória (RExt 70.999 – art. 966, § 4º) • A imissão na posse/busca e apreensão do bem adjudicado na posse do Executado se dará nos mesmos autos (art. 877, § 1º); • CURIOSIDADE: E se o bem adjudicado estiver locado a terceiro? Se o contrato de locação estiver averbado no CRI, o adjudicante deverá respeitar o contrato e o locatário só poderá ser subtraído do bem por meio de ação de despejo. • Lembrar que o BEM ADJUDICADO poder ser REMIDO (resgatado) pelo Executado até a lavratura do auto de adjudicação; o ALIENAÇÃO – 876 • É a venda do bem penhorado a um terceiro; • Pode ocorrer: • INICIATIVA PARTICULAR – realizada pelo Exequente (art. 880) • Entende-se que a legitimidade da alienação por iniciativa particular engloba o Exequente e o Executado. • O juiz fixará prazo, publicidade, preço mínimo, condições de pagamento, garantias e eventual comissão; § CUIDADO! O preço mínimo pode ser inferior ao da avaliação; • LEILÃO • Judicial eletrônico, que será preferencial ao presencial (art. 882) • Para a realização do leilão, será feita a publicação de um edital (art. 886, I a VI) com a discrição minuciosa sobre o bem, além do valor estabelecido e outras características de pagamento; § É possível vender, na primeira hasta publica, por valor inferior à avaliação, respeitando-se o preço mínimo estabelecido pelo juiz; § O ônus previsto no edital (VI do art. 886) é de responsabilidade do arrematante e condiciona a transferência da propriedade ao pagamento dessas obrigações; § O ônus é omisso no edital: • Dívida fiscal e condominial: O arrematante não responde e receberá o imóvel livre de quaisquer ônus (REsp 799.666), transferindo ao credor o saldo da arrematação subtraído dos impostos; • Prévia penhora e Direito Real de garantia: responde e terá legitimidade para ingressar com ação anulatória; o Se aquele que possui o direito de preferência não a exerce após intimação, perderá esse direito; • CUIDADO! Vide art. 1.501, CC/02 – O credor que possui hipoteca sobre um bem arrematado em leilão não perderá a sua hipoteca e poderá exercer seu direito contra o arrematante (art. 804, CPC), passando o bem ao arrematante com gravame (possibilidade do credor hipotecado de excutir o bem); § Não terá dívida, mas será responsável (Haverá haftung, mas não schuld) o arrematante, que terá direito de regresso em uma ação de cobrança contra o Executado que teve o bem leiloado; § Para evitar tal cenário, poderá o arrematante desistir da arrematação e receber o valor depositado se provar existência do gravame/ônus real (§ 5º do art. 903) OU ingressar com uma ação anulatória (§ 4º do art. 903); • §5º não se aplica para dívida condominial e tributária, pois o arrematante não responde (REsp 1.297.672/SP). • PREÇO VIL: Não poderá ser aceito o lance de preço vil no leilão: § Preço mínimo, se fixado (art. 891); § 50% do valor da avaliação (art. 891); § 80% do valor da avaliação quando for imóvel de incapaz (art. 896), adiando-se a alienação por 1 ano; • Após 1 ano do adiamento, há divergência sobre a porcentagem na 3ª tentativa, se 50 ou 80% • Poderá ser feita a locação do imóvel para receber os frutos; § Não se pode vender a preço vil em hipótese alguma; • Assinado o auto de arrematação, considerar-se-á perfeita, acabada e irretratável – art. 903; • Há divergências sobre a impossibilidade de anulação da arrematação após a assinatura do auto, apesar da parte final do art. 903; § Ex.: Desfazimento da arrematação pode ser feita quando o arrematante é o exequente; • Invalidação ocorrerá incidentalmente em até 10 dias do aperfeiçoamento da arrematação quando (Art. 903, §1º): § Preço vil ou outro vício; § Não houve a intimação do credor hipotecário, anticrético ou pignoratício; § Se não for pago o preço de arrematação; • Se perder o prazo, haverá preclusão e será necessário ingressar com uma ação autônoma* para anular a arrematação; § Cuidado com o §4º do art. 903, pois não há de se falar em litisconsórcio ativo necessário, portanto, será possível que o arrematante figure no polo ativo (em virtude de um credor hipotecário, p.ex.) demande em face do Executado e do Exequente! • Após o prazo, será expedido o mandado de imissão na posse (art. 903, § 3º); • Após alienação, será necessária a cientificação no prazo de 5 dias dos previstos nos arts. 889 c/c 799 c/c 804. • Não há necessidade de cientificar o cônjuge (salvo aqueles que foram intimados da penhora) e do coexecutados que não tiveram bens penhorados. o SATISFAÇÃO DO CRÉDITO • Dar-se-á pela entrega do dinheiro ou adjudicação dos bens do Executado (Art. 904); • Não poderá ser feito pedido de levantamento de quantia (alvará) durante o plantão judiciário, conforme p.ú. do art. 905, podendo, inclusive, a transferência ser feita eletronicamente ao invés da expedição de alvará (p.ú. do art. 907); • Quando houver direito de preferência ou concurso de credores, a ordem se dará PELA DATA DA PENHORA (arts.908 e 909); • EMBARGOS À EXECUÇÃO – Art. 914 e ss. o É uma OPOSIÇÃO à execução realizada pelo Executado por meio de uma ação própria INDEPENDENTEMENTE DE GARANTIA do juízo/penhora; o Natureza jurídica: DIREITO DE AÇÃO COGNITIVA INCIDENTAL • Será incidental, pois busca produzir efeitos em um processo que está em curso; • Visa “bloquear” a pretensão satisfativa do Exequente, ou seja, é uma ação com pretensão declaratória ou constitutiva negativa; o Insurgem-se contra: TÍTULO EXECUTIVO, DIREITO MATERIAL ou ATOS EXECUTIVOS; o A COGNIÇÃO dos embargos é PLENA, conforme VI do art. 917; • DIFERENTE da impugnação ao cumprimento de sentença; • Exceção: Título cambial que está com terceiro de boa-fé, em que não poderão ser arguidas as exceções pessoais; o LEGITIMIDADE • Ativa: • EXECUTADO • RESPONSÁVEL PATRIMONIAL (REsp 326.201) § Como o cônjuge por exemplo, quando seus bens próprios podem responder pela dívida contraída para proveito da família ou quando os bens da meação responderão; • Lembre-se: CÔNJUGE pode opor embargos de terceiro (para proteger a meação) ou embargos à execução (para atingir o título executivo) • CURADOR ESPECIAL § Quando o executado permanecer revel, será nomeado um curador especial nos autos da Execução (S 196 do STJ), que poderá opor Embargos; • Passiva: • TODOS OS EXEQUENTES – em regra, polo passivo dos Embargos = polo ativo da execução § Não há de se falar em litisconsórcio passinho necessário! Pois os Embargos podem se insurgir contra uma pretensão específica de apenas um dos Exequentes; § É POSSÍVEL que haja ampliação subjetiva nos embargos, ou seja, QUE O POLO PASSIVO DOS EMBARGOS ABRANJA PESSOAS QUE NÃO ESTÃO NO POLO ATIVO DA EXECUÇÃO (Ex.: solidariedade em que apenas um credor executa e o executado se opõe contra todos os credores); • COMPETÊNCIA • Conforme art. 914, os Embargos à Execução serão distribuídos por dependência ao juízo da execução, que deverá processar os embargos em autos apartados. • Atenção! Apenso ≠ autos apartados, pois esse não necessariamente seguirá aquele/não será anexo; • Competência FUNCIONAL, ou seja, ABSOLUTA; • Execução por carta: • Embargos podem ser oferecidos no juízo deprecante ou deprecado, mas aquele deverá realizar o julgamento; § A regra acima pode ser excepcionada quando os embargos versarem somente sobre vício de PENHORA, AVALIAÇÃO ou ALIENAÇÃO de alienação realizada pelo deprecado; • PRAZO PARA OFERECIMENTO• Será de 15 dias úteis, conforme art. 915 c/c 231, sob pena de preclusão; • CUIDADO! Se houver litisconsórcio, o prazo será contado pela juntada do comprovante de citação INDIVIDUALMENTE (contrário do que ocorre no processo de conhecimento, em que conta a juntada do último comprovante); § Essa regra do § 1º do art. 915 é excepcionada quando há litisconsórcio com cônjuge ou companheiro, em que será contado a partir da juntada do último comprovante; • NÃO HÁ PRAZO EM DOBRO DE LISTISCONSÓRCIO com advogados distintos de escritórios distintos; • ATOS EXECUTIVOS POSTERIORES AOS EMBARGOS • Se houver penhora posterior aos Embargos, não há necessidade de novos embargos, bastando atacar por mera petição nos autos, conforme art. 518; • MORATÓRIA DA EXECUÇÃO – art. 916 • Aplica-se SOMENTE À EXECUÇÃO DE TEE • No prazo dos Embargos (15 dias), o Executado pode requerer o pagamento do valor total, custas e honorários em 30% + 6 parcelas, reconhecendo, assim, o pedido do Exequente; § Direito POTESTATIVO DO EXECUTADO, não podendo ser negado pelo Exequente; • Ao fazer isso, o Executado não poderá opor embargos (venire contra factum proprium); • Ao opor Embargos, há preclusão lógica à moratória; • O Exequente se manifestará somente sobre o preenchimento dos requisitos do art. 916; • Enquanto não for decidida a moratória, o Executado deverá pagar mensalmente as parcelas vincendas; • Após o deferimento, o Exequente levantará as quantias pagas e a execução será suspensa; § Se houver atraso em uma parcela, as demais terão o vencimento antecipado + multa de 10% sobre o valor não pago; • Se houver indeferimento, a execução seguirá e o valor depositado se converte em penhora; • A decisão que defere ou indefere poderá ser impugnada por meio de agravo de instrumento; • OBJETO DOS EMBARGOS • Previsto no rol do art. 917 § Inexequibilidade do título § Inexigibilidade da obrigação § Penhora incorreta § Avaliação errônea § Excesso da execução • Quantia superior ao título • Recai sobre coisa diversa do título • Processamento diverso do título • Ausência de previa contraprestação • Não prova a realização de condição § Cumulação indevida • Ausência de identidade subjetiva e procedimental § Retenção § Incompetência § Outra matéria que possa ser reconhecida em ação de conhecimento • Não há necessidade de alegar matérias de ofício, que podem ser alegadas por objeção de pré- executividade por mera petição nos autos; • Há entendimento que os embargos apresentados foram do prazo podem ser recebidos como uma ação autônoma (defesa heterotópica); • EFEITOS DOS EMBARGOS • Em regra, os embargos NÃO IRÃO SUSPENDER a execução, conforme art. 919 § Poderá ser aplicado o efeito suspensivo quando PREENCHIDOS OS REQUISITOS DA TUTELA PROVISÓRIA + GARANTIA DO JUÍZO • OBJEÇÃO DE NÃO-EXECUTIVIDADE o Ou exceção de pré-executividade, são atos cognitivos que ocorrem no bojo da execução a fim de impugnar matéria de ordem pública; o Matérias que podem ser conhecidas até mesmo de ofício pelo Juiz a qualquer momento da fase executiva. • Vide S 393 do STJ o Ocorre com uma simples petição apresentada nos autos; o REQUISITOS: • FORMAL: Independe de dilação probatória, bastando prova documental; • MATERIAL: Questão de ordem pública; • DEFESA HETEROTÓPICA o A preclusão dos Embargos é endoprocessual, logo, a parte que não embargou ou impugnou pode ingressar com uma ação autônoma para impugnar o título; • Ex.: Ação declaratória de nulidade do título ou inexistência de relação jurídica • Ação anulatória anterior tornará o juízo da execução prevento; • Matérias alegadas na ação anulatória anterior não devem ser alegadas nos Embargos, pois ocorrerá litispendência;
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