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01 Modais de Transporte

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MODAIS DE 
TRANSPORTE 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.a Alessandra de Paula 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
No século XXI, ao pensarmos em logística e sistemas, modais, custos e 
vantagens de transporte, pode parecer falar do óbvio. Se voltarmos um pouco 
no tempo, mais precisamente ao tempo do descobrimento das Américas, as 
culturas existentes no continente americano ainda desconheciam o uso da roda 
como os colonizadores europeus faziam em suas carroças. Indo mais 
remotamente no tempo, podemos pensar em como os egípcios movimentaram 
o material necessário à construção das pirâmides ou em como os generais 
romanos mantinham seus exércitos alimentados, armados e sadios para a 
batalha. 
O modal mais antigo, e que propiciou as maiores transformações da nossa 
sociedade, é o transporte marítimo. Egípcios, chineses, espanhóis, ingleses e 
portugueses, todos obtiverem muitas vantagens na exploração de novos 
territórios por meio de embarcações e da existência de mapas e cartas náuticas. 
Apesar da antiguidade deste modal, e a despeito de termos um litoral com mais 
de 5.000 quilômetros de costa oceânica, extensos rios e lagos navegáveis, no 
Brasil ainda o utilizamos pouco para a geração de um diferencial competitivo às 
empresas brasileiras. 
A base de um sistema logístico de um país depende, em grande parte, 
das escolhas políticas e do contexto histórico em que tal sistema fora criado, 
estimulado e prosperou. No caso brasileiro, a opção pela industrialização do país 
nas décadas de 1930, 1940 e 1950 deu-se pelo estímulo à indústria automotiva, 
que se instalava no país, gerando assim crescimento econômico, e surgimento 
de mais empregos, da industrialização, da construção de estradas e da 
exploração de um país com dimensões continentais. Já no caso americano, 
descoberto na mesma época do Brasil, a industrialização do país se deu pela 
aposta nas ferrovias como modal de transporte, até mesmo por que isso 
aconteceu pelo menos 100 anos antes que no Brasil. A exploração do imenso 
território americano se deu primeiro com os exploradores do velho oeste em suas 
carroças e, logo em seguida, pela chegada das estradas de ferro. 
 
3 
 
Cada país, região ou continente vai apresentar um histórico e diferentes 
justificativas para a escolha de um determinado modelo. Não se trata de apontar 
o melhor ou o mais adequado modelo, mas de planejar o contexto futuro em que 
pretendemos atuar, seja em uma empresa, seja em um país. O grande 
diferencial competitivo, em se tratando da logística, pode ser planejado, 
dimensionado e estruturado para a geração de diferenciais, cabendo aos 
gestores do processo realizar esse potencial. 
 
TEMA 1 – A LOGÍSTICA 
Para Taylor (2005), uma cadeia de suprimentos é basicamente um 
conjunto de instalações industriais e comerciais interligadas por rotas de 
transporte, (Figura 1). Quando, na literatura, os autores se referem à Gestão da 
Cadeia de Suprimentos (GSM) ou ao termo Supply Chain Management (SCM), 
a referência indica que as ações de planejamento, organização, direção e 
controle do processo se estendem para além das fronteiras organizacionais, 
envolvendo troca de informações e ações nos níveis operacionais, táticos e 
estratégicos dos diferentes negócios. 
 
Figura 1 – Cadeia de suprimentos x logística 
 
 
4 
 
Logística é a parte do processo da cadeira de suprimentos que planeja, 
implementa e controla de forma eficiente e efetiva o fluxo e armazenagem, 
avante e reverso, de bens, serviços e informações relacionadas entre o ponto 
de origem e o ponto de consumo buscando o atendimento das exigências do 
consumidor. 
 
Já para o Council of Logistics Management, a logística é a parte do 
processo da cadeia de suprimentos em que se planeja, implementa e controla, 
de forma eficiente e efetiva, o fluxo e a armazenagem, avante e reverso, de bens, 
serviços e informações relacionadas, entre o ponto de origem e o ponto de 
consumo, buscando o atendimento das exigências do consumidor. Quando 
vemos dessa forma, podemos perceber que a logística se preocupa com os 
aspectos internos do sistema organizacional, ou seja, com as entradas de 
materiais (logística de suprimentos), com a movimentação interna dos materiais 
até a linha de produção (logística de produção) e com a distribuição física dos 
produtos e serviços produzidos pela organização (logística de distribuição) 
(Figura 2). 
Figura 2 – Tipos de logística 
 
 
5 
 
Para esclarecer um pouco mais, preparamos um pequeno glossário: 
 Logística: envolve planejar, implementar e controlar ações que permitam 
que o produto certo, no local certo, na hora certa, na quantidade certa, na 
qualidade certa, no estado de conservação certo, com o custo certo, em 
relação a materiais, informações, estoques e transporte de forma 
eficiente, eficaz e efetiva. 
 Logística de suprimentos: envolve ações da logística para o 
abastecimento do processo produtivo (inputs), envolvendo seleção e 
contratação de fornecedores, negociação de preços, prazos e qualidade; 
 Logística de produção: envolve a movimentação interna de materiais na 
organização, em ações como recebimento e conferência de materiais, 
estocagem, movimentação, abastecimento do processo produtivo, 
reaproveitamento de sobras, destinação de resíduos entre outros; 
 Logística de distribuição: envolve a distribuição física (output) dos 
produtos e serviços da organização. Exemplos: estoques de produtos 
acabados, paletização, carregamento, unitização de cargas, seleção de 
modais de transportes, programação de entregas; 
 Logística reversa: envolve a reciclagem, retorno de embalagens, projeto 
de produto, depósito de resíduos, seleção de matérias-primas, destruição 
de produtos tóxicos, uso de combustíveis alternativos, racionamento de 
recursos, redução de impactos ambientais em todas as etapas do 
processo produtivo; 
 Logística integrada: quando as ações de suprimento, produção e 
distribuição são realizadas de forma integrada, visando à otimização de 
meios e rotas de transporte, sistemas de paletização, movimentação e 
troca de informações entre os integrantes da cadeia; 
 Cadeia de abastecimento ou suprimentos: envolve o planejamento, 
organização, direção e controle das ações de logística entre todos os elos 
da cadeia, envolvendo a troca de informações operacionais, táticas e 
estratégicas de seus integrantes visando ao melhor atendimento a um 
determinado cliente ou segmento de mercado. 
 
6 
 
 Modal de transporte: O modal de transporte é o meio para que se 
consiga atingir os objetivos da logística, e é por meio dele que a logística 
encontra sua importância nos processos de gestão de negócios. 
 
TEMA 2 – A IMPORTÂNCIA DOS FLUXOS LOGÍSTICOS 
Tradicionalmente os fluxos logísticos são demonstrados por três grandes 
características. Tomemos como exemplo a Figura 3: uma cadeia de suprimentos 
era entendida como um processo no qual, a partir do mercado consumidor, seria 
gerada a demanda de produtos e serviços. A cadeia então providenciaria o 
suprimento de produtos e serviços para o atendimento desta demanda; o 
consumidor de posse do produto ou serviço, faria o pagamento pelo 
atendimento, gerando assim o fluxo monetário de caixa em toda a cadeia. 
 
Figura 3: Fluxos Logísticos ao longo da Cadeia de Suprimentos 
 
 
Em uma visão mais atual dos fluxos logísticos que envolvem a demanda, 
os suprimentos e a geração de caixa, foi acrescentada a importância do fluxo de 
informações dentro da cadeia. Basicamente as relações comerciais entre as 
organizações se dão por meios eletrônicos, e isso tem feito com que as 
 
7 
 
empresas tenham uma preocupação muito grande com os fluxos de informações 
ao longo da cadeia como forma de otimizar estoques, entregas, serviços, ações 
mercadológicas e melhorias na previsão de demanda ao longo da cadeia. 
Outro aspecto acrescentadoaos fluxos logísticos envolve a logística 
reversa de produtos e serviços. O ciclo de desenvolvimento de produtos e 
serviços, na atualidade, deve prever, além de funcionalidades, design e 
desempenho, a reciclagem e o reuso de todos os materiais utilizados na extração 
de matérias-primas, na fabricação, no transporte, no uso do produto e no 
aproveitamento dele e de seus componentes após o fim de sua vida útil. Esse 
aspecto, no Brasil de hoje, é regido pela lei de resíduos sólidos, que obriga as 
empresas a pensarem seus negócios a partir dos conceitos da logística reversa 
e da sustentabilidade ambiental. 
Diante destas novas características dos fluxos logísticos ao longo da 
cadeia de suprimentos, o processo como um todo passa a ser visto pelas 
organizações não mais como processos isolados e organizados por cada 
empresa. Cada organização ainda planeja seus fluxos logísticos, porém o faz 
levando em consideração as características dos fluxos logísticos de seus 
parceiros ao longo da cadeia de suprimentos. Dessa forma, chegamos ao 
conceito de planejamento integrado da cadeia de suprimentos, condição esta 
que ficou facilitada pela evolução dos sistemas de informação e pela tecnologia 
da informação, que permite a interligação entre os diferentes sistemas, trocando 
informações, permitindo simulações, ajustes de programação e, principalmente 
ações conjuntas para a otimização, não de um fluxo logístico isolado, mas de 
toda a cadeia. 
A partir dessa perspectiva, os fluxos logísticos passaram a ser vistos sob 
a ótica de sistemas circulares e não mais como simples relações lineares (Figura 
4). Os sistemas individuais de cada organização influenciam e são influenciados 
pelos sistemas das outras organizações pertencentes à cadeia de suprimentos, 
sem falar que os sistemas não são mecânicos e fechados em si mesmos. Eles 
sofrem influências do ambiente de negócios, da legislação, da opinião de 
consumidores e clientes que, cada vez mais conscientes de seu papel ─ 
enquanto formadores de opinião e delimitadores das ações empresariais ─ cada 
 
8 
 
vez mais obrigam as empresas a se preocuparem com o resultado de suas ações 
em relação à sustentabilidade do negócio, em equilíbrio com a responsabilidade 
social e ambiental. 
A sustentabilidade do negócio passou a ser medida em relação ao 
impacto que esse gera para a sociedade e para o meio ambiente, pois nem todas 
as organizações já estão preparadas para esta nova realidade. As organizações 
que saíram na frente nesse processo, como a Natura Cosméticos, hoje colhem 
resultados de suas ações de sustentabilidade sob a forma de reconhecimento 
de mercado, de ação social e ambiental, de modelo de gestão a ser usado como 
benchmarking por outras organizações dos mais variados setores da economia. 
 
Figura 4: Fluxos Logísticos em Sistemas Circulares de Relacionamento 
 
 
TEMA 3 – EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS LOGÍSTICOS 
No primeiro tópico desta rota de aprendizagem, discutimos os conceitos 
básicos inerentes à gestão de sistemas logísticos. Um sistema logístico precisa 
ser visto como um sistema em evolução, no qual o elemento transporte necessita 
evoluir de acordo com a evolução de todo o sistema (Figura 5). Vejamos o que 
tem a dizer Razzolini Filho (2011, p. 20), sobre o gerenciamento logístico: 
 
9 
 
A logística pode ser definida como parte do processo de gestão da cadeia de 
suprimentos que objetiva planejar, implementar e controlar, de maneira eficiente e 
eficaz, o fluxo bidirecional de bens e informações, bem como o armazenamento de 
bens e serviços, da origem ao ponto de consumo, sempre tendo em mente os 
objetivos da empresa e dos clientes. 
 
A essa visão do autor, na atualidade, necessitamos acrescentar os 
conceitos de sustentabilidade, estratégia e modais de transporte, sendo o 
conceito ampliado para: 
[...] sempre tendo em vista os objetivos da empresa, dos clientes, da sociedade e 
do meio ambiente, integrando o sistema de gerenciamento da logística à estratégia 
da organização, selecionando os modais de transporte mais adequados a cada 
etapa do sistema logístico. (Razzolini Filho, 2011) 
 
Juntamente com o conceito de logística, o conceito de transporte na 
cadeia de suprimentos precisa evoluir. A tarefa transporte é vital em uma cadeia 
logística, pois nenhuma empresa pode funcionar sem movimentar as matérias-
primas ou os seus produtos acabados, e isso pode representar até 30% dos 
custos totais do produto, e até aproximadamente 60% do 
custo logístico. 
 
Figura 5: Evolução dos sistemas logísticos e do transporte 
 
 
10 
 
Assim, gerenciar a cadeia de suprimentos é gerenciar os processos que 
envolvem os parceiros ao longo do canal, no sentido de gerar valor para o cliente 
e seus stakeholders, exigindo, para tanto, um alinhamento estratégico dos 
processos internos e externos sincronizados e puxados pela demanda, 
somando-se a isso a necessidade de que os modais de transporte sejam 
corretamente definidos em função de suas vantagens e características 
essenciais. Trata-se de gerenciar a cadeia de suprimentos a partir da integração 
dos processos de negócios ao longo de toda a cadeia (Figura 6). 
 
Figura 6: Integração dos Processos de Negócios 
 
 
 Dentro dessa perspectiva de integração estratégica dos processos de 
negócios ao longo da cadeia de suprimentos, o transporte é um elemento de 
ligação entre empresa e clientes, o objetivo do transporte envolve movimentar 
bens e pessoas. Do ponto de vista econômico, o foco do transporte é 
disponibilizar o bem necessário ou desejado, no lugar e quantidade adequados. 
Já sob o ponto de vista da distribuição, o produto deve chegar ao ponto de venda 
de maneira rápida, segura, pontual e lucrativa para a empresa vendedora e de 
 
11 
 
maneira acessível, confiável, pontual e segura para o cliente. 
O transporte deve garantir três elementos: tempo, espaço e uso. 
 
TEMA 4 – O SISTEMA DE TRANSPORTE 
 Na década de 1980, os cursos de gestão no Brasil ainda ensinavam em 
seus currículos a administração de materiais, em que um dos objetos de estudo 
se relacionava com o transporte de mercadorias. Do mesmo modo, a distribuição 
física do produto acabado também era relegada a um papel de menor 
importância no contexto mercadológico. A partir de novos níveis de 
competitividade, advindos de uma oferta de produtos superior à demanda por 
estes produtos, o planejamento do fluxo de materiais ao longo da cadeia de 
suprimentos começa a ser estudado. Dentro dessa perspectiva, os sistemas 
logísticos montados pelos exércitos para abastecer suas tropas em períodos de 
guerras começam a ganhar destaque nos sistemas de gestão das empresas. Na 
década de 1990 e no início do novo século vimos a transformação das empresas 
de transporte – ou transportadoras – em empresas de logística. 
 No início dessa transformação, as empresas de logística nada faziam de 
diferente das transportadoras de mercadorias de então, porém alguns gestores 
mais antenados nas possibilidades apresentadas pela nova ferramenta gerencial 
começaram a acrescentar aos serviços de transporte novas possibilidades tais 
como: roteirização de cargas, montagem de produtos, serviços de assistência 
técnica, gestão de estoques, terceirização de serviços de importação e 
exportação de produtos acabados e de matérias-primas. 
 Em seus primórdios no Brasil, a logística era sinônimo de planejamento 
do sistema de transporte, principalmente para empresas importadoras, 
exportadoras e para aquelas cujo alcance envolvia todo o território brasileiro. 
Com a evolução da tecnologia da informação e dos sistemas integrados de 
gestão, a logística ganha um novo papel de destaque nas operações 
empresariais. Entretanto, isso não significa que o sistema de transporte tenha 
perdido destaque: na verdade, seu impacto nas operações empresariais começa 
a ficar mais claro. Custo, satisfação do cliente, níveis de serviçoe danos 
 
12 
 
causados no transporte reforçaram a necessidade de que o transporte, além de 
ser um dos elementos essenciais da logística, também fosse um dos elementos 
centrais em termos de custos e agregação de valor aos clientes. 
 Dentro dessa nova perspectiva, as organizações, ao planejarem seus 
sistemas de transporte dentro de suas cadeias logísticas, começaram a levar em 
consideração as possibilidades apresentadas pelos diferentes modais de 
transporte disponíveis. A construção de ferrovias para o transporte de minérios 
e grãos, o uso de rios navegáveis para o transporte de mercadorias e a utilização 
de navios para o transporte de mercadorias entre empresas do sul, do norte e 
do nordeste do Brasil, fazem com que se instale a importância do planejamento 
e combinação de modais de transportes no planejamento dos sistemas logísticos 
das organizações e do país. 
 Outro aspecto que passa a ser discutido no âmbito das organizações diz 
respeito aos requisitos de qualidade de um bom sistema de transporte, 
envolvendo a rapidez de entrega, a entrega sem erros, a pontualidade, a 
confiabilidade e a integridade dos prestadores de serviços na área de logística. 
Para a determinação desses requisitos, certos elementos ─ como a qualidade 
das vias, dos portos e dos aeroportos, a disponibilidade de meios de transporte 
(principalmente da intermodalidade) da existência de instalações e sistemas de 
controle que propiciem transporte mais efetivo e confiável ─ foram adicionados 
à equação de resultados. 
 Mais recentemente (a partir de 2010), as grandes capitais brasileiras 
começaram a restringir o acesso de caminhões de grande porte aos seus 
perímetros urbanos. Dessa forma, gerir e planejar os sistemas logísticos e, por 
consequência dos sistemas de transportes, envolve a seleção de veículos, a 
construção de depósitos, a troca de informações com e entre fornecedores e 
clientes, o processamento dos materiais, os fluxos de informação e até mesmo 
a integração estratégica de muitas cadeias produtivas (Quadro 1). 
 
 
13 
 
 
Quadro 1: O sistema de transporte e seus elementos 
 
 
Talvez a pergunta chave a ser respondida pelo planejamento do sistema 
de transporte de um sistema logístico envolva a definição dos objetivos do 
sistema, sua flexibilidade de entrega, volume, horários e quantidades; a 
velocidade com que a entrega possa ser realizada, envolvendo horários, dias, 
períodos; os serviços ofertados pelo operador logístico, envolvendo gestão de 
estoques, entregas, montagens, movimentações; o custo pretendido, 
envolvendo a melhor entrega, a entrega ao custo mais baixo, com os melhores 
serviços; e, por fim, o nível de serviço desejado, envolvendo entregas pontuais, 
em quantidade e qualidade certa, ao custo contratado, que possam ser 
verificados os acertos da logística. 
 
TEMA 5 – PLANEJAMENTO DO SISTEMA DE TRANSPORTE 
 Planejar o sistema de transporte envolve atividades de melhoria no 
sistema de transporte atual, visando a uma nova realidade mais vantajosa para 
a empresa e para o cliente. Para realizar esse planejamento, o gestor de logística 
Modais Requisitos Elementos Gestão de Transportes Objetivos
Rodoviário Rapidez de Entrega Vias de Transporte Veículos Flexibilidade
Ferroviário Entrega sem Erros Meios de Transporte Depósitos Velocidade
Aeroviário Pontualidade Propulsão Fornecedores Serviços
Dutoviário Entregas Completas Instalações Clientes Custos
Aquaviário Confiabilidade Sistemas de Controle Fluxos de Materiais Nível de Serviço
Qualidade Fluxos de Informações
Integridade Integração Estratégica
Todas as atividades, recursos e demais instalações que se relacionam à capacidade de movimentar bens, 
pessoas e serviços em uma determinada economia.
Sistema de Transporte
 
14 
 
precisa ter conhecimentos sobre os fluxos logísticos na cadeia com a qual 
pretende trabalhar e a respeito das potencialidades de cada modal. Um sistema 
de transporte necessita de características de flexibilidade suficientes para 
suportar o nível de serviço exigido pelo cliente ou mercado em que pretende 
atuar. 
Ter um sistema de transporte flexível significa dizer que este é capaz de 
adaptar-se, antecipando-se às necessidades e expectativas dos clientes. 
Quando falamos em modais de transportes, estamos nos referindo aos modos 
possíveis de se movimentar mercadorias e/ou pessoas de um ponto de origem 
a um ponto de destino – da produção ao consumo (Figura 7). 
 
Figura 7: Classificação dos modais de transporte 
 
 
 O planejamento do sistema de transporte tem relação direta com a 
estratégia organizacional. Muitas das decisões sobre as características e 
objetivos do sistema dependem da estratégia de negócios da empresa. Para 
Porter (2004), o posicionamento estratégico de uma organização (Quadro 2) 
envolve: 
 Estratégia de excelência operacional ou baixo custo: é característica 
deste tipo de empresa a busca por melhorias contínuas na qualidade e na 
produtividade de seus produtos e processos. As indústrias automobilística 
e de eletrodomésticos podem ser enquadradas nesse tipo de estratégia. 
 
15 
 
 Estratégia de diferenciação ou de inovação: empresas que buscam a 
diferenciação ou a inovação como característica estratégica, são bem 
representadas por empresas como Apple, Samsung e os laboratórios de 
medicamentos. 
 Estratégia de foco na diferenciação: é característica deste tipo de 
empresa a diferenciação focada. São expoentes em seus ramos de 
atuação, com propostas de valor diferenciadas. Entre os representantes 
desse tipo de organização temos a Ferrari, a Rolls Royce, os relógios 
Rolex, entre outros. 
 Estratégia de foco em custos: exemplos deste tipo de empresa buscam 
a redução de seus custos operacionais de forma incessante e 
coordenada. Nessa variedade de estratégia estão organizações como 
supermercados, postos de combustíveis e distribuidoras de energia. Isso 
se deve ao fato de que uma redução no custo da operação significa a 
possibilidade de maiores margens de lucro e, em setores controlados, 
como energia e combustíveis, o custo é o elemento chave de suas 
operações. 
 
Quadro 2: Impacto do Sistema de Transportes na Estratégia 
Organizacional 
 
 
16 
 
 
 A integração entre o planejamento do sistema de transportes e a 
estratégia organizacional se dá no estabelecimento dos objetivos do sistema de 
transporte. Flexibilidade, velocidade, custos e nível de serviços dos sistemas de 
transporte são definidos em função da proposta de valor da organização para o 
mercado. Esta proposta de valor é definida na estratégia 
geral do negócio. 
 Outro aspecto a ser considerado neste planejamento envolve os fluxos 
logísticos ao longo da cadeia de suprimentos (Figura 8). 
 
Figura 8: Movimentação dentro da cadeia de suprimentos 
 
Fonte: http://cadeiadesuprimento.blogspot.com.br/ 
 
Já discutimos que a evolução de um sistema logístico nos remete à 
integração estratégica entre os membros da cadeia. O sistema passa a ser 
planejado em função da cadeia, e não mais pelas características exclusivas de 
apenas um dos membros da cadeia. É importante verificar que em muitos casos 
 
17 
 
existe uma empresa dominante na cadeia de suprimentos, e esta tende a 
direcionar as ações de integração deste conjunto. Por outro lado, podem existir 
empresas com pequena participação no processo, não existindo, por parte 
dessas, o interesse em participar estrategicamente do planejamento do sistema. 
O domínio dos fluxos logísticos dentro da cadeia facilita o entendimento 
de que as ações previstas no sistema devem prever o abastecimento deste e 
seu retorno via logística reversa dos resultados não desejados. 
Tradicionalmente, o planejamento do sistema envolve as movimentações ativas 
(produtos e matérias-primas) na cadeia, porém no sentido reverso do sistema 
encontramos as movimentações ditas parasitas (refugos, rejeitos, sobras de 
processoe produtos descartados após uso e consumo). 
Outro aspecto a ser considerado envolve ainda as movimentações 
passivas – movimentações que não agregam valor ao produto ou serviço – 
porém sem as quais não existem os produtos e serviços de uma organização. 
Nessa categoria enquadram-se o recebimento de materiais, a estocagem, 
movimentação de componentes e produtos semiacabados na linha de 
montagem das empresas da cadeia em análise. Tudo isso faz parte do sistema 
de transporte, e planejá-lo implica no domínio da estratégia das organizações, 
dos relacionamentos na cadeia e dos fluxos de materiais. 
 
NA PRÁTICA 
Tomemos como base o seguinte conceito: 
Normalmente, o transporte é o elemento que mais impacta nos custos 
logísticos de uma empresa, chegando a absorver, em média, dois terços desses 
custos. A administração da atividade de transporte envolve a escolha do modal 
de transporte mais adequado em função de suas vantagens e desvantagens 
para cada situação. 
 
A respeito de modais de transporte, avalie as informações a seguir. 
 
1. O modal aéreo é veloz e caro, apresentando uma relação desempenho versus 
 
18 
 
custo viável, quando se trata do envio de cargas de alto valor agregado. 
( ) Verdadeiro ( ) Falso 
 
2. O modal rodoviário caracteriza-se pela baixa flexibilidade, sendo utilizado para 
complementar o transporte entre os pontos de embarque e desembarque. 
( ) Verdadeiro ( ) Falso 
 
3. O modal ferroviário apresenta lead times lentos, baixo custo de frete, e pouca 
flexibilidade e baixa capilaridade com os destinos fixos. 
( ) Verdadeiro ( ) Falso 
 
IV. O modal hidroviário é o transporte que utiliza o meio aquático para a 
movimentação de cargas e de passageiros. 
( ) Verdadeiro ( ) Falso 
 
Fonte: adaptado com base em BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de 
suprimentos: logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman Editora, 2006. 
 
SÍNTESE 
Determinar o valor do transporte depende daquilo que esse agrega de 
valor para o cliente: se agilidade, flexibilidade, nível de serviço ou custo. Cada 
mercado ou segmento de mercado têm características diferentes, e cada 
empresa tem estratégias diferentes para atingi-los. 
Um bom sistema de transportes apresenta como principal característica o 
planejamento de suas ações, tanto no sentido de abastecer a cadeia quanto no 
sentido de reciclar os materiais gerados pela própria cadeia no sentido reverso. 
A seleção do modal de transporte é uma decisão que congrega diversos fatores: 
quanto maior a integração na cadeia mais o uso conjunto de vários modais será 
necessário; quanto menor a operação, mais flexível deverá ser o modal. 
 
 
19 
 
REFERÊNCIAS 
PORTER, M. Estratégia Competitiva: técnicas para a análise de indústrias e 
concorrência. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 
RAZZOLINI FILHO, E. Transporte e Modais: com suporte de TI e SI. Curitiba: 
InterSaberes, 2012. 
TAYLOR, D. A. Logística na cadeia de suprimentos: uma perspectiva 
gerencial. São Paulo: Pearson Addison-Wesley, 2005.

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