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PROFESSORA: Suzette Telles Alves Teoria do Trauma-Hipnose- Fantasia A historia do movimento Psicanalítico(1914), fala da influencia de Charcot a Breuer e pensamentos que foram além desta influencia, sendo próprios da psicanalise Freudiana, como resistência/recalcamento e sexualidade. A escrita de Freud neste texto realça muito a importância das suas ideias psicanalistas, diferenciando de outros textos, provavelmente pela recente ruptura, na época, de Jung(psicologia analítica) e Adler(psicologia individual). Teoria do Trauma-Hipnose- Fantasia A hipnose teve um papel fundamental no estudo e compreensão da histeria, nos primórdios da psicanalise.(Influencia de Charcot). Como Breuer e o método catártico, Freud começa a operar mudanças em seu método iniciando com a hipnose, mas abandonando o método, abrindo cena para o futuro método da psicanalise associação livre de palavras.motivo do abandono: Nem todos as pessoas eram influenciadas pela hipnose; Nem todos os relatos eram reais; O conceito de resistência em que Freud se aprofunda(recalcamento). Teoria do Trauma Um dos pressupostos que sustentaram a teoria e a terapia da histeria no período que corresponde aos Estudos sobre a histeria é o do trauma psíquico ou teoria da sedução e seu conteúdo sexual. Trauma Real/ Sedução Real e que esse fato, pelo seu caráter traumático, teria sido recalcado e se transformado em núcleo patogênico cuja remoção só seria obtida com a ab-reação e a elaboração psíquica da experiência traumática. Nessa época Freud não admitia ainda a sexualidade infantil, então para Freud para explicar o caráter traumático divide a ação em 2 momentos: Teoria do Trauma No primeiro momento haveria apenas a cena na qual a criança sofreria a sedução sexual, sem que ela percebesse, porém, o caráter sexual do acontecimento e sem que se produzisse nela qualquer excitação de natureza sexual. O segundo momento ocorreria a partir da puberdade, quando a sexualidade já tivesse surgido, e uma outra cena que não necessitaria ser de natureza sexual evocaria a primeira por um traço associativo tornando patogênica a sua lembrança. Essa é a razão pela qual Freud escreve que “os histéricos sofrem de reminiscências” (ESB, v. II, p. 48, e v. XI, p. 18). Teoria do Trauma Não é, pois, o passado que é traumático, mas a lembrança do passado a partir de uma experiência atual. A superação da teoria do trauma implicava duas descobertas: a do papel da fantasia e a da sexualidade infantil. Essas duas descobertas podem ser concentradas numa só: a descoberta do Édipo. Teoria do Trauma-Hipnose- Fantasia Teoria da sedução ou teoria do trauma. Baseada em um trauma ou sedução Real que causa o adoecimento. Inicio em Charcot, acrescenta uma elaboração melhor em Breuer e método catártico. Enquanto persistir a teoria do trauma, a sexualidade infantil e o Édipo não poderão fazer sua entrada em cena, visto que nela os sintomas neuróticos permanecem dependentes de um acontecimento traumático real que os produziu e não das fantasias edipianas da criança (cf.Mannoni, 1976, pp. 35-36). A aceitação da Fantasia é fundamental para entrada da sexualidade infantil e complexo de Edipo, conceitos fundamentais da teoria psicanalítica. Sonhos-Primeira tópica e Inconsciente Todos os sonhos são realizações de desejos. Muitas vezes realizações disfarçadas de desejos reprimidos. Os únicos desejos capazes de produzir um sonho são aqueles que pertencem ao Ics. Para que um desejo pré-consciente funcione como induzidor de um sonho, faz-se necessário que ele se apoie sobre um desejo inconsciente. O que é interpretado psicanaliticamente não é o sonho, mas o seu relato. Todo sonho tem um sentido... ✓Escreve Freud “ [...] os sonhos têm realmente um sentido e que um método cientifico de interpreta-los é possível.”(ESB,vs.IV- V, p. 107) ✓ Todavia o sentindo do sonho não é acessível no primeiro momento nem ao sonhador, nem ao interprete. ✓Todo sonho é uma realização de desejo. As vezes de forma disfarçada e que nessa medida incide sobre ele uma censura cujo efeito é a deformação onírica. A interpretação dos sonhos • O sonho se inscreve em 2 registros: 1. O Lembrado e contado pela pessoa: Conteúdo Manifesto; 2. É um outro inconsciente que só atingimos com a interpretação: Pensamentos Oníricos Latentes. ✓Encontrar o sentindo do sonho é percorrer o caminho que leva do conteúdo manifesto ao Latente, e o procedimento que nos permite isso é a interpretação. ELABORAÇÃO ONÍRICA E INTERPRETAÇÃO O trabalho que transforma os pensamentos latentes em conteúdo manifesto, impondo-lhes uma distorção que os torna inacessíveis ao sonhador, é o que Freud chama de elaboração onírica; e o trabalho inverso, que procura chegar ao conteúdo latente partindo do manifesto que visa decifrar a elaboração onírica, é o trabalho de interpretação. Freud aponta quatro mecanismos fundamentais do trabalho do sonho: condensação, deslocamento, figuração e elaboração secundária (esta, correspondendo mais propriamente a um segundo momento da elaboração onírica). PRIMEIRA TÓPICA DO APARELHO PSIQUICO(A interpretação dos Sonhos - 1900) O INCONSCIENTE ✓A maior parte do aparelho psiquico é inconsciente. ✓O Inconsciente vira substantivo, deixando de ser visto apenas como adjetivo ✓No inconsciente estão elementos instintivos, que nunca foram conscientes; há material que foi excluído da consciência, censurado e reprimido; ✓O inconsciente manifesta-se PCS/CS através de: atos, falas ou imagens inesperadas, os esquecimentos, os sonhos, sintomas. ✓Os processos mentais inconscientes são atemporais. Processo Primário e Secundário Vale salientar que o sistema Ics não sabe dizer “não” , “ele é incapaz de fazer qualquer coisa que não seja desejar” (op. cit., p. 639); é ao segundo sistema que cabe a tarefa de impedir que a atividade do primeiro sistema resulte em desprazer. O papel do Pcs/Cs não pode ser, nem o de inibir completamente os impulsos inconscientes, pois isso provocaria um aumento de tensão insuportável a nível do Ics, nem o de permitir que esses impulsos venham todos à tona, o que seria igualmente desprazeroso. Sua função deverá ser a de dirigir, através dos caminhos mais convenientes, os impulsos impregnados de desejo que surgem do inconsciente (ibid.). Processo Primário e Secundário Ao modo de funcionamento do aparelho psíquico, quando participa apenas o Ics, Freud chama processo primário; e, ao modo de funcionamento do Pcs/Cs, ele chama processo secundário. A distinção entre processo primário e processo secundário corresponde, de um ponto de vista econômico, à distinção entre energia livre e energia ligada; a primeira procurando a descarga da maneira mais rápida e direta possível e tendendo à “identidade perceptiva” , isto é, procurando reinvestir as representações ligadas à experiência de satisfação de forma alucinatória, e a segunda escoando-se para a descarga de forma mais controlada e investindo de maneira mais estável as representações. Processo Primário e Secundário Aqueles processos psíquicos que aparecem a nós como irracionais são processos primários que não tiveram sua energia inibida pelo pré-consciente, enquanto outros, por representarem impulsos impregnados de desejos infantis incompatíveis com o pensamento secundário, foram recalcados. Portanto, como resultado do funcionamento do processo secundário, grande parte do material mnêmico do indivíduo permanece inconsciente por não receber catexia do Pcs/Cs. O papel principal do processo secundário consiste em dirigir da forma mais conveniente possível os impulsos impregnados de desejo que surgem do inconsciente. • PRINCIPIO DO PRAZER E DA REALIDADE: Além do principio do Prazer em 1920 ✓O princípio de prazer(INCS), segundo o qual a atividade psíquica tem por objetivo a evitação da tensão desprazerosa, buscando incessantemente o prazer, através de descargas das tensões pelos caminhos mais curtos(energia livre), relacionado ao processoprimario; ✓O princípio da realidade(PCS/CS), que surge a partir de uma modificação do princípio do prazer, impondo-se como princípio regulador do funcionamento psíquico, na medida em que estando a serviço do PCS/CS, a busca pela satisfação se submete as exigências aceitáveis externas(energia ligada), relacionado ao processo secundario; Os Três Ensaios da Sexualidade (1905) • Se a Interpretação dos Sonhos pode ser considerada como o discurso do desejo, os três ensaios sobre a teoria da sexualidade falam sobre o discurso da pulsão. Não é o desejo que precisa realizar-se, mas a pulsão que necessita satisfazer-se. • Não é nos Três ensaios que a sexualidade adentra na teoria Freudiana, mas muito antes nos Estudos da Histeria (Anna O.) Nos três ensaios, Freud ampliou o conceito de sexualidade, referindo-se a um conjunto de excitações e de atividades que surgem desde a infância. A sexualidade não se define pela genitalidade nem muito menos pelo ato sexual. Os Três Ensaios da Sexualidade AS ABERRAÇÕES SEXUAIS: ✓Desvios ou perversões do Instinto Sexual (objeto e objetivo); ✓Instinto sexuais vão dando lugar a pulsão sexual; ✓Sexualidade Perversa. Sexualidade Infantil Quando Freud aceita a sexualidade infantil, permite duas grandes descobertas: O papel da Fantasia e o complexo de Édipo. Se a importância da sexualidade era algo que Freud, desde seus primeiros escritos, já havia assinalado, o que vai ser colocado nos Três ensaios é a perda da inocência infantil. O tema desses ensaios é o pequeno “perverso polimorfo” com sua sexualidade fragmentada em pulsões parciais vagando entre objetos e objetivos perversos. FASES PSICOSSEXUAIS DO DESENVOLVIMENTO FASE ORAL (de zero a 18 meses) FASE ANAL (de 18 meses a 3 anos) FASE FÁLICA (de 3 a 6 anos) PERÍODO DE LATÊNCIA( de 6 até o início da puberdade) FASE GENITAL (inicio da puberdade e vida adulta) Freud desenvolveu seu conceito de “ organização” da libido, mas essa noção não é suficiente para explicar o conceito de fase que implica, além disso, um certo modo de relação do indivíduo com seu mundo. Duas noções são, pois, necessárias para que se possa compreender adequadamente o conceito de fase: a de zona erógena e a de relação de objeto. FASES PSICOSSEXUAIS DO DESENVOLVIMENTO FASE ORAL (de zero a 18 meses) ✓A zona de erotização é a boca. ✓Necessidade e gratificação estão concentradas em volta dos lábios, língua e mais tarde nos dentes. ✓A boca é a principal área do corpo que o bebê pode controlar e a maior parte da energia libidinal é focalizada nesta área. FASE ANAL (de 18 meses a 3 anos) ✓A zona de erotização é o ânus. ✓É o período em que , geralmente, a criança aprende a controlar os esfíncteres anais e a bexiga. ✓A criança presta uma atenção especial à micção e à evacuação. ✓A obtenção do controle fisiológico é ligada à percepção de que esse controle é uma nova fonte de prazer. FASE FÁLICA (de 3 a 6 anos) ✓A zona de erotização é o órgão sexual. ✓Período em que a criança constata a diferença dos sexos. criança reconhece apenas ter ou não ter o órgão masculino. ✓Ocorrência do complexo de édipo. ✓Nela ocorre o Complexo de Édipo. A fase fálica aponta o ponto culminante e o declínio do Complexo de Édipo pela ameaça da castração. PERÍODO DE LATÊNCIA ( de 6 até o início da puberdade) ✓A sexualidade nesse período normalmente não avança, não existe uma nova organização da sexualidade, e os anseios sexuais diminuem de vigor. Sendo a sublimação mais percebida. ✓É a época ou período “social da criança”. FASE GENITAL (inicio da puberdade e vida adulta) ✓O objeto de erotização não está no próprio corpo, mas em um objeto externo ao indivíduo: o outro. ✓Nesse momento, meninos e meninas estão ambos conscientes de suas identidades sexuais distintas e começam a buscar formas de satisfazer suas necessidades eróticas e interpessoais. Pulsões e Destinos da Pulsão(1915) • O escrito “Pulsões e seus destinos” inaugura a série de artigos preparada por Freud ao longo da década de 1910 e que marcam uma sistematização conceitual dos principais pilares teóricos da psicanálise até então – pulsão, recalque, inconsciente, sublimação, histeria de conversão, neurose obsessiva, neurose de transferência, luto, melancolia etc. • Freud denomina essa reunião de definições psicanalítica de metapsicologia. A metapsicologia para Freud tinha a pretensão de ultrapassar o alcance da psicologia da consciência, apontando para um para além que toca a potência constitutiva e explicativa do sofrimento psíquico do inconsciente. Mas também se propõe a escapar e a se diferenciar do vazio e infrutífero devaneio filosófico da metafísica (FREUD, 1898). Pulsões e Destinos da Pulsão(1915) • A metapsicologia pretende, portanto, apresentar uma descrição minuciosa de qualquer processo psíquico quando enfocado sob os pontos de vista de sua localização em instâncias (ponto de vista tópico), da distribuição dos investimentos de energia psiquica (ponto de vista econômico) e do conflito das forças pulsionais (ponto de vista dinâmico). Pulsões e Destinos da Pulsão(1915) • A pulsão nunca se dá como tal, nem a nível consciente nem a nível inconsciente; ela só se dá pelos seus representantes: o representante ideativo (Vorstellungrepräsentant) e o afeto (Affekt).Ambos são os representantes psíquicos da pulsão (Psychischerepräsentanz). • Os destinos do afeto são diferentes dos destinos do representante ideativo. Não se pode, a rigor, falar em “ afeto inconsciente” ; a nível inconsciente o afeto tem de se ligar a uma ideia (representante ideativo). Pulsões e Destinos da Pulsão(1915) Comecemos por examinar o conceito de pulsão em função de sua fonte, sua pressão, seu objetivo(meta/finalidade) e seu objeto, pois é com respeito a esses referenciais que poderemos estabelecer algumas diferenças profundas entre a concepção psicanalítica e a concepção psicológica da subjetividade. Pulsões e Destinos da Pulsão(1915) A fonte (Quelle) da pulsão é corporal, fonte interna,não psíquica; é um“ processo somático que ocorre num órgão ou parte do corpo e cuja excitação é representada na vida mental pela pulsão” (Freud, ESB,v. XIV, p. 143). A questão sobre a fonte da pulsão encontra, pois, a sua resposta no apoio que esta tem sobre o instinto. A pulsão é o instinto que se desnaturaliza, que se desvia de suas fontes e de seus objetos específicos; ela é o efeito marginal desse apoio-desvio. A fonte da pulsão é, pois, o instinto. Pulsões e Destinos da Pulsão(1915) A pressão é o elemento motor que impele o organismo para a ação específica responsável pela eliminação da tensão. Tendo uma força constante. O terceiro elemento em relação ao qual Freud define a pulsão é o objetivo (Ziel). O Objetivo/Meta/finalidade da pulsão é sempre a satisfação, sendo que “ satisfação” é definida como a redução da tensão provocada pela pressão (Drang). Pulsões e Destinos da Pulsão(1915) Finalmente, o objeto (Objekt) da pulsão. Freud define o objeto de uma pulsão como “ a coisa em relação à qual ou através da qual a pulsão é capaz de atingir seu objetivo” , e completa, “ é o que há de mais variável numa pulsão” (ESB, v. XIV, p. 143). O objeto da pulsão é um meio para o atingimento do objetivo que é a satisfação. Ele pode ser uma pessoa, uma parte de uma pessoa, pode ser real ou pode ser fantasmático. Perde assim toda e qualquer especificidade, e é sob esse prisma que Freud pode afirmar que ele é o que há de mais variável na pulsão. PULSÕES DO EGO E PULSÕES SEXUAIS A distinção entre pulsões sexuais e pulsões do ego foi feita pela primeira vez num artigo que, no dizer de Freud, foi uma simples “ pièce d’occasion sem nenhum valor” : A concepção psicanalítica da perturbação psicogênica da visão, publicado em 1910. Nesse texto, ele afirma que do ponto de vista da explicação psicanalítica dos fenômenos psíquicos [...] uma parte extremamente importante é desempenhada pela inegável oposição entreas pulsões que favorecem a sexualidade, a consecução da satisfação sexual, e as demais pulsões que têm por objetivo a autopreservação do indivíduo: as pulsões do ego. (Freud, ESB, v. XI, p. 199) PULSÕES DO EGO E PULSÕES SEXUAIS A primeira teoria das pulsões falamos de PULSÕES DO EGO OU AUTOCONSERVAÇÃO E PULSÕES SEXUAIS A diferença básica entre os dois tipos de pulsões é que elas se encontram sob o predomínio de diferentes princípios de funcionamento: como as pulsões do ego só podem satisfazer-se com um objeto real, o princípio que rege seu funcionamento é o princípio de realidade, enquanto as pulsões sexuais, podendo “ satisfazer-se” com objetos fantasmáticos, encontram- se sob o predomínio do princípio de prazer. PULSÕES DO EGO E PULSÕES SEXUAIS É em Além do princípio de prazer, publicado em 1920, que Freud apresenta sua nova concepção das pulsões. A segunda teoria das pulsões falamos de PULSÕES DE VIDA E PULSÕES DE MORTE. Segunda Tópica A “primeira tópica” não é passível de uma leitura estrutural, sendo, portanto, insuficiente para dar conta do que diferencia o funcionamento psíquico dos sexos e o complexo de Edipo. Assim, em 1923, em “O eu e o isso”(O Ego e o Id), Freud formulou uma “segunda tópica” do funcionamento psíquico, a partir da qual teve elementos para responder à constatação da dessimetria entre o Édipo masculino e o feminino. Estrutura da personalidade- Segunda Tópica Freud a partir da década de 20 (1923) elabora uma segunda teoria tópica designando os anteriores lugares psíquicos, em três instâncias: ID( Isso) ✓ -O id corresponde ao conceito inicial do inconsciente, além de ser reservatório de toda energia psíquica que alimenta as outras instancias; ✓ Regido pelo principio do prazer; ✓ -É atemporal, amoral e ilógico. EGO(Eu) ✓ O ego forma-se a partir do id. Neste sentido o ego é consciente, mas tem partes inconscientes. ✓ É regido pelo principio da realidade ✓ O ego é a parte do aparelho psíquico que está em contato com a realidade externa. ✓ O ego tem que controlar ou regular os impulsos do id de modo que o indivíduo possa buscar soluções menos imediatas e mais realistas. Tendo que procurar integrar as exigências, muitas vezes antagônicas do id, superego e realidade externa. Sua função é a auto preservação da sanidade da personalidade. SUPEREGO(Supereu) ✓ - É o representante interno dos valores e ideais tradicionais da sociedade, transmitidos pelos pais e reforçado pelo sistema de recompensas e proibições impostos as crianças. ✓ -O superego atua como um juiz ou censor sobre as atividades e pensamentos do ego. ✓ -É o depósito dos códigos morais, modelos de conduta e dos construtos que constituem as inibições da personalidade. ✓ -Constituídos por partes conscientes e inconscientes. Carta de Freud a Fliess, 1897 Um único pensamento de valor genérico revelou-se a mim. Verifiquei, também no meu caso, o apaixonamento pela mãe e ciúmes pelo pai, e agora considero isso como um evento universal do início da infância, mesmo que não tão precoce como nas crianças que se tornaram histéricas. (...) Sendo assim, podemos entender a força avassaladora de O Edipus Rex, apesar de todas as objeções levantadas pela razão contra a sua pressuposição do destino. (...) Mas a lenda grega apreende uma compulsão que toda pessoa reconhece porque sente sua presença dentro de si mesma. Cada pessoa da plateia foi um dia, em ponto menor ou em fantasia, exatamente um Édipo e cada pessoa retrocede horrorizada diante da realização de um sonho, aqui transposto para a realidade, com toda a carga de recalcamento que separa seu estado infantil do seu estado atual. (Freud, ESB, v. I, pp. 358-59) O Complexo de Édipo na obra de Freud Toda a questão do conflito será referida, em última análise, ao conflito nuclear do complexo de Édipo. Neste sentindo o complexo de édipo será referencia para a psicanalise para explicar as estruturas de personalidade, articulando os desejos as leia da realidade: Psicose, dificuldade de triangular as relações em conjunto com a realidade. Perverso, denegação da realidade, aceita a realidade, mas transgride. Neurose, triangula a situação e utiliza o recalcamento para o inaceitável que causa desprazer ao Cs. O Complexo de Édipo na obra de Freud Anos mais tarde, Freud se apercebeu da falta de simetria no relacionamento edipiano de ambos os sexos, ou seja, o complexo de Édipo não se dá da mesma maneira na menina e no menino. Essa descoberta só se tornou possível a partir da conceituação, em 1923, da fase fálica da sexualidade infantil. O Complexo de Édipo na obra de Freud Em “O eu e o isso”(O ego e o Id), a partir da distinção estabelecida entre as instâncias do isso(id), do eu(ego) e do supereu(superego), Freud passou a conceber o complexo de Édipo em sua dupla polaridade: amor ao genitor do sexo oposto e ódio ao do mesmo sexo, que caracterizam a forma positiva do complexo de Édipo, e amor ao genitor do mesmo sexo e ódio ao genitor do sexo oposto, que caracterizam a forma negativa. Devido à bissexualidade presente em todo sujeito, devemos considerar que o complexo de Édipo é dúplice, isto é, positivo e negativo, e que o menino também se comporta como uma menina, ou seja, “apresenta uma atitude afetuosa feminina para com o pai e um ciúme e uma hostilidade correspondentes em relação à mãe”. O Complexo de Édipo na obra de Freud É importante assinalar que nesse modelo –isso, eu e supereu(Id, ego, Superego) – é principalmente em relação à constituição do supereu que Freud indica uma diferença na estruturação subjetiva dos sexos. O supereu(superego), considerado o “herdeiro do complexo de Édipo”, teria um destino diferente nos meninos e nas meninas. O supereu é instituído no momento em que o menino abandona os pais como objetos sexuais e os torna objetos de identificação. Em outras palavras, na impossibilidade de tê-los como parceiros sexuais, promete inconscientemente ser como eles – em suas ambições, fraquezas e ideais. O Complexo de Édipo no Menino No que se refere à castração, Freud afirma que, no decorrer de suas pesquisas, o menino chega à conclusão de que o pênis não é comum a todas as crianças. Ao observar meninas, ou a irmãzinha brincando, suspeita de que existe ali algo diferente. No entanto, a primeira reação da criança é “rejeitar o fato” e acreditar que elas realmente têm um pênis(universalidade do pênis). Nesse momento, “encobrem a contradição entre a observação e a preconcepção dizendo-se que o pênis ainda é pequeno e ficará maior dentro em pouco”. Só mais tarde chegam à “conclusão” de que o pênis estivera lá antes e foi retirado. Portanto, a falta de pênis é vista como resultado da castração(fantasia da castração). A partir desse momento, o menino se angustia, pois, se existem seres que foram castrados, ele corre igualmente o risco da castração. O Complexo de Édipo no Menino Para o menino, o objeto de amor é a mãe. O menino entra no Édipo e começa a manipular seu pênis, entregando-se a fantasias ligadas à mãe. Depois, sob o efeito conjunto da ameaça de castração proferida pelo pai – ou pela mãe e seus substitutos – e da angústia provocada pela percepção do corpo feminino, privado de falo, renuncia a possuir o seu objeto de amor – a mãe. O afeto em torno do qual o complexo de Édipo masculino se inicia e chega a um desenlace é a angústia, ou seja, é o medo de ser privado daquela parte do corpo que, nessa idade, o menino tem como objeto mais estimável – seu pênis. O Complexo de Édipo no Menino Portanto, é a angústia de castração que barra o caminho do menino também em direção ao amor pelo pai, fazendo com que ele renuncie ao pai como objeto de amor e se identifique com ele. Ao se identificar com as insígnias do poder paterno, o menino efetua uma passagem do ter - o pai como objeto de amor – ao ser como ele. O complexo de Édipo é dissolvido na medida em que a angústia de castração põe fim tanto à ligação erótica com a mãe quanto à ligação amorosacom o pai. No final desse processo, o menino entra no período de latência. O Complexo de Édipo na Menina A lógica freudiana da castração indica a maneira pela qual ambos os sexos formulam seus respectivos complexos de Édipo. Assim, se no menino o afeto que predomina é a angústia, no complexo de Édipo da menina é a inveja – “invejado pênis”. Inicialmente, o clitóris na menina é equivalente ao pênis, porém, quando ela efetua uma comparação com o outro sexo percebe a desvantagem anatômica, vivenciada como castração. O termo “angústia de castração” não se aplica à menina porque ela não pode temer o que já ocorreu. O que a ameaça é o medo de não ser amada, o medo de perder o amor. O Complexo de Édipo na Menina A menina não lida com facilidade com a questão da castração. Ao constatar a falta de pênis, sofre uma grande decepção em relação à mãe e considera que esta foi a responsável por tê-la feito castrada. Desenvolve, portanto, um sentimento de inveja do pênis, um desejo de possuir um pênis. O menino soluciona o complexo de Édipo optando por preservar seu pênis, que está investido de grande interesse narcísico e substitui o investimento objetal no pai, por uma identificação com ele. No caso normal, o complexo de Édipo não é somente recalcado, mas, sim, “literalmente feito em pedaços pelo choque da ameaça de castração”. O Complexo de Édipo na Menina Na menina, existe um período pré-edípico de intensa vinculação com a mãe que é de grande importância para o futuro da mulher. Na fase fálica, ao considerar que foi vítima de uma castração, ela sai do apego pré-edípico com a mãe e se aproxima do pai, com a finalidade de obter o pênis que a mãe lhe negou. É nesse momento que tem início o seu complexo de Édipo. Em seguida, essa busca é substituída pelo desejo de ter um filho, que seria o equivalente simbólico do pênis; posteriormente, a decepção frente ao pai, que se nega a atender a essa gratificação, é o que a conduz ao abandono progressivo do complexo de Édipo. Transferência A transferência é o deslocamento do sentido (fantasias, afetos) atribuído a pessoas do passado para pessoas do nosso presente(não só o analista). Esta transferência é executada pelo nosso inconsciente. Para a teoria freudiana, esse fenômeno é fundamental para o processo de cura. Na Psicanálise, a transferência é um fenômeno que ocorre na relação entre o paciente e o terapeuta, quando o desejo do paciente irá se apresentar atualizado, com uma repetição dos modelos infantis, as figuras parentais e seus substitutos serão transpostas para o analista, e assim sentimentos, desejos, impressões dos primeiros vínculos afetivos serão vivenciados e sentidos na atualidade. O manuseio da transferência é a parte mais importante da técnica de análise. Contratransferência: trata-se de uma resposta do analista à transferência do paciente, mas que designa também, de forma mais geral, o conjunto das reações inconscientes do analista perante o paciente.
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