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CULTURA POPULAR BRASILEIRA
Prof.a Emanuele Cristina Siebert
Prof.a Ligia Karina Meneghetti Chiarelli
UNIASSELVI
2012
Caderno de Estudos
Educação a Distância
GRUPO
NEAD
Copyright  UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof.a Emanuele Cristina Siebert
Prof.a Ligia Karina Meneghetti Chiarelli
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
 
306.4
S5712c Siebert, Emanuele Cristina.
 Cultura Popular Brasileira / Emanuele Cristina Siebert
 [e] Lígia Karina Meneghetti Chiarelli. Centro 
 Universitário Leonardo da Vinci – Indaial, 
 Grupo UNIASSELVI, 2012.x ; 194. p.: il
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-329-7
 1. Cultura Popular Brasileira 2. Instituição Cultural 
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
 II. Núcleo de Ensino a Distância III. Título
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
CULTURA POPULAR BRASILEIRA
APRESENTAÇÃO
Caro(a) acadêmico(a)!
É um prazer estar com você! 
Já de antemão, explicitamos que a Cultura Popular é ampla e está em constante 
movimento. Por isso, não conseguiremos e nem conseguiríamos resumir e exemplificar a Cultura 
Popular Brasileira que é tão rica em suas formas em algumas páginas, mas trataremos do 
tema para que você possa a partir dos conceitos aqui discutidos e exemplos dados, construir 
suas próprias concepções, incluí-las nos conteúdos escolares e ver todas as manifestações 
populares a partir de um novo olhar.
Na elaboração deste Caderno de Estudos, realizamos uma parceria interessante, pois 
ambas somos professoras de artes, no entanto, temos formações em áreas diferentes, uma 
em Artes Plásticas e outra em Música.
Ao longo de todo o caderno, esperamos dialogar com as possibilidades de utilização 
deste conteúdo no ensino da Arte.
Um abraço e bons estudos!
Prof.a Emanuele Cristina Siebert
Prof.a Ligia Karina Meneghetti Chiarelli
iii
CULTURA POPULAR BRASILEIRA iv
UNI
Oi!! Eu sou o UNI! Você já me conhece das outras disciplinas. 
Estarei com você ao longo deste Caderno. Acompanharei os 
seus estudos e, sempre que precisar, farei algumas observações. 
Desejo a você excelentes estudos! 
 UNI
CULTURA POPULAR BRASILEIRA v
SUMÁRIO
UNIDADE 1 – CULTURA .................................................................................................. 1
TÓPICO 1 – CULTURA POPULAR .................................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3
2 CULTURA ....................................................................................................................... 3
2.1 CULTURA ERUDITA .................................................................................................... 8
2.2 CULTURA DE MASSA ................................................................................................. 9
2.3 CULTURA POPULAR ................................................................................................ 10
3 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES .................................................................................... 11
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................. 12
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 13
TÓPICO 2 – FORMAÇÃO CULTURAL DO POVO BRASILEIRO ................................. 15
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 15
2 PRIMEIROS HABITANTES ......................................................................................... 15
3 UMA NOVA CULTURA SE INSTALA .......................................................................... 17
3.1 A COLONIZAÇÃO ..................................................................................................... 17
3.2 CHEGADA DA FAMÍLIA REAL .................................................................................. 20
4 OS AFRICANOS .......................................................................................................... 20
5 A IMIGRAÇÃO ............................................................................................................. 26
6 INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO ................................................................... 29
6.1 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ................................................................................. 30
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................. 33
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 34
TÓPICO 3 – EDUCAÇÃO E PLURALIDADE CULTURAL ............................................ 37
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 37
2 EDUCAÇÃO ................................................................................................................. 37
2.1 TEMAS TRANSVERSAIS: PLURALIDADE CULTURAL ........................................... 39
2.2 HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA NA ESCOLA ................. 42
3 LEIS DE INCENTIVO À CULTURA ............................................................................. 44
3.1 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ................................................................................. 45
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 45
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................. 48
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 49
AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 50
UNIDADE 2 – ARTE POPULAR ..................................................................................... 51
TÓPICO 1 – FOLCLÓRICO E POPULAR ...................................................................... 53
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 53
CULTURA POPULAR BRASILEIRA vi
2 CULTURA POPULAR E FOLCLORE .......................................................................... 53
3 MOSAICO .................................................................................................................... 56
3.1 ESPORTE ................................................................................................................. 57
3.2 CULINÁRIA ................................................................................................................ 58
3.3 BEBIDAS ................................................................................................................... 61
3.3.1 Bebidas regionais ................................................................................................... 64
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 66
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................. 70
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 71
TÓPICO 2 – MÚSICA POPULAR ...................................................................................73
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 73
2 DEFINIÇÕES ................................................................................................................ 73
3 HISTÓRICO DA MÚSICA POPULAR NO BRASIL ..................................................... 75
3.1 ORIGENS .................................................................................................................. 75
3.2 DA ÉPOCA DE OURO À ERA DOS FESTIVAIS ....................................................... 77
3.3 DA TROPICÁLIA AOS DIAS ATUAIS ........................................................................ 81
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................. 85
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 86
TÓPICO 3 – ARTE E ARTESANATO ............................................................................. 89
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 89
2 ARTE X ARTESANATO ............................................................................................... 90
2.1 O ARTESANATO NO BRASIL ................................................................................... 93
3 CERÂMICA .................................................................................................................. 95
3.1 CERÂMICA UTILITÁRIA ............................................................................................ 95
3.2 CERÂMICA FIGURATIVA .......................................................................................... 98
4 TRANÇADOS ............................................................................................................. 100
5 RENDAS E BORDADOS ........................................................................................... 101
6 PINTURA PRIMITIVA ................................................................................................. 103
7 ENTALHE ................................................................................................................... 104
8 GRAVURAS ............................................................................................................... 106
9 A ARTE POPULAR E ERUDITA ................................................................................ 107
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 108
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................ 113
AUTOATIVIDADE .......................................................................................................... 114
AVALIAÇÃO ................................................................................................................... 116
UNIDADE 3 – FOLCLORE ............................................................................................ 117
TÓPICO 1 – ARQUITETURA, RELIGIOSIDADE E LITERATURA POPULAR ............. 119
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 119
2 ARQUITETURA ........................................................................................................... 119
CULTURA POPULAR BRASILEIRA vii
3 RELIGIOSIDADE ....................................................................................................... 122
3.1 RITOS DE PASSAGEM ........................................................................................... 126
4 CRENDICES E SUPERSTIÇÕES .............................................................................. 127
4.1 AMULETOS ............................................................................................................. 128
4.2 SIMPATIA ................................................................................................................ 128
5 MEDICINA POPULAR ............................................................................................... 129
5.1 ERVAS, RAÍZES E FRUTAS ................................................................................... 130
6 LITERATURA POPULAR .......................................................................................... 131
6.1 MITOS E LENDAS .................................................................................................. 132
6.2 DITADOS OU PROVÉRBIOS .................................................................................. 133
6.3 DÍSTICOS DE CAMINHÃO ..................................................................................... 134
6.4 PARLENDAS ........................................................................................................... 135
6.5 TRAVA-LÍNGUAS .................................................................................................... 136
6.6 ADIVINHAS ............................................................................................................. 136
6.7 CORDEL .................................................................................................................. 137
6.8 PÃO - POR - DEUS ................................................................................................. 138
RESUMO DO TÓPICO 1 ............................................................................................... 140
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 142
TÓPICO 2 – FESTAS POPULARES E MÚSICA FOLCLÓRICA ................................. 145
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 145
2 FESTAS POPULARES .............................................................................................. 145
2.1 CARNAVAL .............................................................................................................. 146
2.2 FESTAS JUNINAS .................................................................................................. 148
3 MÚSICA FOLCLÓRICA ............................................................................................. 149
4 INSTRUMENTOS MUSICAIS .................................................................................... 153
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 155
RESUMO DO TÓPICO 2 ............................................................................................... 159
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 160
TÓPICO 3 – PRESERVAÇÂO, TURISMO E PESQUISA ............................................. 161
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 161
2 PATRIMÔNIOS CULTURAIS DO BRASIL ................................................................ 161
2.1 PATRIMÔNIOS MATERIAIS .................................................................................... 162
2.2 PATRIMÔNIOS IMATERIAIS ................................................................................... 162
3 PATRIMÔNIOS DA HUMANIDADE NO BRASIL ...................................................... 164
4 CULTURA POPULAR E TURISMO ........................................................................... 165
5 PESQUISA ................................................................................................................. 166
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 168
RESUMO DO TÓPICO 3 ...............................................................................................170
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 171
TÓPICO 4 – SALA DE AULA ....................................................................................... 173
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 173
CULTURA POPULAR BRASILEIRA viii
2 PESQUISANDO NA COMUNIDADE ......................................................................... 173
3 PORTFÓLIO OU AUTOBIOGRAFIA FOLCLÓRICA ................................................. 174
4 LIVRETO DE CORDEL .............................................................................................. 177
5 FOTOGRAFANDO A ARQUITETURA DA CIDADE .................................................. 179
6 A MISCIGENAÇÃO ÉTNICA E O RESPEITO ÀS DIFERENÇAS ............................. 180
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 184
RESUMO DO TÓPICO 4 ............................................................................................... 188
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 189
AVALIAÇÃO .................................................................................................................. 190
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 191
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UNIDADE 1
CULTURA
ObjETIvOs DE ApRENDIzAgEm
 A partir desta unidade, você será capaz de:
	definir cultura popular;
	diferenciar cultura popular, cultura de massa e cultura erudita;
	contextualizar como se deu a formação da cultura brasileira, 
traçando um paralelo com a cultura contemporânea;
	inserir o tema transversal Pluralidade Cultural em seu planejamento 
de ensino enquanto professor;
	conhecer as leis de incentivo à cultura.
TÓPICO 1 – CULTURA POPULAR
TÓPICO 2 – FORMAÇÃO CULTURAL DO POVO 
BRASILEIRO
TÓPICO 3 – EDUCAÇÃO E PLURALIDADE 
CULTURAL
pLANO DE EsTUDOs
Esta primeira unidade está dividida em três tópicos. No final 
de cada um deles, você encontrará um resumo e atividades que o(a) 
auxiliarão na fixação dos conteúdos que contribuirão para reflexão e 
análise dos estudos realizados.
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CULTURA POPULAR
1 INTRODUÇÃO
2 CULTURA
TÓPICO 1
UNIDADE 1
A cultura é um fenômeno em construção, não está acabada em si. Ela se projeta em 
transformação constante. Vários autores tratam como sinônimas as palavras cultura popular, 
cultura de massa e folclore. No entanto, compreendemos que são palavras distintas e trazemos 
aqui alguns autores que nos auxiliarão a conceituar “cultura popular”. 
Neste tópico, primeiramente, discutiremos o conceito de cultura e em seguida, a 
especificidade da cultura popular. 
A expressão “cultura” é utilizada quando nos referimos ao que é produzido pelo homem 
em contraposição ao que é dado pela natureza, pois somos seres sociais e aprendemos uns 
com os outros. Se não convivêssemos com outros indivíduos desde o nosso nascimento, 
certamente não sobreviveríamos ou nos comportaríamos como animais. Isso porque não 
nascemos humanos, mas nos tornamos humanos. A presença de outro adulto, geralmente os 
pais, ensinando-nos a falar, a comer, a brincar, entre outras atividades, nos permitiu aprender 
e, independente da idade, continuamos a aprender um pouco a cada dia. Esses ensinamentos 
e os hábitos que adquirimos são CULTURA. Assim, o que não é dado pela natureza, o que não 
é biológico, mas que é dado pelo homem, produto da vida coletiva, é cultural. (VYGOTSKY, 
2003) (SANTOS, 1983). Ou seja, andar, comer e chorar são necessidades biológicas e em 
qualquer parte do mundo elas estão presentes onde há a presença dos homens.
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FONTE: Disponível em: <noticias.r7.com/.../files/2009/11/choro.jpg>. Acesso 
em: 2 maio 2010.
Já, os demais instrumentos e signos são culturais, pois são criados pelo homem e têm 
perpassado gerações, por isso sobreviveram. Um exemplo são os instrumentos que usamos 
para comer, pois, biologicamente levaríamos a boca até a comida, como o fazem os animais ou 
comeríamos com as mãos. Mas, o homem, criou instrumentos para comer e que são diferentes 
em alguns povos. Há povos que como os japoneses, comem com hashi (palitos de madeira), 
já há outros, como os europeus, usam o garfo.
FONTE: Disponível respectivamente em: <www.objetosdedesejo.com/.../09/gold_
hashi1.jpg> e <quintosabor.files.wordpress.com/2008/05/garfo.jpg>. Acesso 
em: 2 maio 2010.
Na história da psicologia, já foram registrados alguns casos de crianças que cresceram 
fora do convívio com outros seres humanos pelos mais diversos motivos e no qual, seus corpos 
resistiram. Mas, consequentemente não aprenderam a falar, escrever, a serem sociáveis como 
os demais de sua espécie, ou seja, não adquiriram hábitos culturais comuns a grupos da espécie 
humana; aprenderam e passaram a ter comportamentos característicos dos animais com os 
quais conviveram. Segundo EDUC (2010), são expostas histórias de crianças selvagens, 
FIGURA 1 – O CHORO É UMA NECESSIDADE BIOLÓGICA 
FIGURA 2 – HASHI E GARFO, EXEMPLOS DE INSTRUMENTOS CULTURAIS 
USADOS PARA COMER 
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criadas por animais em vários lugares do mundo, entre os quais citamos:
•	 A menina portuguesa Isabel, encontrada em 1980 que passou a infância em um galinheiro. 
Tinha características físicas e comportamentais como as dos galináceos (posição dos braços 
idênticos às asas da galinha, dentição formada como se fosse um bico e balançava os braços 
como se fossem asas).
•	 Um menino de 12 anos foi encontrado em 1973 vivendo com um grupo de macacos no Sri 
Lanka. Ele, gruía, uivava, andava de quatro e se sentava como um macaco.
Isso que lhe parece improvável em pleno século XXI? Não se engane, leia a seguir a 
manchete datada de 27 de junho de 2009.
FONTE: Disponível em: <http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL1175549-5602,00-ME
NINA+RUSSA+QUE+VIVIA+TRANCADA+COM+CAES+E+GATOS+RECUPERAS
E+DIZEM+MEDICOS.html>. Acesso em: 9 maio 2010.
DIC
AS!
Titulo original: (Nell)
Lançamento: 1994 (EUA) 
Direção: Michael Apted 
Gênero: Drama
Sinopse: Uma jovem (Jodie Foster) é 
encontrada em uma casa na floresta, 
onde vivia com sua mãe eremita, mas o 
médico (Liam Neeson) que a encontra 
após a morte da mãe constata que ela 
se expressava em um dialeto próprio, 
evidenciando que até aquele momento 
ela não havia tido contado com outras 
pessoas. Intrigado com a descoberta 
e ao mesmo tempo encantado com a 
inocência e a pureza da moça, ele tenta 
ajudá-la a se integrar na sociedade.
FIGURA 3 – MANCHETE DE JORNAL
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Segundo Santos (1983, p.27) a palavra cultura é “de origem latina e em seu significado 
original está ligada às atividades agrícolas. Vem do verbo latino colere, que quer dizer cultivar”. 
Ou seja, o que é criado pelo homem e por este cultivado através do repasse pelas gerações, 
diz respeito ao seu modo de ser e de viver. Portanto, a cultura está relacionada com nosso 
modo de viver, manusear os bens materiais, morar, comer, pensar etc. Assim, podemos afirmar 
que onde há agrupamentos humanos, há cultura, pois cada grupo procura uma organização 
e a cultura surge da necessidade do homem em encontrar soluções para o dia a dia. Para 
Santos (1983, p. 8), “cada realidade cultural tem sua lógica interna a qual devemos procurar 
conhecer para que façam sentido as suas práticas, costumes, concepções e as transformações 
pelas quais passam”.
 
Tomamos por exemplo a linguagem que também integra a cultura do homem, de um 
país ou de uma determinadaregião. Te dua, Je t’aime, Hum Tumhe Pyar Karte hae, Aishiteru 
e Te quiero. Você compreendeu algo ao ler? Talvez uma porcentagem irrisória de acadêmicos 
compreenda as palavras citadas por já terem estudado algum desses idiomas, mas, para a 
maioria, inclusive para nós autoras, as palavras nos são estranhas por não termos aprendido 
essas línguas e não fazerem parte do nosso cotidiano. As palavras acima traduzidas para o 
português, nosso idioma oficial, significam “te amo”, nas respectivamente línguas: albanês, 
francês, indiano, japonês e espanhol. 
Se você conseguiu ler até aqui é por que aprendeu a codificar os signos, ou seja, as 
letras, pois o que está escrito poderiam ser apenas manchas no papel, mas, culturalmente, 
elas têm um significado. As línguas falada e escrita também são integrantes da cultura, pois 
são uma convenção de signos entre os integrantes de uma mesma sociedade. 
Segundo Santos (1983, p. 8), “cada realidade cultural tem sua lógica interna, que 
devemos conhecer para que façam sentido suas práticas, costumes, concepções e as 
transformações pelas quais passam. É preciso relacionar a variedade de procedimentos 
culturais com os contextos em que são produzidos. As variações nas formas de família, por 
exemplo, ou nas maneiras de habitar, de se vestir ou de distribuir os produtos do trabalho não 
são gratuitas. Fazem sentido para os agrupamentos humanos que as vivem, são resultado de 
sua história, relacionam-se com as condições materiais de sua existência. Entendido assim, o 
estudo da cultura contribui no combate a preconceitos, oferecendo uma plataforma firme para 
o respeito e a dignidade nas relações humanas”.
Você já estudou cultura no Caderno de Psicologia e Sociologia. Vale a pena dar 
novamente uma olhada!
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DIC
AS!
Sugestão de leitura: “O que é Cultura” de José Luiz dos Santos. 
Livro de fácil compreensão que explica como a cultura surgiu e se 
modificou ao longo da história.
Cultura diz respeito à humanidade como um todo e, ao mesmo tempo, a cada um dos 
povos, pois cada região possui particularidades e uma caminhada histórica. A cultura pode 
ser subdividida em três áreas: erudita, popular e de massa. São áreas que explicaremos 
separadamente por serem propagadas por diferentes meios e atingirem diferentes camadas da 
sociedade, mas que se relacionam entre si, confundindo-se muitas vezes. Conforme a Figura 
4, ainda podemos subdividir a cultura popular em folclore. Quanto ao folclore, dedicaremos 
uma unidade deste caderno à cultura popular.
FONTE: As autoras
Vejamos o significado de cada uma destas áreas e seus exemplos.
FIGURA 4 – A CULTURA E SUAS DIVISÕES POR ÁREAS DE ABRANGÊNCIA
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2.1 CULTURA ERUDITA
A cultura erudita é geralmente associada com as classes dominantes. Há um processo 
de legitimação, geralmente dado por instituições acadêmicas, tais como universidades e 
especialistas (engenheiros, advogados, médicos, críticos de arte, historiadores, cientistas etc.). 
Abrange uma minoria da população e exige estudo e pesquisa.
Parte da cultura erudita, outrora já foi popular, pois pensamos em muitas obras de 
arte que foram produzidas por artesãos, mas que na contemporaneidade integram Museus 
aos quais apenas uma minoria da população tem acesso e compreensão. Outro exemplo que 
podemos dar é que parte do conhecimento que integra a cultura erudita teve seu início nas 
crenças populares, pois acerca da criação do universo, a cultura popular tem várias versões, no 
entanto, os cientistas, antropólogos e arqueólogos já encontraram evidências e desenvolveram 
pesquisas que dão outras versões, entre os quais, está a Teoria do Big Bang.
A arte e as questões que a envolvem como a estética, a história da arte, bem como o 
acesso e a compreensão das obras também são questões culturais que compõem a cultura 
erudita, pois estas passam por um processo de legitimação e apenas uma pequena parcela 
da população compreende e tem acesso a essa área de conhecimento.
 
Comumente é na escola que temos acesso à cultura erudita, mas seu acesso também 
pode ser dado por meio de leituras, documentários, visitas a locais como museus, galerias, 
bibliotecas etc.
FONTE: Disponível em: <http://correiociencia.files.wordpress.com/2009/10/
ciencia.jpg>. Acesso em: 30 maio 2010.
FIGURA 5 – ESTUDOS CIENTÍFICOS, PESQUISAS E REGISTROS 
HISTÓRICOS INTEGRAM A CULTURA ERUDITA
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2.2 CULTURA DE MASSA
Até o surgimento das tecnologias, falava-se apenas em cultura erudita e cultura 
popular, mas com as novas tecnologias e o poder de difusão das informações, surge a cultura 
de massa. Esta não está vinculada a algum grupo específico, pois atinge todas as camadas 
sociais e é fornecida pela indústria cultural, ou seja, os meios de comunicação entre os quais 
está o rádio, a televisão, o cinema, as revistas, as músicas, a internet e os jornais. Na cultura 
de massa, “tais meios de comunicação não só transmitem informações, não só apregoam 
mensagens. Eles também difundem maneiras de se comportar, propõem estilos de vida, modos 
de organizar a vida cotidiana, de arrumar a casa, de se vestir, maneiras de falar e de escrever, 
de sonhar, de sofrer, de pensar, de lutar, de amar”. (Santos, 1983, p. 69) A cultura de massa 
pregoa o consumismo, é só pensarmos quando os meios de comunicação divulgam um novo 
modelo de carro ou estreia uma telenovela, logo, o carro passa a ser o sonho de consumo de 
muitas famílias e as vitrines das lojas passam a exibir roupas no estilo dos personagens das 
novelas, influenciando deste o modo de falar até a cor do esmalte. Com certeza, você também 
já foi influenciado pela mídia, pois já deve ter visto uma roupa que lhe pareceu feia, mas que 
depois de ver seu artista preferido usando, acabou comprando uma peça também; ou ouviu 
as expressões “cada mergulho é um flash”, “é nóis na fita”, “mármore do inferno”, todas as 
expressões usadas na televisão, mas que se popularizaram. 
O poder da indústria cultural é tanto, que muitas pessoas acabam perdendo a cultura em 
que foram criados ou modificam-na drasticamente. A cultura de massa procura homogeneizar 
a sociedade, fazendo com que todos pensem, se vistam e falem da mesma maneira.
Veja a charge a seguir e reflita sobre a influência da mídia e consequentemente sobre 
a cultura de massas.
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FONTE: Disponível em: <www.apoioescola.com.br/lumis/portal/file/fileDownload.
jsp?fileId>. Acesso em: 20 jun. 2010.
2.3 CULTURA POPULAR
A cultura popular diz respeito ao que pertence à maioria do povo, que atinge a maior 
parte da população e que não é ensinado em espaços formais de ensino. Comumente, dizemos 
que a cultura popular se opõe à cultura erudita e frequentemente é confundida com cultura 
de massa. A cultura popular é aquela que surge como resolução de problemas cotidianos e é 
criada pelo povo e para o povo. Sua construção é histórica e pode abranger crenças, modos de 
viver, pensar etc. Cada povo produz sua própria cultura e por isso, cada país, estado, cidade 
ou bairro possui uma cultura própria, diferente, peculiar. 
Segundo Ayala e Ayala (1987, p. 66) “a cultura popular não constitui um sistema, no 
mesmo sentido em que se pode falar de sua existência na cultura erudita – um conjunto de 
produções artísticas, filosóficas, científicas etc., elaboradas em diferentes momentos históricos 
e que têm como referência o que foi realizado anteriormente [...]. As próprias condições de 
existência dos grupos subalternos das sociedades de classes implicam não só a desigualdade 
de acesso aos produtos da cultura dominante, mas também a falta de meios materiais de 
registro duradouro de sua produção cultural (desde a escrita aos modernos instrumentos de 
FIGURA 6 – CONSUMISMO PROPAGADO PELA MÍDIA E QUE RESULTA 
NA CULTURA DE MASSA– CHARGE DE QUINO COM A 
PERSONAGEM MAFALDA
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3 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
registro sonoro e visual). A documentação da cultura popular, por conseguinte, depende da 
memória, que tem seus limites, ou do registro realizado por estudiosos, fragmentário e dirigido 
por critérios diferentes dos que são próprios aos grupos subalternos”.
A cultura popular, aqui discutida, limitar-se-á ao limite geográfico do Brasil. Por isso, o 
Caderno de Estudos foi denominado de Cultura Popular Brasileira. Apesar de geograficamente 
dividirmos o Brasil em regiões, o conteúdo desta disciplina focará a Cultura Popular Brasileira 
em geral, pois existem fatores que não permitem uma delimitação cultural, tal como a geográfica. 
Dentre os fatores estão a migração de pessoas entre as regiões do Brasil e a grande circulação 
de informações por meio da televisão, internet, revistas, jornais e rádio. Hoje, não podemos 
dizer que aquele estado tem a cultura X, pois a cultura não é estática e com o grande fluxo 
migratório, um costume que antes se delimitava apenas ao Nordeste, pode ser praticado e se 
difundir pelas demais partes do país.
 
Ainda de acordo com Santos (1983), a principal vantagem de estudar a cultura é pelo 
fato de contribuir para o entendimento dos processos de transformação por que passam as 
sociedades contemporâneas.
É importante ressaltar que, apesar de dividirmos a cultura em áreas, não podemos 
hierarquizá-las, pois todas surgem em determinados momentos históricos e têm sua devida 
importância para a história e sua construção social e cultural. O que pode ser perdido na 
oralidade (cultura popular) fica registrado em livros (através da cultura erudita) e o que poderia 
ficar restrito a apenas uma camada da sociedade ou região, pode ser difundida e abranger a 
maior parte da população (cultura de massa).
Ao longo da nossa vida temos experiências culturais únicas, visto que o contexto em que 
estamos inseridos é diferente e nossas experiências também se encaixam no mesmo pensamento. 
Diariamente nos relacionamos com diferentes grupos culturais, pois há o grupo familiar, há o grupo 
de amigos, o grupo religioso etc. Cada grupo mantém uma orientação, um modo culturalmente 
diferente. Essas diferenças podem ser facilmente percebidas quando vamos à casa do vizinho e 
percebemos que seus hábitos alimentares, sua maneira de tratar os membros da família ou até 
mesmo o sotaque e algumas expressões da fala são diferentes da nossa família. Convivemos 
diariamente com outros hábitos culturais e precisamos respeitá-los. 
Segundo Santos (1983, p. 8) “saber em que medida as culturas variam e quais as razões 
da variedade das culturas humanas são questões que provocam muita discussão [...] e é sempre 
fundamental entender os sentidos que uma realidade cultural faz para aqueles que a vivem. 
De fato, a preocupação em entender isso é uma importante conquista contemporânea”.
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:
•	 Cultura é o que é produzido pelo homem e por este repassado por gerações, podendo ser a 
fala, a escrita, o modo de viver, de comer, suas crenças etc. Dizemos também que cultural 
é o que contrapõe as reações biológicas. 
•	 A cultura erudita restringe-se a apenas uma pequena parcela da população e geralmente é o 
conhecimento legitimado em academias e o que é cientificamente comprovado. Geralmente 
é registrada por meio de livros ou gravações e seu acesso é restrito. 
•	 Cultura de massa surge com as tecnologias e é controlada pela indústria cultural que promove 
seus produtos e incita ao consumismo. Essa cultura não foca as particularidades culturais 
e procura uma homogeneização da cultura.
•	 Cultura popular é o conhecimento que integra a maior parte da população, que pertence à 
maior parte do povo. Sua divulgação dá-se principalmente por meio oral e por vezes perpassa 
gerações. Surge como solução para problemas diários.
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1 Com base nas discussões realizadas neste tópico, observe as charges a seguir e 
pontue algumas considerações acerca da cultura expressa pelas ilustrações:
a)
FONTE: Quino. Toda Malfada: [tradutores Andréa Stahel M. da Silva...etc. al.]. São Paulo: 
Martins Fontes, 1993.
b)
c)
FONTE: Autor desconhecido
FONTE: Disponível em: <http://www.radicci.com.br/tirinhas.asp#nono>. Acesso em: 
3 jul. 2010.
FIGURA 7 – CHARGES
FIGURA 8 – CHARGES
FIGURA 9 – CHARGE - NONO 
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2 Agora, a partir das discussões iniciadas neste tópico, reflita sobre as diferentes 
culturas no espaço escolar e o importante papel da escola perante essas diferenças. 
Depois, registre suas reflexões para serem discutidas com seus colegas.
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FORMAÇÃO CULTURAL DO 
POVO BRASILEIRO
1 INTRODUÇÃO
2 PRIMEIROS HABITANTES
TÓPICO 2
UNIDADE 1
No último tópico, conceituamos cultura e diferenciamos a cultura popular da erudita e 
de massa. Neste tópico, abordaremos como se formou o povo brasileiro e consequentemente 
a cultura brasileira. 
Você perceberá, o quanto recebemos influência dos indígenas que aqui viviam antes do 
“descobrimento” de 1500, dos europeus que aqui se estabeleceram como colonizadores, dos 
africanos do período colonial escravista que para cá foram trazidos e tratados desumanamente 
e pela imigração de europeus e asiáticos que vieram como trabalhadores assalariados. 
Neste tópico, você perceberá que a Cultura Popular Brasileira é o resultado de uma 
miscigenação de raças e culturas. Sugerimos que você reveja os estudos já realizados na 
disciplina de arte brasileira, pois não entraremos em pormenores históricos ou artísticos. 
Focaremos apenas as questões culturais, seja, em relação à culinária, ao modo de vida, língua 
ou crenças.
Os indígenas encontrados no litoral pelos portugueses eram principalmente da tribo 
tupi. Aqui, eles davam os primeiros passos na agricultura, derrubando árvores com seus 
machados de pedra, limpando o terreno com queimadas e cultivando milho, batata-doce, cará, 
feijão, amendoim, tabaco, abóbora, urucum, algodão, cabaças, pimentas, abacaxi, mamão, 
erva-mate, guaraná, entre muitas outras plantas. Eles também cultivavam dezenas de plantas 
frutíferas, como o caju e o pequi. A agricultura lhes permitia ter alimentos disponíveis durante 
todo o ano e dependerem dos alimentos ao acaso, apenas através da caça e pesca. Todos 
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auxiliavam no cultivo, exceto alguns religiosos (pajés e caraíbas) e chefes guerreiros (tuxuás). 
(RIBEIRO, 1995)
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Muitas das frutas consideradas típicas brasileiras como a banana, 
não são nativas daqui. Entre as nativas estão: caju, cajá, umbu, 
buriti, babaçu, jatobá, goiaba, pitanga, jabuticaba, jenipapo e 
maracujá.
Existem diversas variedades da mandioca, popularmente elas são 
divididas em doce e brava, de acordo com a presença do ácido 
cianídrico que é considerado venenoso e que somente é destruído 
pelo calor.
Entre as plantas consideradas selvagens e cultivadas pelos indígenas estava a 
mandioca, que atualmente é conhecida no Brasil também por macaxeira e aipim. Seu cultivo e 
consumo foram considerados uma façanha por ser uma planta venenosa. Pois, além de cultivar, 
se precisa retirar o ácido cianídrico para torná-la comestível. A mandioca é considerada uma 
planta preciosa porque se mantém na terra por meses e não precisa ser colhida e estocada. Da 
mandioca, os índios produziam o cauim, bebida indígena fermentada com alto teor alcoólico. 
Atualmente, essa bebida é pouco conhecida no Brasil, sendo consumida apenas no estado 
do Maranhão. (RIBEIRO, 1995).
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Os indígenas conheciam o poder das plantas e ervas, sendo estas usadas como 
remédios, estimulantes, tônicos, cicatrizantes,venenos e uso em cerimônias (drogas).
Os índios viviam em uma sociedade solidária, tranquila. As mulheres teciam redes ou 
trançavam cestos. Os homens caçavam e ambos adornavam seus corpos com urucum e plumas. 
A divisão social era diferente, pois todos recebiam o mesmo tratamento, tinham o mesmo direito 
e a terra era de todos. Cada aldeia era composta de 4 a 10 ocas, onde viviam cerca de 300 a 
400 pessoas de várias famílias, dormindo em redes ou esteiras. (RIBEIRO, 1995).
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FONTE: Disponível em: <http://www.historiadaarte.com.br/imagens/rede.jpg>. 
Acesso em: 9 jul. 2010.
3 UMA NOVA CULTURA SE INSTALA
3.1 A COLONIZAÇÃO
Os índios perceberam a chegada do europeu como um acontecimento espantoso, 
imaginando ser gente do seu deus sol, o criador – Maíra. Porém, para os índios, eram estranhos 
aqueles homens barbudos, feios e fétidos saídos do mar. Os índios tomavam banho várias 
vezes ao dia em riachos, lagos e rios, enquanto que os europeus tinham o hábito de ficar dias 
sem banhar-se. Eles também não conheciam doenças, além da coceira. Os brancos trouxeram 
desde a cárie dental, as doenças da bexiga, a tuberculose, a coqueluche e o sarampo. (RIBEIRO, 
1995).
Os brancos viviam com as mãos e naus cheias de presentes (machados, facas, facões, 
canivetes, tesouras, espelhos e também, miçangas cristalizadas). Os índios se encantavam 
com esses objetos e como não sabiam produzi-los, eles pagavam o preço que os brancos 
pediam. (RIBEIRO, 1995).
Para os brancos, a vida era sofrida e todos estavam condenados ao trabalho e 
subordinados ao lucro. Armados, se sentiam poderosos e donos do mundo e o que mais 
desejavam era fornicar com as índias e fazê-las trabalhar em suas roças, enquanto, os índios 
cortavam e juntavam árvores de pau-brasil. (RIBEIRO, 1995). 
Juntamente com os primeiros europeus, vieram os jesuítas da Companhia de Jesus, 
que tinham por objetivo principal levar o catolicismo às novas terras, catequizando os índios e 
FIGURA 10 – REDE FEITA COM FIBRA VEGETAL: A “CAMA” DE 
BOA PARTE DAS TRIBOS
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ensinando-lhes os costumes europeus. 
Além dos jesuítas missionários, outras ordens religiosas como os carmelitas, beneditinos 
e franciscanos também vieram para a América, mas foram os padres jesuítas que tiveram papel 
fundamental na catequização dos indígenas. (PILETTI; PILETTI, 2002).
Segundo Ribeiro (1995, p. 81), “a instituição social que possibilitou a formação do povo 
brasileiro foi o cunhadismo, velho uso indígena de incorporar estranhos à sua comunidade”. 
Como cada índio poderia ter quantas esposas pudesse sustentar e aqui praticamente quem 
desembarcou foram apenas homens europeus, estes se casavam com as índias e cada um 
podia fazer vários desses casamentos. O cunhadismo foi uma das maneiras mais fáceis e 
vantajosas do branco, ao mesmo tempo recrutar mão de obra para os trabalhos pesados, cortar 
madeira, transportá-las, carregá-las aos navios e também caçar e amestrar papagaios. Outro 
fato, que incitava o cunhadismo era que, para cá, não vieram mulheres europeias solteiras. 
Porém, esta prática tinha o defeito de ser acessível a qualquer europeu desembarcado junto 
às aldeias indígenas. (RIBEIRO, 1995).
Com o aumento da necessidade da mão de obra, os brancos passaram do cunhadismo 
às guerras de captura dos índios, tornando os índios escravos. Ainda, segundo Ribeiro (1995), 
a função do cunhadismo na formação do povo brasileiro foi fazer surgir a numerosa camada 
de gente mestiça que efetivamente ocupou o Brasil. 
A língua falada até meados do século XVII era o “nheengatu”, que era uma língua 
aprendida com os índios e falada com jeito de boca de português. (POVO BRASILEIRO, 
2010).
“No ventre das mulheres indígenas começavam a surgir seres que não eram indígenas, 
meninas prenhadas pelos homens brancos [...] que sabiam que não eram índios... que não 
eram europeus. O europeu não aceitava como igual. O que era? [...]. O que significavam 
eles do ponto de vista étnico? Eles seriam a matéria com a qual se faria no futuro os 
brasileiros...” 
FONTE: Ribeiro (1995) apud Povo Brasileiro (2010)
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Como de um lado estavam os jesuítas tentando catequizar os índios, tentando vesti-
los, e tirando-os de modos tão rudimentares e cheios de pecados (segundo os parâmetros 
europeus), do outro, os senhores do engenho que aqui se instalavam e começaram o cultivo 
da cana-de-açúcar, capturavam e escravizavam-nos. Como resultado: extermínio e fuga dos 
indígenas para o interior. (CASA-GRANDE & SENZALA, 2010).
Na busca por mais riqueza, em especial dos minérios e na caçada ao indígena, o 
interior do Brasil foi explorado e povoado, tendo assim, seu território ampliado. As bandeiras 
de exploração, em sua maioria levavam mais de duas mil pessoas. Eram homens e mulheres, 
famílias inteiras de mestiços que iam fazendo roça de milho e feijão pelo caminho, fundando 
vilarejos, caçando e pescando pra comer. (POVO BRASILEIRO, 2010).
Fora de seu habitat natural, o índio não se adaptava como escravo: morria de infecções, 
fome e tristeza. Para suprir a deficiência da mão de obra escrava, os senhores de engenho 
começavam a importar negros caçados na África. Agora, as escravas negras substituíam as 
índias tanto na cozinha como na cama do senhor. Na agricultura, a presença do negro elevava 
a produção de açúcar e o preço do produto no mercado internacional. (CASA GRANDE & 
SENZALA, 2010).
Conheça de forma bem humorada o encontro 
dos costumes indígenas e europeus e 
também a prática do cunhadismo com o filme 
“Caramuru: a invenção do Brasil”.
Gênero: Comédia 
Tempo: 85 minutos 
Lançamento: 2000 
Classificação: 12 anos 
Distribuidora: Columbia Pictures
Sinopse: Em 1º de janeiro de 1500 um novo 
mundo é descoberto pelos europeus, graças 
a grandes avanços técnicos na arte náutica 
e na elaboração de mapas.
É neste contexto que vive em Portugal o jovem Diogo, pintor que 
é contratado para ilustrar um mapa e, por ser enganado pela 
sedutora Isabelle, acaba sendo punido com a deportação na caravela 
comandada por Vasco de Athayde. Mas a caravela onde Diogo está 
acaba naufragando e ele, por milagre, consegue chegar ao litoral 
brasileiro. Lá conhece a bela índia Paraguaçu com quem logo inicia 
um romance temperado posteriormente pela inclusão de uma terceira 
pessoa: a índia Moema, irmã de Paraguaçu.
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3.2 CHEGADA DA FAMÍLIA REAL
4 OS AFRICANOS
Ao transferir a sede do governo de Portugal para o Rio de Janeiro, D. João VI trouxe 
consigo a família real, parentes e funcionários do reino. Eram cerca de 15 mil pessoas que 
consigo trouxeram coleções de arte, bibliotecas e documentos, além de objetos e bens pessoais. 
(PILETTI; PILETTI, 2002).
A vinda da família real trouxe mudanças significativas na economia do país com a 
construção de pontes, estradas, liberação dos portos e introdução de novas espécies de plantas 
para cultivo. Outras mudanças ocorreram na vida cultural da colônia, sendo que foram criados 
vários cursos como os de química, agricultura, cirurgia, desenho técnico etc. Foi fundada a 
Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios e foi fundada a Biblioteca Real. (PILETTI; PILETTI, 
2002).
Surge então, a cultura erudita, destinada apenas a uma pequena camada da população 
que poderia frequentar e estudar nestes espaços.
Os europeus iam à África e faziam grandes expedições de caça aos negros que lá 
viviam com uma vida muito parecida com a dos índios que aqui se encontram. Eles tinham 
sua cultura, sua língua, enfim, seu modo de viver. Trazidos do Sudão, da Costa do Marfim, 
da Nigéria, de Angola e de Moçambique, essa gente marcaria com sua cor e com sua força a 
fisionomia e a cultura brasileiras. No transporte para cá, em navios, metade morria na travessia, 
outros tantos na brutalidadeda chegada, de tristeza, mas milhões deles incorporaram-se ao 
Brasil. (RIBEIRO 1995 apud POVO BRASILEIRO, 2010).
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FONTE: Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br>. Acesso em: 12 jul. 2010.
O Brasil importava da África não somente os escravos que trabalhavam nos canaviais, 
mas também técnicos para as minas, donas de casa para os colonos, criadores de gado e 
comerciantes de panos e sabão. Os negros vindos das áreas de cultura africana mais adiantada 
eram elementos ativos e criadores e se pode dizer que eram questões nobres na colonização do 
Brasil, degradados apenas pela condição de escravos. (CASA GRANDE & SENZALA, 2010). 
Assim que desembarcavam no Brasil, os negros sobreviventes da travessia eram 
batizados e recebiam nomes católicos. (CULTURA BRASILEIRA, 2010).
A escravidão desenraizou o negro de seu meio social e desfez seus laços familiares. 
Além dos trabalhos forçados, ele era usado como reprodutor de escravos: era preciso aumentar 
o rebanho humano do senhor de engenho. As crianças nascidas eram logo batizadas e ainda 
assim consideradas gente sem alma. A Igreja, esteio dos poderosos, agia da mesma forma no 
tratamento dado ao negro. (CASA GRANDE & SENZALA, 2010).
As negras mais bonitas eram escolhidas pelos senhores para serem concubinas e 
domésticas. Muitas vezes, a beleza das negras incomodava a mulher branca, esposa do senhor 
do engenho e esta aplicava os mais variados castigos, como arrancar os dentes da escrava, 
caso estes fossem brancos e lhe incomodassem. As escravas na casa do senhor cumpriam 
as tarefas domésticas que seriam destinadas a uma mãe de família, como cozinhar, limpar a 
casa e cuidar dos filhos. (CASA GRANDE & SENZALA, 2010).
 “As damas da sociedade se casavam entre os doze e os quinze anos com homens 
muito mais velhos. O conhecimento que tinham da vida de casada, os acontecimentos de 
FIGURA 11 – ENGENHO MANUAL QUE FAZ CALDO DE CANA, 1822 
(aquarela sobre papel, 17,6 x 24,5 cm. Autor: Debret) 
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fora do engenho e outras histórias - nem sempre românticas - elas ouviam da boca das 
mucamas (escravas). O ócio e a vida reclusa faziam das sinhás mulheres amarguradas e 
ignorantes. Era raro encontrar uma que soubesse ler e escrever. A presença da negra na 
vida do menino vinha desde o berço, quando ela o amamentava e acalentava o seu sono. A 
ama de leite ensinava as primeiras palavras num português errado, o primeiro “pai nosso”, 
o primeiro “oxente”, e amaciava com a própria boca a comida do menino de engenho”. 
FONTE: (CASA GRANDE & SENZALA, 2010)
FONTE: Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br>. Acesso em: 12 de jul. 2010.
“E esses negros não podiam falar um com o outro, veja esse desafio como é tremendo. 
Eles vinham de povos diferentes. Então, o único modo de um negro falar com o outro era 
aprender a língua do capataz, que nunca quis ensinar português. Milagrosa e genialmente 
esses negros aprenderam a falar português. Quem difundiu o português foi o negro, que 
se concentrou na área da costa de produção do açúcar e na área do ouro... Mas preste 
atenção: com os negros escravos vinham as molecas de 12 anos, bonitinhas. Uma moleca 
daquelas custava o preço de dois ou três escravos de trabalho. E os donos de escravos 
queriam muito comprar, e os capatazes também. Comprar uma moleca pra sacanagem. 
Mas essas molecas pariam filhos, e quem era o filho? Era como o filho da índia. Ele não era 
africano, visivelmente. Ele não era índio. Quem era ele? Ele também era um “zé ninguém” 
procurando saber o que era. Ele só encontraria uma identidade no dia em que se definisse 
o que é o brasileiro”. 
FONTE: (RIBEIRO, 1995 apud POVO BRASILEIRO 2010)
Os senhores de engenho casavam-se sucessivas vezes, sempre preferindo as jovens 
sobrinhas; exagerava-se, então, o sentimento da propriedade privada. As heranças eram 
disputadas por filhos legítimos e parentes próximos. Aos filhos bastardos, gerados nas casas-
FIGURA 12 – UMA SENHORA BRASILEIRA EM SEU LAR, 1823 
(litografia aquarelada à mão 16 x 22 cm. Autor: Debret) 
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grandes e paridos na senzala, restava a tolerância do senhor, que ao morrer os libertava. 
Nomes e sobrenomes se confundiam: os escravos mais próximos, que ganhavam a simpatia 
do senhor, conseguiam adotar o sobrenome dos brancos. Na tentativa de ascensão social, 
os negros imitavam dos senhores as formas exteriores de superioridade. Mas muitos nomes 
ilustres de senhores brancos vinham dos apelidos indígenas e africanos das propriedades rurais 
- a terra recriava os nomes dos proprietários à sua imagem e semelhança. (CASA GRANDE 
& SENZALA, 2010).
As mães negras e as mucamas, aliadas aos meninos, às moças das casas-grandes e 
aos moleques, corrompiam o português arcaico ensinado pelos jesuítas aos filhos do senhor. A 
nova fala brasileira não se conservava fechada nas salas de aula das casas-grandes, nem se 
entregava de todo à maior espontaneidade de expressão da senzala. Mas o modo carinhoso 
do brasileiro colocar os pronomes: me diga, me espere vêm do africano. Também do seu 
modo de falar ficaram as formas diminutivas: benzinho, nezinho, inhozinho. (CASA GRANDE 
& SENZALA, 2010).
Era um novo jeito de falar, um novo jeito de andar, um novo jeito de comer... A culinária 
da senzala aproveitava as sobras de carnes da casa-grande, usava o aipim indígena e às 
verduras, misturava os temperos africanos, principalmente o dendê e a pimenta malagueta. 
Surgiam a feijoada, a farofa, o quibebe e o vatapá. Alimentos que combinavam com a dureza 
do trabalho no cativeiro. (CASA GRANDE & SENZALA, 2010).
 
O artista Albert Eckhout, quando esteve no Brasil, retratou os tipos humanos que aqui 
encontrou. Observe os tipos brasileiros aqui encontrados, bem como os acessórios que eles 
carregavam e suas vestimentas.
FONTE: Disponível em: <http://www.cliohistoria.hpg.ig.com.br/bco_imagens/
eckhout/eckhout.htm#>. Acesso em: 9 jul. 2010.
FIGURA 13 – ÍNDIO TARAIURI E ÍNDIO TUPI
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FONTE: Disponível em: <http://www.cliohistoria.hpg.ig.com.br/bco_imagens/
eckhout/eckhout.htm#>. Acesso em: 9 jul. 2010.
FONTE: Disponível em: <http://www.cliohistoria.hpg.ig.com.br/bco_imagens/
eckhout/eckhout.htm#>. Acesso em: 9 jul. 2010.
FONTE: Disponível em: <http://www.cliohistoria.hpg.ig.com.br/bco_imagens/
eckhout/eckhout.htm#>. Acesso em: 9 jul. 2010.
FIGURA 14 – ÍNDIAS TUPI
FIGURA 15 – HOMEM MESTIÇO (MAMELUCO) E 
MULHER MESTIÇA (MAMELUCA)
FIGURA 16 – MULHER AFRICANA E HOMEM 
AFRICANO
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Albert van der Eckhout (1610-1666), a convite do governador-
geral do Brasil, o holandês Maurício de Nassau, viaja para o Brasil, 
onde permanece entre 1637 e 1644. Nesse período, Eckhout 
realiza sua principal obra, composta de oito representações em 
tamanho natural de habitantes locais e doze naturezas-mortas 
de frutas tropicais. Essa coleção, com que, em 1654, Maurício 
de Nassau presenteou seu primo Frederico III, rei da Dinamarca, 
pertence hoje ao Museu Nacional da Dinamarca. (Albert Eckhout, 
2010)
“Desde o princípio houve um partido de jesuítas que tinha uma utopia para os índios. 
Era fazer dos índios pios seráficos, religiosos, gente tão boa que era a melhor gente do mundo. 
Eles achavam que era a maneira de fazer o Paraíso na Terra. A religião pegou mesmo foi 
com as filhas das índias e das negras, as mestiças, que, não podendo satisfazer-se com a 
religião dos índios e dos negros, aceitavam e gostavam das novenas, das ladainhas, das 
missas, das procissões... E assim surgiu esse catolicismo santeiro e festeiro, que foi um 
belo catolicismo do Brasil [...].” 
FONTE: (RIBEIRO, 1995 apud POVO BRASILEIRO, 2010)
Na religião conviviam a cultura do senhor e a do negro. O catolicismo praticado aquiera uma religião doce, doméstica, de intimidade com os santos. Os padres se vangloriavam 
de conceder aos negros certas vantagens, como o direito de manifestar suas tradições nas 
festas do terreiro. Nasciam então as religiões e crenças afro-brasileiras: São Jorge é o orixá 
Ogum e Nossa Senhora é Iemanjá. (CASA GRANDE & SENZALA, 2010).
FONTE: Disponível em: <http://www.itaucultural.org.br>. Acesso em: 12 jul. 2010.
FIGURA 17 – JOVENS NEGRAS INDO À IGREJA PARA SEREM BATIZADAS, 1821 
(aquarela sobre papel, 18,3 x 23,5 cm. Autor: Debret) 
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A descoberta do ouro mudou totalmente a vida da colônia. A mineração desbancou 
a indústria açucareira, que era então a principal atividade econômica. A sociedade estava 
estruturada nos moldes da fazenda - da casa-grande e da senzala - vivendo ao redor do senhor 
de engenho. O país prosperava graças ao trabalho escravo de três milhões de negros. O açúcar, 
no entanto, entrava em decadência pela concorrência internacional. (POVO BRASILEIRO, 
2010).
Nestas terras, ricas em ouro e diamante, muitos escravos conseguiram comprar a 
liberdade e enriquecer. Assim, surgiu uma classe intermediária formada de mulatos e negros 
libertos, que conseguiram melhorar de vida e se dedicar às atividades de ourives, carpinteiros, 
ferreiros e artistas. (POVO BRASILEIRO, 2010).
A riqueza com que as igrejas foram construídas no período do ouro deixa transparecer 
a importância da religião católica na vida da colônia. Todos iam à missa: brancos, negros 
libertos, mulatos e escravos. Mas, cada um frequentava sua própria igreja, decorada a seu 
modo. (POVO BRASILEIRO, 2010).
O Brasil só se tornou uma nação com a abolição da escravatura, que concedeu aos 
negros, ao menos no papel, a igualdade civil. Emancipados, mas sem a terra que cultivaram por 
quase quatro séculos, os ex-escravos abandonaram as fazendas e logo descobriram que não 
podiam ficar em nenhum lugar, pois, em 1850 as regras de acesso à propriedade rural mudaram, 
sendo que a ocupação e cultivo da terra não garantiam sua posse. A terra tinha dono. A maior 
parte dos escravos concentrou-se na periferia das cidades. (POVO BRASILEIRO, 2010).
“O negro guardou, sobretudo, sua espiritualidade, sua religiosidade, seu sentido 
musical. É nessas áreas que ele dá grandes contribuições e ajuda o brasileiro a ser um povo 
singular. Quando chegam à cidade são capazes de fazer coisas, por exemplo, a cultura do Rio 
de Janeiro, a beleza do Carnaval carioca, que é uma criação negra, a maior festa da Terra! 
A beleza de Iemanjá, uma mãe de Deus que faz amor. [...] Isso é uma coisa fantástica! Um 
povo que é capaz de inventar uma coisa destas! [...] Isso são os nossos negros, os nossos 
mulatos desse país.” 
FONTE: (RIBEIRO 1995, apud POVO BRASILEIRO, 2010)
5 A IMIGRAÇÃO
No final do século XIX, a crise econômica que assolava alguns países da Europa trouxe 
para o Brasil milhões de imigrantes. Eles vinham com o sonho de conseguir um bom emprego, 
cultivar o próprio pedaço de terra ou assegurar um melhor futuro para os seus filhos. Em sua 
maioria eles vinham da Itália, da Alemanha, de Portugal e da Espanha e em menor proporção 
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dos países ibéricos (que fazem fronteira com a Europa). Vinham para trabalhar nas plantações 
de café, o principal produto de exportação da época. Acabaram ocupando o lugar dos mestiços 
e escravos libertos, como mão de obra assalariada. Os europeus se fixaram principalmente em 
São Paulo e no sul do país, onde renovaram a vida local e promoveram o primeiro movimento 
de industrialização do país. (PROJETO ARARIBÁ, 2006) (POVO BRASILEIRO, 2010).
ATEN
ÇÃO!
Fique atento ao utilizar os temos migração, imigração e 
emigração, pois há diferença entre eles: 
Migração: é o ato de se mover de uma região para outra ou 
estar de passagem em outro país.
Imigração: Entrar (num país estranho) para nele viver.
Emigração: Mudança voluntária de país. Trata-se do mesmo 
fenômeno da imigração, mas visto da perspectiva do lugar de 
origem.
FONTE: Disponível em: <http://www.pinacoteca.org.br/
pinacoteca/default.aspx?mn=153&c=acervo&letra 
=A&cd=7>. Acesso em: 22 jul. 2010.
Grande parte dos imigrantes instalaram-se nas regiões do Sudeste, em fazendas de 
café ou nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo – e no Sul – como pequenos 
proprietários rurais. (PILETTI; PILETTI, 2002). “No sul do Brasil, os núcleos de povoamentos 
se deram em áreas cedidas pelo governo, muitas vezes em terras indígenas. O objetivo era 
constituir pequenas propriedades familiares, que garantissem a ocupação efetiva do território”. 
(PROJETO ARARIBÁ, 2006, p. 202).
O incentivo à colonização estrangeira refletia a visão de alguns setores das elites 
brasileiras, que influenciados por teorias racistas divulgadas na Europa, acreditavam que 
FIGURA 18 – OS IMIGRANTES, DE ANTÔNIO 
ROCCO, c.1910. (Óleo sobre tela. 
231 X 202 cm. Pinacoteca de São 
Paulo) 
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os brancos eram superiores e, por isso, o Brasil somente se desenvolveria se houvesse um 
“branqueamento”. (MELANI, 2006).
No Sudeste muitos imigraram sob o sistema de parceria em que o fazendeiro pagava 
as despesas da viagem e da manutenção das famílias até a primeira colheita de café. Cada 
família cuidava de determinados pés de café e após a venda da colheita, entregavam ao 
fazendeiro metade da produção de seus pés de café mais o valor das dívidas contraídas com 
a viagem, acrescidos a esse valor da dívida os juros de 6%. Muitos problemas dessa parceria 
surgiram, pois os fazendeiros destinavam aos imigrantes os cafeeiros improdutivos e estes 
não conseguiam saldar as dívidas, estavam sempre endividados. (MELANI, 2006).
Já, outros imigrantes eram contratados como trabalhadores nas fazendas de café e 
recebiam salários, mas eles faziam suas compras na venda do patrão, o que quase sempre 
gerava uma relação de dependência. (ENTRE DOIS MUNDOS, 2010).
Alguns imigrantes que na Itália eram operários e artesãos conseguiram se estabelecer 
na cidade. Porém, alguns patrões continuavam com a mentalidade de que seus empregados 
eram escravos e chamavam seus colonos de “escravos brancos”. (ENTRE DOIS MUNDOS, 
2010).
Muitos, desencantados, retornavam para a Itália. Outros seguiam de fazenda em fazenda 
na esperança de melhor sorte, que alguns alcançavam comprando pequenas propriedades. 
(ENTRE DOIS MUNDOS, 2010).
Os imigrantes que se estabeleceram no Sul - Rio Grande do Sul e Santa Catarina - em 
sua maioria receberam terras do governo brasileiro, tornando-se pequenos proprietários. Estes, 
inicialmente enfrentaram muitas dificuldades, pois não havia estradas, os meios de transporte 
eram os animais e a alimentação era insuficiente. Mas, aos poucos começaram a produzir o 
que precisavam para sobreviver. Desenvolveram assim a agricultura (milho, feijão, batata etc.) 
e a pecuária (suínos, bovinos etc.), além de pequenas fábricas artesanais (queijos, salame, 
vinho, cestos etc.); tornando-se praticamente autossuficientes. (PILETTI; PILETTI, 2002).
“Esses colonos do Sul, que eram pequenos proprietários, desenvolveram um padrão 
de vida bastante diferente em relação aos colonos assalariados paulistas”. (PILETTI; PILETTI, 
2002).
Permanecer em sua propriedade significava criar condições de sobrevivência e 
adaptação, através da construção de casas, escolas, templos e cemitérios. Os alemães 
protestantes, que não podiam enterrar seus mortos junto aos católicos brasileiros, fundaram 
igrejas e cemitérios protestantes. (ENTRE DOIS MUNDOS, 2010).
E mais uma vez o Brasil recebeu imigrantes, agora vindos da longínqua Ásia. Eram 
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os japoneses, que desembarcavam já contratados para a lavoura de café. Desde o início, 
fazendeiros e capatazes duvidavam da capacidade de adaptação dos japoneses a terra tão 
estranha.No entanto, eles se adaptaram rapidamente à vida nos cafezais e permaneceram 
por mais tempo no campo. Os japoneses, atualmente, são responsáveis pela maior parte da 
produção de legumes e verduras do estado de São Paulo. (ENTRE DOIS MUNDOS, 2010).
Mas não bastava apenas ficar e sobreviver, era necessário conviver e se relacionar. 
Era preciso aprender o português. Se para os italianos a conversa era mais fácil, alemães 
e japoneses tinham dificuldades por causa da própria origem da língua. As crianças, que 
aprendiam com facilidade, tornavam-se intérpretes dos adultos. (ENTRE DOIS MUNDOS, 
2010).
Esses pioneiros, como aqueles que os seguiram, enfrentaram preconceitos e dificuldades 
materiais na nova terra; mas com a esperança, a vontade de vencer e a bagagem cultural que 
trouxeram aos poucos se tornaram parte da paisagem brasileira. Já integrados, sua presença 
se fez sentir nas artes, na arquitetura, na culinária e no modo de vida. Concretizaram seus 
sonhos e mudaram a cara do Brasil. (ENTRE DOIS MUNDOS, 2010).
FONTE: Disponível em: <http://www.tarsiladoamaral.com.br>. Acesso em: 1 jul. 2010.
6 INDUSTRIALIZAÇÃO E URBANIZAÇÃO
Com a imigração, a base da economia do país passa a ser o produto industrializado e 
as cidades passam de rurais a urbanas. Assim, as cidades crescem rapidamente e aumenta a 
migração dentro do país em busca de melhores empregos, principalmente dos habitantes da 
FIGURA 19 – “OPERÁRIOS” - 1933 (óleo/tela 150 X 205 cm, Assin.: “Tarsila 1933”. 
Col. do Gov. do Estado de São Paulo) 
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região Nordeste para o Sudeste e dos que moravam em áreas rurais para as áreas urbanas. 
O crescimento desordenado acaba criando as favelas nas periferias das cidades, pois a 
estrutura da maioria destas cidades, não consegue atender às necessidades básicas de todos 
os migrantes, causando impactos sociais e ambientais.
Com a grande industrialização do país a partir da década de 30, surgem os sindicatos 
e as leis trabalhistas que lutam por melhores condições dos trabalhadores assalariados.
Já a partir da segunda metade do século XX, com a abertura do comércio internacional, 
aumentam as importações e exportações do Brasil. 
Com a globalização, aumentam as redes de lojas internacionais no país, as redes de fast-
food, a construção de shoppings, a compra de carros e produtos importados, enfim, a expansão 
da comunicação de massa, principalmente da internet após a década de 90. As informações e 
produtos chegam facilmente às mais longínquas cidades brasileiras e a influência de culturas 
internacionais, principalmente a americana, é percebida na música, nas bebidas (coca-cola), 
nas roupas (Jeans, Legging), nos filmes, seriados e livros. Os produtos importados da China 
também têm invadido as lojas devido ao seu baixo custo de produção. 
Sendo assim, você deve ter percebido que a cultura de massa trouxe grandes mudanças 
na cultura do nosso país e que esta possibilita que todos tenham acesso às informações em 
menos tempo hábil e de forma homogênea entre as camadas sociais. No entanto, temos 
que saber separar as informações fornecidas, pois há muito “lixo cultural” e um excesso de 
informações inúteis. É importante saber separar!
6.1 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste tópico, não focamos particulares ou regionalismos. Procuramos tratar de 
maneira geral a formação da Cultura Popular Brasileira. É importante ressaltarmos que o 
assunto não se esgota aqui, há muitas particularidades que merecem ser discutidas, por isso, 
se quiser se aprofundar nesses assuntos, sugerimos que você leia as obras nas quais nos 
fundamentamos.
Ainda neste tópico, você deve ter percebido que o Brasil foi sendo explorado por “partes”, 
primeiramente sendo explorado seu litoral, posteriormente o interior do Sudeste e do Nordeste 
e por último a região Norte e Sul. Devido a essa formação, você deve ter percebido que as 
características físicas e culturais das regiões brasileiras são distintas. Hoje, é claro que com 
a constante migração e as facilidades de locomoção de uma região para outra, bem como, as 
novas tecnologias, essas diferenças tanto físicas como culturais têm-se minimizado.
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Muitas dos preconceitos ainda existentes na contemporaneidade, apesar de serem 
inadmissíveis, são resquícios de questões históricas.
 
A maioria do povo brasileiro tem em sua raiz familiar uma grande mistura étnica e 
cultural, mesmo assim, ainda presenciamos manifestações de preconceito de uns para com 
os outros. Há também os que negam seu passado e o preconceito muitas vezes não vem do 
outro, mas de si mesmo, ou seja, há um autopreconceito.
Agora, queremos incitá-lo fazendo alguns questionamentos, pois é comum vermos 
movimentos sociais que lutam pela preservação da Cultura Indígena e dos Quilombolas, no 
entanto:
•	 Será que essas comunidades querem manter suas tradições?
•	 Será que frente às novas tecnologias os indígenas realmente querem acender fogueiras 
para cozinhar sabendo que há fogões, micro-ondas etc.? 
•	 Será que esses grupos culturais querem ser diferentes do homem contemporâneo que vai 
ao supermercado, ao shopping e assiste à televisão? 
•	 É possível na contemporaneidade preservar a cultura de um determinado povo?
•	 Como preservar a origem cultural sem negar as mudanças tecnológicas?
São muitos os questionamentos!
 
Como finalização deste tópico, escolhemos uma música cuja letra traz um pouquinho 
desse grande mosaico de culturas em que se formou um maravilhoso país chamado 
BRASIL.
Lourinha Bombril
Olha como ela samba
Olha como ela brilha
Olha que maravilha
Essa criola tem o olho azul
Essa lourinha tem cabelo bombril
Aquela índia tem sotaque do Sul
Essa mulata é da cor do Brasil
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A cozinheira tá falando alemão
A princesinha tá falando no pé
A italiana cozinhando o feijão
A americana se encantou com Pelé
Häagen-dazs de mangaba
Chateau canela-preta
Cachaça made in Carmo dando a volta no planeta
Caboclo presidente
Trazendo a solução
Livro pra comida, prato pra educação
FONTE: Vianna, Herbert. Nove Luas. Carlos Savalla e Paralamas. Rio de Janeiro: EMI Music Ltda., 
1996.
IMP
OR
TAN
TE! �
No próximo encontro presencial, discutam as questões aqui 
abordadas em sala de aula e depois postem a opinião de vocês 
no fórum que será aberto no Ambiente Virtual de Aprendizagem. 
A tutoria interna abrirá um fórum e fará essa interação com 
vocês!
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que: 
•	 A cultura do povo brasileiro é o resultado de uma miscigenação étnica e cultural, principalmente 
dos povos indígenas, africanos e europeus.
•	 Os indígenas antes da chegada dos europeus viviam em comunidade. Todos eram donos 
das terras e os alimentos produzidos e caçados, bem como as tarefas eram divididas. 
•	 O cunhadismo foi um forte “instrumento de integração” com os indígenas sendo usados 
pelos europeus na colonização e exploração das novas terras.
•	 Nas primeiras expedições ao Brasil, a Igreja Católica se fez presente com a Companhia de 
Jesus, inicialmente com o propósito de civilizar os indígenas. Posteriormente, com a vinda 
dos escravos africanos nascem as crenças afro-brasileiras, que é a integração de crenças 
africanas à religião católica.
•	 Os africanos foram afastados do seio cultural em que viviam e trazidos para o Brasil como 
escravos, sendo aqui torturados e postos a trabalharem nas plantações de cana-de-açúcar 
e café.
•	 Com a libertação dos escravos e a necessidade de mão de obra para as fazendas de café, 
o governo brasileiro em parceria com o governo da Itália e Alemanha incentivaram a vinda 
de imigrantes assalariados ao país.
•	 No Brasil, os imigrantes alemães e italianos se estabelecem na região Sudeste e Sul do 
país. No Sul, eles cultivavam suas próprias terras, enquantoque no Sudeste trabalhavam 
como assalariados nas fazendas de café.
•	 Posteriormente, também vieram imigrantes japoneses para trabalharem nas lavouras de 
café.
•	 Na contemporaneidade, devido à comunicação de massa, é forte a influência da americana 
na cultura brasileira. 
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AUT
OAT
IVID
ADE �
1 Cite as principais contribuições culturais dos negros, dos índios e dos europeus na 
formação do povo brasileiro e que pode ser percebida na contemporaneidade.
2 Faça uma árvore genealógica expondo a origem de seus ascendentes, depois, na 
correção desta autoatividade no encontro presencial, exponha-a aos colegas.
 
3 Observe as duas imagens a seguir e teça um comentário partindo das discussões 
realizadas neste tópico.
FONTE: Disponível em: <http://www.moderna.com.br/moderna/didaticos/
ei/aventuradeaprender/datas/ indio.htm>. Acesso em: 9 ago. 
2010.
FIGURA 20 – FAMÍLIA DE UM CHEFE CAMACA PREPARARANDO-SE 
PARA UMA FESTA 
(Litografia Viagem pitoresca e histórica ao Brasil (1834-
1839). Volume 1, prancha 3. © Museu Castro Maia/Div. 
Iconografia, Rio de Janeiro) 
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FONTE: Disponível em: <http://www.abconlus.it/umanita/21.jpg>. 
Acesso em: 9 ago. 2010.
4 Como última atividade, observe novamente a litografia “Uma Senhora Brasileira 
em seu Lar”, de Debret que se encontra neste tópico e escreva sobre as culturas 
incorporadas à família brasileira naquele momento histórico.
FIGURA 21 – FAMÍLIA INDÍGENA NA 
CONTEMPORANEIDADE
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EDUCAÇÃO E PLURALIDADE 
CULTURAL
1 INTRODUÇÃO
2 EDUCAÇÃO
TÓPICO 3
UNIDADE 1
Agora que já conhecemos os conceitos de cultura e estudamos sobre a formação do 
povo brasileiro, vamos verificar como a legislação educacional brasileira tem tratado estes 
assuntos. Neste tópico, abordaremos as recentes mudanças na Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional no que se refere ao ensino de Artes e as diferentes culturas e o tema 
transversal Pluralidade Cultural, presente nos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Uma das funções da escola é sistematizar e disseminar conhecimentos historicamente 
elaborados, permitindo ao educando apropriar-se dos bens culturais produzidos pela sociedade. 
Nessa concepção, o processo educativo pode ser compreendido como uma dinâmica de 
socialização da cultura. (DIAS, 2010).
A escola é um local privilegiado que responde por uma parte significativa da formação do 
sujeito. As interações sociais que ali se desenvolvem influenciam a compreensão que crianças 
e adolescentes terão de si mesmos e dos outros membros da sociedade (DIAS, 2010). Além 
disso, ao se determinar quais assuntos devem ser trabalhados na escola, de certa forma se 
estabelece uma hierarquia entre os conteúdos, isto se aplica também à cultura e às formas de 
expressão artística escolhidas como temas para as aulas de artes.
Cada vez mais se apregoa que os conteúdos apresentados na escola precisam estar 
adaptados às necessidades da sociedade e à realidade de seus alunos. “A intervenção educativa 
da escola só faz sentido se, de fato, contribuir para a formação das pessoas, dos estudantes. 
Caso não se preste atenção às diferenças e não se integre no processo pedagógico o saber 
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que as crianças, os adolescentes e os jovens têm sua vida e sua cultura, a escola não poderá 
contribuir para ampliar o conhecimento e intervir significativamente na educação das pessoas. 
Pode, até, tornar-se um lugar de negação da educação”. (MARTINS, 2007). 
Reformas na legislação educacional têm buscado democratizar o espaço escolar, 
apontando a necessidade de se incorporarem elementos que durante muito tempo não foram 
valorizados nos espaços formais de ensino. Recentemente a lei nº 12.287/10 alterou o parágrafo 
referente ao ensino da arte na LDB (Lei nº 9.394/96), pondo em destaque a necessidade da 
presença de expressões artísticas regionais nas aulas de artes. O texto da lei ficou assim:
Artigo 26
§ 2. O ensino da arte, especialmente em suas expressões regionais, constituirá 
componente curricular obrigatório nos diversos níveis da educação básica, de forma a 
promover o desenvolvimento cultural dos alunos.
FONTE: Os sambas, as rodas, os bumbas, os meus e os bois. Disponível em: < www.cnfcp.gov.br/
pdf/ Patrimonio_Imaterial/Salvaguarda/SalvaguardaPatrimonioImaterial.pdf>. Acesso: 27 jul. 
2010.
O ensino da arte, assim como a educação em geral, deve acompanhar as transformações 
históricas e sociais. Analisando o percurso histórico da arte na educação podemos verificar 
mudanças nas tendências e concepções sobre esse ensino, tivemos períodos em que a arte 
na escola foi enfatizada enquanto técnica, como livre expressão, como atividade estética 
e como promotora do desenvolvimento cognitivo. Já há algum tempo tem se destacada a 
necessidade de um ensino que esteja integrado às realidades socioculturais na qual a escola 
se insere, reconhecendo o valor das diferentes culturas, das vivências informais dos alunos e 
dos interesses da comunidade.
Importantes alterações na legislação educacional têm sido feitas nos últimos anos com 
o intuito de promover uma educação que reconheça e respeite as diversidades. (Veremos mais 
sobre essas alterações no decorrer deste tópico). Essas alterações, contudo, não devem se 
FIGURA 22 – BRINQUEDOS DE MIRITI E BUMBA-MEU BOI: EXEMPLOS DE EXPRESSÕES 
ARTÍSTICAS REGIONAIS
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restringir aos conteúdos a serem abordados nas aulas. Devem incluir também o desenvolvimento 
de atitudes éticas e de respeito às diferentes culturas e suas formas de expressão artística. 
A escola não pode sozinha acabar com o preconceito e a discriminação, mas pode promover 
reflexões e incentivar atitudes de respeito à diversidade.
2.1 TEMAS TRANSVERSAIS: PLURALIDADE CULTURAL
Os temas transversais são assuntos do dia a dia que devem ser abordados de forma 
transversal nas disciplinas escolares. Yus, (1998, p. 17) explica que os “temas transversais 
são um conjunto de conteúdos educativos e eixos condutores da atividade escolar que, não 
estando ligados a nenhuma matéria particular, pode se considerar que são comuns a todas, 
de forma que, mais do que criar novas disciplinas, acha-se conveniente que seu tratamento 
seja transversal num currículo global da escola”. 
A transversalidade é diferente da interdisciplinaridade. No trabalho interdisciplinar, 
são mantidos os interesses próprios de cada uma das disciplinas envolvidas, e os temas 
transversais, no caso, não compõem uma disciplina específica. Na transversalidade um tema 
é trabalhado em diversas disciplinas, permeando todo o processo educativo. Os conceitos de 
transversalidade e interdisciplinaridade são diferentes, mas não excludentes. 
A inclusão dos temas transversais no currículo é uma forma de inserir as questões 
sociais nas discussões da sala de aula. Os temas sugeridos pelo Ministério da Educação são: 
Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual, Trabalho e Consumo e Pluralidade Cultural. 
Outros temas podem ser incluídos de acordo com a realidade e necessidades locais.
O documento norteador da inserção destes temas no currículo escolar são os Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCN). Em relação ao tema Pluralidade Cultural, o documento explica 
que o estudo das diferentes culturas deve contribuir para a formação de uma nova mentalidade, 
onde toda forma de discriminação e exclusão seja superada, proporcionando a todo brasileiro 
“uma vivência plena de sua cidadania” (BRASIL, 1997, p. 13). Espera-se que o conhecimento 
e a valorização das características culturais de diferentes grupos incentivem atitudes éticas, 
de respeito, e que iniba atitudes discriminatórias e excludentes.
As culturas são “produzidas

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