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1 
 
ATIVIDADE INDIVIDUAL 
 
Matriz de atividade individual 
Disciplina: Novo Código de Processo Civil Módulo: Atividade Individual 
Aluno: Turma: 
Tarefa: Análise do Caso – Sol x Lua 
Decisão do juiz 
Seguindo o rito do procedimento comum do CPC, podemos concluir tratar-se de ação de 
cumprimento de obrigações contratuais, cumulada com pedido de indenização ajuizada pela empresa 
Sol. 
A demandante pretende que a empresa Lua, demandada, seja proibida de adquirir produtos de outros 
fornecedores enquanto vigorar o presente contrato, cuja validade atual se estende até junho de 2018; 
além de indenizá-la pelos danos materiais decorrentes da aquisição de produtos de terceiros nos 
meses de fevereiro e março. 
A empresa Lua por sua vez, não questionou a validade da cláusula de exclusividade, nem negou ter 
adquirido mercadoria de terceiros, porém justificou tal ação com base no não fornecimento de 
produtos da empresa Sol no prazo necessário. 
Portanto, conforme bem explanado por Theodoro Júnior (2007), diante do critério adotado pela 
legislação processual civil, os fatos não impugnados precisamente são havidos como verídicos, o que 
dispensa a prova a seu respeito, fato este também bem expressos no CPC em seus artigos 336 e 341: 
Art.336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as 
razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas 
que pretende produzir. 
Art.341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato 
constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se: 
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão; 
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da 
substância do ato; 
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. 
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor 
público, ao advogado dativo e ao curador especial. 
 
Considerando os fatos apresentados, entendo como devida a ação e reparação demandada pela 
empresa Sol, uma vez que de acordo com o contrato celebrado pelas partes, a empresa Lua 
comprometeu-se a comprar, receber e pagar por produtos fornecidos exclusivamente pela empresa 
Sol e não o fez nos meses de fevereiro e março. 
A afirmação da demandada de que tais compras ocorreram devida indisponibilidade dos produtos da 
demandante, se comprovada na etapa de produção de provas, seria um argumento a suportar as 
atitudes tomadas e mesmo desqualificar o pedido de reparação da demandante, porém não invalida 
 
 
2 
 
as condições do vínculo negocial assinado. 
Entendendo ser imperativo trazer mais clareza ao caso e dar ao juiz os elementos necessários para 
proferir sua sentença, cabe no presente momento ao juiz adotar uma decisão de saneamento e 
organização do processo. Esta decisão como bem colocado por Talamini (2016), visa propiciar 
eficiência à atuação jurisdicional, com consequentemente economia processual (duração razoável do 
processo), além de assegurar previsibilidade (segurança jurídica) e tornar mais qualificado o debate 
entre as partes e o juiz (contraditório), ampliando-se as chances de uma solução justa e eficaz. 
De tal forma que, findo o prazo de contestação, o juiz deverá sanear o processo. Na decisão de 
saneamento, caberá ao juiz delimitar questões de fato sobre as quais recairá a instrução probatória, 
apenas aquelas que forem controvertidas, como por exemplo se houve atraso ou não nas entregas, 
especificar os meios de prova admitidos, distribuir o ônus da prova, delimitar questões de direito 
relevantes para o mérito e, se necessário, designar audiência de instrução e julgamento. O rol do 
artigo 357 do CPC não é apenas exemplificativo, podendo o juiz determinar outras providências que 
entender necessárias. 
Com relação ao ônus da prova, a regra geral provida pelo Art. 373, estabelece que: 
Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do 
autor. 
Assim, pela distribuição estática do ônus das provas, cabe ao autor provar fato constitutivo ao seu 
direito, como o contrato, por sua vez compete ao réu, provar a existência de fato impeditivo, 
modificativo ou extintivo do direito do autor, neste caso os atrasos na entrega. No entanto, o novo 
CPC permite a distribuição dinâmica do ônus da prova, quando assim convencionarem as partes, ou 
por ato decisório do juiz (Art. 373, §1º). 
Ponderando o que foi abordado, e as questões que se apresentam no atual momento processual, 
seria cabível ao juiz o julgamento antecipado e parcial da lide, considerando a incontroversa quanto a 
aquisição por parte da demandada de produtos de outros fornecedores apesar da vigência de cláusula 
contratual de exclusividade, a qual não foi negada pela demandada. Segundo exposto por Zavascki 
(2007) para constituir o pedido como incontroverso cabe além da ausência de controvérsia entre as 
partes, que o pedido, na convicção do juiz, seja verossímil. 
Com relação as provas, entendo como cabível o deferimento do pedido de prova testemunhal da 
demandante, uma vez que se trato de fato constitutivo do seu direito, cabendo também o 
deferimento do pedido de prova pericial solicitado pela demandada, já que o mesmo se entende 
como possível fato modificativo do direito do autor. 
Por fim, não há que tratar da redistribuição do ônus da prova pleiteado pela demandada, empresa 
Lua, para que a empresa Sol passasse a ser incumbida de provar a data da entrega dos produtos nos 
meses anteriores a fevereiro, pois conforme rege o artigo 373 do CPC trata-se de fato extintivo do 
direito do autor, sendo portanto o ônus da prova devido a demandada. 
 
 
Referências bibliográficas 
• BRASIL. Lei n.13.105 de 16 de março de 2015. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm . Acesso em: 17 
de Março de 2020. 
• TALAMINI, Eduardo. Saneamento e organização do processo no CPC/15. Disponível em: 
https://www.migalhas.com.br/depeso/235256/saneamento-e-organizacao-do-processo-no-cpc-
15. Acesso em: 17 de Março de 2020. 
• THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito processual Civil: Teoria Geral do Direito 
Processual Civil e Processo de Conhecimento. 46. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007. v. I. p. 402. 
• ZAVASKI, Teori Albino. Antecipação de tutela, 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm
https://www.migalhas.com.br/depeso/235256/saneamento-e-organizacao-do-processo-no-cpc-15
https://www.migalhas.com.br/depeso/235256/saneamento-e-organizacao-do-processo-no-cpc-15

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