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FGV Matriz Novo Código de Processo Civil

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Atividade individual
	Matriz de atividade individual
	Disciplina: Novo Código de Processo Civil
	Módulo: Atividade Individual
	Aluno: Giulia Massad Ruiz Arena
	Turma: PGO 0521-1_1
	Tarefa: Análise de Caso – Empresa Sol x Empresa Lua
	Decisão do juiz
	A empresa Sol requer que a empresa Lua, demandada, seja proibida de adquirir produtos de outros fornecedores enquanto vigente o contrato, que se estendeu até junho de 2018. Requer ainda uma indenização por danos materiais decorrentes de produtos de terceiros entre os meses de fevereiro e março.
Assim, trata-se de ação de cumprimento de obrigações contratuais cumulada com pedido de indenização, pela empresa Sol contra a empresa Lua, seguindo o procedimento comum no Novo Código de Processo Civil.
Não houve questionamento da cláusula de exclusividade por parte da demandada, contudo, a defesa justificou a compra de terceiros pela empresa Lua com base no não fornecimento dos produtos da empresa Sol à demandada no prazo necessário.
Conforme ressalta Humberto Theodoro Junior (2014), “diante do critério adotado pela legislação processual civil, os fatos não impugnados precisamente são havidos como verídicos, o que dispensa a prova a seu respeito”. Essa questão está também expressa no NCPC, em seus artigos 336 e 341.
Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato;
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.
Parágrafo único - O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial.
Entende-se, assim, devida a ação de reparação proposta pela empresa Sol contra a empresa Lua, que de acordo com o contrato que fora celebrado entre as partes, a empresa Lua se comprometeu a receber e pagar pelos produtos que seriam fornecidos com exclusividade pela empresa Sol, não tendo feito conforme o acordado entre os meses de fevereiro e março.
A afirmação de que tais comprar de terceiros somente ocorreram devido à falta de fornecimento dos produtos pela empresa Sol no prazo acordado entre as partes, embora possa desqualificar o pedido de reparação da demandante caso reste comprovada, não invalida as condições do vínculo negocial assinado.
Sendo necessário trazer mais clareza ao caso em tela, cabe ao juiz proferir uma decisão de saneamento e organização do processo. O saneamento, conforme Eduardo Talamini (2016), visa propiciar eficiência à atuação jurisdicional, consequentemente trazendo economia processual para que o processo tenha duração razoável. Além disso, o saneamento assegura a previsibilidade, ou seja, dá ao processo segurança jurídica, e torna qualificado o debate entre as partes e o juiz, garantindo o contraditório, ampliando assim as probabilidades de uma solução eficaz e justa.
Assim, encerrado o prazo para contestação, o juiz deverá decidir pelo saneamento do processo. Em tal decisão de saneamento, cumpre ao juiz seguir os procedimentos elencados no artigo 357, do Novo Código de Processo Civil, mas ao juiz também cabe determinar outras providências, caso entenda necessárias.
Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo:
I - resolver as questões processuais pendentes, se houver;
II - delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos;
III - definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373;
IV - delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito;
V - designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.
§ 1º Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável.
§ 2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz.
§ 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações.
§ 4º Caso tenha sido determinada a produção de prova testemunhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de testemunhas.
§ 5º Na hipótese do § 3º, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas.
§ 6º O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato.
§ 7º O juiz poderá limitar o número de testemunhas levando em conta a complexidade da causa e dos fatos individualmente considerados.
§ 8º Caso tenha sido determinada a produção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no art. 465 e, se possível, estabelecer, desde logo, calendário para sua realização.
§ 9º As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências.
Com relação ao ônus da prova, expressa no artigo 373, NCPC, cabe ao autor provar fato constitutivo de seu direito, como a existência do contrato. Por sua vez, cabe ao réu provar que há fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, como no caso dos atrasos ocorridos na entrega dos produtos pela Empresa Sol. 
Por isso, não há que se falar em redistribuição do ônus da prova, pleiteado pela empresa Lua, para que a empresa Sol fosse incumbida de provar a data de entrega dos produtos que foram fornecidos nos meses anteriores a fevereiro, pois, conforme o artigo 373, NCPC, trata-se de fato extintivo de direito do autor, cabendo o ônus da prova à demandada.
Considerando o que fora abordado, seria cabível ao juiz o julgamento antecipado e parcial da lide, levando em conta a incontroversa quanto à aquisição de produtos de terceiros por parte da demandada, apesar da cláusula de exclusividade constante no contrato assinado pelas partes. 
Segundo Zavascki, para que o pedido seja considerado incontroverso, além da ausência de controvérsia entre as partes, o pedido, na convicção do juiz, deve ser verossímil. 
Por fim, entende-se como cabível o deferimento do pedido de prova testemunhal da demandante, já que trata-se de fato constitutivo de seu direito próprio, bem como deferimento de pedido de prova pericial solicitado pela demandada, já que trata-se de possível fato modificativo do direito do autor. 
	Referências bibliográficas
	BRASÍLIA. Lei Nº 13.105, de 16 de Março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm Acesso em: 30/05/2021. 
TALAMINI, Eduardo. Saneamento e organização do processo no CPC/15. 07 de Março de 2016. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/depeso/235256/saneamento-e-organizacao-do-processo-no-cpc-15 Acesso em: 30/05/2021. 
THEODORO JUNIOR, Humberto. Curso de Direito processual Civil: Teoria Geral do Direito Processual Civil e Processo de Conhecimento. 55. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. v. I. Disponível em: https://morumbidireito.files.wordpress.com/2015/09/humberto-theodoro-jc3banior-curso-de-direito-processual-civil-vol-1_ed-2014.pdf Acesso em: 30/05/2021.
ZAVASCKI, Teori Albino. Antecipação da Tutela em face de Pedido Incontroverso. Academia Brasileira de Direito Processual Civil. Disponível em: http://www.abdpc.org.br/abdpc/artigos/Teori%20Zavascki(2)%20-formatado.pdf Acesso em: 30/05/2021.
	
	
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