Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
RESUMÃO ENG. MECÂNICA 2ª Lei da Termodinâmica Macetes, Fórmulas e Exemplos para a prova do CP-CEM ACOMPANHE O CANAL MAIOR QUE ZERO NO YOUTUBE 2ª Lei da Termodinâmica Você que é estudante de engenharia já tentou entender o porquê de o calor fluir de um ponto mais quente para um mais frio? Já tentou entender também porque alguns processos são possíveis e outros não? Bom, é aqui mesmo que você vai entender! Vamos lembrar lá da 1ª Lei da Termodinâmica, onde falávamos que a energia deveria ser conservada. Toda a energia que entra em um sistema ou volume de controle tem que ir para algum lugar. Mas vamos lembrar que nós não mencionamos em nenhum momento qual o sentido adequado de um processo termodinâmico. Nós não nos importamos em informar se um processo é possível ou não. Mas agora vai ser diferente. Então vou pedir uma coisa pra vocês. Mantenham na cabeça a seguinte pergunta: “Por que uma xícara de café quente perde calor para o ambiente, mas o contrário não é possível? ”. Conceitos Importantes Para entender a 2ª Lei da Termodinâmica, vamos inserir alguns conceitos importantes que vão aparecer muito ainda aqui neste resumo e, mais importante ainda, nas resoluções e em questões futuras da prova de Marinha. a) Reservatório Térmico O conceito de reservatório térmico pode ser um tanto abstrato. Isso porque um reservatório pode ser tanto um externo do tamanho da atmosfera, como a região interna de uma geladeira. Mas quais são suas características? A característica principal de um reservatório é que ele NÃO VARIA SUA TEMPERATURA. E isso é muito importante, pois todos reservatórios realizam diversas trocas de calor com outros reservatórios, mas eles nunca variam suas temperaturas. Vamos observar o ciclo motor abaixo: Figura 1: Ciclo Motor. Você sabe identificar quais são os reservatórios térmicos? Se você falou que são os números 1 e 2, você está correto(a)! Mas o que esse ciclo motor representa? Ele representa que um reservatório com temperatura quente está enviando calor para um ciclo. Esse ciclo realiza seus processos internamente e realizará dois efeitos: produzirá trabalho e eliminará calor para um reservatório frio. Isso é exatamente o que ocorre no motor de seu carro ou moto! O reservatório quente representa o interior dos cilindros do motor que queimam a gasolina para gerar energia na forma de rotação do motor. Essa rotação representa o trabalho produzido. Em seguida, esse calor que não virou trabalho é rejeitado para o ambiente. O ambiente então é o reservatório frio. Vale ressaltar que aqui neste resumo vamos falar muito sobre temperatura quente (Tq), temperatura fria (Tf) calor quente (Qq) e calor frio (Qf), então memorizem isso. b) Eficiência Térmica Como sabemos se um determinado ciclo termodinâmico (ciclo motor, ciclo de refrigeração etc) está utilizando adequadamente a energia? Como sabemos se ele está sendo eficiente? Vamos imaginar o motor térmico da Figura 1. Como já mencionado aqui, o motor utiliza o calor vindo de uma determinada fonte (geralmente, a queima de um combustível) para a produção de movimento na forma de trabalho. Como mencionado também, nem todo o calor gerado pela queima do combustível é transformado em trabalho (seria muito bom se fosse...), parte dele é rejeitado para a atmosfera (reservatório frio). A eficiência será então a relação entre o trabalho produzido e o calor recebido da fonte quente no ciclo. A equação que calcula a eficiência é dada por: 𝐸 = 𝑊 𝑄𝑞 (1) E o que isso quer dizer?? Que quanto maior o trabalho, maior será a eficiência, ou seja, o motor estará usando o calor quente de forma melhor, com menos perdas. A eficiência terá valor então entre 0 e 1. c) Processos Reversíveis e Irreversíveis Outro conceito muito importante é o Reversibilidade de um processo. Esse conceito é um pouco abstrato, por isso vou tentar ser o mais claro possível... Vamos considerar um sistema composto por um conjunto cilindro + pistão e preenchido por um gás. Inicialmente, o pistão está preso por um anteparo a uma determinada temperatura e pressão. Caso liberemos o pistão, ele ficará livre para se movimentar para cima ou para baixo. Nessa nova condição, teremos um novo valor de temperatura e pressão. Caso desejemos voltar para a posição inicial, deveremos aplicar trabalho no processo para movimentar o pistão. No entanto, ao aplicarmos trabalho, haverá uma variação na temperatura e pressão no fluido, sendo que esses novos valores serão diferentes dos iniciais. Caso desejemos voltar para os mesmos valores de temperatura e pressão iniciais, deveremos remover calor. E é aí que entra a reversibilidade! Em um processo reversível, não seria necessária a troca de calor para voltar à condição inicial, somente o trabalho. As irreversibilidades em um processo podem ocorrer devido a diversos fatores: Atrito; Troca de calor a partir de diferença de temperatura; Mistura de gases; d) Entropia Existem duas formas de se analisar a entropia: uma forma microscópica mais famosa e outra macroscópica, que é a que vamos usar aqui. Dentro da termodinâmica estatística, a entropia significa o nível de agitação das moléculas. Quanto maior a entropia, maior a agitação. Em um processo reversível, não há perdas! Mas como eu lhes falei, aqui, vamos tratar sobre o conceito de entropia macroscopicamente. A entropia é uma propriedade termodinâmica que nos auxiliará a saber se um processo é possível ou não. Para isso, vamos inserir a equação principal da 2ª Lei da Termodinâmica e o conceito de entropia gerada. Vamos imaginar um processo que recebe uma determinada quantidade de calor ‘Q’ de um reservatório a temperatura To. A variação da entropia será dada pela equação da 2ª Lei: 𝑆2 − 𝑆1 = 𝑄 𝑇𝑜 + 𝑆𝑔𝑒𝑟 (2) As entropias S1 e S2 são propriedades do fluido, da mesma forma que a energia interna e a entalpia, ela será determinada pelas tabelas termodinâmicas. No entanto, na equação 2, vemos que tem um termo novo ali: a entropia gerada. Mas o que é isso?! Todos os processos que NÃO SÃO REVERSÍVEIS terão geração de entropia. E isso é sempre!! Ou seja, ela é uma característica dos processos IRREVERSÍVEIS. E outra característica importante da entropia gerada: ELA É SEMPRE POSITIVA! Isso quer dizer que, ao analisar um processo, se a entropia gerada der negativa, o processo será impossível. Vamos ver isso com um exemplo: EXEMPLO 1: Um conjunto cilindro-pistão contém 2 kg de água a 5 MPa e 100 °C. Calor é transferido de um reservatório térmico a 700 °C até que a água atinja 700 °C. Admitindo que o processo ocorre a pressão constante, calcular o trabalho, a transferência de calor e a geração de entropia. O processo é possível e reversível? Solução: Inicialmente, vamos lembrar que como estamos tratando de um caso de pistão+ cilindro, teremos então um sistema. Lembrando também que a equação da 1ª Lei da Termodinâmica para sistemas é dada por: 𝑄 = 𝑈2 − 𝑈1 + 𝑊 E o que nós sabemos do processo? Sabemos a temperatura e pressão iniciais, assim, podemos determinar todas as propriedades que vamos precisar pelas tabelas, como a energia interna, volume e... a entropia! Lembrando que a entropia também é uma propriedade. Nas condições finais, temos a temperatura final da água, que é 700 °C e sabemos que a pressão é constante, com isso, podemos determinar todas as propriedades aqui também. E é o que vamos fazer: Estado 1: P1 = 5 MPa e T1 = 100 °C. Pela tabela termodinâmica, temos que verificar o estado da água nessas condições. Pela tabela abaixo, podemos perceber que para a temperatura de 100 °C, a pressão de saturação é 101,42 kPa. Como a pressão que a água está submetida é maior do que a de saturação, temos um caso de líquido subresfriado (ou comprimido).Nesse caso, podemos utilizar as propriedades da água a 100 °C como líquido saturado. Essas propriedades estão circuladas em vermelho! Então, teremos: 𝑣1 = 0,001043 𝑚3 𝑘𝑔 𝑢1 = 419,06 𝑘𝐽 𝑘𝑔 𝑠1 = 1,3072 𝑘𝐽 𝑘𝑔. 𝐾 IMPORTANTE!! A entropia gerada pode ser: - Zero: em processos reversíveis; - Positiva: nos demais processos; NUNCA NEGATIVA!! Estado 2: P2 = 5 MPa e T2 = 700 °C. Pela tabela termodinâmica, temos que verificar o estado da água nessas condições Pela tabela acima, podemos perceber que para a pressão de 5 MPa, a temperatura de saturação é 263,99 °C. Como a temperatura que a água está submetida é maior do que a de saturação, temos um caso de vapor superaquecido. Nesse caso, teremos que usar a tabela para vapor superaquecido: As propriedades destacadas em vermelho pela tabela acima para o vapor superaquecido serão: 𝑣2 = 0,08849 𝑚3 𝑘𝑔 𝑢2 = 3457,7 𝑘𝐽 𝑘𝑔 𝑠2 = 7,5122 𝑘𝐽 𝑘𝑔. 𝐾 PRONTO! Agora, com as propriedades, podemos calcular o que quisermos. Vamos começar pelo trabalho. Como o processo ocorre a pressão constante, o trabalho será dado por: 𝑊 = 𝑃1(𝑉2 − 𝑉1) = 𝑚. 𝑃1(𝑣2 − 𝑣1) 𝑊 = 2.5000(0,08849 − 0,001043) = 874,6 𝑘𝐽 Agora, vamos aplicar a equação da 1ª Lei da Termodinâmica para sistemas para calcular o calor trocado: 𝑄 = 𝑈2 − 𝑈1 + 𝑊 𝑄 = 𝑚(𝑢2 − 𝑢1) + 𝑊 𝑄 = 2(3457,7 − 419,06) + 874,6 = 6954,76 𝑘𝐽 Agora chegou a hora de aplicarmos a 2ª Lei da Termodinâmica como eu mostrei pra vocês lá em cima. Temos que verificar se esse processo é possível. E como faremos isso? Calculando a entropia gerada! Caso ela seja zero ou positiva, o processo é possível! Vamos lá! As entropias já foram determinadas pelas tabelas, o calor trocado também. A temperatura To da equação da 2ª Lei condiz com a temperatura do reservatório que está fornecendo calor ao processo (NÃO É A TEMPERATURA FINAL OU INICIAL DO PROCESSO!). Vale lembrar também que essa temperatura tem que ser usada em Kelvin! Vamos lá então! 𝑆2 − 𝑆1 = 𝑄 𝑇𝑜 + 𝑆𝑔𝑒𝑟 𝑚(𝑠2 − 𝑠1) = 𝑄 𝑇𝑜 + 𝑆𝑔𝑒𝑟 2(7,5122 − 1,3072) = 6954,76 (700 + 273) + 𝑆𝑔𝑒𝑟 𝑆𝑔𝑒𝑟 = 5,27 𝑘𝐽 𝑘𝑔. 𝐾 Resposta: A partir do trabalho, do calor e da entropia gerada, podemos perceber que esse processo é possível, pois a entropia deu positiva. No entanto, o processo é irreversível, pois a entropia é maior que zero. PASSO A PASSO Nessa caixa, vou mostrar pra vocês um passo a passo pra resolver QUALQUER exercício de 2ª Lei da Termodinâmica para Sistemas: 1) Se certificar que se trata de um sistema (não pode ter troca de massa); 2) Verificar o que é pedido no exercício (troca de calor, trabalho, temperatura, etc); 3) Verificar os dados fornecidos no início e fim (pontos 1 e 2); 4) Verificar o tipo de processo (isobárico, isocórico, isotérmico, etc); 5) Calcular as propriedades na entrada e saída; 6) Calcular o calor e trabalho; 7) Calcular a entropia gerada com a equação da 2º Lei. ÚLTIMO LEMBRETE!! CICLO DE CARNOT No próximo resumão, vamos falar sobre o assunto mais pedido na prova de Termodinâmica do Concurso da Marinha, que é o Ciclo de Carnot. Portanto, aprendam bem este assunto aqui que o próximo vocês mitam!
Compartilhar