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Resenha do Filme O Contador de Histórias

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RESENHA DO FILME “O CONTADOR DE HISTÓRIAS”
Juliana Pereira Lima Santos
Graduanda em Pedagogia
UNEAL – Campus I
O filme é o verdadeiro retrato de que a educação, a literatura mais especificamente, pode sim salvar vidas. O mundo literário nos abre portas e caminhos inimagináveis, onde destes caminhos podemos nos imaginar e avaliar os caminhos que nós mesmos queremos trilhar. Assim foi com Roberto Carlos, quase como um golpe de sorte. Golpe esse que mudou o desfecho de sua vida até então sem rumo ou expectativa.
Logo no início do filme vemos a esperança despertar no coração de uma mãe de 10 filhos a partir do surgimento de uma instituição que prometia ofertar o melhor da educação integral, com valores civis e humanos, às crianças e jovens pobres, a FEBEM. E assim, essa mãe pega seu filho caçula, Roberto, e o deixa na instituição, acreditando que está fazendo o melhor para garantir-lhe uma melhor condição de vida, com mais dignidade e oportunidades. Lá dentro, Roberto começa a perceber aquilo que muitos vieram a perceber depois de alguns anos, a farsa e o fracasso que era a FEBEM, tanto que fugiu de lá inúmeras vezes. A cada fuga, uma experiência diferente. Entre essas idas e vindas à instituição, Roberto foi apresentado às drogas e iniciou a prática de pequenos furtos.
Até então, chama a atenção a forma como foram representadas todas essas fases e acontecimentos a partir da imaginação de Roberto. Desde a sua chegada na FEBEM até seu deslumbre com a vida de crimes que via nas ruas após suas fugas, Roberto sempre via tudo na sua imaginação de uma forma lúdica, exuberante, fantástica, como haveria de ser mesmo a mente de uma criança, mesmo que a realidade fosse de um contraste enorme.
Após diversos acontecimentos, é a lembrança da francesa Margherit que lhe vem na mente, e é a ela que Roberto recorre ao refúgio, claro, a sua maneira, já que o garoto invade sua casa e se tranca no banheiro por horas sem dizer nada. Nessa cena se dá um dos momentos mais impactantes pra mim pois o garoto, após todo pranto e passado maior parte da confusão e angústia em sua mente, se permite tomar um banho. Aquele banho, a meu ver, não é apenas um banho, é quase um ritual de recomeço, um banho de libertação e desprendimento de tudo aquilo que antes havia vivido. E é com essa ideia que tudo se desenrola. Roberto “ajuda” Margherit em sua pesquisa e em troca se hospeda em sua casa, ambos num caminho de descobertas e aprendizagem mútua. É nesse meio tempo que Margherit apresenta o mundo da literatura à Roberto, mundo esse que o encanta e o faz querer sempre melhorar.
A primeira reflexão a partir desse filme é sobre o contraste das atitudes pedagógicas da Instituição FEBEM e da pedagoga Margherit. De um lado uma pedagogia centrada no autoritarismo, no obedecer de regras sem a mínima importância ou empatia com o educando, de outro, temos uma total sensibilidade, compreensão, e, mais que tudo, envolvimento e preocupação com a outra vida. Assim nos colocamos a pensar sobre a forma que as instituições lidam com suas crianças e o tipo de comprometimento pessoal e profissional que os professores adotam em suas práticas. É sabido da negligência e defasagem da educação como um todo, mas é necessário que todos aqueles que façam parte do âmbito educacional se ponham a (re)pensar sobre as suas atitudes e métodos utilizados, observando se elas realmente condizem e atingem o resultado esperado. Uma instituição educacional não é apenas um deposito de crianças que precisam obedecer a regras e serem disciplinadas a todo custo. É na escola que as crianças precisam de uma construção integral e que seja feita de fato uma educação voltada para a cidadania, liberdade e empatia, além, sim, de seus conhecimentos normativos necessários para a vivência de mundo que o sistema tanto impõe. Mas sempre lembrando do respeito ao outro e a si próprio. Ensinando as crianças a terem responsabilidade emocional, sentimental e profissional não apenas consigo, mas com o outro.
A segunda reflexão expressa é o papel da literatura na formação do indivíduo, principalmente da criança. Como já dito, toda criança carrega em sua mente um imaginário fértil, cheio de fantasia e ludicidade, e a literatura vem para desenvolver cada vez mais essas características. É através da literatura que a criança começa a desenvolver seu intelecto, através do conhecimento de diversas realidades ela passa a se imaginar e a querer projetar para si essas diversas realidades, aprendendo a selecionar aquilo que ela quer para si. É uma ferramenta de autoconhecimento e desenvolvimento de potencialidades. Além de que através da literatura a criança já começa a captar diversas informações e a raciocinar com mais avidez, o que lhe ajudará a maior perspicácia e sagacidade no desenvolvimento e resolução de problemas e atividades cotidianas.
É a partir dessas duas reflexões que o filme O Contador de Histórias se torna uma ferramenta de reflexão tanto da importância da literatura e da ludicidade tanto da forma das ações pedagógicas utilizadas por professores e todas aqueles inscritos no sistema educacional.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
O Contador de Histórias. Direção: Luiz Villaça. São Paulo: Warner, 2009. (1h40min)

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