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17/06/2020 1 TEORIA DE VOO AVIÃO PC-A DENISSON EDUARDO INSTRUTOR Maceió-AL 2017. AEROCLUBE DE ALAGOAS Sociedade Civil considerada de Utilidade Pública Federal pelo Dec. Lei nº1.683. De 14 de Outubro de 1939, ratificado pelo Dec. Lei nº205 de 27 de Fevereiro de 1967. 2 Aerodinâmica de Alta Velocidade 1 2 17/06/2020 2 Aerodinâmica de Alta Velocidade Na década de 40, os aviões se tornaram mais velozes e começaram a apresentar fenômenos não compreendidos: • Nas grandes velocidades, sem causa aparente, o equilibrio do avião se modificava, e ele se tornava “pesado de nariz” (tuck under). • Eram frequentemente observadas vibrações na cauda ou mesmo em todo o avião. • Em alguns casos, o piloto comandava os profundores e o leme de direção, os quais se moviam sem produzir resposta. Ou ficavam extremamente pesados. Esses fenômenos ficaram conhecidos como “problemas de compressibilidade”. 4 Substâncias Compressíveis e Incompressíveis Compressibilidade 3 4 17/06/2020 3 Compressibilidade Uma substância é compressível se seu volume variar de acordo com a pressão por ele suportada; quando a pressão aumenta, o volume diminui e vice-versa. Caso contrário, isto é, se o volume da subtância não se modificar com a pressão, ela é incompressível. À variação do volume da substância compressível corresponde uma modificação da desnidade, pois a mesma massa ocupará volume diferente. Na natureza não existem, realmente, substâncias 100% incompressíveis. Substâncias Compressíveis e Incompressíveis Compressibilidade Em baixas velocidades o ar é considerado incompressível porque as pressões são muito baixas, produzindo variações desprezíveis de volume e densidade. Por exemplo, um avião que voa a 91mph nas condições ISA (pressão 1013,2 hPa e densidade 1,225 kg/m³), no ponto A (onde a velocidade é zero e a pressão é máxima) a pressão aumenta 1% , para 1023,3 hPa e a densidade 0,7% passando a 1,233 Kg/m³. Substâncias Compressíveis e Incompressíveis 5 6 17/06/2020 4 Compressibilidade Mas se o mesmo avião voar a 380mph, a pressão no ponto de estagnação aumentará 18% (1195.6hPa), e a densidade 13% (1,384 kg/m³). Estas variações são muito grandes, e portanto não podem mais ser ignoradas. Nas grandes velocidades o ar tem que ser considerado compressível. Substâncias Compressíveis e Incompressíveis 8 Aerodinâmica de Baixa Velocidade: • Baixas pressões que podem ser desprezadas; • Apenas pequenas variações de volume e densidade; • Estudo simplificado Aerodinâmica de Alta Velocidade: • Altas pressões que afetam as propriedades do ar; • Não existe fronteira nítida entre alta e baixa velocidade; • Considerar o início da “alta velocidade” a 250kts ou M 0,4. Compressibilidade 7 8 17/06/2020 5 9 • O som é uma série de IMPULSOS DE PRESSÃO. • Para que o som se propague TEM QUE EXISTIR MATÉRIA. • A velocidade de propagação depende SOMENTE DA TEMPERATURA. Compressibilidade O Som 10 O som é uma série de impulsos de pressão que atingem nossos ouvidos numa frequência que podemos ouvir.Para que a ondas sonoras se transmitam, deve haver uma substância ou meio que seja comprimido, pois o som não pode se propagar no vácuo. No ar a velocidade do som só depende da temperatura, de acordo com a formula: Compressibilidade O Som Exemplo: a velocidade do som nas condições ISA - nível do mar (t=15°C) é 340,29 m/s. Nas condições ISA a 30.000 ft (t=-44,4°C) a velocidade do som será: 9 10 17/06/2020 6 11 Quando um avião se delsoca na atmosfera, provoca mudanças de pressão e velocidade que afetam o ar que o envolve. Estas mudanças de pressão, isto é, estes impulsos de pressão se propagam na velocidade do som. Upwash Fluxo Subsônico Compressibilidade Impulsos de pressão 12 Se o avião está voando em baixa velocidade, os impulsos de pressão vão à frente do mesmo, influenciando o ar que ainda não entrou em contato com ele. A evidência desse “aviso” pode ser visto no voo subsônico, onde os filetes à frente do aerofólio tem uma inclinação para cima (Upwash). Upwash Fluxo Subsônico Compressibilidade Impulsos de pressão 11 12 17/06/2020 7 13 Se um avião voa mais rápido que o som, o Ar não é “avisado” de sua chegada. Nesse caso, seiu ajustamento é instantâneo, provocando uma onda de “distúrbio”chamada Onda de Choque. Compressibilidade Impulsos de pressão Ao passar pela onda de choque, o ar experimenta súbitas mudanças de velocidade, pressão, temperatura e densidade, necessárias para permitir que ele escoe tangente às partes do avião. 14 Os efeitos de compressibilidade dependem, basicamente, da relação entre as velocidades do corpo em movimento e a do som na mesma condição, isto é, na mesma temperatura. Esta relação tem o nome de número de Mach, e vale: Compressibilidade Número de Mach O número de Mach 1 significa qua a velocidade aerodinâmica é 100% da velocidade do som. Mach = 0,8 significa que a velocidade aerodinâmica (verdadeira) é 80% da velocidade do som, na mesma temperatura. 13 14 17/06/2020 8 15 É muito importante notar que os efeitos de compressibilidade não estão limitados às velocidades de voo iguais ou superiores à velocidade do som. Compressibilidade Número de Mach Para produzir sustentação, os aerofólios aceleram os filetes de ar no extradorso; logo, nessa região, as velocidades locais são sempre maiores que a velocidade do avião. Na figura, vemos que os filetes de ar no extradorso atingem Machs de 0.74, 0.80 e 0.82 enquanto o avião voa a Mach 0.70. 0.70 0.74 0.78 0.82 0.78 0.74 0.70 16 Se aumentarmos a velocidade do avião, chegaremos a um valor no qual, pela primeira vez, um ponto do avião (normalmente na asa, próximo à fuselagem), atinge a velocidade do som. Compressibilidade Número de Mach Esta velocidade é denominada Mach Crítico. No avião do exemplo o Mcrit seria 0.85 0.85 0.90 0.95 1.00 0.95 0.90 0. 85 15 16 17/06/2020 9 17 0.70 0.74 0.78 0.82 0.78 0.74 0.70 0.85 0.90 0.95 1.00 0.95 0.90 0. 85 Compressibilidade 18 Para valores superiores ao Mcrit, teremos regiões da asa onde a velocidade dos filetes é inferior à velocidade do som (subsônicas) e outras onde ela é superior à velocidade do som (supersônicas). Compressibilidade Número de Mach A coexistência dos escoamentos subsônicos e supersônicos caracteriza o regime transônico. No regime transônico, a passagem do fluxo subsônico para o supersônico é suave, porém a transição do fluxo supersônico para subsônico é sempre acompanhada de uma onda de choque. 17 18 17/06/2020 10 19 De acordo com o númeor de Mach, os regimes de voo podem ser classificados em: •Subsônico - M < 0.75 (filetes com velocidades inferiores à do som) •Transônico - 0.75 < M < 1.2 (filetes supersônicos e subsônicos) •Supersônico - 1.2 < M < 5 ( somente filetes supersônicos) •Hipersônico - M > 5 Compressibilidade Número de Mach 20 Quando a velocidade aumenta, a onda de choque se move para o bordo de fuga e a área supersônica aumenta. A medida que a velicidade aumenta aparece também uma onda de choque no intradorso. Ao ultrapassar Mach 1 as partículas de ar devem se ajustar instantaneamente produzindo um nova onda de choque, chamada de Onda de Proa. Compressibilidade Número de Mach 19 20 17/06/2020 11 21 Quando o bordo de ataque é arredondado, existe uma região subsônica entre o mesmo e a onda de proa, enquanto todo o resto do aerofólio já está no escoamento supersônico. Portanto o avião continua em regime transônico, apesar de ter ultrapassado Mach 1. Fluxo SupersônicoOnda de Proa Compressibilidade Onda de Proa 22 As características da onda de choque normal são: 1. Só ocorre quando o escoamento passa do fluxo supersônico para o subsônico; 2. A direção dos filetes de ar não é modificada; 3. Ocorre aumento de pressão, temperatura e densidade, reduzindo o número de mach dos filetes; 4. Ocorre redução da energia dos filetes de ar. Compressibilidade Onda de Proa 21 22 17/06/202012 23 Compressibilidade Onda Normal 24 Compressibilidade Onda Normal 23 24 17/06/2020 13 25 Compressibilidade Onda Normal 26 Compressibilidade Onda Normal 25 26 17/06/2020 14 27 28 17/06/2020 15 29 Consequências das Ondas de Choque Estol de compressibilidade O estol de um aerofólio ocorre porque os filetes de ar, na camada limite, perdem energia cinética devido à viscosidade, reduzindo a sustentação e aumentando o arrasto. O mesmo ocorre com a onda de choque que interage com a camada limite, aumentando sua espessura. Quando a onda de choque for de grande intensidade, o aumento da espessura da camada limite mais o gradiente adverso (um súbito aumento de pressão em uma onde de apenas 1/100.000 polegadas de espessura) provocam um descolamento de filetes, que afeta tanto a sustentação como o arrasto. 30 Consequências das Ondas de Choque Estol de compressibilidade Verifica-se assim que a onda de choque muito intensa produz descolamento dos filetes, semelhante ao velho estol subsônico, e é por isso chamado de Estol de Compressibilidade, Estol de Choque ou Estol de Mach. 29 30 17/06/2020 16 31 Consequências das Ondas de Choque Estol de compressibilidade O estol de compressibilidade é menos crítico que o estol subsônico. Desse modo os aviões que voam no regime transônico estão sujeitos àquelas vibrações típicas do pré-estol (Buffet) não só nas baixas, mas também nas altas velocidades. Para eliminá-las, nas baixas velocidades, o piloto deverá reduzir o ângulo de ataque e aumentar a velocidade, e nas altas velocidades reduzir o número de Mach. 32 Consequências das Ondas de Choque Estol de compressibilidade A velocidade indicada do pré-estol de baixa velocidade aumenta com a altitude. Por outro lado a velocidade indicada de pré-estol de alta decresce com a altitude. Essas duas velocidades se encontram em um ponto chamado coffin corner. Nesse ponto o avião estará sujeito aos dois buffets , de baixa e de alta. 31 32 17/06/2020 17 33 Fluxo Transônico Fluxo Subsônico Consequências das Ondas de Choque Estol de compressibilidade 34 Consequências das Ondas de Choque Aumento do Arrasto O surgimento da onda de choque faz com que se crie uma nova parcela de arrasto, denominada arrasto de onda ou arrasto de compressibilidade. Quando as ondas de choque produzem o descolamento da camada limite, o arrasto é aumentado rapidamente , até atingir o Mach de Divergência de Arrasto (Mdiv). Para enflechamento nulo o Mdiv atinge seu valor máximo no Mach 1. 33 34 17/06/2020 18 35 Consequências das Ondas de Choque Aumento do Arrasto Nas décadas de 30 e 40 essa velocidade era chamada de “barreira do som”, e só foi superada em 14 de Outubro de 1947, quando o capitão Charles E. Yeager alcançou Mach 1.05 pilotando o Bell X-1. 36 Consequências das Ondas de Choque Variação da posição do centro de pressão As ondas de choque provocam uma variação na distribuição de pressão nos aerofólios, deslocando o centro de pressão da asa para trás. 35 36 17/06/2020 19 37 Consequências das Ondas de Choque Variação da posição do centro de pressão 38 Consequências das Ondas de Choque Redução do downwash portanto, a Sustentação nela produzida é negativa (para baixo). Com velocidades superiores ao Mcrit, a onda de choque reduz o downwash e, como consequência, o ângulo de ataque da superfiucie horizontal torna-se menos negativo, reduzindo o valor da resultante. Quando um aerofólio produz Sustentação os filetes de ar passam pelo bordo de fuga são desviados para baixo (downwash). Devido ao downwash, o ângulo de ataque da superfície horizontal é negativo, e 37 38 17/06/2020 20 39 Upwash Downwash ASA PROFUNDOR Consequências das Ondas de Choque Redução do downwash 40 Upwash Downwash Consequências das Ondas de Choque Redução do downwash 39 40 17/06/2020 21 41 Consequências das Ondas de Choque Rolloff Suponhamos um avião com Mmo=0.80 voando a M=0.75. Se o piloto aplicar pedal direito, a asa esquerda será acelerada em relação à direita, aumentará a sustentação e se elevará. Porém se a mesma operação for repetida com M>0.80, a asas esquerda será acelerada para M> Mmo e poderá provocar redução na Sustentação e abaixará, isto é, o rolamento ocorrerá para o lado contrário. Este nofomeno é denominado Rolloff. 42 Consequências das Ondas de Choque Tendência de picar (Tuck under) São duas as causas: o deslocamento do centro de pressão para trás e a redução do downwash da asa. 41 42 17/06/2020 22 43 Consequências das Ondas de Choque Tendência de picar (Tuck under) Em baixa velocidade, como o centro de pressão (cp) está atrás do centro de gravidade (cg), a Sustentação produzirá um momento tendento a picar o avião, o qual é equilibrado pelo momento do estabilizador horizontal. 44 Consequências das Ondas de Choque Tendência de picar (Tuck under) Nas grandes velocidades, o cp se desloca para trás, aumentando o braço e, consequentemente, o momento de picagem, enquanto devido ao downwash a resultante do estabilizador diminui, reduzindo o momento de cabragem. 43 44 17/06/2020 23 45 Consequências das Ondas de Choque Tendência de picar (Tuck under) Ocorre então um desequilíbrio, pois L x a > F x b. Esse desequilibrio provoca a tendência de picar. 46 Consequências das Ondas de Choque Comandos Inoperantes Superfícies de comando que se moviam sem produzir resposta ou que se tornavam extremamente duros. Acima do Mcrit, todos os sinais produzidos pela superfície de comando ficam acumuladas na onda de choque, reduzindo sua influência. O descolamento dos filetes, produzido pela onda de choque também prejudica a atuação dos comandos. 45 46 17/06/2020 24 47 Consequências das Ondas de Choque Problemas de mergulho Por que alguns aviões apresentavam problemas nos mergulhos em grandes altitudes, os quais desapareciam nas baixas altitudes? A razão é que, ao perder altitude, a velocidade do som aumentava, e eventualmente a redução do número de Mach era suficiente para reduzi-lo abaixo do Mcrit e tirá-los dos problemas de compressibilidade. 48 Vôo Transônico Na década de 40, os problemas de compressibilidade ocorriam com Mach = 0.70. Hoje, os aviões de transporte atingem Mach acima de 0.92. Os transportes atuais são mais “limpos aerodinamicamente”e tem recursos para reduzir os Arrastos de compressibilidade e parasita. Arrasto Predominante: induzidoArrasto Predominante: compressibilidade Transônico Subsônico 47 48 17/06/2020 25 49 As técnicas empregadas para reduzir o arrasto de compressibilidade são: 1. Enflechamento 2. Aerofólio de pequena espessura ou curvatura 3. Projeto com base na regra da área. 4. Geradores de vórtices 5. Estabilizadores com incidência variável 6. Mach trimmer Vôo Transônico 50 Assim, conservando o mesmo aerofólio, o novo Mcrit será 0.7 dividido por cos 30° = 0.808. Consequentemente, o avião só encontrará problemas de compressibilidade acima de Mach 0.808 e não acima de 0.7. Consideramos uma asa retangular, cujo aerofólio tem Mcrit = 0.70. Se a asa tiver um enflechamento de 30°, o aerofólio continuará com o mesmo Mcrit, mas só será “sensível” à componente dos filetes perpendicular do bordo de ataque. Vôo Transônico Enflechamento 49 50 17/06/2020 26 51 Vôo Transônico Enflechamento O emprego de asas enflechadas tem pontos positivos e negativos. Por um lado ela aumenta o Mcrit , mas traz desvantagens como: menor Sustentação, tendência de estol de ponta de asa e produzir pitch up, possibilidade de agravar o tuck under. 52 Vôo Transônico Aerofólios de pequena espessura e curvatura Para aumentar o Mcrit , podem ser usados perfis laminares ou perfis especiais chamados supercríticos. Nesses perfis, a curvatura do extradorso é pouco acentuada, evitando grandes aumentos de velocidade; como resultado, a onda de choque só aparecerá em velocidades (ou Números de Mach) mais elevadas. Podemos notar que o perfil comum possui um extradorso muito protuberante próximoao bordo de ataque, o que não acontece com os perfis laminar e supercrítico. 51 52 17/06/2020 27 53 Vôo Transônico Aerofólios de pequena espessura e curvatura 54 Vôo Transônico Regra de área (area rule) A aera rule constata que o menor Arrasto nos regimes transônicos e supersônicos é obtido quando as aréas das seções retas do avião ao longo do eixo longitudinal formam uma curva contínua, sem mudanças bruscas ao longo do seu comprimento. 53 54 17/06/2020 28 55 Vôo Transônico Regra de área (area rule) O exemplo clássico da aplicação desse conceito é o avião Convair F-102A. Os testes iniciais indicavam que ele não poderia voar supersonicamente, devido ao grande Arrasto no regime transônico. A figura ao lado mostra a forma original do F-102A e as áreas das seções plotadas em função da estação. Nota-se um grande aumento de área quando se atinge as asas. 56 Vôo Transônico Regra de área (area rule) A aplicação da “regra de área”, porém, salvou o projeto do avião. A figura ao lado mostra o F-102A com forma semelhante a uma garrafa de Coca-Cola, e a adição de protuberâncias após as asas para melhoras a distribuição das áreas. Com essas modificações o F- 102A conseguiu atingir o regime supersônico e foi fabricado em grandes quantidades. 55 56 17/06/2020 29 57 Vôo Transônico Regra de área (area rule) 58 Vôo Transônico Regra de área (area rule) 57 58 17/06/2020 30 59 Vôo Transônico Regra de área (area rule) 60 Vôo Transônico Regra de área (area rule) Posteriormente, a aplicação da “regra de área” ao avião Boeing 747 permitiu que ele superasse a velocidade de Mach 0.92. Pode-se observar que a curva não possui nenhuma variação abrupta, e é próxima do ideal. 59 60 17/06/2020 31 61 Vôo Transônico Regra de área (area rule) Northrop T-38 Talon Airbus A380 62 Vôo Transônico Geradores de vótices (vortex generators) O deslocamento ou separação da camada limite pode ser evitado através de Geradores de Vórtice ("Vortex Generators", em inglês). Esses geradores são lâminas inclinadas que funcionam como se fossem pequenas pontas de asa. 61 62 17/06/2020 32 63 Vôo Transônico Geradores de vótices (vortex generators) O turbilhonamento induzido cria um filete de ar em espiral de alta velocidade que choca-se de encontro à camada limite prestes a estagnar, dando-lhe um novo impulso. A camada limite torna-se turbulenta, mas evitará o deslocamento, por que possui maior velocidade, ou seja, mais energia. 64 Vôo Transônico Geradores de vótices (vortex generators) 63 64 17/06/2020 33 65 Vôo Transônico Geradores de vótices (vortex generators) 66 Vôo Transônico Geradores de vótices (vortex generators) Os geradores de vórtices também são usados como defletores de ar, para redirecionar os filetes de ar de modo a prevenir ou adiar interações adversas, aumentando a Sustentação nos grandes ângulos de ataque, reduzindo o Arrasto, etc. 65 66 17/06/2020 34 67 Vôo Transônico Geradores de vótices (vortex generators) 68 Vôo Transônico Geradores de vótices (vortex generators) 67 68 17/06/2020 35 69 Vôo Transônico Geradores de vótices (vortex generators) 70 Vôo Transônico Estabilizador horizontal com incidência variável Para tornar mais efetivo o comando de arfagem nas grandes velocidades, bem como para reduzir o arrasto produzido pela deflexão do profundor, os aviões de transporte atuais empregam estabilizadores horizontais móveis. Normalmente nesses casos os comandos são servo assistidos para diminuir a força nescessária para mover as superfícies de comando em regimes transônicos. 69 70 17/06/2020 36 71 Vôo Transônico Estabilizador horizontal com incidência variável 72 Vôo Transônico Estabilizador horizontal com incidência variável 71 72 17/06/2020 37 73 Vôo Transônico Estabilizador horizontal com incidência variável 74 Vôo Transônico Mach Trimmer Dispositivo sensível ao número de mach, tem como objetivo manter a estabilidade longitudinal da aeronave, evitando o “tuck under”. 73 74 17/06/2020 38 75 • Redução da sustentação • Tendência de “passeio” dos filetes de ar • Tendência de estol nas pontas das asas • Dutch Roll Consequências do enflechamento 76 Consequências do enflechamento Redução da Sustentação Vimos que a asa enflechada só é sensível à componente do vento relativo perpendicular ao bordo de ataque. Ainda por cima, normalmente possuem menor curvatura e espessura, por isso, ela produzirá menos sustentação que uma asa não enflechada. 75 76 17/06/2020 39 77 Consequências do enflechamento Redução da Sustentação Para compensar, é preciso aumentar o ângulo de ataque. Pode-se observar que nas aproximações para pouso, os aviões de asa enflechada voam com ângulos de ataques maiores. 78 Consequências do enflechamento Redução da Sustentação O coeficiente de sustentação máximo da asa enflechada não só é menor, como também ocorre em um ângulo de ataque maior. Isso traz desvantagens como menor visibilidade pro piloto e necessidade de trens de pouso maiores. A redução do CLmax aumenta a velocidade de estol, o que torna necessário o uso de dispositivos hipersustentadores sofisticados (flaps fowler, slats, flaps no bordo de ataque etc). Uma vantagem da asa enflechada é ser menos susceptível à turbulência. 77 78 17/06/2020 40 79 Consequências do enflechamento Tendência de “passeio” dos filetes de ar A camada limite em uma asa enflechada escoa continuamente da raiz da asa em direção as pontas. Nesse percurso, ela perde velocidade devido ao atrito com a superfície da asa e pode descolar próximo às pontas, produzindo o estol nessas áreas. Para evitar esse fenômeno causado pelo fluxo transversal da camada limite, são usadas barreiras chamadas wing fences. 80 Consequências do enflechamento Tendência de “passeio” dos filetes de ar Esse passeio provoca redução da Sustentação e aumento do Arrasto, e para reduzí-lo são empregados os wing fences ou então os pilões do motor com essa finalidade. 79 80 17/06/2020 41 81 Consequências do enflechamento Tendência de “passeio” dos filetes de ar Esse passeio provoca redução da Sustentação e aumento do Arrasto, e para reduzí-lo são empregados os wing fences ou então os pilões do motor com essa finalidade. 82 Consequências do enflechamento Tendência de “passeio” dos filetes de ar 81 82 17/06/2020 42 83 Consequências do enflechamento Tendência de “passeio” dos filetes de ar Sukhoi Su-17 Sud Aviation Caravelle 84 Consequências do enflechamento Tendência de estol nas pontas das asas Devido a diversos motivos, entre os quais a componente de vento relativo paralelo ao bordo de ataque e ao afilamento da asa, a asa enflechada tende a estolar de ponta de asa. Esse tipo de estol é indesejável em qualquer tipo de asa, para a asa enflechada é ainda pior, pois provoca a tendência do pitch up, que é oposto ao tuck under. 83 84 17/06/2020 43 85 Consequências do enflechamento Tendência de estol nas pontas das asas Se o avião estola na ponta da asa, o Cp se deslocará para a frente, reduzindo o momento de picar do avião, provocando uma tendência de levantar o nariz. Nesse caso, ao contrário do tuck under, teremos F x b > L x a. 86 Consequências do enflechamento Tendência de estol nas pontas das asas Para eliminar essa tendência, são usados: torção da asa com menor ângulo de inscidência na ponta (washing out), uso de aerofólios com maior curvatura na ponta da asa, emprego de slots próximo a ponta da asa, etc. 85 86 17/06/2020 44 87 Consequências do enflechamento Dutch Roll É a tendência de instabilidade apresentada pelas asas enflechadas, ocorre no início de uma guinada, como a asa que avança produzirá mais sustentação, esta asa subirá, no entanto como também produzirá maior arrasto iniciará uma guinada no sentido oposto, reiniciando o ciclo. 88 Consequências do enflechamento Dutch Roll Pode-se eliminar o Dutch roll aumentando a área da deriva/leme,aumentando a distância dessas superfíciess ao CG, porém essas soluções implicarão em aumento do peso e do arrasto do avião. A solução mais barata é o yaw damper, um dispositivo gisroscópico sensível a mudanças no ângulo de guinada, que aumenta o efeito da deriva sem aumentar o peso e o arrasto. 87 88 17/06/2020 45 89 Efeitos Aeroelásticos Nenhuma estrutura aeronáutica é totalmente rígida e, ao ser exposta a forças aerodinâmicas, normalmente sofre deformações por flexão, torção ou pela combinação destas. Este efeito torna-se relevante quando a aeronave se move em alta velocidade, pois qualquer modificação na forma do perfil aerodinâmico, decorrente das forças aerodinâmicas adicionais, causa modificações nas cargas sobre o perfil, aumentando a deflexão no mesmo. Sem um sistema de controle , este processo pode se realimentar, com resultados catastróficos. • Flutter • Divergência • Inversão de aileron 90 Efeitos Aeroelásticos Flutter é uma oscilação auto-excitada que ocorre quando uma superfície sustentadora sofre deflexões (por conta de forças aerodinâmicas) tais que a carga total aplicada se reduz. A deflexão também se reduz, restaurando o carregamento aerodinâmico original, recomeçando o ciclo. Flutter 89 90 17/06/2020 46 91 Efeitos Aeroelásticos Flutter 92 Efeitos Aeroelásticos O fenômeno da divergência ocorre quando uma superfície sustentadora sofre deflexão devida a um carregamento aerodinâmico, o que ocasiona um aumento da carga sobre o perfil, até a carga limite, causando a falha da estrutura Divergência 91 92 17/06/2020 47 93 Efeitos Aeroelásticos À medida que a velocidade do avião aumenta, eleva-se também a pressão dinâmica do ar (proporcional ao quadrado da velocidade), porém a resistência da asa não varia, o que acarreta um aumento na torção da asa devido ao movimento do aileron. Inversão de aileron A rotação da asa produzida pelo torque vai diminuindo a eficiência dos ailerons, até um momento em que ele perde totalmente o efeito na chamada “velocidade de inversão do aileron”. Para velocidades maiores haverá inversão de comandos. 94 Efeitos Aeroelásticos Duas são as possíveis soluções para esse problema. Uma delas é dotar a asa de um estrutura suficientemente forte para suportar a torção. Esta solução exige uma estrutura pesada, com evidente prejuízo para o avião. Inversão de aileron Outra solução é o emprego de dois pares de ailerons, um externo para baixas velocidades e um interno, onde a asa não sofre torções, para altas velocidades. 93 94 17/06/2020 48 95 Efeitos Aeroelásticos Como o aileron externo é mais eficiente para o comando de rolagem, devido ao maior braço de alavanca, é necessário uma complementação, que é feita pelo Spoiler. Uma superfície que se projeta na asa a ser baixada e destrói a sustentação. Spoiler Os Spoilers pode ser usados como freios em voo, nesse caso recebem o nome de speed brakes. São usados também em solo (ground spoilers) para redução na distância de pouso. 96 Propulsão Até meados da década de 40, os motores alternativos foram os únicos propulsores dos aviões. No entanto, à medida que a velocidade e o peso dos aviões crescia, eles foram se tornando muito pesados e volumosos, enquanto as hélices por eles acionadas perdiam sua eficiência. No fim da Segunda Guerra Mundial os alemães chegaram a empregar aviões de caça e bombardeiros com motores à reação: Messerschmitt 163 e 262. 95 96 17/06/2020 49 97 Propulsão Os primeiros motores à reação foram os motores a turbina: turbojato, turboélice e, posteriormente, o turbofan. O primeiro avião de transporte a jato foi o De Havilland Comet, produzido em 1952. Foi inicialmente um sucesso, pois era cerca de 150 kt mais rápido que o DC-6, o mais veloz avião de transporte de época. 98 Propulsão A parte mecânica dos motores a turbina é extremamente simples: duas partes rotativas (compressor e turbina), e uma ou mais câmaras de combustão. Toda e qualquer propulsão é sempre baseada na terceira lei de Newton: a toda ação corresponde uma reação igual e contrária. Nos aviões à hélice, a hélice joga o ar para trás, e como reação este a empurra para frente, o mesmo ocorrendo com os motores à reação. Motores a turbina 97 98 17/06/2020 50 99 Propulsão Uma diferença entre a tração produzida pelos motores à hélice e os turbojatos é que os primeiros produzem pequena aceleração numa grande massa de ar (devido ao grande diâmetro das hélices), enquanto os turbojatos produzem grande aceleração numa pequena massa de ar. Motores a turbina 100 Propulsão Os turbofans ficam entre os dois: provocam uma aceleração menor de uma massa de ar maior que a dos turbojatos, porém em comparação com os motores a hélice, a aceleração é maior e a massa de ar é menor. Motores a turbina 99 100 17/06/2020 51 101 Propulsão Motores a turbina 102 Propulsão Os motores a pistão e a turbina são motores de combustão interna que possuem um ciclo semelhante: admissão, compressão, combustão, expansão e escapamento. Os gases quentes se expandem, criando uma sobra de potência acima daquela absorvida pela compressão, e vão finalmente para o escapamento. Nos motores a pistão esta sobra produz potência no eixo-manivela, e nos motores a jato acelera os gases para a produção direta de tração. Em ambos os casos, a eficiência térmica do ciclo aumenta com o aumento da taxa de compressão, enquanto a tração/potência produzida aumenta Motores a turbina 101 102 17/06/2020 52 103 Propulsão Os motores a pistão e a turbina são motores de combustão interna que possuem um ciclo semelhante: admissão, compressão, combustão, expansão e escapamento. Motores a turbina 104 Propulsão Os motores turbofans possuem menor consumo específico que os turbojatos. Esse foi o principal motivo da substituição dos turbojatos pelos turbofans em todos os modernos aviões de transporte transônicos. No entanto, para velocidades supersônicas, o motor turbojato é superior, pois produz mais tração. Outra desvantagem do motor turbofan no regime supersônico é sua grande área frontal, e consequentemente elevado Arrasto nas grandes velocidades. Motores a turbina 103 104 17/06/2020 53 105 Voo Supersônico Durante um voo em baixa velocidade, o avião desloca as partículas de ar que estão à sua frente. Essa camada de ar, por sua vez, desloca as partículas de ar situadas mas à frente. Essa onda de impulsos em cadeia propaga-se sob forma de ondas de pressão esféricas, à velocidade do som. Deslocamento supersônico e subsônico 106 Voo Supersônico Graças a essa onda de impulsos, o ar atmosférico situado muito à frente do avião desloca-se antecipadamente, preparando-lhe a passagem. O escoamento do ar é, portanto suave e gera pequeno arrasto. Deslocamento supersônico e subsônico 105 106 17/06/2020 54 107 Voo Supersônico Quando o avião voa na mesma velocidade do som, as ondas de pressão não conseguem afastar-se do avião, pois este é tão veloz quanto elas. Em conseqüência, as ondas de pressão ficam acumuladas no nariz do avião, formando uma fina parede de ar comprimido chamada Onda de Choque. Deslocamento supersônico e subsônico 108 Voo Supersônico É fácil compreender que, na velocidade do som, as camadas de ar à frente do avião não podem ser "avisadas" da aproximação deste. Elas são colhidas de surpresa e recebem o impacto do avião, sendo então comprimidas e achatadas na onda de choque. Deslocamento supersônico e subsônico 107 108 17/06/2020 55 109 Voo Supersônico Neste caso, esta recebe o nome de onda de proa, porque forma-se na proa (nariz) do avião. É uma onda normal (ou seja, perpendicular) à direção do voo. O ar comprimido dentro dessa onda dificulta o avanço do avião, criando assim grande arrasto. Deslocamento supersônico e subsônico 110 Voo Supersônico Quando o avião voa em velocidade superior à do som, a onda de choque vai dobrando para trás, formando o cone deMach. A abertura do cone forma o ângulo de Mach. Quanto maior a velocidade do avião, menor será o ângulo de Mach. Deslocamento supersônico e subsônico 109 110 17/06/2020 56 111 Voo Supersônico A velocidade do som depende unicamente da temperatura. Entretanto, o Número de Mach de um avião subindo a uma velocidade constante aumentará com a altitude. Deslocamento supersônico e subsônico 112 Voo Supersônico Isso acontece por que a temperatura diminui com aumento da altitude, tornando menor a velocidade do som. Portanto, o número Mach aumenta não devido ao aumento da altitude, mas devido à diminuição da temperatura. Deslocamento supersônico e subsônico 111 112 17/06/2020 57 113 Voo Supersônico Vejamos outra característica do regime supersônico: a diferença no escoamento dentro de um bocal convergente-divergente, quando ele passa de subsônico (incompressível) para supersônico (compressível). Deslocamento supersônico e subsônico 114 Voo Supersônico No regime subsônico, um bocal convergente reduz a pressão e aumenta a velocidade dos filetes ocorrendo o oposto quando no escoamento supersônico: a pressão aumenta, enquanto a velocidade dos filetes diminui. Deslocamento supersônico e subsônico 113 114 17/06/2020 58 115 Voo Supersônico Tipos de ondas supersônicas 116 Voo Supersônico Como vimos, as ondas de choque normais são características dos regimes transônicos. No entanto elas podem ocorrer nos regimes supersônicos, quando o móvel que se desloca supersonicamente não é suficientemente pontiagudo. Por este motivo, os aviões supersônicos empregam nariz e bordos de ataque pontiagudos para evitar ondas de choque normais, que provocam Arrasto superior aos produzidos pela onda de choque oblíqua. Ondas de Choque: oblíquas x normais 115 116 17/06/2020 59 117 Voo Supersônico A onda de proa aumenta a pressão na parte dianteira de um aerofólio voando supersonicamente. Na parte traseira, o fluxo de ar deverá novamente mudar de velocidade e pressão, por intermédio de uma onda de expansão. A diferença da pressão entre a parte dianteira e a traseira produz o Arrasto de onda. Após ultrapassar o bordo de fuga, os filetes voltam à pressão/velocidade dos filetes à frente do aerofólio, por intermédio de outra onda de choque. Perfis supersônicos 118 Voo Supersônico A onda de expansão provoca uma redução da pressão do extradoso, enquanto a onda de choque provoca um aumento de pressão no intradorso. A diferença de pressão entre as duas faces resulta numa força resultante perpendicular à chapa produzindo Sustentação. Perfis supersônicos 117 118 17/06/2020 60 119 Voo Supersônico 120 Voo Supersônico 119 120 17/06/2020 61 121 Voo Supersônico 122 Concorde Transporte Supersônico No projeto de um avião supersônico, diversos problemas devem ser enfrentados, entre eles: • Aquecimento da estrutura, principalmente do revestimento, devido às grandes velocidades; • Elevado Arrasto de onda, problemas de estabilidade e controle longitudinal advindos do deslocamento para trás do centro de pressão em velocidades supersônicas; • Deterioração de todos os tipos de estabilidade devido à redução do coeficiente de Sustentação; • Estrondo sônico, elevado ruído produzido pelos motores na decolagem; • Os compromissos no projeto de um avião que aterra e decola subsonicamente nos mesmos aeroportos dos aviões subsônicos, cruza a Mach 0,95 sobre os continentes e Mach 2 sobre o oceano. 121 122 17/06/2020 62 123 Concorde Transporte Supersônico O Concorde foi o único transporte supersônico que voou regularmente. Ele foi projetado e construído pelas empresas francesas Sud Aviation (agora parte da Aerospatiale) e Snecma, e pelas britânicas British Aircraft Corporation e Bristol Siddeley (atualmente parte da Rolls Royce). 124 Concorde Transporte Supersônico O projeto teve início em 29 de novembro de 1962, o primeiro voo teste ocorreu em 2 de março de 1969 e o primeiro voo comercial em 21 de junho de 1976. Portanto, a tecnologia empregada já tem mais de 30 anos. A velocidade de cruzeiro é de Mach 2. 123 124 17/06/2020 63 125 Concorde Transporte Supersônico O Concorde tinha uma fuselagem muito longa e fina porque o Arrasto de uma fuselagem em voo supersônico é inversamente proporcional ao quadrado da relação comprimento/diâmetro. Como conseqüência, o espaço para os passageiros era menor que o dos grandes transportes transônicos (747/777/MD-11). Fuselagem 126 Concorde Transporte Supersônico Como o Concorde decolava e aterrava com ângulos de ataque muito superiores àqueles dos transportes transônicos, ele tinha um nariz móvel; se ele fosse fixo, a visão da pista seria de apenas 5° para baixo. Assim o nariz, que no voo supersônico deve estar na direção da fuselagem, abaixava para a aterragem e decolagem. Existiam quatro posições da combinação visor e nariz, três das quais eram usadas em cada fase do voo. O nariz e o visor eram completamente levantados em todas as velocidades acima de 250 kt. Fuselagem 125 126 17/06/2020 64 127 Concorde Transporte Supersônico Abaixo de 250 kt, o ângulo de ataque começava a aumentar para cerca de 7°. Assim, o nariz era baixado para a posição de 5°, deixando uma visão de cerca de 10°. Esta posição também era usada na decolagem. - Para a aterragem, a partir do momento em que as rodas eram baixadas, o nariz era deslocado para a posição 12,5°. Fuselagem 128 O Concorde tinha uma asa fina, de duplo delta, que foi projetada para reduzir, ao máximo, o deslocamento do centro de pressão para trás nas velocidades supersônicas, com enflechamento de 70° (enquanto os aviões de transporte transônicos têm aproximadamente 35°). Asas Concorde Transporte Supersônico 127 128 17/06/2020 65 129 Como o Concorde não possuia empenagem, ele empregava "elevons" na asa, que faziam o papel de ailerons e profundores. Asas Concorde Transporte Supersônico 130 Para compensar, em parte, o grande número de problemas no regime supersônico, a asa delta empregada nesse avião, possuia seu "dispositivo hipersustentador próprio", dispensando o uso de flapes, eslates etc. Asas Concorde Transporte Supersônico Para aterrar e decolar com velocidade reduzida, um avião com asa delta emprega um ângulo de ataque muito maior que os aviões sub e transônicos. Nestes grandes ângulos de ataque, os filetes de ar formam o vortex. A asa duplo delta produz vórtices maiores, os quais envolvem toda a superfície superior da asa, aumentando a sucção e, portanto, a Sustentação. Este acréscimo de Sustentação é denominado vortex lift. 129 130 17/06/2020 66 131 Observando-se fotografias de decolagem e aterragem do Concorde, vemos que ele desaparece numa nuvem de vapor d'água por ele próprio produzida, porque a redução da pressão provoca a condensação do vapor de água do ar. Asas Concorde Transporte Supersônico 132 Asas Concorde Transporte Supersônico 131 132 17/06/2020 67 133 O Concorde era equipado com 4 turbojatos Rolls Royce/ Snecma Olympus 593 Mark 610, de 38.050 libras de tração de decolagem. Para compensar a reduzida tração dos turbojatos nas baixas velocidades, o Concorde empregava a pós combustão na decolagem e também na aceleração de Mach 0,95 para Mach 1,7. De Mach 1,7 até Mach 2, a aceleração era feita sem necessidade desse auxílio. Motores Concorde Transporte Supersônico 134 Motores Concorde Transporte Supersônico 133 134 17/06/2020 68 135 O Tupolev TU 144, transporte supersônico construído pela União Soviética era equipado com quatro motores turbofans. Para produzir a tração necessária no cruzeiro supersônico (Mach 2,35) era empregada a pós combustão, elevando exageradamente o consumo. Motores Concorde Transporte Supersônico 136 O problema mais difícil para o bocal de admissão ocorria no corte de um motor em velocidades supersônica. Nessa hora, subitamente o motor precisava de 'pouco ou nenhum ar. Então as rampas se fechavamcompletamente, mandando parte do ar para cima, enquanto a entrada auxiliar (spill door) abria completamente para expulsar o ar para baixo. Por este motivo, o Concorde tinha uma característica única: se um motor fosse cortado no voo supersônico, o avião rolava para o lado "errado". Qualquer avião, inclusive o Concorde, guinará na direção do motor parado.Como consequência, a asa no lado oposto tempo-rariamente terá maior velocidade que a asa do motor parado, e portanto, se elevará, devido à maior Sustentação. Isto resulta em um rolamento e uma guinada na direção do motorn- parado. No Concorde, porém, na velo- cidade de Mach 2 existia um ex-cesso de ar en-trando no motor cortado, que tinha que ser expelido. A spill vave abria, o ar era forçado para baixo e, como reação, a asa subia, rolando o avião para o lado "errado" (figura 9-7). Um detalhe interessante dos motores Motores Concorde Transporte Supersônico 135 136 17/06/2020 69 137 No Concorde, os dutos de admissão e de escapamento eram muito importantes, pois o conjunto deveria funcionar com eficiência nos regimes, subsônicos e supersônico. Motores Concorde Transporte Supersônico 138 Assim, na decolagem, como o motor necessitava de todo o ar possível, a entrada auxiliar e as rampas ficavam completamente abertas. Motores Concorde Transporte Supersônico 137 138 17/06/2020 70 139 A entrada auxiliar fechava aproximadamente em Mach 0,7 e com Mach 1,3 as rampas estavam fechadas produzindo uma série de ondas de choque para reduzir a velocidade dos filetes de ar. Motores Concorde Transporte Supersônico 140 Tanto o duto de admissão como o de escapamento eram de geometria variável; o de admissão, por exemplo, deviam assegurar sempre que a velocidade dos filetes do ar chegasse ao compressor de baixa pressão com no máximo Mach 0,5 enquanto o Concorde voava a Mach 2. Motores Concorde Transporte Supersônico 139 140 17/06/2020 71 141 O problema mais difícil para o bocal de admissão ocorria no corte de um motor em velocidades supersônica. Motores Concorde Transporte Supersônico Nessa hora, subitamente o motor precisava de pouco ou nenhum ar. Então as rampas se fechavam completamente, mandando parte do ar para cima, enquanto a entrada auxiliar (spill door) abria completamente para expulsar o ar para baixo. Por este motivo, o Concorde tinha uma característica única: se um motor fosse cortado no voo supersônico, o avião rolava para o lado "errado". 142 Um dos motivos que limitaram a velocidade do Concorde a Mach 2 foi a possibilidade de empregar a estrutura e revestimento de ligas de alumínio, material fácil de trabalhar, baixo peso específico e com propriedades bem conhecidas Se o cruzeiro fosse de Mach 3, o revestimento deveria ser de titânio ou aço inoxidável, o que encareceria o avião e aumentaria substancialmente seu peso. As temperaturas máximas do nariz e do revestimento do Concorde eram, respectivamente, 120° e 100°C. Quando a temperatura no nariz do Concorde, mostrada num instrumento do palitei, atingia 127°, o piloto deveria reduzir a velocidade de Mach 2 para Mach 1,98. Na realidade, o aumento de temperatura tinha atingido 182°C, pois a temperatura do ar na altitude de cruzeiro pra de cerca de -55°C. Aquecimento da estrutura Concorde Transporte Supersônico 141 142 17/06/2020 72 143 Nos aviões transônicos, o deslocamento do cp é pequeno, e seus efeitos são compensados pelo Mach trimmer. No Concorde, apesar da asa ser projetada para reduzir o "passeio" do cp, este se deslocava 6 pés na velocidade Mach 2. Deslocamento do centro de pressão Concorde Transporte Supersônico 144 A solução encontrada foi o deslocamento para trás do cg dos mesmos 6 pés, com a transferência de aproximadamente 20 toneladas de combustível dos tanques dianteiros para tanques especiais na parte traseira da fuselagem. Deslocamento do centro de pressão Concorde Transporte Supersônico 143 144 17/06/2020 73 145 No fim do voo, quando o Concorde reduzia a velocidade para Mach 0,95, o combustível do cone traseiro fazia a viagem de volta. Deslocamento do centro de pressão Concorde Transporte Supersônico 146 Voando supersonicamente, um avião gera duas ondas de choque, uma no nariz (onda de proa) e outra na cauda. As outras ondas de choque, provenientes do canopy, bordo de ataque da asa, naceles do motor etc., tendem a se juntar com as ondas principais. A onda de proa forma o cone de Mach e segue o avião, da mesma maneira que a onda produzida por um navio, com a diferença que ela é tridimensional. Ao atingir o solo, as duas ondas de choque produzem dois estampidos, que são conhecidos por estrondo sônico (sonic boom). Diferentes aviões supersônicos produzem diferentes estrondos sônicos, como se fossem suas "assinaturas". Estrondo sônico Concorde Transporte Supersônico 145 146 17/06/2020 74 147 Quando o avião for pequeno, as duas ondas estarão muito próximas, e parecerão uma única onda. Os ruídos produzidos pelo Concorde eram suficientemente separados para não serem confundidos com um único ruído. Estrondo sônico Concorde Transporte Supersônico 148 O ruído seria máximo no caso de uma aceleração, quando diversas ondas são somadas. Estrondo sônico Concorde Transporte Supersônico Os estrondos sônicos são inevitáveis quando um avião ultrapassa aproxinladamente Mach 1.15, e serão tanto maiores quanto mais elevados forem seu peso e velocidade, e menor a altitude do avião. A turbulência na atmosfera também pode aumentar ou reduzir o nível de estrondo sônico. 147 148 17/06/2020 75 149 Estrondo sônico Concorde Transporte Supersônico 150 Estrondo sônico Concorde Transporte Supersônico 149 150 17/06/2020 76 151 Estrondo sônico Concorde Transporte Supersônico 152 Estrondo sônico Concorde Transporte Supersônico 151 152
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