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UNIDADE II TÓPICOS INTEGRADORES III CIÊNCIAS AERONÁTICAS 2 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Edição, revisão e diagramação: Equipe de Desenvolvimento de Material Didático EaD ___________________________________________________________________________ __ Chiaroni, Stephan Tópicos Integradores III – Ciências Aeronáuticas - Unidade 2 - Recife: Grupo Ser Educacional, 2019. ___________________________________________________________________________ Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 3 Sumário Para início de converSa ...................................................................................... 4 a Teoria do aPrendiZado .................................................................................... 5 a aprendizagem ................................................................................................................................. 5 o processo para adquirir o conhecimento ..................................................................................... 7 os conceitos base .............................................................................................................................. 8 2 erroS ......................................................................................................................... 9 reduzindo os erros ............................................................................................................................. 10 3. a moTivaÇÃo .......................................................................................................... 12 4 TÓPicoS inTeGradoreS iii – ciÊnciaS aeronáuTicaS unidade 2 Para início de converSa Olá, caro (a) aluno (a)! Seja bem-vindo (a) à segunda unidade da nossa disciplina “Tópicos Integradores III – Ciências Aeronáuticas”. Nestes tópicos integrados, iremos imergir no conhecimento técnico sobre o processo de aprendizagem de um aluno, bem como as teorias de ensino usadas na aula, como também, a importância em aprendermos com os erros, e assim nos aperfeiçoar. Vamos começar? orienTaÇõeS da diSciPlina Neste segundo capítulo, iremos aprender o processo de aprendizagem de um aluno, contudo, abordando as teorias existentes, que dizem como acorre a aprendizagem de um aluno dentro da sala de aula ou dentro de uma aeronave. É importante se atentar de como ocorre o processamento da informação em um cérebro, onde desta maneira, o cérebro guarda a informação para aplicá-la posteriormente. De modo a motivação que o instrutor deve passar ao aluno durante o curso, são peças fundamentais para o processo de aprendizagem em uma sala de aula. 5 ??? a Teoria do aPrendiZado a aprendizagem A aprendizagem dentro sala de aula e as teorias da melhor forma de aprendizado dividem opiniões até hoje no meio acadêmico. O processo da aprendizagem é traduzido como a soma de princípios preconizados por psicólogos e educadores, com o intuito de tentar explicar cientificamente como as pessoas, ou melhor, os alunos, adquirem as habilidades, conhecimentos e atitudes transmitidas na sala de aula ou em sua vida cotidiana. Por certo, existem muitas ramificações desta tentativa de explicar através de uma teoria, como o processo de aprendizagem ocorre. Onde vários destes ramos, são usados em programas de treinamento, para que desta forma, o processo e aprendizagem venha a ser acelerado. (EUA, 2008). Guarde eSSa ideia! É importante ressaltar, que dentro destes processos de aprendizagem, são incluídos conceitos-chave, como por exemplo: resultados de aprendizado desejados, objetivos do treinamento e profundidade do treinamento. Quando adequadamente integrados, os princípios de aprendizado podem ser úteis para instrutores da aviação e desenvolvedores de programas instrucionais para pilotos. Muitos psicólogos e educadores tentaram explicar como as pessoas aprendem. Embora existam variações, as teorias modernas de aprendizagem surgiram de dois conceitos base, as quais são: behaviorismo e teoria cognitiva. (EUA, 2008). vocÊ Sabia? Você sabia que o Behaviorismo é uma escola de psicologia que explica o comportamento animal e humano inteiramente em termos de respostas observáveis e mensuráveis aos estímulos? O behaviorismo foi introduzido no início do século XX e seus seguidores acreditavam que todo comportamento humano é condicionado mais ou menos por eventos no ambiente. Assim, o comportamento humano pode ser previsto com base em recompensas e punições passadas. A teoria behaviorista clássica na educação enfatizava um sistema de recompensas e punições, ou a abordagem do “cenoura e pau” na aprendizagem. (EUA, 2008). Então, nos círculos da educação moderna, o behaviorismo enfatiza a importância de ter uma forma particular de comportamento positivamente reforçada por (que não seja o aprendiz) que molda ou controla o que é aprendido, em vez de nenhum reforço ou punição. No treinamento da aviação, o instrutor fornece o reforço. Embora o sistema terapêutico popular de modificação de comportamento tenha emergido dessa teoria, o behaviorismo agora é usado mais para quebrar comportamentos indesejados, como fumar, do que no ensino. A popularidade do behaviorismo diminuiu devido à pesquisa que indica que o aprendizado é um processo muito mais complexo do que uma resposta a estímulos. Longe de serem produtos passivos da experiência, os seres humanos estão sempre interagindo ativamente com o meio ambiente. (EUA, 2008). 6 Por outro lado, a teoria cognitiva se foca no que está ocorrendo dentro da mente do aluno. Onde sua principal preocupação é voltada para o processo cognitivo, como o: processo de pensar, aprender, o conhecimento, a percepção, a resolução de problemas, a tomada de decisão, a conscientização e as atividades intelectuais relacionadas - do que com estímulo e resposta. Aprender sobre um determinado assunto, não unicamente uma mudança de comportamento, mas sim, uma mudança no modo como um aluno pensa, entende ou sente determinado assunto ou sentimento. As teorias com a base no processo cognitivo, possuem sua preocupação nos eventos mentais dos alunos, sem na sala de aula ou no voo prático. É importante salientar, que a grande parte do pensamento psicológico de hoje, aliado com os recentes experimentos, incluem alguns elementos da teoria cognitiva. (EUA, 2008). Entretanto, uma dúvida surge, “Como ela surgiu?”. As primeiras teorias cognitivas no aprendizado, foram estabelecidas por um conjunto de educadores e psicólogos, como por exemplo: John Dewey, Jean Piaget, Benjamin Bloom e Jerome Bruner. Muitas interpretações do processo cognitivos ganharam voz no século passado, e por esta razão, muitos modelos de aprendizagem foram sendo disseminados. Um destes exemplos, foi do educador, psicólogo e filósofo John Dewey, a qual introduziu o conceito de “pensamento reflexivo”, através de um livro em 1910, qual era projetado para professores. Dewey acreditava que o aprendizado melhora na medida em que surge do processo de reflexão. Ao longo dos anos, a terminologia que descreve a reflexão gerou uma série de sinônimos, como “pensamento crítico”, “solução de problemas” e “pensamento de nível superior”. (EUA, 2008). Para Dewey, o conceito de pensamento reflexivo carregava um significado profundo. Ele via a reflexão como um processo que move o aluno de uma experiência para a outra, com uma compreensão mais profunda de seus relacionamentos e conexões com outras experiências e ideias. Assim, a reflexão leva o aluno do claro para o claro. Jean Piaget, a qual passou 50 anos estudando como as crianças se desenvolvem intelectualmente, tornou-se uma figura importantena escola do pensamento cognitivo. Sua pesquisa levou-o a concluir que sempre há tensão entre a assimilação (ideias antigas que atendem a novas situações) e a acomodação (mudança das ideias antigas para atender às novas situações). (EUA, 2008). Figura 1: Psicólogos e educadores que estabeleceram os primeiros teorias da aprendizagem cognitiva. Fonte: (EUA, 2008). 7 Um psicólogo americano a qual estudou com Piaget, Jerome Bruner, ficou interessado em como o processo intelectual de um aluno, se relacionava intrinsicamente com o processo de aprendizagem na sala de aula ou em seu dia a dia. Através das pesquisas realizadas pelo americano, o levou a defender que o ensino do conhecido ao desconhecido, ou do concreto ao abstrato, pois os seres humanos aprendem melhor quando relacionando novos conhecimentos aos conhecimentos existentes. Posteriormente a isto, ele desenvolveu e introduziu, o conceito do currículo espiral, que revisita as ideias básicas repetidamente, e as constrói de maneiras cada vez mais sofisticadas, à medida que o aluno amadurece e se desenvolve. (EUA, 2008). o processo para adquirir o conhecimento O processo para se adquirir um conhecimento é divido em três fases, a primeira é a memorização, a segunda, o entendimento e o terceiro, a aplicação deste conhecimento. Obviamente, o dever do instrutor é lecionar o conteúdo para o aluno, contudo, uma parte fundamental deste dever, se refere em ajudar o aluno a entender o conteúdo, a criar maneiras de que o aluno venha a assimilar o conteúdo proposto pelo instrutor. Neste sentido, o dever do instrutor vai além de simplesmente um agente que passa um conhecimento, sendo o agente que passa o conhecimento de um modo que o receptor destas informações, irá conseguir memorizar, entender e aplicar futuramente. Como por exemplo: o conhecimento da capacidade de combustível de uma aeronave específica, o entendimento de como funciona um motor de combustão interna e a capacidade de determinar o peso e o equilíbrio de uma aeronave são exemplos de conhecimento. A seguir, iremos abordar mais profundamente estes processos. (EUA, 2008). A memorização aqui, é traduzida como o processo onde o aluno através de tentativas, tenta juntar e guardar o maior número possível de informações. Um exemplo prático disto, é quando aprendemos sobre o uso do altímetro da aeronave, sabemos que devemos sempre o ajustar conforme a pressão barométrica do momento, para que desta forma possamos ter a indicação correta de altitude e assim evitar possíveis complicações em nosso voo. Ao memorizarmos os conhecimentos, procedimentos etc. Nos permite configurar adequadamente a aeronave para o voo. Porém, as limitações quanto a uma memorização tornam-se aparentes, quando o aluno tenta resolver um problema ou fornecer uma explicação de algo que não é coberto pelo conhecimento recém-adquirido. Por exemplo, quando perguntado se ela preferiria que o altímetro estivesse definido por engano muito alto ou muito baixo. (EUA, 2008). O entendimento de uma informação, é o segundo processo para adquirir um conhecimento. Levando em consideração o exemplo acima, um aluno a qual entendeu o uso do altímetro, saberá seu completo funcionamento, pois todo o seu funcionamento é de conhecimento do aluno. O entendimento, traz consigo o significado da capacidade de perceber semelhanças e fazer associações entre os fatos e o conhecimento já assimilado. Aqui, o aluno começa a organizar o conhecimento de maneiras úteis, e uma coleção de fatos memorizados dá lugar à compreensão. (EUA, 2008). 8 A compreensão se desenvolve quando os alunos começam a organizar fatos conhecidos e entrar em grupos coerentes que se reúnem para formar um entendimento de como uma coisa ou um processo funciona. Por exemplo, depois de aprender a ajustar o controle de mistura em voos de cruzeiro, o aluno descobre que a combustão requer uma certa mistura de combustível e ar, e que o ar se torna menos denso à medida que aumenta a altitude. Combinando essas duas ideias, ela agora entende que o objetivo do controle de mistura é manter essas duas quantidades em equilíbrio à medida que a aeronave muda de altitude. “Modelo mental” ou auto explicação é frequentemente usado para se referir a uma coleção organizada de ideias que forma a compreensão do aluno sobre uma coisa ou processo. As vantagens de possuir esse tipo de entendimento incluem o seguinte: A) O aluno não está mais limitado a responder perguntas que correspondam aos fatos memorizados. Por exemplo, com a compreensão do controle da mistura, o aluno agora, pode ser capaz de produzir respostas para perguntas mais desafiadoras, como o que aconteceria se a mistura fosse muito rica ou magra demais; B) Os alunos que entendem um processo têm mais facilidade em dominar variações dos processos, como aeronaves desconhecidas, novos sistemas aniônicos e procedimentos aeroportuários desconhecidos; C) O entendimento compartilhado entre as pessoas permite que elas se comuniquem com mais eficiência. Por exemplo, um piloto experiente pode mencionar a um mecânico experiente, que um magneto ficou um pouco áspero durante uma partida do motor. Essa breve comunicação aciona o acesso a uma riqueza de conhecimentos na mente do mecânico que sabe instantaneamente o que deve ser feito; D) Os alunos que entendem o objetivo das etapas do procedimento, são mais capazes de lembrar as etapas do procedimento posteriormente ou reconstruí-las quando são esquecidas. Os modelos mentais evoluem à medida que os alunos recebem novas informações. os conceitos base Meu caro (a), uma característica importante dos seres humanos, é a tendência que temos em agrupar ideias, objetos, eventos, ideias, pessoas e coisas assim, que compartilham um ou mais características/atributos, que se familiarizam com um outro objeto. De uma forma geral, nós fazemos isto com praticamente tudo, o que pode envolver uma discriminação a uma determinada coisa ou ideia, que apresente alguns elementos parecidos com as quais a pessoa não concorda, criando desta maneira um pré-conceito sobre determinada coisa. Na verdade, fazemos isto, pois desta forma, a complexidades das coisas ficam reduzidas, e assim podemos criar categorias de ideias gerenciáveis. É importante dizer, que o aprendizado de conceitos permite uma compreensão aprimorada, pois desta forma, o aluno ao formular conceitos generalizados a partir de informações. Em si, o aprendizado de um conceito, é uma ferramenta muito poderosa, inclusive sobre fatos, pois no lugar de literalmente descrever uma coisa, através do conceito é possível descrever muitas coisas ao mesmo tempo. (EUA, 2008). 9 2 erroS Todo ser humano está venerável ao erro, e, portanto, em um determinado momento iremos cometer erros dos mais diversos tipos, sejam eles durante o voo, ou mesmo ao assinalar uma questão errada em uma prova. É importante dizer que todos nós, independentes do nível de experiencia, como por exemplo o de um comandante, iremos estar sujeito a ele. Trazer consigo que o erro pode ser completamente eliminado durante a operação de voo, ou mesmo, dentro da sala de aula, é trazer para si um status impossível, a qual se traduz no maior erros de todos. (EUA, 2008). É importante meu caro (a) que o instrutor passe esta mensagem ao aluno, que muitas vezes está ansioso, por estar preocupado em não errar. O que na verdade, colabora para que o erro aconteça. Portanto, os alunos e principalmente os instrutores devem estar preparados para erros ocasionais, como um “cortejamento” errado, a colocação da frequência errada no rádio da aeronave etc. Na verdade, através dos erros, é o que o instrutor pode ensinar o aluno piloto acerca dos erros mais comuns em uma operação, como podemos gerenciá-los, como podemos minimizá-los e como podemos corrigir com os erros cometidos. Contudo, devemos classificar os erros, pois existem mais de um tipo deles. (EUA, 2008). O primeiro se chama deslize, ou “slip” em inglês. Podemos traduzir o deslize, quandoplanejamos fazer uma determinada coisa, mas infelizmente fazemos outra. Devo lembrar, que o deslize é um erro cometido por ação. Quando pagamos a mesma conta de luz por exemplo, cometemos um deslize. Podemos deixar de fazer uma determinada coisa, como ler o checklist e mesmo assim não configurar o “Flap” para a decolagem. O deslize, também pode ser classificado por um erro que cometemos por um hábito diário dos nossos dias. Por exemplo, se sempre estacionamos o carro em um determinado lugar, e a partir da outra semana, é proibido estacionarmos o carro naquele determinado lugar, podemos cometer o erro de continuar a estacionar o carro pelo hábito, se caracterizando um deslize. Um elemento que diante de muitos outros, pode aumentar a probabilidade de cometermos um erro, se chama pressão. Quando mais apressados estivermos ao realizar nossos deveres cotidianos, há a maior probabilidade de cometermos erros. (EUA, 2008). Os erros às vezes são o resultado de lacunas ou equívocos no entendimento do aluno. Um tipo de erro ocorre quando um aluno formula um entendimento de um fenômeno e depois encontra uma situação que mostra como esse entendimento estava incorreto ou incompleto. Os especialistas não são imunes a cometer erros, que às vezes surgem da maneira como um especialista se baseia no conhecimento de problemas familiares e responde a eles usando soluções familiares. Erros podem ocorrer quando o especialista categoriza um caso específico incorretamente. Por exemplo, um piloto experiente pode se acostumar a ignorar alertas incômodos emitidos por seu sistema de TCAS, pois muitas aeronaves no solo ligam seus transponders antes da decolagem. Uma noite, ele ignora um alerta que não foi gerado por uma aeronave no solo, mas por outra aeronave que virou à sua frente na aproximação final, podendo assim provocar um acidente. (EUA, 2008). 10 reduzindo os erros Como afirmamos mais cedo, é impossível para um ser humano eliminar completamente os erros em nosso dia a dia. Contudo, existem maneiras de reduzi-los. Iremos agora, aprender um pouco das maneiras a qual usamos para reduzir as chances de um erro acorrer. A primeira dica, é simplesmente a aprendizagem e a prática do que aprendemos. Quando possuímos níveis altos de um determinado conhecimento e habilidades, menores serão as frequências e chances de um erro ocorrer. Frequentemente, os erros demorados podem ser reduzidos trabalhando deliberadamente em um ritmo confortável. Apressar-se não alcança os mesmos resultados que o desempenho mais rápido obtido com o aumento da habilidade através da prática contínua. (EUA, 2008). Uma outra dica, é a verificação, ou mais conhecido como checklist. Pois podemos evitar erros através da procura por evidências deles. Muitas tarefas na aviação oferecem um meio de verificar o trabalho. Os alunos devem ser incentivados a procurar novas maneiras de verificar seu trabalho. (EUA, 2008). Figura 3: Procedimento de checklist. Fonte: (PILOTWORKSHOP, 2019). Os lembretes também são bem-vindos, quando estão presentes e visíveis ajudam na diminuição dos erros. O checklist e outros procedimentos publicados são exemplos de lembretes. Muitos instrumentos de aeronaves, como os altímetros, oferecem bugs que podem ser usados para lembrar o piloto sobre altitudes, velocidades no ar, rumo e trajetos designados. Mecânicos e pilotos podem usar blocos de notas para anotar lembretes ou informações que, de outra forma, deveriam estar comprometidas com a memória. (EUA, 2008). 11 Figura 2: Etiqueta “REMOVE BEFORE FLIGHT”. Fonte: (AIRCRAFT SPRUCE & SPECIALTY CO, 2019). O uso de procedimentos padronizados para tarefas rotineiras é amplamente conhecido para ajudar a reduzir os erros. Mesmo quando um procedimento Checklist não está disponível ou é impraticável, os alunos podem ajudar a reduzir a ocorrência de erros adotando procedimentos padronizados. Outra linha de defesa contra erros é aumentar a consciência ao operar em condições sob as quais se sabe que ocorrem erros (por exemplo, mudanças na rotina, pressão de tempo) ou em condições sob as quais as defesas contra erros foram comprometidas (por exemplo, fadiga, falta prática recente). (EUA, 2008). Dado que o erro ocasional é inevitável, é amplamente útil praticar a recuperação de erros, ou melhor manobras e coisas assim, comumente cometidos. Principalmente daqueles que apresentam sérias consequências. Todos os alunos pilotos devem aprender e praticar um procedimento perdido para garantir que possam se recuperar da situação em que se perderam. É útil dedicar o mesmo tipo de preparação a outros erros comuns dos alunos. O erro pode ser um recurso valioso de aprendizado. Os alunos naturalmente cometem erros, que os instrutores podem utilizar para ajudar os alunos a aprender enquanto tomam cuidado para não deixar o aluno praticar a coisa errada. Quando um aluno comete um erro, é útil pedir que ele considere porque o erro ocorreu e o que poderia ser feito de maneira diferente para impedir que o erro ocorra novamente no futuro. Em alguns casos, erros são deslizes que simplesmente revelam a necessidade de mais prática. Em outros casos, os erros apontam para aspectos dos métodos ou hábitos dos alunos que podem ser aprimorados. (EUA, 2008). 12 exemPlo Por exemplo, os alunos que iniciam o voo por instrumentos, geralmente cometem erros ao gerenciar dois rádios de comunicação, cada um com uma frequência, a ativa e a de espera. Quando os mesmos alunos aprendem a usar cada rádio para uma finalidade específica (por exemplo, ATIS, terra, frequências de torre), as taxas de erro geralmente caem rapidamente. Instrutores e alunos devem estar cientes de uma tendência humana natural de resistir ao aprendizado com os erros. Ou seja, existe uma tendência a “explicar” os erros, descartando-os como eventos únicos que provavelmente nunca acontecerão novamente. (EUA, 2008). O mesmo fenômeno ocorre ao observar erros cometidos por outros. Ao ler um relatório de acidente ou incidente, é fácil identificar onde um piloto ou mecânico cometeu um erro e considerá-lo como algo que nunca poderia acontecer ao leitor. É importante notar que esse tipo de viés não é necessariamente o resultado do ego ou do excesso de confiança; é algo a que todos somos suscetíveis. (EUA, 2008). 3. a moTivaÇÃo Aprendemos na primeira unidade, que a motivação é um fator muito importante quando falamos em aprendermos algo. Ela é a razão pelo que alguém toma uma determinada atitude, ou se comportar, e é o que dita os nossos objetivos. Sermos inteligente ou coordenados, por si só não nos garante sucesso, mas a motivação rotineira nos leva ao topo. Uma parte importante do trabalho de um instrutor de aviação é descobrir o que motiva cada aluno e usar essas informações para incentivá-lo a trabalhar duro. (EUA, 2008). Guarde eSSa ideia! É importante ressaltar que a motivação é provavelmente a força dominante que governa o progresso e a capacidade do aluno de aprender, e pode ser usada com vantagem pelo instrutor. Contudo, ela pode ser negativa ou positiva. A motivação negativa pode gerar medo. A motivação negativa pode ser eficaz em determinadas situações, mas não é eficaz na promoção de um aprendizado eficiente quanto a motivação positiva. A motivação positiva é fornecida pela promessa ou conquista de recompensas. Essas recompensas podem ser pessoais ou sociais, podem envolver ganho financeiro, satisfação do autoconceito, ganho pessoal ou reconhecimento público. Ela é essencial para a verdadeira aprendizagem. É importante salientar que a motivação negativa na forma de reprovações ou ameaças devem ser evitadas a todo custo, exceto em alunos mais confiantes e impulsivos. Quedas na aprendizagem são muitas vezes devido ao declínio da motivação. A motivação não permanece em um nível uniformemente alto. Pode ser afetado por influências externas, como distúrbios físicos ou mentais ou instrução inadequada. O instrutor devese esforçar para manter a motivação no nível mais alto possível. Além disso, o instrutor deve estar alerta para detectar e combater quaisquer lapsos de motivação. (EUA, 2008). 13 PalavraS FinaiS Prezado (a) aluno (a), Chegamos ao término do conteúdo da nossa segunda unidade. Espero que você tenha aprendido sobre os modelos de aprendizagem desenvolvidos ao longo do século XX. Como também, o advento do modelo cognitivo e como ajudou no processo de aprendizagem dentro da sala de aula. Como também, a importância que o instrutor possui, de entender a melhor forma de como o aluno adquire o conhecimento passado. E como os erros, mesmo cometidos muitas vezes, nos auxilia no contínuo processo de aprendizagem dentro da sala de aula ou dentro de um cockpit de uma aeronave. É importante ressaltar ainda, a importância do checklist e de lembretes para que estes erros não venham a ser cometidos novamente. Por último, é importante termos em mente que a motivação é o combustível para o processo de aprendizagem de um aluno, pois sem a motivação necessária, não fazemos nada. Lembre-se de fazer as atividades avaliativas disponíveis no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Se ficou alguma dúvida do que foi sinalizado nesse Guia, converse com o seu Tutor, ele estará à disposição para atendê-lo (a) e auxiliar no que for necessário. Muito obrigado pela sua presença nesta caminhada de conhecimento. Nos encontramos na próxima unidade. Até lá! reFerÊnciaS biblioGráFicaS AIRCRAFT SPRUCE & SPECIALTY CO (Eua) (Org.). REMOVE BEFORE FLIGHT AIRPLANE CONTROL LOCK FOR PIPERS. 2019. Disponível em: <https://www.aircraftspruce.com/catalog/appages/atcontrollocks. php>. Acesso em: 29 ago. 2019. PILOTWORKSHOP (Eua) (Org.). Using Checklist In-Flight. 2019. Disponível em: <https://pilotworkshop. com/tips/checklist-flight/>. Acesso em: 29 ago. 2019. EUA. FEDERAL AVIATION ADMINISTRATION (FAA). (Org.). Aviation Instructor’s Handbook. [s.l.]: Faa, 2008. 228 p. Disponível em:<https://www.faa.gov/regulations_policies/handbooks_ manuals/aviation/aviation_instructors_handbook/media/faa-h-8083-9a.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2019 14 Para início de conversa A TEORIA DO APRENDIZADO A aprendizagem O processo para adquirir o conhecimento Os conceitos base 2 ERROS Reduzindo os erros 3. A MOTIVAÇÃO
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